O noivo da minha prima

Um conto erótico de Discreto
Categoria: Homossexual
Contém 2060 palavras
Data: 25/10/2019 01:50:59
Assuntos: Gay, Homossexual

Eu não planejei que isso acontecesse. Não foi como se eu premeditasse e arquitetasse detalhadamente. Mas aconteceu. Eu transei com o noivo da minha prima. Mais de uma vez. Mais de duas. Até perdermos as contas.

Há dois anos os dois se casaram e foi aí que tudo começou.

A festa muito requintada aconteceu em um buffet super chique da cidade. Minha prima é por parte da família da minha mãe e todos são ricos. Ela tinha conhecido o então noivo na faculdade de medicina e após formados os dois comemoravam o sucesso na carreira e no amor já que tinham tudo pra dar certo. Eram mesmo muito bonitos. Um casal jovem e brilhante, que exala vigor e alegria.

Não era que Bernardo — esse é o nome do infeliz — fosse o típico boa pinta mulherengo que trai a esposa. Eu o conhecia desde minha pré-adolescência. Não era que fôssemos íntimos até porque minha família é só de se encontrar esporadicamente, num evento de fim de ano ou algo cerimonioso como o casamento da minha prima com o Bernardo.

A memória mais distante que tenho dele, antes do que aconteceu, é de ele me ensinando como se jogava PlayStation. Eu era um menino tímido de treze anos, ainda não pensava em me assumir pra família e mesmo que não tivesse interesse algum em videogame fingi interesse e ficamos os dois jogando na sala. Ele e minha prima ainda estavam começando o namorado. Quem diria que dez anos depois eu acabaria cometendo tamanha filhadaputagem com ela.

O que não para de me atormentar, além da culpa é claro, é o que um cara como o Bernardo viu em mim. Quero dizer, ele e a minha prima tem muito mais em comum. São de famílias tradicionais, estudaram em escolas caras, são caucasianos e religiosos. Eu no entanto, sou da parte da família onde as pessoas trocam a graduação por um trabalho medíocre que dê pra sustentar o filho recém gerado de uma gravidez indesejada, antes de se chegar aos vinte. Minha sorte que nasci gay e não mulher, senão tinha terminado como a minha outra prima que agora espera pelo quarto filho de um outro cara diferente.

Outra coisa estranha. Tudo aconteceu muito de repente. Minha história suja com o desgraçado do Bernardo não começou aos poucos. Não. Não foi como se naquele dia em que o conheci jogando videogame uma faísca entre nós se acendeu. Naquela época eu era muito reprimido e não me permitia pensar em homens mesmo que fosse atraentes. Também não lembro de ter uma libido tão aguçada como eu tenho hoje e não tinha o mesmo olhar pro mesmo sexo como atualmente. Bernardo naquela primeira impressão passou tão despercebido como um anúncio antes de um vídeo ou uma chamada da operadora que a gente ignora na primeira oportunidade.

Foi assim que aconteceu:

A cerimônia na igreja tinha terminado. Foi tudo muito chato porque aquele ritual demorou horas já que minha prima tinha atrasado e muito na maquiagem, deixando todos os convidados muito desconfortáveis entre abanar o calor da capela mal ventilada com os papeizinhos do roteiro da cerimônia e a fome que começava a brotar nas barrigas de todos. Partimos todos para o buffet após a troca de votos e lá tudo foi perfeitamente normal durante as quase nove horas de festa seguidas.

Pra mim tudo tinha sido muito morno já que não conhecia ninguém mais do que meus pais minhas tias e avôs que estavam na mesa. Paquerei com os drinks servidos, mas minha mãe me encarava como se eu estivesse rasgando o vestido da noiva ou coisa parecida, então preferi deixar por isso mesmo.

Dancei um pouco, observei os amigos dos noivos se embriagarem e alguns se esfregarem no jardim do recinto e quando cansei de ficar vendo os outros se divertirem me dei por vencido e voltei a atacar os quitutes na mesa.

Tudo tinha acabado.

As luzes se acenderam, a escuridão intercortada por feixos de luzes artificiais da danceteria tinham dado lugar a uma luz branca que não era nada convidativa. Minha prima sorria com algumas amigas e alguns rapazes conversavam com Bernardo também.

— Vá se despedir da sua prima e do noivo dela — minha mãe indicou com a cabeça na direção deles.

— Vou no banheiro antes.

— Você sempre deixa pra fazer essas coisas de última hora, Plínio!

Apressei o passo até o banheiro, a fim de ir logo pra casa e descansar.

No banheiro mijei por um bom tempo e já podia sentir minha família impaciente a me esperar. Eu não podia evitar a minha má sorte em sempre ocorrer algum imprevisto antes de ir embora.

Observei meu reflexo no espelho e vi um garoto de 23 anos, com uma barriguinha saliente na camisa social branca. Mas em contrapartida uma retaguarda avantajada se fazia presente na calça social e logo depois de me fitar corri para o salão.

Mas nada da minha família.

Corri para o estacionamento, mas não vi o carro do meu pai. Desorientado e envergonhado por não conhecer ninguém voltei ao salão principal. Lá alguns amigos dos noivos conversavam sem pressa de ir embora e eu me aproximei, tímido e sem jeito.

— Titia estava com pressa por causa das varizes — minha prima explicou. — Eu disse que te levaria em casa. Na ida pra casa passamos por lá de qualquer jeito.

Assenti sem graça já que queria ir logo, mas fingi naturalidade e sentei numa das cadeiras do buffet.

O pessoal realmente parecia não ter pressa e eu fingi estar ocupado num celular sem internet e com a bateria a poucos minutos de acabar. Passeava pela galeria já tão conhecida por mim, mas por fora podia-se jurar que era mais um jovem rapaz a teclar com amigos via Whatsapp ou algum aplicativo do tipo.

— Plínio!

A voz da minha prima ecoou pelo salão.

— Eu e o Bernardo temos um vôo ainda pela manhã pra pegar. O Bernardo só vai passar rapidinho na casa da mamãe pra pegar uma mala minha com umas roupas, tá? — ela sorriu como se eu tivesse escolha. — Depois ele te deixa em casa.

— Sem problema — respondi tentando simular compreensão.

Ao entrar no carro senti uma sensação estranha. Bernardo apesar se popular não era de mjitas palavras, ao menos não comigo. O que diabos ficaríamos falando num trajeto até a casa da sogra e depois até a minha? Prevendo o futuro silêncio constrangedor rangi os dentes e me preparei pro pior.

— Se divertiu?

A voz descontraída de Bernardo me surpreendeu.

—S-Sim — respondi desejando parecer menos idiota.

—Te vi dançando — fez-se uma pausa. — Bebeu muito?

Forcei uma risada educada.

— Não — foi o que consegui responder. Não sabia o que era pior. Ficar o trajeto todo em silêncio ou de fato ter que manter uma conversa de fato.

Outra pausa.

— Muito louco isso de... de se casar — Bernardo recomeçou de repente. Suspirei sentindo o desconforto fazer morada naquele carro. — Você não planeja, sabe? Na verdade nem espera e quando vê, pronto. Aconteceu.

— É verdade — minha voz não podia soar mais mecânica.

— Eu não sei o que faria sem a sua prima, você sabe — de repente Bernardo volta-se a mim por um instante. — Desde moleque você acompanhou nós dois, não foi?

Ele sorri virando-se novamente a mim esperando por uma aprovação.

— É, sim...

— Eu espero fazê-la feliz. Você se sente um homem completo quando passa por essas coisas, sabe Plínio? São etapas. Primeiro... primeiro vem a faculdade... A faculdade, sabe? Você se dedica por anos, dá o melhor de si e quando percebe... Foi mais uma etapa da vida completada. Então eu conheci o amor da minha vida e... Você sabe, né? A gente não escolhe essas coisas, elas acontecem. Foi assim comigo e com sua prima. Você sabe, acompanhou nosso namoro desde moleque. Não foi?

Bernardo estava bêbado. Ele era discreto até mesmo embriagado. Era na voz vacilante ali, nas repetições acolá que dava pra perceber. Não temi caso fôssemos parados por alguma blitz já que Bernardo convencia pelo porte e pelo polimento. Apesar de ter provavelmente entornado algumas garrafas de uísque ainda mantinha o cabelo intacto, o terno sem manchas de bebida e seu corpo exalava ainda uma fragrância boa masculina. Enquanto falava eu observava a figura daquele homem que não fazia nada meu tipo, mas que era inegavelmente muito bonito.

— Espera um pouco... —Bernardo de repente franze o cenho. — Aonde é que eu tô indo mesmo?

—Bernardo você tem que buscar a mala na casa da tia e depois me deixar em casa!

Fazia algum tempo que rodávamos pelas ruas na madrugada e eu devia ter interrompido o papo furado há muito tempo. Dali em diante eu ficaria mais atento. Faltava pouco pro nascer do sol.

—Bernardo vai devagar!

O carro arrancava a toda e logo meus nervos afloravam. Insistia pra que ele diminuísse a velocidade, mas Bernardo parecia se divertir do meu terror. Atravessamos algumas ruas, passamos por alguns sinais vermelhos e embora tudo estivesse inabitado devido ao horário não se podia duvidar de que outro irresponsável pudesse aparecer de súbito e o pior acontecer.

Até que o carro freiou bruscamente.

— Mas que merda, Bernardo! O que está fazen...

E então ele começou a vomitar.

— Não! Não! Põe a cabeça pra fora da janela! Meu Deus que nojo!

Avancei em sua direção e abrindo o vidro posicionei a cabeça dele pro lado de fora. Naquele momento estava eu investido sobre Bernardo, segurando o rosto dele contra a janela e ele de olhos fechados a vomitar.

— Acabou?

Mas ele não respondeu. Ficou imóvel respirando meio ofegante ainda de olhos fechados. Então quando dei por mim vi que estávamos a uma distância invisível e que segurava o rosto dele com as duas mãos. Nossos rostos estavam praticamente colados e felizmente o vômito não tinha alcançado o banco do carro. Incrivelmente, Bernardo não possuía nenhum resquício de gorfo nos lábios. Foi aí que senti um calor me invadir o íntimo e algo dentro de mim desejou beijá-lo na boca.

Como se lesse meus pensamentos Bernardo abriu os olhos.

— Pensou que eu fosse te sujar, não é?

E começou a rir desesperadamente. A gargalhar.

— Seu idiota! Você quase matou a gente dirigindo daquele jeito!

— Ficou com medinho!

E então Bernardo começou a repetir essa ultima sentença afinando a voz e repetidas vezes até que comecei a dar tapas em seu peito. Ele se divertia e eu continuava a dar tapas até que ele segurou minhas mãos me interrompendo e eu senti o calor das palmas dele. Ele sorria, mas agora eu o observava, sério.

E então tudo seguiu ao mesmo tempo de uma maneira rápida e vagarosa.

Eu me inclinei na direção do quadril dele. Bernardo desabotoou a calça e um pênis mole e flácido se fez presente na escuridão do carro. Chupei o membro dele que era tão bonito quanto ele e nós dois ficamos em silêncio. Apenas o barulho da minha boca em contato com o pênis dele e a respiração de Bernardo que começava a ficar ofegante. Quando dei por mim aquele órgão antes menor e molengo deu lugar a um membro três vezes maior e mais grosso, pulsante como se tivesse vida própria.

Tomado pelo meus instintos mais animalescos prossegui com a melhor chupada que dei na vida e Bernardo suspirava de prazer. Podia jurar que ele iria falar alguma coisa, mas o que estávamos fazendo era errado demais para sequer proferirmos qualquer palavra. E mesmo assim era tão gostoso.

Podia sentir também meu próprio pênis ainda mais duro que o dele, meu corpo quente e um tremor que vinha do peito e se estendia por toda a extensão do meu ser. Eu não podia acreditar. Lá estava eu, chupando o noivo da minha prima de sangue, horas depois dos dois terem se casado.

Bernardo então se ergueu do banco. Começou a ele próprio se tocar e não demorou muito pra que um líquido gelatinoso escorresse pela minha cara. Bernardo tinha gozado em mim, mais precisamente na minha bochecha esquerda e então tudo tinha acabado.

— Tem lenço umedecido no porta-luvas.

Me limpei e seguimos os dois mudos o caminho todo.

Quando Bernardo me deixou em casa não tive coragem de olhar pra ele e sequer me despedir.

Naquela noite não consegui dormir. Não me cabia na cabeça a ideia do que eu e Bernardo tínhamos feito.

Mal eu sabia que aquele era somente o começo de tudo.

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Comentários

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Gente, o que será que esses dois aprontaram???

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faz tempo que não leio algo tão bem escrito aqui

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Gostei da discrição dos fatos até chegar a parte do oral kkkk foi tudo tão rápido

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UM COMEÇO SUPER INTERESSANTE. MUITO PROVAVELMENTE BERNARDO JÁ ESTAVA DE OLHO EM PLÍNIO HÁ ALGUM TEMPO. VEREMOS... BENDITA HORA QUE SEUS PAIS FORAM EMBORA E TE DEIXOU NA FESTA. APROVEITOU A FESTA E O AGORA MARIDO DE SUA PRIMA. PERCEBI UM ATO FALHO DE PLÍNIO. SE REFERINDOA BERNARDO COMO NAMORADO DE SUA PRIMA QUANDO NA VERDADE BERNARDO JÁ ESTAVA CASADO COM SUA PRIMA. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSS TALVEZ PLÍNIO DESEJASSE QUE BERNARDO AINDA ESTIVESSE SOLTEIRO.

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