Fernando abriu seus olhos lentamente, a ofuscante luz branca fazia com que seus olhos doessem. Ele estava confuso, olhava para um lado e outro e não conseguia se lembrar onde estava e nem como havia parado ali. A última coisa em q se lembrava era uma forte neblina na estrada e o som do piano ecoando dentro do carro. Fernando olhou de um lado para o outro, parecia estar em um quarto de hospital, era frio e solitário. Suas suspeitas foram confirmadas quando um médico entrou no quarto, trazendo consigo uma série de informações confusas.
- Vejam só quem acordou – falou o médico examinando Fernando.
- O que aconteceu? – Fernando perguntou confuso.
- Então, você chegou aqui desacordado e com uma grave fratura na cabeça, resultante de um acidente que sofreu enquanto dirigia, não sabemos a causa e nem quem chamou a ambulância, talvez tenha sido alguma pessoa que passava por ali no momento do acidente. Depois que fizemos a cirurgia para a correção da fratura você foi imediatamente colocado em estado de coma induzido, para que seu corpo tivesse chance de se recuperar, agora, depois de quase dois meses e vendo que o quadro não agravou e está melhorando a cada dia resolvemos tirar você do coma. – Falou o médico, enquanto examinava Fernando.
- Estava em coma por quase dois meses? A última coisa que me lembro é de tentar desviar de um animal na rodovia, enquanto voltava pra casa. – falou Fernando com um leve desconforto na cabeça. – DIEGO! – gritou derrepente quando tudo voltou a fazer sentido.
- Você não pode se exaltar, você sofreu um acidente grave – falou o médico contendo Nando.
- Eu preciso ir embora, ele vai pensar que eu só quis usar ele, onde está meu celular? – Fenando falou agitado.
- Você não pode ir embora assim, precisa de um acompanhante para receber alta, os seus pertences estão na bandeja ao lado, tudo que foi encontrado no local do acidente, mas não encontraram seu celular.
- Você pode me emprestar algum? Tenho que mandar uma mensagem urgente. – falou.
- Um minuto.
O médico saiu do quarto de Fernando e em alguns minutos uma enfermeira apareceu ofendendo-lhe o celular. Fernando entrou em sua conta do Instagram, e imediatamente procurou o perfil de Diego. Quando encontrou, rapidamente escreveu para Diego.
***
Era por volta das 17hs, quando Diego voltava de sua caminhada, ele passou em um supermercado e comprou alguns mantimentos que faltavam na dispensa, apesar de tudo que havia acontecido, a perda de sua mãe, o sumiço de Fernando e o estupro seguido das agremiações, Diego se mantinha forte e estava levando a vida como sempre foi. Ainda haviam hematomas em seu rosto, só haviam passado seis dias desde o ocorrido. Porém, todo dia ao acordar, Diego cobria tudo com corretivo e base para que seus irmãos não vissem. Diego precisava mostrar que estava tudo bem, mesmo tudo não estar tão bem assim. Isaac sentia muita falta da mãe e isso estava afetando seu desempenho na escola, Manu ajudava Diego com a casa e com Isaac, e Diego saia toda noite para trabalhar.
Diego chegou em casa e depois de guardar o que havia comprado, seguiu para seu quarto para descansar um pouco antes de se arrumar para ir ao ponto. Ele deitou a cabeça no travesseiro e começou a acessar seu Instagram pelo celular. Durante o acesso, e ao lembrar de Fernando, Diego passou a olhar as fotos de Fernando no perfil dele, seu coração estava apertado, querendo ou não, Diego sentia a falta de Fernando. Inesperadamente, uma mensagem caiu na caixa de entrada de Diego, era Fernando.
“Diego, eu sumi por muito tempo e eu realmente posso explicar, eu espero que você não esteja magoado, eu posso explicar tudo, só me dá uma chance. Estou no hospital regional, espero que possa vir para que possamos conversar, te espero.
Ferrando.”
Diego ficou pálido naquele momento, e inúmeros pensamentos surgiram em sua cabeça. Ele estava magoado, mas queria muito saber o que havia acontecido para que Fernando sumisse. Ele levantou, meio incrédulo e dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho.
Depois de um banho rápido, Diego vestiu-se rapidamente e pediu um taxi, que foi direto ao hospital. Ele estava apreensivo, preocupado com o que poderia ter acontecido com Fernando. O taxi encostou no meio fio em exatamente 15 min, Diego desceu, pagou a corrida e se dirigiu para dentro do hospital. Foi inevitável sentir uma sensação horrível, da última vez que ele esteve ali, as coisas não foram nada boas. A aflição exalava por todos os seus poros transparecendo o quando estava desconfortável.
- Olá, eu gostaria de saber em que quarto está o Fernando? – perguntou para a recepcionista.
- Qual o sobrenome? – a moça perguntou.
- Na verdade eu não sei dizer, mas ele tem 28 anos, aqui a foto dele. – Diego falou ao virar a tela do celular para a moça.
- Sim, ele está aqui, deu entrada depois de um acidente.
- Como assim? – falou Diego.
- Você é o que dele senhor? – a moça perguntou.
- Amigo.
- Vou chamar o médico que ficou responsável pelo caso para lhe dar mais informações. – falou a moça, depois pegou o telefone e ligou para alguém.
Diego ficou andando de um lado para o outro a espera do tal médico. Quando o mesmo finalmente chegou, Diego foi imediatamente falar com ele.
- Doutor, você que ficou responsável pelo caso do Fernando? Como ele está? Foi muito grave? – Diego bombardeou o médico com perguntas.
- Você é quem?
- Diego.
- Então era por você que estávamos esperando, Fernando está inquieto desde que acordou, chamou seu nome, vamos, ele está lhe esperando. – falou o médico.
Enquanto seguia o médico por aqueles corredores, Diego ouvia atenciosamente tudo que ele falava, e aos poucos, soube tudo que havia acontecido. Ao entrar no gélido quarto, Diego pode ver Fernando, ele estava pálido e abatido, havia uma faixa branca em sua cabeça que cobria sua testa, usava aquelas roupas estranhas de hospital na qual as partes de trás ficam a mostra. Diego andou lentamente para perto da cama, sentou-se na cadeira ao lado e pegou gentilmente na mão de Fernando, que dormia.
Depois de alguns minutos, aos poucos, Fenando foi despertando, ele apartou a mão de Diego, mesmo levantou-se da cadeira e abraçou o homem, os dois pareciam emocionados, e por algum tempo os dois permaneceram naquele abraço terno e cheio de saudades.
- Estou tão feliz que está aqui, eu estava com medo que não quisesse vir, que achasse que eu apenas te usei e que sumi sem dizer nada – Fernando falou, a voz roupa e fraca.
- Não precisa dizer nada, não tem nada pra perdoar, eu estou aqui e feliz por estar bem, eu queria ter ficado aqui cada segundo do seu lado, mas eu não sabia, tudo foi de mal a pior nesse último mês, você foi a única coisa boa que aconteceu. – Diego falou chorando – Agora pare de se esforçar e descanse, estou aqui. – Diego deu selinho em Fernando, ele realmente estava feliz por ele estar bem.
- Fica aqui comigo? – Fenando perguntou.
- Eu não vou a lugar nenhum – falou Diego, sentando-se na cadeira.
***
Nota:
Hello, oi galera, bom, depois de voltarmos desse hiato, eu gostaria de me desculpar pela demora. Depois que minhas aulas começarão eu não tive tempo pra nada. Acreditam que nem as minhas séries tô conseguindo ver? Tá tenso, mas prometo que vou terminar o conto e vou tentar não demorar muito. Agradeço a paciência.
Luke.
