Perdi meu pai cedo. Na casa, além de minha mãe, morava minha tia e minha prima. Assim a influência feminina foi forte na minha infância. Costuma brincar de casinha e muitas vezes fazia o papel da filha ou da mãe. Para dar uma maior realidade no papel, colocava um lenço na cabeça, chegando em alguns momentos usar um vestido de minha prima. Costumava entrar no quarto de minha mãe para sentir a suavidade das lingeries, das camisolas. As vezes colocava uma e me olhava no espelho, desejando crescer para poder usar uma.
Minha mãe sabia. Mãe sabe de tudo e me tratava como sendo sua filha. Aliás, todas me tratavam como sendo uma menina.
Aos treze anos, na escola, fiz um papel feminino numa peça. Foi a consagração. Exibir para todos o que seu sentia por dentro. No dia seguinte da apresentação, minha mãe me deu o meu primeiro conjunto de lingerie. Era branco. Simbolizava a pureza.
Aos poucos meu guarda roupa masculino foi dividindo espaço com o feminino que crescia muito mais. Uma amiga de minha tia possuía um salão de beleza. Cada quinze dias ia para ter o meu dia como menina: colocava bobs nos cabelos, fazia a unha. Entrava como menina e saia como uma moça.
Depois dos quinze anos, começou a despertar o olhar sobre os rapazes. Tinha no colégio um pequeno grupo de amigos e amigas. A escola era pequena. Até que havia uma certa tolerância comigo, pois sabemos os apuros que garotos afeminados passam na escola.
O meu grupo era formado pela Clara, pela Ana e Célia, além da minha prima Manuela. Havia ainda o gatinho do Danilo (cobiçado por todas), e o Pedro que não era tão gato, mas eu sentia algo por ele pela forma carinhosa que me tratava. Completava o time o André e o Marcelo.
Além de saídas, havia o hábito de fazer pequenas reuniões. Uma delas fizemos a noite do pijama na minha casa. Minha mãe havia viajado juntamente com minha tia. Assim, não seria a festa do pijama mas sim da camisola. Cada uma deveria usar um babydoll ou uma camisola bem sensual. Os rapazes usariam cuecas sensuais.
As meninas chegaram cedo para se maquiar. Eu usei um baby preto, uma calcinha bem enfiada, além de cinta liga e meias. Estavamos todas produzida, usando roupões enquanto eles não chegavam. Queríamos fazer um bela supresa.
Enfim todos estão reunidos. Fomos para um quarto para preparar o nosso desfile enquanto os rapazes iam para outro para ficarem apenas de cueca.
Uma música embalou o nosso desfile, Rebolamos para nossos gatinhos. Passavamos a mãos nas coxas e nos peitos. Enquanto o pau de cada um começa a querer sair eser devorado.
Fim da primeira parte.