-Chovia em Maringá. Chego em casa e para tentar tirar o Guilherme da cabeça, tento trabalhar. Eu estava obstinado a não pegar no notebook enquanto eu estivesse em Maringá. Mas, estava entediado, estava sentindo que não tinha mais o que fazer ali, apesar de ser sempre muito bom estar perto dos meus pais. Mas eu também sentia que eu não pertencia mais aquele lugar. O tempo passa de uma maneira de uma maneira sofrível para quem está sempre a espera de algo.
Mãe: Vamos jantar mais tarde filho ?
- Levo um susto.
Eu: Que susto mãe.
Mãe: Pensando no Guilherme ?
Eu: Não. Pensando que já deveria ter voltado...
Mãe: Mas, você nunca tá aqui, Igor.
Eu: Desculpa mãe. É que já sinto falta da minha rotina, e os meninos estão precisando de mim.
Eu: Podemos pedir uma pizza e assistir um filme, o que acha ? eu você e Papai.
Mãe: Não sendo filme de terror... ( disse ela sorrindo )
- Por volta das 19:00 da noite eu arrumei minha mala e desci para assistir um filme com meus pais. Minha mãe escolheu o melhor filme que alguém poderia escolher. “ As pontes de Madson” um Drama romântico do qual a personagem principal tem de fazer uma escolha entre o amor e a responsabilidade de seu relacionamento com seu marido e filhos. Escolha difícil, levando-se em consideração os vários pesos e medidas. Pedimos pizza e conversamos sobre como estava meu trabalho, minhas pretensões futuras ( profissionalmente falando ) sobre como e quando nos veríamos de novo e claro, sobre o Guilherme.
Mãe: Como vocês estão ?
Eu: Como sempre estivemos ele lá, e eu cá. ( falei com um certo conformismo )
Pai: É meu filho, a distancia é um caso sério. Mas, se der a oportunidade, você é um homem novo, a vida não é só trabalho. Hoje você pode não perceber isso, mas futuramente...
- Observei com atenção as palavras de meu pai. Ele tinha razão. Mas o fato é; eu não estava esperando o Guilherme se decidir, na verdade, nunca estive. Ok, no começo, sim. Mas no ultimo ano, antes de voltar para Maringá, eu estava completamente certo que ele estava vivendo a vida dele e eu aminha, ou seja, sem expectativas. Mas, contra fatos não há argumentos. Eu estava acorrentado em mim mesmo, eu criei uma bolha da qual eu achava que ninguém seria o bastante para mim, a pessoa ideal para mim, teria que ter os requisitos dos quais eu me interessaria, e nem eu tinha tais requisitos. Observando meu pai falar, entendi, naquele momento que eu deveria me deixar partir, porque todos partiram nessa história que já durava mais de 10 anos, menos eu.
Eu: Obrigado, Pai.
Pai: Mas eu acho que você já sabia disso.
Eu: Não com essas palavras. ( sorri retribuindo seu sorriso. )
- Eram por volta das 22:30, quando dei boa noite aos meus pais e fui descansar. Queria descansar ao menos umas 4h antes de pegar o Voo. Afinal de contas eu ia, bem dizer, direto pro trabalho. Minha mãe me abraçou forte, sinalizando que iria me ver em breve.
- Consigo cochilar rápido, acordo as 03:00, é só o tempo de tomar um banho rápido, trocar de roupa e pedir o uber. Minha mala estava pronta, meus pais queriam me levar no aeroporto, mas não quis incomoda-los. Resolvo não acorda-los, deixo uma carta para eles na mesa da sala, dizendo; “ Sempre é bom, estar em casa, sempre é bom estar com vocês. Amo mais que macarrão ao molho de brócolis ( meu prato favorito ) Amo vocês. “
- Chego no Aeroporto, confirmo meu Voo e pouco tempo depois já estava no avião com o destino para São Paulo, o aeroporto fica perto da minha casa, e como eu odeio esperar ( seja pra qualquer coisa ) Chego em cima da hora. Se meus amigos estivessem aqui, diriam “ Digno de você, chegar em cima da hora.”
- Antes de desligar o Celular, vejo as mensagens no meu celular. A primeira delas é da Olga.
Guinha: Vou estar lhe esperando no Aeroporto
- Resolvo responder antes de desligar o celular:
Eu: Por favor, esteja. Já estou no avião. Nos vemos já.
- Depois uma mensagem do Guilherme:
Gui: Boa viagem, me fala quando chegar em São Paulo, bjo.
- Resolvo não responder. Nem eu sei o porque de não responder, já que eu não sentia raiva dele, mas, acho que também não sentia os melhores sentimentos do mundo. Quanto ao Guilherme eu estava inerte em termos de afeto e carinho. E esse é um sentimento perigoso de se sentir. Quando a indiferença chega, ela chega sem bater na porta, ela é o sinônimo de varias tentativas, ações e atos mau sucedidos. E eu não podia nega-la, mas eu ainda não entendia esse sentimento naquele momento. Apenas deixei fluir.
- A ultima mensagem foi do Duan.
Duan: Meu lindo, tenha uma boa viagem. Gostei muito de te conhecer pessoalmente. Você estava apenas na minha imaginação. E confesso que ainda continua, mas de outro modo, que também é especial. Espero um dia te rever outra vez. Não estou falando de uma forma maliciosa, estou falando de uma forma carinhosa, você é um cara especial. Não quero perder contato com você. Grande beijo.
- Me peguei terminando de ler a mensagem do Duan com um sorriso no rosto. Não respondi naquele momento, já estávamos prestes a decolar. Preferi responder quando chegasse em casa.
- Fui despertado do meu breve cochilo pelo aviso do piloto que aterrissaríamos em poucos instantes. Depois de desembarcar passo direto pelas esteiras, já que não havia levado mala, e assim que saio para a área externa do Aeroporto, com um sorriso no rosto, Olga me esperava. A Guinha ( como eu a chamava carinhosamente, era uma mulher formosa, com os cabelos levemente cacheados da cor castanho claro, ao largo dos seus 1.74 de altura, sem o salto alto, ela já se sobressaia, mas o mais bonito nela, não estava no físico.
Guinha: Háaaaa!!! Que saudades!
Eu: Muitas! Falei dando um forte abraço.
Guinha: Você está tecnicamente atrasado.
Eu: E você tecnicamente incisiva, como sempre!
Gui: Fui, contratada para ser incisiva, confere ?
- Sorrimos...
- Já dentro do carro, escuto ela falar do Eduardo ( seu ex- atual namorado, que agora eram noivos ). Eu confesso que estava cansado, então tipo, não interagia muito com ela sobre todo o caso deles, tirando a parte do Noivado, que fiquei super feliz. Intimamente ( Apesar da Guinha ser uma das minhas melhores amigas ) eu tirava o chapéu para o Eduardo. A Olga era uma mulher Bonita, inteligente e muito independente. Com todos esses atributos, leve em consideração o fato dela ser altamente perfeccionista e um tanto paranoica sobre tudo que ocorre ao seu redor. Mas, éramos como unha e carne, há alguns anos atrás fizemos um juramento ( quase um casamento rs ) de dizer a verdade, somente a verdade um para o outro, porque sabíamos que tanto eu quanto ela, encontraríamos pessoas que diriam o que nós quiséssemos ouvir, e não necessariamente a verdade. Não é fácil dizer o que pensamos do jeito de alguém ou de suas atitudes, porque cada um tem um jeito único, e as vezes atitudes um tanto severas e incongruentes para mim, cabem para ela em seu determinado contexto. Mas, tínhamos passe livre para poder falar a “verdade” sobre o que achávamos um do outro. Sempre tive a impressão que ela digeria mais facilmente a verdades que eu achava sobre ele, do que o contrario.
Guinha: Você não tá bem...
- fiquei em silencio, como se não tivesse escutado sua afirmação.
Guinha: Eu já sei o que aconteceu... Não precisa nem falar, se não quiser.
Eu: Obrigado, prefiro.
- Mais uns segundinhos em silencio até que...
Guinha: Guilherme, né ? vocês não se entenderam...
Eu: Não foi bem desse jeito. Acho que pela primeira vez nos entendemos.
- Ela ficou estranhamente calada, pela primeira vez ela passava a sensação de “ De novo a mesma história ). Não questionei seu silencio, eu não sabia o que ela estava pensando, mas eu concordava com ela.
Guinha: Você não está cansado, amigo ?
Eu: Muito, amiga.
Guinha: Não falo da viagem.
Eu: Eu sei. ( Falei olhando as paisagens pela janela até o caminho de casa. Como se não estivesse muito interessado. )
Guinha: As vezes eu acho que você espera eternamente pelo Guilherme.
Eu: As vezes eu também acho o mesmo.
Guinha: E porque você não muda de fase ?
Eu: Como?
- Essa frase me fez acordar de novo para a realidade e pensar melhor sobre o que estávamos conversando. Olhei para ela esperando a resposta.
Guinha: Igor, você já tomou café ?
- Olhou ela para mim com um tom de assustada.
Eu: Hãm ? como assim ?
Guinha: Você tá pálido, amigo. Vamos tomar um café.
Eu: Olga, você tá ficando louca ? não estávamos conversando sobre minha palidez!
Guinha: Eu sei, amor. Vamos conversar sobre isso. Mas vamos tomar um café primeiro. Tenho certeza que o papo ficará mais agradável.
Eu: Amor, que tal você passar a noite lá em casa ? temos que ir para o escritório.
Guinha: Amigo, você está a 15 dias fora. Ninguém vai se importar se você chegar a tarde.
Eu: Eu vou. E também não quero conversar sobre isso.
Guinha: Igor, Você esta pálido, com cara de cansado, e, incrivelmente mais magro do que a ultima vez que te vi. Vamos tomar um café, depois você vai pra casa, toma um banho e descansa um pouco. Não precisamos conversar se não quiser.
- Eu concordei com ela em meus pensamentos.
Eu: Podemos passar em casa primeiro ? quero tomar um banho e trocar essa roupa.
Guinha: Eu topo.
- Chegamos em casa. Deixei a minha mochila em cima do sofá e fui tomar um banho. Desistimos de sair para tomar um café, enquanto tomava banho Guinha preparava para nós um café. Saio do banho, coloco uma roupa confortável e quente ( estava fazendo frio em Sampa ). Guinha estava no sofá me esperando, como quem está esperando para ser entrevistada para uma vaga de emprego. Sobre o centro da sala estava uma duas xicaras de café e um bule pequeno que minha mãe havia me presenteado quando eu tinha me mudado em definitivo para São Paulo. Sentei no sofá, olhei para ela, em seguida olhei para minha casa e pensei;
Eu: Como eu estava com saudades disso aqui!
Guinha: Verdade, você foi para Maceió e depois Maringá. Estávamos com saudades de você.
- Sorri concordando com ela. Peguei a xicara de café, dei um gole e disse:
Eu: Continue com seu pensamento que estava me falando quando estávamos no carro.
Guinha: Onde paramos ? ( Disse ela também tomando um gole do café. )
Eu: Você me disse para eu mudar de fase. Eu me senti em um jogo, se isso ajuda seu pensamento. ( Sorri )
Guinha: Amigo, nos conhecemos a quantos anos ?
Eu: Não sei. 5 ?
Guinha: Desde que eu te conheço. Eu não vi você se relacionando mais com ninguém a não ser o Guilherme. Eu adoro o Guilherme, Igor. Mas vocês já estão separados a dois anos. Amigo, 2 anos! Não são dois meses!
Eu: A maneira que você fala é como se eu estivesse virgem durante esses dois anos, não é bem assim!
Guinha: Amigo, eu sei que você conheceu pessoas depois que vocês se separaram. A muito custo, confesso, mas conheceu. Mas, o problema é que você não se relacionou com nenhuma delas! E não venha me dizer que era porque você não queria ter um relacionamento sério com ninguém, eu acho, veja, é o que eu acho, não tenho certeza, mas...
- Ela deu uma pausa nessa hora, como se não tivesse certeza que queria falar aquilo.
Eu: Fale.
Guinha: Amigo, você sempre esperou pelo Guilherme. Mesmo que inconsciente. Por mais que você não externasse esse sentimento. A impressão que me passa é que você espera encontrar alguém como o Guilherme, nem pior nem melhor, mas igual! Igor, você não dá chance para que as pessoas se aproximem de você, amigo. Tantas pessoas você deixou de conhecer mais afundo, por essa espera tola de que algum dia você e o Guilherme voltem, eu sei que ele foi o seu primeiro caso com um homem, eu sei que antes você namorava mulheres, eu sei que foi o seu relacionamento mais intenso. Mas, eu sei também que as pessoas mudam, e sei também que existe pessoas tão incríveis quanto o Guilherme por ai... Essa pessoa está esperando um Igor, na vida dela... Mas pra isso você tem que se permitir. Não espere por ele, na verdade por ninguém. Deixe a parte bonita da história de vocês guardada com você. Vá viver outras histórias, se permita. Mas, lembre-se pode ser uma coisa muito boa, ou não, mas, é a vida né ? a gente não pode esperar que aquela pessoa seja a pessoa da nossa vida, no mínimo você vai se apaixonar e curtir muito, e se não der certo, bola pra frente. Mas se permita, deixe o passado no lugar dele.
- Quando ela me falou essas coisas, eu prestei tanta atenção que eu ia dar um gole de café e não consegui. As palavras dela me fizeram ficar estático, raciocinando cada letra emitida, e foram surgindo estímulos, e minha ficha estava a beira de um colapso. Sim, ainda.
Eu: porque você não me disse isso antes ?
Guinha: Porque você precisaria ir para Maringá, vê-lo outra vez. Ou você acha que aquela historinha de ver sua família colou ? Claro que você queria ver seus pais, mas você queria mesmo vê-lo. Você estava louco por qualquer oportunidade de falar com ele. E a irmã dele encontrando sua mãe no supermercado e sabendo que vc estaria chegando lá foi a iniciativa perfeita para o que você queria.
- Fiquei calado. Ela leu o enredo como ninguém. Ela sabia exatamente como eu pensava, mesmo que fosse algo inconsciente da minha parte, mas era um inconsciente querendo, vibrando para que algo que eu ainda não tinha formulado em palavras desse certo. Olga estava certa.
Eu: O que tenho que fazer agora ? ( falei com uma voz embargada )
- Ela sorriu tomando o que restava do seu café em um gole. E disse:
Guinha: Parar de ter medo de descobrir novas fronteiras. Saia da sua zona de conforto. Você não é um príncipe que foi prometido para eternidade a uma princesa.
Eu: Ok.
Guinha: Bom, Já estamos conversados. Descanse. Vou dá uma passada no escritório e te espero a tarde.
Eu: Te amo.
Guinha: Eu sei.
- Eu não respondi a mensagem do Duan e nem do Guilherme aquele dia. Eu decidi que eu tinha que me dar uma oportunidade. Mas, não a oportunidade de esquecer o Guilherme, eu queria me dar a oportunidade de não criar expectativas de como seria minha vida intima. Eu queria apensar fazer o que eu quisesse fazer. Se tivesse que ficar por ficar com alguém. Ok. Se tivesse que namorar alguém, ok. Eu sempre disse que não sou um cara de “Sexo casual” porque eu gostava de ter um sentimento por aquela pessoa, o sexo, ele seria a cereja do bolo.
- Passaram-se quatro meses desde que voltei de Maringá, e algumas coisas ocorreram desde então. Eu me mudei para um apartamento um pouco maior, na verdade, não tão grande. Tinha 2 quartos, perto do trabalho e a sala era maior. Eu decidi ter um filho, o nome dele era Lucas. Toda vez que eu almoçava em um restaurante perto do trabalho, encontrava meu futuro filho na calçada, miando. Questionei ao Sr. Francisco ( Dono do restaurante ) se ele tinha dono.
Eu: Alguém cuida dele ?
- Perguntei ao Sr. Francisco entre as gafadas na salada a lá “tropicália” como ele costumava chamar o seu prato que tinha uma variedades de legumes e verduras.
Sr. Francisco: Não, mas a essa hora e a noite ele tá sempre por aqui. A gente alimenta ele.
Eu: Hum... entendi.
- Respondi em tom comedido.
Sr. Francisco: Você deveria levar ele.
Eu: Pra onde ?
- Respondi surpreso.
Sr. Francisco: Pra sua casa, você me disse que morava sozinho.
- Sorri pra ele, e disse que ia ficar de pensar sobre o assunto, mas falei que era praticamente impossível, já que os gatos não gostavam muito de mim. Ficamos conversando mais um pouco e resolvi que iria tentar criar o até então Lucas. Ele era meu mais novo inquilino, digo, filho.
- Antes de entrar em Junho recebo uma ligação, era um sábado, por volta de 14:00 da tarde. Fiquei surpreso quando vi o nome da pessoa que me ligava, resolvi atender.
Eu: Oi
- Falei em tom de surpresa...
Duan: Oi seu sumido mais estranho do mundo.
Eu: Hahaha... você tem razão, sou sim. Me desculpe.
Duan: Como você está ?
Eu: Estou bem, e você.
Duan: Bem também, só um pouco triste que você nunca respondeu a minha mensagem, então, resolvi deixar você em paz, mas, como sou atrevido, resolvi dar o ar da graça.
Eu: Realmente peço desculpas por isso, é que o tempo foi passando, muita coisa pra fazer no trabalho...
Duan:... E você esqueceu de me responder.
- Falou ele me cortando.
Eu: Não, não. Eu até lembrei, mas passou uns dias e fiquei com vergonha de responder. Não teria nem desculpas pra isso.
Duan: É, tô vendo.
- Ficamos uns segundos em silencio na linha, quando a sua risada quebrou todo o desconforto.
Duan: Eu te perdoo. Mas, com uma condição.
Eu: E qual seria ela?
Duan: Que você me pague uma bebida.
Eu: Eita, ok. Prometo. Só acho que vou demorar para visitar meus pais de novo. Ou quando você vier a São Paulo.
Duan: Ótimo, você me pega as 20:00 ou prefere mais cedo? As 19:00 talvez ?
Eu: Oi ? Como assim ? Perai... Você tá aqui em Sampa.
Duan: Sim, estou. ( Falou ele rindo )
Eu: Então isso tudo foi armado ?
Duan: Milimetricamente armado. Mas, a base da boa vontade.
Eu: Seu safado.
Duan: Então, tudo certo mais tarde ?
Eu: Tá, claro. Não tenho nada pra fazer mesmo.
Duan: Bom saber que sou um peso morto.
Eu: Ei, calma, não foi isso que quis dizer...
Duan: Eu sei seu bobo. Olha, eu vou te passar por mensagem a minha localização, ok ?
Eu: Ok. Te pego as 19:00
Duan: Ok, até mais Igor.
Eu: Até mais Duan.
- Pra ser bem sincero, eu não pensava do Duan. É um cara interessante, inteligente, bonito e tantos outros adjetivos. Mas, eu acho que naquele momento ( em que o conheci ) tinha tanta coisa acontecendo na minha vida, projetos para colocar em pratica, novas ideias, E eu, que estava aprendendo a lidar comigo mesmo... eu estava em um processo interno muito grande, mas, longe de sofrimentos ou magoas. Foi um processo interno bem intenso, mas, leve. Resolvi me encontrar com ele porque já havia passado alguns meses e eu estava bem. Bem que eu digo é, sem passado, sem arestas, sem paginas dobradas. Eu estava novo em folha.
- Por volta das 18:30 saio de casa, coloco comida e água para o Lucas e deixo o som ligado no volume baixo, sempre achei que o Lucas adorava meu setlist, ele ficava mais dócil. Aquele inicio de noite de sábado estava um caos em São Paulo, não costumo sair de casa no sábado, prefiro as sextas feiras, mas, estava disposto a enfrentar a tirania do transito paulista. Chego uns 10 minutos atrasado, ele estava hospedado no Radisson, e estava em frente ao hotel a minha espera. O cabelo dele estava diferente, ele estava de óculos, uma jaqueta manga fina convencional e uma calça chino, ele estava bem casual, o que mostrava que sua proposta era algo light, ótimo, era a minha proposta também. Paro o carro espero ele descer as escadas e baixo o vidro do carro, para que ele percebesse que era eu. Ele se aproxima chega perto da janela e fala;
Duan: Quase cancelei minha viagem.
Eu: Desculpa, o transito tá horrível, ainda aceita sair ?
- Ele dá um sorriso pra mim e fala;
Duan: É óbvio a conta de hoje é sua!
- Ele entra no carro nos olhamos, eu apertei sua mão... continuamos nos olhando e não emitimos nenhuma palavra... Estranho, ele estava diferente, a energia estava diferente, ele me parecia mais seguro, mais confiante, menos fragilizado. Quebrei o silencio.
Eu: Você parece bem
Duan: Eu estou ( olhou pra mim acenando com a cabeça e sorrindo )
Eu: Que bom ( sorri de volta ) Vamos ?
Duan: Vamos.
- No caminho até chegar no local, conversamos um pouco...
Duan: Você está mais forte! ( alertou ele )
Eu: É, estou né, prefiro assim...
- falei sem dar muita ênfase.
Duan: Você fica bem de qualquer jeito.
Eu: Para que eu só vou pagar o role de hoje!
- Rimos...
Eu: E você, namorando ? está diferente, mais bonito, se é que é possível...
Duan: Estou a mesma coisa. Talvez você só tenha reparado agora...
Eu: É, talvez. ( falei sem graça )
Duan: Estou solteiro. Muita coisa pra fazer, estou meio sem tempo para um relacionamento, mas, quando é a pessoa certa, quem sabe.
Eu: Pois é, ser adulto é complicado...
- Resolvi não argumentar sobre “ a pessoa certa “
Duan: E você ? como esta nessa cidade louca ? muito trabalho ? namorando ?
Eu: Estou trabalhando muito nessa cidade louca, graças a Deus. E continuo solteiro...
Duan: Ainda ? Mas, qual é seu problema ?
Eu: Talvez o mesmo que o seu... Esperando a pessoa certa.
- Estava tocando uma música no rádio que se chamava, “ Na hora de amar” ( Fui procurar porque a letra é bonita e foi importante para entender o próximo momento )
Duan: Talvez não precise esperar, só deixar rolar, fluir... sabe como é né...
Eu: Não, não sei.
Eu: Você gosta dessas músicas ?
Duan: Sim, mas eu posso mudar se quiser...
Eu: Não não, é bonita.
- Acho que a letra da música estimulou ele para me perguntar a próxima pergunta, que eu sei que seria inevitável na noite, cedo ou tarde.
Duan: E o Guilherme ?
*** CONTINUA***Boa noite, amigos. Quero primeiramente me desculpar por não ter cumprido o prazo. Como aqui não é uma empresa, não pude pedir para o prazo ser estendido, de modo que tive que fazê-lo sem o conhecimento e consentimento de vocês. Por isso, me perdoem. Segundo, eu iria demorar até mais tempo para postar, porque ainda falta MUITA coisa, minha meta, por isso terá que ser ultrapassada. Imaginei 25 postagens, mas será 26. Tento não me ater muito aos detalhes, mas se torna impossível. Pra finalizar, não vou prometer quando será DE FATO a ultima postagem, mas me sinto compromissado a postar o mais rápido possível para vocês. Então prometo que irei me empenhar em postar até o próximo domingo. Um carinhoso abraço a todos. Fiquem bem.