Nosso Amor, Meu Destino (Kim) - Cap. 6

Um conto erótico de GuiiDuque
Categoria: Homossexual
Contém 5100 palavras
Data: 29/10/2019 02:50:09

~ continuando ~

-

Acordei no dia seguinte morto de preguiça de abrir os olhos, mas acabei lembrando onde estava e porque. Olhei para o outro lado da cama, mas Higor não estava mais lá, então tomei meu tempo para levantar, me espreguiçando devagar, rolando de um lado pro outro da cama, até que me sentei. O arrependimento logo veio, pois senti tudo girar e um enjôo me abater, ótimo... minha primeira ressaca. Respirei fundo algumas vezes e tomei coragem pra sair da cama, o chão estava gelado. Andei devagar até a porta do quarto e coloquei só a cabeça para fora, me deparando com o corredor vazio. Chamei por Higor baixinho, mas não obtive resposta, então fui correndo até o banheiro, com medo de dar de cara com os pais dele no caminho. Lavei o rosto e improvisei uma escova de dente com o dedo, voltando para o quarto em seguida. Ao entrar vi Higor parado com um prato e um copo na mão.

H: Achei que você tinha fugido...

K: Eu estava no banheiro.

H: Ah. Aqui... trouxe pra você.

Ele me estendeu um prato com duas torradas com manteiga e uma fatia de melão, junto com um copo de leite com chocolate. Reparei que no prato havia um comprimidinho, que ele se apressou a explicar.

H: É uma aspirina... Imaginei que você fosse estar com dor de cabeça. Come um pouco e depois toma ela.

K: Obrigado.

Peguei o prato e sentei na cama, dando uma mordida em uma das torradas e reparando que eu estava mesmo com fome, apesar do leve enjôo. Higor se sentou também e ficou me olhando. Ofereci a outra torrada que estava no prato.

K: Não vai comer?

H: Eu tomei café com a minha mãe. Esse é só seu.

K: Ela já sabe que eu estou aqui?

H: Sim, falei pra ela.

Terminei de comer e tomei o remédio sob seu olhar atento. Coloquei o prato e o copo sobre a mesinha de cabeceira e sentei de frente pra ele. Ficamos nos olhando por um tempo, até que ele fez uma carinha triste e eu perguntei o que estava havendo. Higor tocou de leve minha boca, no local machucado.

H: Não era pra ter sido assim, Kim...

K: É, mas agora não tem mais como mudar.

Ele se aproximou devagarzinho de mim, encostando seu nariz no meu enquanto nos olhávamos. Higor esfregou nossos narizes, me dando um beijinho de esquimó, fazendo com que nós dois ríssemos. Então ele beijou a minha boca com cuidado sobre o corte. Fechei os olhos, sentindo todo o meu corpo se arrepiar quando ele chupou de leve meu lábio e comecei a corresponder. Ficamos nesse carinho por algum tempo, até que senti sua língua em meus lábios. Dei passagem, sentindo-a acariciar minha boca por dentro, explorando com calma, até finalmente tocar a minha, que ainda estava parada, encorajando-me a mexê-la. Era tão macia, tinha gosto de frutas e fazia com que meu corpo inteiro reagisse a ela. Minha vontade era de ter mais e mais daquilo, e tentando aprofundar o beijo, abracei com força seu pescoço e o beijei com mais vontade, até que ele gemeu de dor.

H: Ai!

K: Desculpa! Desculpa! Esqueci do machucado.

H: Tudo bem... Dá beijinho que passa.

Disse sorrindo maroto. Fiz um carinho em seu rosto, olhando para a mancha roxa e inchada que chegava a cobrir um pedaço de sua bochecha. Dei alguns beijinhos ali e me afastei.

K: O que foi que você disse a sua mãe sobre isso?

H: A verdade... Que um cara mexeu com você e eu fui ajudar, acabei numa briga.

K: Ela deve me achar um encrenqueiro agora...

H: Claro que não, gatinho. Ela vai te adorar quando te conhecer! Agora vem aqui, vem...

Higor segurou minha nuca e me puxou para outro beijo, calmo como o primeiro. Era tão gostoso... Principalmente somado à sensação de sua mão fria entrando por baixo de minha camisa e tocando a pele de minhas costas, que estava quente, fazendo carinhos circulares e me causando arrepios. Aos poucos ele foi se inclinando sobre mim, fazendo com que eu me deitasse em sua cama e repousando seu corpo sobre o meu, sem desgrudar nossas bocas. Seu peso sobre mim dificultava levemente minha respiração, mas aquele era apenas um detalhe comparado à satisfação que sentia por ter o calor de seu corpo inteiro sobre o meu. Ficamos daquela forma, nos beijando por um longo tempo, até que ele se afastou um pouco, deitando de lado na cama e acariciando meus cabelos.

H: Isso é muito bom... Quis te beijar desde a primeira vez que te vi. Você beija muito bem, gatinho.

K: Ah, para Higor! Está falando isso só pra me zoar porque eu nunca tinha beijado ninguém!

H: E o cara da boate?

K: Aquilo não conta...

H: Verdade... Aquele idiota não sabe o que é beijar. Tem que saber chegar...

Disse se aproximando novamente.

H: Tem que saber seduzir...

Olhou nos meus olhos e deu um sorriso de canto.

H: Saber instigar...

Passou seus lábios pelos meus devagarzinho.

H: Saber inovar sem machucar...

Deu leves mordidinhas no meu lábio inferior.

H: Saber pegar...

Segurou firme em minha cintura.

H: E depois aproveitar a conquista.

E finalmente me beijou com vontade, tirando o restinho de ar que ainda me sobrava. Quando ele me soltou eu sentia meu rosto queimar e minha cabeça girar. Ainda bem que estava deitado, ou teria tido dificuldades em ficar de pé, tenho certeza. Ele riu da minha cara abobalhada e se sentou, me trazendo junto.

H: Acho melhor você ir pra casa, Kim. Sua mãe deve estar preocupada.

K: Não se preocupe, ela não ia se importar se eu sumisse. Acho até que é o que ela mais deseja...

H: Que besteira essa que você tá falando, Kim! O que foi que aconteceu pra você estar pensando assim?

Respirei fundo e passamos as duas horas seguintes conversando. Resolvi contar tudo, sobre minha mãe, minha infância e até sobre o Rapha. Higor se mostrou indignado com o comportamento da minha mãe, algumas vezes até com raiva. Mas foi quando falei de Rapha que ele pareceu ficar inquieto, torcendo as mãos durante todo o meu relato.

H: Kim... porque você não me contou isso tudo antes? Eu podia ter te ajudado com esses problemas com a sua mãe...

K: Não tem nada que você possa fazer, Higor. Ela é doente.

H: Poderia ter ficado do seu lado, te dado apoio.

Achei a resposta tão linda que não me contive e roubei um beijo seu, abraçando-o logo depois.

K: As coisas já estão bem melhores agora. É só eu não dar ouvidos a falação dela.

H: E... esse seu primo... Raphael... você ainda o ama muito, não é?

K: Ele me abandonou aqui, Higor. Não quero mais saber dele.

H: Mas você fala dele com tanto carinho... das suas lembranças com ele.

K: E não poderia ser diferente. Rapha praticamente me criou, ele era a única razão da minha felicidade quando eu era criança.

H: Acabei ficando com ciúmes...

K: Bobo! Quem está comigo agora? Você ou ele?

Ele sorriu, parecendo muito feliz com minha resposta, mas logo depois fez uma carinha de quem estava pra fazer arte.

H: Quem é o bobo aqui, hein?

E avançou sobre mim, cobrindo meu corpo de cócegas e me fazendo gargalhar, enquanto eu tentava de todas as formas afastar suas mãos de mim. Continuamos brincando, trocando beijos e carícias até que resolvi que era hora de voltar pra casa. Coloquei minhas roupas e Higor também se arrumou.

H: Vou te levar em casa!

K: Tá...

H: Que carinha é essa?

K: Não queria ter que ir pra casa...

H: E o que você acha de a gente ir tomar um sorvete antes, hein? Mas dessa vez, sem esmagar ele entre a gente quando eu tentar te tocar.

Disse rindo e voltando a me fazer cócegas enquanto andávamos pelo corredor de sua casa. Ao chegarmos na sala, ainda naquela brincadeira, encontramos uma mulher parada nos olhando com as sobrancelhas erguidas. Fiquei sem graça.

H: Mãe! Esse é o meu amigo de quem te falei, o Kim.

MH: Olá, Kim. Higor falou muito sobre você.

K: Ah... oi...

Ela disfarçou sua surpresa com a cena que presenciara e foi muito amável comigo, mas eu ainda estava envergonhado.

MH: Você já está indo? Mas já passou da hora do almoço, vocês não vão comer nada?

H: O Kim tem que voltar pra casa, mãe. Mas vamos dar uma passada na sorveteria no caminho.

MH: Tem certeza que não quer ficar, Kim?

K: Muito obrigado, mas fica pra uma outra vez. Desculpe pelo incômodo de ter passado a noite aqui sem ao menos avisar a senhora.

MH: Ah, não tem problema nenhum. Venha outra vez e fique para o almoço.

Nos despedimos e fomos até a sorveteria. Eu não podia estar mais feliz. Higor tomava seu sorvete e sorria pra mim, me deixando com muita vontade de beijá-lo ali mesmo, na frente de todo mundo.

H: Gatinho, seu queixo está sujo.

Disse me estendendo um guardanapo. Ergui uma sobrancelha.

K: Não vai querer limpar? Prometo que não esmago o sorvete no seu peito.

H: Bem que eu queria, Kim, mas se eu chegar tão pertinho não vou resistir a te beijar aqui mesmo.

Sorri, compreendendo muito bem sua vontade e aceitei o guardanapo, me limpando. Quando terminamos ele me acompanhou até em casa e me abraçou com força, beijando rápida e discretamente o meu pescoço e falando em meu ouvido.

H: Tomara que esse domingo passe voando, pra eu estar logo perto de você de novo. Eu te ligo mais tarde, tudo bem?

K: Sim. Cuida desse machucado, viu?

Respondi, fazendo um carinho em seu rosto. Ele beijou minha mão e começou a fazer o caminho de volta para sua casa, olhando para trás com um sorriso no rosto algumas vezes, até que sumiu ao virar a esquina. E eu? Ah... eu estava nas nuvens!

Domingo se arrastou. Fiquei ao lado do telefone, impaciente, até que Higor ligasse dizendo que já sentia minha falta e queria que eu estivesse ali com ele. Naquela noite tive um sonho confuso com Rapha e Higor, que fiz questão de esquecer assim que saí de casa e o vi parado no portão com o sorriso lindo. Me apressei em abraçá-lo com força e senti um carinho gostoso na nuca, enquanto ele falava em meu ouvido.

H: Estou com vontade de te beijar aqui e agora.

K: Acho melhor não, Higor... A essa hora não tem tanta gente na rua, mas nunca se sabe, né?

Ele suspirou aborrecido e me soltou. Fomos para a escola conversando e rindo a toa. Sempre nos tocando quando tínhamos oportunidade. Foi só colocarmos as mochilas em nossos lugares que Higor já estava me puxando em direção ao pátio novamente, para dentro do banheiro da quadra, que as pessoas só usavam mesmo depois das aulas de educação física. Ele fechou a porta e me encostou nela, beijando minha boca com urgência enquanto eu tentava corresponder da mesma forma. Quando Higor desencostou sua boca da minha, eu inclinei a cabeça pra trás, apoiando-a na porta e sorrindo feito bobo, pensativo.

H: Um doce pelos seus pensamentos.

K: Hmm... estava pensando em como eu tenho sorte por estar aqui com você e que faz muito tempo que não me sinto tão feliz.

Higor abriu um sorrisão, parecendo realmente feliz em ouvir aquilo. Aproveitando que minha cabeça estava inclinada, ele encheu meu pescoço de beijinhos, subindo para meu queixo, bochechas, nariz, testa, até finalmente voltar à boca. Perdi totalmente a noção de onde estávamos, me deixando apenas amparar por seus braços e sentir cada uma das pequenas sensações que aquele beijo me proporcionava. Entretanto, fui forçado a voltar a realidade pelo sinal que indicava o início das aulas. Abri os olhos devagar, encarando os seus e encostei minha testa na dele. Ambos estávamos ofegantes, então permanecemos abraçados até acalmar nossas respirações e, no meu caso pelo menos, o coração que parecia que ia sair pela boca.

Um tempo depois, quando entramos na sala, quase todos já estavam em seus lugares, mas por sorte o professor ainda não entrara. Os gêmeos, que agora se sentavam nas duas cadeiras atrás de nós pareceram logo entender o que estava se passando, pois assim que entramos Dani levou a mão a boca, segurando o riso e Gabi tinha os olhos tão arregalados que chegava a ser engraçado. Quando me sentei, na frente de Gabriela, ela logo começou a falar.

G: Não acredito! Vocês se entenderam!!! Ai que lindo! Fico tão feliz! Aquela situação de sábado me deixou preocupada.

K: Gabi! Fala baixo. Aliás, do que é que você está falando?

D: Kim... Nem adianta disfarçar. Você já deu uma olhada no espelho? Chegando os dois assim descabelados e você com o rosto todo corado, acho que a sala toda percebeu o que estavam fazendo.

Se antes meu rosto estava corado, deve ter ficado em chamas quando ele disse aquilo. Estava com tanta vergonha que a única coisa que consegui fazer foi esconder meu rosto entre os braço cruzados sobre a mesa, enquanto escutava Higor rir de leve e repreender Daniel.

H: Não faz isso com ele, Dani. Ele vai acreditar que agora todo mundo sabe que a gente tá junto.

Sorri do meu esconderijo. É... a gente tava junto agora. O que faltava era lugar para a gente ficar junto. Passamos um mês nessa de nos vermos escondidos nos cantos da escola. As vezes até íamos pra casa dos gêmeos, era bem legal porque não precisávamos esconder nada, mas eu ficava sem graça por eles estarem ali, daí só víamos um filme abraçadinhos, no máximo ele conseguia me roubar uns selinhos. Até que um dia Higor sugeriu que ficássemos na casa dele até a hora de sua mãe voltar do trabalho. Nós teríamos apenas umas duas horinhas, mas era melhor do que nada. Lembro que a primeira vez eu estava morrendo de medo que a mãe dele chegasse mais cedo e nos encontrasse, então nem deixei que ele se aproximasse muito e até eu me acostumar com aquela situação se foi mais uma semana.

H: Você vai lá pra casa hoje, né Kim?

K: Não sei, Higor... Minha mãe anda reclamando demais que eu não almoço mais em casa. Ela fica atrás de mim querendo saber o que eu estou fazendo.

H: Ah, gatinho, por favor, vai? Tenho uma surpresa pra você hoje.

K: Surpresa? Oba! Então eu vou!

Ele riu de minha empolgação, reclamando que eu estava mais animado pela surpresa do que por ficar com ele. Chegamos em sua casa e eu fui logo perguntando o que é que ele tinha pra mim. Higor me levou até a cozinha e tirou da geladeira um potinho de pavê de bombom. Minha boca chegou a salivar quando vi, fui em sua direção com a mão estendida. Quando estava quase alcançando, ele levanta o braço e, por ser mais alto que eu, tira o pote do meu alcance. Passei um tempo dando pulos, tentando agarrar o doce, enquanto ele ria de mim e me roubava beijinhos, até que eu cansei e sentei numa cadeira, emburrado. Então ele me levou para o seu quarto, e só quando já estávamos acomodados em sua cama ele me deu o pavê. Abri o potinho com grande felicidade, e ele ficou me olhando comer.

K: Não vai querer?

H: Não... Me dá mais prazer te observar fazer essa carinha de satisfação do que comer o doce.

Corei, e ele aproveitou o momento para me roubar um beijo. A partir daí a cada colherada que eu dava no pavê, nós nos beijávamos, até que não havia mais doce, e muito menos desculpa para separarmos nossas bocas. Higor já foi me empurrando para deitar na cama e se posicionando sobre mim, acariciando meus cabelos enquanto nos beijávamos. E mais uma vez, desde aquele domingo ali mesmo em sua casa, eu senti seu corpo sobre o meu, trazendo aquela sensação sufocante, mas ao mesmo tempo inebriante. Ele começou a descer seus beijos por meu queixo e pescoço, enquanto eu jogava a cabeça para trás, sem oferecer a menor resistência. Foi beijando até onde o uniforme permitia e ao alcançar a gola da camisa, foi logo tentando tirá-la.

H: Tá quente hoje, né? Vamos resolver esse problema!

K: Higor...

H: Que foi? Não precisa fazer essa carinha... Eu tiro a minha primeiro, ó!

Ri de sua forma apressada e desajeitada ao tirar a camisa, e acabei levantando o tronco, ajudando-o a retirar a minha. Não era a primeira vez que ele me via sem camisa, e aliás, ver outro homem sem camisa não é nada incomum, mas mesmo assim Higor parou por uns segundos e ficou me admirando. Fiquei sem graça com aquela atenção, mas me esforcei pra deixar isso de lado e observei seu corpo também, não resistindo e esticando a mão para acariciar de leve sua barriga, apenas com as pontas dos dedos. Pouco tempo depois já me sentia mais seguro para encostar a palma da mão em sua pele, e senti os músculos de sua barriga contraindo sob meu toque. Subi por seu abdômen até seu peito e pescoço, finalmente chegando aos ombros cobertos de sardinhas. Estava tão entretido em minha exploração que Higor teve de chamar minha atenção, segurando meu queixo e levantando meu rosto.

Correspondi ao seu sorriso antes que ele me deitasse novamente e tomasse minha boca, para depois voltar a distribuir beijos por meu pescoço, dessa vez com livre acesso ao meu peito. Fechei os olhos para sentir melhor o toque de sua boca, quando ele beijou um de meus mamilos, passando a pontinha de sua língua nele em seguida. Um tremor passou por meu corpo, me fazendo morder o lábio e agarrar a colcha da cama. Era estranho como um toque tão singelo conseguia me tirar o fôlego daquela forma. Ouvi sua risada baixa e rouca antes de dar atenção ao outro mamilo. Há essa hora eu já tinha esquecido como respirar, chegava a ser torturante. Então ele resolveu descer mais, beijando minha barriga, me fazendo cócegas e depois mordendo de leve a pele abaixo de meu umbigo.

Quando os beijos chegaram ao fim de minha barriga, já resvalando em minhas calças, posso sentir suas mãos abrindo o botão, tocando o zíper. Seguro seus braços rapidamente, fazendo com que ele suba sobre meu corpo novamente e beijo sua boca. Depois empurro seus ombros de leve, invertendo nossas posições e sentando sobre suas coxas. Olho dentro de seus olhos, notando as pupilas dilatadas fazerem quase todo o azul desaparecer. Beijo seu pescoço devagar, deixando meus lábios deslizarem por sua extensão. Eu já havia notado que ele gostava quando eu fazia algum tipo de carinho ali, por isso me demorei por lá. Explorei seu peito e barriga com a boca e as mãos, mas logo desviei minha atenção para suas mãos, que eu achava lindas. Segurei sua mão esquerda e levei à boca, beijando a ponta de cada um dos seus dedos finos e longos e sua palma quente. Higor moveu a mão, descendo-a por meu corpo até novamente tocar o zíper de minha calça.

H: Posso?

K: Não sei... Higor, você sabe que eu sou...

H: Virgem? Claro que sei, gatinho? Ou você achou que eu pensava que beijar na boca era a única coisa que você nunca tinha feito?

Corei com sua resposta. É claro que ele sabia, eu estava sendo tão infantil. Mas era mais forte que eu. Ao mesmo tempo que não queria que aquilo tudo acabasse, tinha medo de ir em frente.

H: Prometo que não vamos passar disso se você não quiser.

Confirmei com a cabeça e ele me tirou de cima de si, me colocando sentado na cama e abrindo meu zíper devagar retirou minhas calças e depois as dele, ficando ambos apenas de cuecas. Não queria que ele ficasse ali parado me olhando, pois meu corpo já começara a reagir a todos aqueles carinhos, então estendi os braços, trazendo-o para mim e nos deitando abraçados. Higor beijava meu pescoço, mordia minha orelha enquanto sussurrava em meu ouvido.

H: Você é muito lindo, gatinho. Ah, Kim... eu te quero tanto.

Não sei dizer quem foi que começou a se mover, mas a única coisa que eu conseguia pensar era que eu não queria parar. Sentir suas mãos percorrendo meu corpo, sua pele passando na minha, nossas bocas se tocando, aquilo era muito bom, mas em algum momento deixou de ser suficiente. Tentei ajeitar meu corpo e flexionei uma perna, em busca de mais contato, que Higor logo segurou, apertando minha coxa com vontade. A nova posição intensificou muito o contato de nossos corpos e de repente me dei conta dos gemidos que saiam involuntariamente de minha garganta, se misturando aos de Higor. Eu só tinha noção de nós dois, do calor, do atrito, dos toques, até que sinto uma euforia tomar conta do meu corpo, desfocando minha visão ao abrir os olhos. Meu corpo ainda se movia por conta própria quando vi Higor ser atingido pela mesma sensação. E então sobrou o cansaço, respirações e batimentos cardíacos desregulados, o corpo formigando e uma alegria indescritível.

Ficamos abraçados, quietinhos, por alguns minutos, até que olhei para o relógio. Beijei os cabelos de Higor e fiz um carinho em seu rosto, que estava encostado no meu peito. Ele me olhou sorrindo e me deu um selinho.

H: Foi perfeito, Kim.

K: Você gostou? Mesmo que nós não tenhamos...

H: Claro que gostei! Impossível não gostar de ter você nos meus braços.

Sorri, extremamente feliz e o beijei outra vez.

K: Acho que é melhor eu ir... Sua mãe vai chegar logo.

H: Não quero!

Disse escondendo o rosto no meu peito e me abraçando com força. Ri de sua atitude.

K: Higor... não quero passar por outra cena constrangedora na frente de sua mãe.

H: Ahhh, poxa... Tudo bem. Vamos tomar um banho antes.

K: Higooor!

H: Tá! Você toma banho primeiro, depois eu vou.

Nos arrumamos e ainda passamos um bom tempo enrolando antes de sair, em meio a beijinhos e carinhos. Higor me levou até em casa e nos abraçamos o máximo de tempo e o mais forte que pudemos. Na verdade, nem queríamos nos soltar, mas eventualmente aconteceu. Cerca de meia hora depois de entrar em casa o telefone toca e é ele, dizendo que já estava com saudades e que aquela fora a melhor tarde da vida dele. Pra mim também, tinha sido uma tarde totalmente inesquecível.

Aquela tarde trouxe muito mais intimidade ao meu relacionamento com Higor. Já não sentia vergonha de tocar nele quando tinha vontade, nem me esquivava quando ele me tocava. É claro que as vezes eu tinha que impor limites, pois Higor queria ficar me pegando e me beijando em horas e locais muito impróprios. E mais uma coisa acabou vindo junto com tudo isso, o ciúme.

Alguns dias depois fomos a uma festa onde estavam presentes todos os estudantes do terceiro ano. Eu não podia estar mais feliz, musica boa, companhia dos amigos e Higor ao meu lado. Estávamos sentados em uma mesa, conversando, quando vejo Bruno vindo em nossa direção. Ele dá uma olhada rápida em mim com um expressão séria, que muda para um sorriso assim que põe a mão no ombro de Higor.

B: Oi.

H: Bruno! Tudo bom?

B: Tudo bem sim. E aí? Gostando da festa?

H: Muito. Foi muito bem organizada. Você é da comissão, né?

B: Sou sim, fico feliz que tenha gostado, cara. Será que a gente pode trocar uma palavrinha?

H: Claro.

Higor se levanta e o segue até o outro lado do salão. Eles ficam perto da caixa de som, Bruno encostado ao pequeno palco que havia na pista e Higor de pé a sua frente. Por causa do som alto eles conversam muito próximos um do outro, e mais de uma vez vejo Bruno tocar em Higor, no braço, no ombro e até na barriga! Aquilo foi me deixando inquieto. Eu não queria ter que ver, mas era simplesmente impossível tirar os olhos da forma como eles interagiam, rindo e gesticulando. Também não me restava muita opção, sendo que de um lado estava Gabi, me olhando penalizada e do outro Dani, que tentava disfarçar, fingindo que nada acontecia.

G: Quer dançar, Kim?

K: Não.

G: Que tal irmos ao bar pegar uma bebida, então.

K: Estou bem aqui, Gabi.

D: Vai com ela, Kim. Não tem porque você ficar aqui pensando bobagens.

K: Eu não estou pensando nada.

Eles passaram quase meia hora conversando, e durante esse tempo eu tentei me convencer que estava tudo bem, que não tinha nada demais numa simples conversa. Mas foi inútil. Quanto mais eu pensava, mais a situação piorava. Eu sentia que não tinha direito de estar pensando daquela forma, mas era mais forte do que eu. Observei-os se despedir com um rápido abraço e Higor vir em direção a nossa mesa com um sorriso. Ele se sentou, como se nunca nem tivesse saído daquele lugar e começou a falar.

H: E então, que foi que eu perdi?

K: Gabi, que tal irmos pegar aquela bebida agora?

E dizendo isso me levantei, sendo rapidamente seguido por minha amiga, e deixando Higor sem entender nada. Fomo até o bar e Gabi pediu um drinque. Eu não queria beber depois de tudo aquilo que havia acontecido na boate há mais de um mês atrás. Enquanto esperávamos pela bebida, ela puxou assunto.

G: Não fica assim, Kim. Não foi nada demais.

K: Eu estou bem, Gabi. Não precisa se preocupar.

G: Quer dar uma volta lá fora antes de voltar?

K: Não... vamos para a mesa.

Nos sentamos novamente, e percebi que Higor me observava, tentando fazer com que eu o olhasse, Ignorei. Fiquei olhando para a pista de dança, onde várias pessoas se mexiam ao som da música, quando sinto sua mão tocar a minha. Puxei a mão e cruzei os braços, finalmente olhando para ele.

H: Kim, o que você tem?

K: Nada.

H: Como nada? Você ficou mudo de repente, não olha pra mim.

K: Só estou cansado.

H: Quer ir pra casa?

K: Sim.

H: Eu te levo, então.

K: Não. Eu vou sozinho.

H: Sozinho como? Nem pensar! Vamos que eu te levo.

Levantamos e nos despedimos dos gêmeos, que me olhavam preocupados. Também não era pra tanto, pensei. Higor pegara o carro de sua mãe emprestado, andamos até ele em silêncio. Entramos e ele deu a partida, nos levando pra casa. O carro parou em frente ao portão da minha casa e eu já fui abrindo a porta, mas Higor segurou meu braço.

H: Pode me dizer o que está havendo, agora?

K: Não está havendo nada Higor.

H: Como não? Você mal falou comigo e definitivamente não olhou pra mim desde que eu voltei pra mesa e... Kim! Você está assim por causa do Bruno?

Cruzei os braços e olhei pela janela, para a rua.

H: Não acredito! Você está com ciúmes!

K: Quer falar mais baixo? Parece que está adorando tudo isso.

H: Não posso negar que gostei de saber, mas não tem porque ficar assim, gatinho. Eu e o Bruno não temos nada, estávamos só conversando.

K: Se não era nada demais, não precisava ter saído da mesa. Conversassem na frente de todos.

H: Ele preferiu que fosse assim, não achei nada demais.

K: É, você tem razão. E mesmo que tivesse sido, eu não tenho direito nenhum de estar chateado. Afinal, não somos nada um do outro.

Mais uma vez tentei sair do carro, e mais uma vez ele me impediu. Dessa vez me trazendo pra perto e segurando em minha nuca com as duas mãos.

H: Olha pra mim. Kim, me desculpa. Eu não pensei que você pudesse ficar chateado. Não imaginava que esse gatinho era ciumento. Eu não tenho nada com o Bruno. Deixei bem claro pra ele hoje que não vai rolar nada, porque eu já estou com alguém. Eu só quero ficar com você, Kim. Sabe por que?

Neguei com a cabeça, e então ele me beijou com tanto carinho que quando separou sua boca da minha eu já tinha me esquecido o porquê de estar chateado. Acredito que naquele momento eu teria dificuldades em lembrar até do meu nome. Higor encostou seu nariz no meu, esfregando-os como fizera antes de nosso primeiro beijo e sorriu para mim.

H: Porque eu te amo.

Prendi a respiração, olhando no fundo de seus olhos em busca de confirmação para o que ele acabara de me dizer. Seus olhar era tão seguro e carinhoso que apenas consegui sorrir e abraçá-lo com força, dizendo baixinho.

K: Eu também te amo.

Seu sorriso era lindo naquele momento. Ficamos ali no carro, abraçados, trocando beijos e carícias por um longo tempo, até que Higor bagunça meus cabelos e pergunta.

H: Está mais calminho?

K: Sim. Desculpe...

H: Não tem porque pedir desculpas, Kim. É bom saber que você sente ciúmes. Significa que se importa com a gente.

K: Me importo muito.

H: Eu também... Agora é melhor você entrar. Estamos aqui há duas horas e eu acabei de ver uma luz se acender na sua casa.

Olhei para lá e vi que o quarto na minha mãe estava iluminado. Ela devia estar nos espiando por trás das cortinas. Me apressei e dar-lhe mais um beijo e um abraço apertado antes de abrir a porta do carro e sair.

H: Boa noite, gatinho.

K: Boa noite, Higor. Bons sonhos.

H: Vou sonhar com você.

E então ele se foi. Eu já me sentia um bobo por ter feito aquela ceninha de ciúmes, mas pensando bem, valera muito a pena.

Entrei em casa todo feliz e dei de cara com minha mãe parada, de braços cruzados, no corredor, em frente a porta de seu quarto. Já fui me preparando para escutar quando ela abriu a boca.

M: Onde é que você estava?

K: Numa festa da escola.

M: E quem era aquele que te trouxe em casa?

K: Um amigo.

M: Quero saber o nome e de onde se conhecem.

K: Higor, e ele estuda na minha sala. Satisfeita?

E pra minha surpresa ela respondeu que sim e entrou em seu quarto. Fiquei logo desconfiado. Ela estava tramando alguma coisa. No entanto, o tempo foi passando e ela não fez nada. Acabei esquecendo daquilo.

-

~ oi, pessoalll. é isto por hoje, obrigado pelos comentários e senti falta de algumas pessoas, hein?! até amanhã ~

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Comentários

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MINHA NOSSA SENHORA DA IMATURIDADE. COMO KIM É INSEGURO E BABACA. MAS QUE BOM QUE ESTEJAM SE DESCOBRINDO AOS POUCOS, NADA APRESSADO OU DESESPERADO. KIM JÁ ESTÁ AOS POUCOS SE SENTINDO MAIS CONFIANTE. MAS AINDA TEM ESSA QUE SE CHAMA DE MÃE. VEREMOS. E A MÃE DE HIGOR? COMO VAI REAGIR? SE HIGOR DISSE AO BRUNO QUE NÃO TERIAM NADA É PORQUE BRUNO TENTOU ALGO. COMPLICADO ISSO. VEJO PROBLEMAS PELA FRENTE COM BRUNO, COM A MÃE DO HIGOR E COM A QUE SE CHAMA DE MÃE DO KIM. AFF.

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Esse conto está muito bom! O Higor é um fofo mas, não vejo a hora do Rafa voltar.

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