MOTORISTA DE UBER – Parte 01
Fazia tempos que Antônio não tomava uma cervejada, como naquela noite. Andava meio chateado. Nos tantos anos de policial federal, nunca lhe haviam dado uma missão importante sequer. Só entrava em ação quando localizavam o padre assassino e passavam a perseguir o grupo composto pela médica Maria Bauer, sua ex-amante; pela madre superiora e pelo perigoso ex-padre assassino. Depois que Santo passou a ser motorista do grupo formado pelo homenina Cassandra, sua linda irmã morena, o barman careca e parrudo e sua sobrinha médica e mulata, e, por último, o negrão Percival, que o velho motorista boxeador tinha sido colocado de lado. Ressentia-se da falta de ação e confiança dos companheiros.
Saíra de casa disposto a tomar todas. Por isso, não estava de carro. Pagou a conta e pediu um Uber. Demorou a completar o pedido de corrida. Enquanto esperava, deu uma olhada no relógio do celular: ia dar uma hora da madrugada. O aparelho fez o som característico de que alguém havia atendido seu chamado pelo aplicativo. Sorriu, quando viu a foto do condutor em sua tela do aparelho: tratava-se de uma mulher.
O veículo de aluguel não demorou muito a chegar. O bar já recolhia as mesas e cadeiras, pronto para fechar. A mulher encostou o carro perto do coroa que tinha o celular na mão, olhando-o desconfiada. Ele abriu a porta de trás e entrou, sentando-se no banco estofado. Quando fechou a porta, ela exigiu:
- Por favor, senhor, venha sentar-se ao meu lado. Não quero ninguém atrás de mim.
Antônio não se fez de rogado: tornou a sair do carro e entrou pela porta da frente. Sentou-se ao lado dela. Ela o olhou da cabeça aos pés. Quando ele fechou a porta, ela perguntou:
- Para onde, senhor?
- Para o próximo bar aberto. Este já está cerrando suas portas e pretendo continuar tomando minhas cervejas.
- Terá que completar o endereço de destino, senhor. O que preencheu, ficou vago.
- Tome meu aparelho celular e faça isso, por favor. Não tenho muitas intimidades com o aplicativo. Pouco o uso.
Ela esteve indecisa, depois pegou o celular de suas mãos. Teclou rapidamente e devolveu o aparelho para ele. Deu um longo suspiro, como se estivesse desfazendo a tensão, depois fez a manobra no carro. Ele perguntou:
- Algum problema, senhora?
Ela demorou a responder:
- Por que a pergunta?
- Noto que está tensa. Aconteceu alguma coisa?
Mais uma vez ela demorou a responder-lhe. Disse, finalmente:
- Desculpe. Acabei de passar por uma situação constrangedora: peguei um passageiro num bairro nobre do Recife e o cara sentou-se aí atrás, numa posição que não dava para vê-lo através do espelho retrovisor interno. Pedi que se deslocasse para a direita, de modo a ficar no meu campo de visão, mas ele fez que não me ouviu. Quando me voltei, para repetir o obséquio, vi que o sujeito estava se masturbando. Pedi que descesse do carro, mas ele disse ser policial. Afirmou que, se eu estivesse incomodada, que o levasse à próxima delegacia.
Ela interrompeu o que dizia para chorar. O coroa esperou que se recompusesse. Depois, perguntou:
- E daí?
Ela respirou fundo. Enxugou as lágrimas e continuou:
- Daí que fui ridicularizada, quando o levei à primeira delegacia que encontrei no caminho. O cara parecia conhecer todos os policiais de lá e tiraram o maior sarro da minha cara. O filho da puta ainda ficou o tempo todo de bilola melecada para fora da braguilha, pois tinha se masturbado até gozar. Envergonhada, saí de lá me tremendo de raiva. Foi quando recebi o chamado para fazer esta viagem. Perdoe-me, mas ainda estou toda me tremendo.
Antônio olhou em direção às suas pernas. Ela usava uma saia jeans curta, mostrando um belo par de coxas grossas. O policial federal sentiu seu pau crescer. Mas respirou fundo e perguntou:
- Por quê rodar a essa hora da noite?
- Eu estou passando por um período ruim da minha vida. Sou recém-separada. Meu marido levou embora tudo que tínhamos, inclusive um dinheiro que eu guardava na conta do banco.
- Conta conjunta?
- Que nada. Mas ele é policial, sabe uns truques para limpar a conta dos outros.
- Ele trabalha na mesma delegacia onde você levou o cliente tarado?
- Não. Por que pergunta isso?
- Nada, nada. Onde está me levando? Não conheço nenhum bar nesta área.
- Pois eu conheço. É um barzinho novo, de uma amiga minha. Não se preocupe. Vai ser bem tratado, lá. Se não se incomodar, vou tomar uns copos com o senhor. Estou muito nervosa. Não me convém continuar trabalhando assim.
- E o carro?
- Deixo-o lá, por hoje. Pego outra condução para voltar para casa.
O bar era bem arrumadinho. Pequeno e limpo. Não havia muitas pessoas bebendo lá, talvez por causa do adiantado das horas. A motorista de saia curta pegou Antônio pela mão e caminhou resoluta em direção a uma morena bonitona que usava um avental de garçonete. Quando a viu, esta veio ao seu encontro, sorridente. Saudou:
- Salve, Lúcia! O que faz por aqui a essa hora, mulher?
- Oi, Raiana. Trouxe um amigo para tomarmos umas. Larguei. Por hoje, chega. Dia ruim, entende?
- Como é teu nome? – Perguntou a garçonete, sem ligar para o que a outra dizia, agora apertando a mão do coroa. Este se apresentou:
- Sou Antônio, senhora. Espero que tenha cervejas geladas, pois estamos com sede.
Enquanto o motorista e agente federal pedia um cardápio à bela amiga de Lúcia, a motorista de Uber olhava em volta. Parecia procurar alguém. A outra disse:
- Não, ele não veio hoje, graças a Deus. Mas, ontem, estava por aqui e só saiu quando fechei o bar. Cabra safado.
- A quem se referem? – Perguntou o coroa.
- Ao meu ex-marido – Respondeu Lúcia. - Depois que se separou de mim, vive dando em cima da Raiana. Aproveita que ela é viúva e não tem quem a defenda.
Pediram as cervejas, uns tira-gostos e foram bem servidos. A amiga de Lúcia não tirava os olhos do coroa, mesmo estando ocupada em atender outros clientes. A clientela, no entanto, estava reduzida a três mesas ocupadas, afora a que Antônio estava bebendo. A conversa estava bem animada e a motorista de Uber parecia já estar ficando bicada. Numa das vezes que se levantou para ir ao banheiro, cambaleou visivelmente. Raiana aproximou-se do coroa e disse:
- Vai levar minha amiga em casa? Ela já está embriagada.
- Ela mora perto?
- Não. Mas eu moro. Podemos ir para minha casa. Lá, você continua a tomar tuas cervejas. Aproveito para tomar umas, também. Já, já estarei fechando aqui.
Antônio olhou melhor para a garçonete. Ela era bonita, tinha as pernas tão grossas quanto as da motorista que o levara até ali e, se aquilo não fosse uma cantada, ele se danasse. O sorriso dela não lhe deixava nenhuma dúvida. Ele também sorriu. Mas aí, antes que respondesse à atendente, um carro freou com alarde do outro lado da rua. Dele, desceram dois caras. A garçonete ficou pálida. Cochichou:
- É o ex-marido de Lúcia. Ele não pode saber que ela está aqui. Por favor, vá avisá-la lá no banheiro e saiam pelos fundos. Tome, pegue a chave do meu apê. Ela sabe onde fica. Assim que fechar aqui, chego lá.
Antônio não se moveu. Olhava para a dupla, que se aproximava deles. A garçonete insistiu:
- Depressa, moço, antes que ele provoque uma briga contigo.
O coroa continuou sem se mover. Também não pegou a chave que lhe era estendida. Esperou a dupla chegar bem perto. O mais parrudo perguntou:
- Quem é o otário aí, Raiana?
- É um cliente. Está pagando a conta para ir embora – Mentiu ela.
- Pegue teu troco e lavra logo, coroa. Quero ter uma conversa com essa catraia.
Antônio olhava para ele com um sorriso zombeteiro. Escutou:
- Está surdo, coroa? Vá-se embora, antes que eu te dê umas porradas.
- Você e mais quantos? – Perguntou o agente federal, sem se alterar.
O fortão estava pasmo. O seu companheiro, mais jovem, adiantou-se e espalmou as duas mãos no peito de Antônio, disposto a empurrá-lo com força. Esperava que o coroa fosse projetado longe. Encontrou, no entanto, uma pesada rocha fincada diante de si. Antônio não arredou um milímetro sequer. Porém, num movimento rápido, segurou dois dedos da mão do cara e torceu-os para trás. O sujeito deu um berro. Os dedos foram quebrados. Foi quando o ex-marido da motorista de Uber investiu contra o coroa, sem saber que ele era um hábil lutador de boxe. Levou um murro potente no nariz que o arremessou longe. O cara teve o septo espatifado e não se levantou mais. O dos dedos quebrados olhava para o coroa, estupefato. Antônio perguntou:
- Vai correr para o carro ou quer ter a mesma sorte do teu namorado?
Ao ouvir a afronta, o sujeito, que devia ter uns trinta e poucos anos, partiu para cima de Antônio, mesmo com a mão contundida. Levou um potente murro no estômago. Ficou roxo. Desabou sem dar um gemido.
- Uau, você é bom. Boxeador? – Aplaudiu a garçonete morena boazuda.
- Ex. Estou fora de forma.
Dois sujeitos que estavam bebendo numa mesa perto vieram cumprimentar o coroa. Apertaram sua mão, elogiando a destreza do velho. Antônio perguntou:
- Qual de vocês dirige? Preciso que botem esses dois no carro que vieram e os deixem em qualquer lugar longe daqui. Não se preocupem: não acordarão tão cedo.
- Coloquem os dois no carro que eu mesma os levo para longe – Afirmou a garçonete. Depois, volto. Você toma conta do bar, enquanto isso.
Pouco depois, a morena retornava de táxi. Acertou-se com o motorista e se aproximou do casal, toda sorridente. Lúcia já havia retornado do banheiro e parecia que havia vomitado muito por lá. Estava visivelmente embriagada. Raiana perguntou:
- Ela sabe?
- Não. Não quis lhe dizer. Estava te esperando para a levarmos para casa. Ninguém deve mais nada. Pagaram todas as contas em aberto que você deixou comigo.
- Ótimo. Vou avisar aos rapazes, que nos ajudaram a retirar os dois daqui, que quero fechar. Assim que saírem, iremos embora. Tenho uma grade de cervejas geladíssimas em casa.
Não tomaram um copo, sequer. Nem bem chegaram na casa da dona do bar, essa se atracou com o coroa. Beijou-o ardentemente. Levou a mão ao caralho dele, por cima da calça, enquanto o beijava. Ficou entusiasmada com o tamanho da peia do cara. Despiu-o com urgência. Fez o enorme caralho saltar da cueca branca que ele usava. A garçonete ia se agachar, para chupar seu cacete, mas ele tinha outras intenções. Virou-a de costas para si e pincelou a glande nas pregas dela. Ela gemeu de tesão. Haviam deitado Lúcia na cama e esta estava atravessada, ocupando todo o leito. Raiana puxou Antônio para o sofá. Tirou toda a roupa com urgência e deitou-se no braço estofado, ficando de bunda empinada. Lúcia gemeu, lá na cama, como se sentisse a estocada que o pugilista deu no cu da morena, introduzindo metade do enorme caralho no ânus dela. Raiana arreganhou a bunda com as duas mãos. Ele enfiou o resto da trolha. Ela fechou os olhos e pediu que ele a enrabasse sem pena. Era só o que o velho agente da Polícia Federal queria ouvir.
FIM DA PRIMEIRA PARTE.