RETORNANDO A VIVER – O ACIDENTE
By CAMILA
Estava com saudades de todos, hoje venho contar algo não muito excitante, mas preciso relatar a vocês o motivo de nossa ausência aqui na Casa dos Contos.
Há exatamente dois meses atrás, numa sexta-feira a noite, estávamos eu e o Mario na casa de sua mãe, nesse mesmo dia já tinha encontrado o Caio mais cedo, damos uma rapidinha no intervalo do almoço. Já era por volta de 11 da noite quando retornávamos para casa, estávamos de moto, começou a chover, na ânsia de encontrar em algum local coberto para pararmos e esperar a chuva passar, Mario vinha com bastante velocidade por uma avenida, ao chegar num cruzamento, o sinal verde estava liberado para nós, porem fomos surpreendidos por um carro que avançou o sinal vermelho.
Ao avançar o sinal, Mario ainda teve um reflexo de desviar do veiculo, com isso eu não consegui me segurar e cai da moto, Mario subiu o canteiro da avenida e bateu com a moto num poste, ao cair fiquei apagada por uns cinco minutos, quando retorno a consciência sinto uma forte dor no braço esquerdo, abro os olhos e tem algumas pessoas ao meu redor, tento me movimentar, mas sou impedida pelas pessoas que pedem para eu ficar aguardando os socorristas.
Passado dez minutos já conseguia gesticular, perguntei para uma pessoa próxima, onde e como estava meu marido, mas ninguém me falava a real situação dele, apenas disseram que estava e imóvel, aguardando os primeiros socorros que ao longe eu já escutava as sirenes da ambulância.
Eu fui colocada numa ambulância e levada para o pronto socorro mais próximo, estava apenas com o braço quebrado, pequenas escoriações no pé, como estava de jaqueta e calça jeans apenas fiquei com algumas manchas roxas nas costelas e coxas sem escoriações.
Estava no pronto socorro quando minha sogra chega e me diz a triste noticia, Mario não resistiu a batida e acabou falecendo na ambulância, meu mundo desmoronou naquele instante, apesar de não o ama-lo como antes, com certeza não queria aquele fim para ele, chorei bastante, me desesperei naquele ponto socorro, fui até a sala onde ele estava sendo examinado, não estava conseguindo andar direito, eu mancava um pouco.
Fiquei aos prantos no corpo de Mario, juntamente com minha sogra. Passado alguns minutos fomos acalmadas, uma das enfermeiras me devolveu o celular que na queda acabou ficando todo trincado na tela, estava com muita vontade de ligar para o Caio, mas não podia. Fui liberada naquela madrugada do hospital, o IML foi acionado também para levar o corpo do Mario.
Pela manhã cedinho consegui ligar para o Caio, que também ficou bastante eufórico querendo vir ao meu encontro e me ajudar de qualquer forma, mas o contive, ele não poderia aparecer aqui comigo assim do nada, pois estava na casa da minha sogra. O corpo do Mario foi liberado a tarde pelo IML, a funerária já estava preparando tudo, o velório iniciou-se na noite de sábado e o enterro do Mario no domingo pela manhã. Durante todo esse tempo Caio me mandava mensagem de apoio, porem estava muito triste.
Peguei uns dias de atestados médicos, e nesses dias fiquei residente na casa de minha sogra, agora eu estava viúva. Pedi que Caio me auxiliasse no caso do seguro DPVAT, alias já foi até resolvido, fiquei morando com minha sogra até final de agosto. Voltei para minha casa e já estava trabalhando, eu e Caio não saímos durante todo esse período, eu não queria ser vista com ninguém, conversamos e ele aceitou numa boa, decidimos não publicar nada nesse período, iria esperar meu tempo certo, porem toda noite conversávamos via chamada de vídeo e fazíamos sexo virtual, meio louco isso, mas era a forma de não se distanciarmos.
Recebi em casa a visita do Cunha e Nanda no inicio do mês, ouvi alguns conselhos e decidi chuta o balde, acho que meu tempo de luto já acabou, dois meses está bom demais, então Caio Meu Escrivão se prepara, pois sei que você vai ler isso hoje, esse fim de semana é todo nosso e eu quero tudo de bom.
Beijo a todos...obrigada pelo apoio aos amigos que conversei pelo email.
By Camila
(HISTORIA REAL)
