~ continuando ~
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Usamos seus braços, em uma ocasião, já estava quase formando, desta vez foi a mãe que ofereceu.
Estávamos jantando no domingo: A mãe, o pai, Beija Flor e eu. Mamãe o convida para ficar mais aquela noite, mas ele recusa. Raramente dormia lá quando o pai estava. Ele não é bobo, sabia que o pai não aprovava nossa “amizade”, o pai não o destratava, mas não se aproximava também. Ele estava lá desde o sábado, o pai chegou de viagem domingo na hora do almoço e Beija flor recusou o convite dizendo que tinha algum compromisso.
Estamos tomando café quando o Tomás se aproxima.
- Desculpem incomodá-los, mas estão na guarita dois empregados do senhor. - Ele diz para o Beija Flor, que nitidamente se surpreende.
- Aqui?
- Sim e insistem em vê-lo.
- Mande entrar. - Eu digo.
- Não, eu vou lá! - E o Beija Flor vai se levantando.
- Podemos vê-los, não é, Tomás?! - O pai pergunta para o Tomás.
- Ver e ouvir, senhor. - Tomás aperta um controle e vemos uma pequena tela no console da mesa.
Vemos o portão na entrada da propriedade e podemos ver dois brutamontes, um negro e um branco, dois gigantes.
Beija Flor balança a cabeça como se não acreditasse no que estava vendo. A câmera se aproxima com algum comando do Tomás e podemos ouvi-los:
- Eles estão visivelmente nervosos - A mãe comenta.
- ...Pôrra, cara, ele vai nos capar! - Ouvimos o final da frase.
- E acha que num sei?! Se ficar só nisso ainda podemos achar é bom. Porque você acha que te pedi para vir junto? O chefe nervoso é foda, prefiro enfrentar os cachorros dele, acredita que minha mão tá gelada, meu????!!!!!
- Temos que conseguir que ele escute, antes de nos pôrrar. Sabe que não podemos vir aqui, né, seu merda?!
- Ainda bem que já sabem que vão se fuder! - Beija Flor diz puto. – Desculpe, senhora. - Ele diz sem graça para a mãe.
- Mande-os entrar. - O pai diz para o Tomás. - Sabem que não podem vir, e estão aqui, deve ser grave.
- No mínimo a terceira guerra mundial, ou não saem andando daqui. - Beija Flor diz realmente puto, mas nem o Beija Flor contraria uma ordem do pai e fica impaciente enquanto vemos o portão abrindo e os dois entrando em uma caminhonete 4 por 4.
Tomás os fazem entrar.
- Desculpa, chefe. - O negro diz se aproximando, mas não chega perto. É obvio que está com medo dele. - Mas deu merda, a gente temos que te falar.
- Vamos por parte, esqueceu a educação na favela?! Está vendo a senhora? O senhor?
- Desculpa aí: Boa noite, senhora, senhor, rapaz. A gente podemos conversar, chefe?
- A gente podemos aprender o português, que tal?! - Beija flor diz puto com ele, que dá um passo atrás vendo o Beija Flor se aproximar.
- Pegaram uma abelhinha! - O branco explica depressa, tentando ajudar o amigo. - E vão te fuder, ta tudo armado para te pegá. Chefe, estamos tentando te falar tem um tempo, você num atende o celular. Tivemos que vir.
Beija flor fica pálido.
- Qual delas??? Qual das minhas abelhinhas eles pegaram?????
- A Tais! - O negro diz. - Sei que num gosta do meu irmão, mas precisamo de ajuda chefe, tem pelo menos uns 20 de tocaia, já estivemos de olho lá, o negocio vai ser feio.
- Vamos ver isso! - E o Beija Flor começa a sair.
- Tomás, ninguém sai! - Eu digo depressa. - Beija flor... - Eu digo me aproximando, ele me dá um selinho e diz que me liga depois. - Você não sai daqui! Se ele está certo, você precisa de ajuda.
- Não se meta, eu resolvo! - E volta um passo, me pegando pela cintura. - Não precisa, eu posso resolver. - Ele tenta ser gentil. - Desculpe meus rapazes, meu celular ficou no seu quarto.
- Tomás, eu não vou sair. - Digo olhando para ele. - Posso aproveitar para preparar a reunião que terei amanhã, não vou usar meus rapazes. São 6, Beija Flor. Homens treinados, estão à toa...
- Senhor, dei folga para dois, aproveitando a casa cheia, mas aposto que os que ficaram vão gostar de um pouco de diversão! - Tomas diz.
Beija Flor me olha e vejo que fica em dúvida.
- Chefe, uma ajuda ia bem... - E podemos ver que o sujeito branco está mesmo preocupado.
- Tomás? - O pai diz para minha surpresa - Vou ajudar meu filho na preparação da reunião, meus rapazes também podem dar uma mãozinha, são mais cinco.
- Agora ficou bom!!! - E vemos o negro dando um soco no braço do branco e esfregando as mãos.
- Então, eu quero ajudar também. - A mãe fala rindo, vendo a animação dos dois. - Chame o Luiz, Tomás.
Tomás liga pelo interfone e 15 minutos depois 10 homens entram em nossa sala.
- Cara, isso vai ser bom demais!!! - O negro diz animado, vendo os rapazes.
- Pegaram uma das garotas do book e prepararam uma cilada... - Tomás explica para os rapazes - São pelo menos 20, a farra vai ser boa. Querem participar?
Se tivesse avisado que estavam todos de folga e abrindo um barril de chopp eles não fariam cara melhor, todos ficam animados com a possibilidade do confronto.
Tomás entrega uma arma para cada um e logo vemos o carro do Beija flor sendo parado na porta. Ele vai até lá abrindo o porta malas, pega sua arma e a põe nas costas, enfiada na calça, e volta para casa. Tomás entra na minha frente e eu o afasto.
- Ele está armado. - Tomás diz.
- Tomás, você acha que ele precisa de uma arma para me machucar? E depois, nossos rapazes também tem uma. Deixa de bobagem! - Me aproximo e dou um selinho nele. - Se cuida, passa aqui quando acabar, me dá notícias! - Eu peço.
- Claro. Obrigado! - Ele diz olhando o pai. – Obrigado, senhora. - Me dá um beijo rápido. – Obrigado! - Ele me diz, relando seu nariz no meu.
- Beija Flor, quer que eu ajude a coordenar a festinha? - Tomás pergunta.
- Não, Tomás, obrigado, sei o que preciso fazer, vou acertar uns detalhes com meus dois rapazes.
Beija flor dá as ordens, Tomás finaliza e fica nos olhando.
- Que foi? - O pai pergunta.
- Posso ir também, senhor? Parece que vai ser divertido. - Tomás parece menino. - Deixa senhor? - Posso ouvi-lo. - Fabrício fica e eu vou no lugar dele.
- Olha a sacanagem!!!!!!!!!! - Fabrício reclama e ganha uma cara feia do Tomás.
- Tomás, acho melhor você ficar. - O pai diz para decepção dele.
- Como quiser, senhor. - E faz biquinho.
Quase dei uma gargalhada. Parecia que iam para uma festa mesmo. Já estava quase pedindo para me levarem também.
Beija flor fala com os dois homens dele por algum tempo, vejo que pergunta alguma coisa e eles saem em quatro carros. Dois nossos, Beija Flor no dele, com mais 3 dentro, seus dois empregados no carro que vieram com dois dos nossos e os outros espalhados pelos carros.
Nem planejamos reunião nenhuma. O pai ficou animado também com a movimentação e ficou contando de uma vez quando pegaram um de seus seguranças. Soube que foi quando o Tomás “virou” chefe de nossa segurança.
O pai estava organizando o resgate do segurança quando o Tomás toma a frente e coordena um ataque muito bem planejado e o pai vendo que ele levava jeito, deixa por conta dele. O sucesso foi tanto e a capacidade de liderança dele tão inquestionável que no dia seguinte Tomás já deixou o serviço de segurança e passou a liderá-los. Eu tinha uns 9 anos na época. Tomás fica conosco conversando, contando daquele resgate, até o pai tinha participado, a mãe lembra que ficou nervosa, mas não conseguiu impedi-lo de ir também.
- Dei meus socos também. - O pai conta animado. - Nem fiz feio, não é, Tomás?!
- Fez não, senhor. O senhor pegou aquele de jeito. - E vejo o pai animado, depois Tomás vai ao meu quarto e traz o book e vemos a Tais. A mãe fica preocupada.
- Espero que não tenham machucado muito a garota, é tão linda. Ela já esteve aqui, não é, filho?!
Assim, ficamos conversando e pelo o menos umas três horas se passam, um pouco mais eu acho quando ouvimos três carros chegando. Os dois empregados dele não vieram e logo os rapazes descem animados, rindo muito. Uns dois tinham algum ferimento leve.
Todos vão se apresentando ao Tomás, entregando suas armas, que confere e vê que não foi disparado nenhum tiro.
- Ninguém usou a arma?! - Ele pergunta.
Fabrício responde:
- Não, Tomás, o Beija Flor pediu para não usarmos, se precisasse ele e os rapazes dele usariam. Acho que não queria complicar a gente, ele sabe que as nossas são registradas, foi mesmo no braço e há muito tempo não me divirto tanto. Bom demais, cara, quando tiver outra festinha dessas não me esquece! - Ele diz super animado, batendo nas costas do Beija Flor.
Todos começam a se retirar animados, quando Beija Flor pede que o Luiz fique um momento.
- Tomás, parabéns, todos os rapazes são ótimos, mas você sabe que esse homem é um monstro na luta corpo a corpo?
- Sei, é meu melhor homem nessa modalidade.
- E fominha! - Beija Flor brinca. - Se eu não vou pegar alguns para mim, ele briga sozinho com todos. Parabéns, rapaz, há muitos anos não vejo ninguém tão bom quanto você. Não gosto de fazer as coisas pelas costas.
- Senhora... - Ele diz se dirigindo à mãe. - Não sei quanto esse rapaz ganha, mas cubro seu salário, se cansar de tomar chá com a rainha, tem um lugar comigo, na hora que quiser. - Ele diz olhando para o Luiz.
- Pois pode entrar na fila! - A mãe fala muito séria. - Meu marido já pediu e eu não liberei, meu filho mais de uma vez falou que gostaria de tê-lo de volta e eu não liberei. Luiz é meu! Bom, só se quiser sair... - E ela olha para ele.
- Obrigado, Beija flor, mas estou bem aqui, e você também luta muito.
- Senti firmeza, cara.
- Tomás, se o Beija flor cansar dos books, pode contratar como segurança, esse é dos meus. - E se cumprimentam com respeito. Não pegaram nas mãos, mas nos braços, um aperto forte, de duas feras.
- Tomás, 20% de aumento para o Luiz, só para ele não mudar de ideia! - A mãe diz rindo.
- Por favor, senhora, isso não é necessário. - Luiz diz sério.
- Tem certeza?! - A mãe pergunta e ele acena com a cabeça, dizendo que sim. - Tomás, então lhe dê 30% de aumento.
- Mas senhora... - Luiz começa a dizer.
- Luiz, vá embora, antes que eu fique muito encrencado com os outros seguranças! - Tomás fala e ficamos todos rindo
Luiz sai e a mãe se aproxima do Beija Flor, vendo sua mão muito ralada, como se tivesse brigado muito.
- Tomás, peça ao médico para olhar isso.
- Não precisa, senhora, é coisa pouca. Na verdade, Tomás, queria falar com os rapazes, enquanto a coisa está quente. Normalmente teria levado todos para tomar umas, pegar umas abelhinhas, mas sabia que estavam desfalcados de pessoal e não quis me demorar muito com eles. Tomás, meus rapazes podem não saber o português, mas são leais e bons de briga, não se esqueça de mim se um dia houver alguma possibilidade de agradecer a ajuda. Senhor. - E olha o pai - Senhora, não me esquecerei que tenho essa dívida para com vocês.
- Não nos deve nada! - A mãe diz - Mas se quer agradecer, mantenha meu filho com essa carinha boa toda vez que vem aqui. Engraçado... - Ela completa encarando seus olhos completamente azuis. - Não era para seus olhos estarem negros?
- Senhora, foi divertido para cara... Desculpe! - Ele para rapidamente.
- Entendi. - A mãe diz rindo - Rapazes!!!!!!!!! Vocês não mudam mesmo. Tomás estava se coçando aqui, 10 anos atrás e eu não teria segurado meu marido. Meu filho toda hora olhava o próprio punho como se perguntasse se ele não poderia ter ido também.
- Podemos ir vê-los. - Tomás diz rindo com o comentário da mãe - Aproveitamos e vemos sua mão. Temos gente lá para isso, devem estar tomando uma geladinha agora.
- Então é lá que quero estar! - Beija Flor diz animado, agradece novamente e despede-se de meus pais e vou saindo com eles também. - Eles ficam onde? - Ele pergunta ao Tomás.
- No refeitório, deve estar uma festa lá, eles chegaram animados. Se inveja matasse, caiam durinhos. Acho que vou cortar a folga deles. Afinal, já se divertiram demais. - Ele completa emburrado.
Ficamos rindo dele, passamos no carro do Beija Flor, ele pega um book e vamos chegando ao refeitório. Uma música está tocando e logo vejo os rapazes animados, quase todos já sem camisa, meu personal, que também é enfermeiro, cuidando de um, todos rindo, contando para os outros. Quem não foi, ficava escutando, perguntando, dava para ver que todos queriam ter ido. Entramos e logo colocam o Beija Flor em uma roda e fazem uma festa ao vê-lo.
- Cara, você briga pra caralho. - O Fabrício diz para ele.
- Você e o Luiz quase não deixam nada para a gente! - O Ivan reclama, já pegando duas geladinhas para nós.
- Tomás, como me deixa fora dessa? - Um reclama.
- Vai ficar me devendo essa. - Outro diz também injuriado.
- Rapazes, queria agradecer a ajuda. - Beija Flor diz já bebendo sua cerveja. - Tomás me dará a relação dos rapazes que foram hoje. Cada um de vocês, inclusive o Tomás, terá uma de minhas abelhinhas, quando quiserem, na verdade... - Ele interrompe dando uma golada boa - Darei duas, rapazes ou moças, como preferirem, vou deixar o book aqui para olharem! - E todos ficam animados. Fabrício já pediu sua folga para o dia seguinte. - Luiz, você terá direito a três! - E todos dão uma gargalhada. – Pôrra, você briga pra caraaaaaaaaaalho!!!!!!!!!!
E percebo que estou um pouco enciumado com tamanha admiração dele pelo Luiz, ele repetiu várias vezes como o Luiz é bom, chegou a pedir que ele repetisse algum golpe que tinha gostado, confesso que fiquei incomodado, Luiz chegou a brincar que eles faziam um grande dupla.
- Aquela minha oferta foi sincera! - Beija Flor diz para o Luiz.
- Eu sei, mas agradeço mesmo, estou bem aqui... Beija Flor, acabei de casar, assim você me complica. - Luiz diz olhando o book.
- Bobagem, cara, mais experiência só vai melhorar seu casamento. - Beija Flor fala rindo, pega o book e aponta o Ângelo - Eu começava com este.
- Não perca o Artur. - Eu digo, também indicando.
Ainda ficamos ali um tempo e antes de voltarmos para casa, limpam a mão dele e passam algum medicamento.
- Quando tiver outra dessas lembra da gente! - Ivan pede.
- Acho que vai demorar. - Beija Flor responde. - Durante muitos anos vão se lembrar de hoje e duvido que alguém tenha coragem de mexer com alguma abelhinha minha novamente. - Todos gostam de ouvir aquilo, dá mesmo para ver a satisfação no rosto de cada um.
- E a Tais? - Pergunto me lembrando dela.
- Está bem, só levou uns tapas, em poucos dias estará bem.
- Vou esperar por ela, que gatinha! - O Samuel diz já pegando no pau.
- Farei com que saiba que estava em seu resgate, aposto que vai receber um capricho à parte! - Beija Flor brinca e vamos voltando para casa.
Eu insisto e ele fica aquela noite. Ele fala no Luiz várias vezes, até que eu reclamo.
- Está com ciúmes dele?! Não acredito!!!!! - Ele diz me abraçando, dentro da hidro.
- Você não parou de falar nele nem um minuto, cara.
- Então, que tal ocupar minha boca?! Assim paro de falar! - E vai me levantando, me sentando na beirada e começando a me chupar gostoso.
Voltando da faculdade, meu celular toca.
- Preciso te ver!!! Pode ser agora?!
- Claro, Beija flor, estou...
- Sei onde está, peça ao motorista para parar na próxima esquina.
Assim faço e alguns segundos depois ele entra no carro.
- Vamos onde? - Pergunto assim que consigo me desgrudar de sua boca faminta.
- Peça a eles para esperarem do lado de fora! - E faz uma cara de morto de fome.
- Beija flor, não acredito, está morrendo de fome? Vamos até lá em casa! - Digo rindo da carinha dele.
- Agora, te quero agora, se eles não saírem, eu não me importo! - E sua mão vai abrindo minha calça e puxando-a pra baixo.
- Rapazes, esperem lá fora um pouco! - Consigo dizer entre um gemido e outro, pois sua boca já está devorando meu cacete, sua língua quente quase engole minhas bolas. - Calma... Pôrra, que delicia, mais...
E vou chutando a calça, ele vira meu corpo caindo de boca no meu rabinho, chego a achar que sua língua ia me devorar, nem sei como ele tirou sua calça, mas sinto seu cacete entrando com força.
- Calma, devagar!
Mas ele já está todo dentro de mim e nem tenho tempo de sentir alguma dor, pois sua mão agarra meu pau enquanto ele rebola dentro de mim e sua boca quente morde minha nuca, sei que vou ficar marcado, pois ele me beija quase com desespero, posso ver o botão da camisa voando e logo depois outro e sua mão apertando meu peito, chego a ficar sem ar com tanto desejo, sua boca procura a minha e sua língua me invade, de repente começa a bombar forte e geme alto. Posso sentir o carro balançando, dou risada imaginando a cena, o povo passando e vendo o carro balançando daquele jeito, e mais uma vez sua boca procura a minha e ele geme gozando muito e vai se acalmando enquanto sua mão não para no meu pau, seu pau sai do meu rabino e ele vai me virando e cai de boca e me chuta até eu gozar em sua boca.
- Pode me explicar o que está havendo? - Pergunto com ele deitado em meu peito e ele ri gostoso, cada olho de uma cor.
- Você ainda vai me matar de tesão, meu príncipe. Tem uns 5 minutos que te vi, vocês pararam no sinal e meu pau quase enlouqueceu. Pensei que ele ia pular fora da calça. - E sua risada deliciosa enche o carro.
- Você é maluco. - Digo rindo dele
- Você está fazendo isso, estou ficando maluquinho por você.
- Estava onde?
- Naquela loja! - E me mostra - Bom, ia nela. Tenho que arrumar um jeito de não cruzar seu caminho. - E sua mão pega a minha e vai levando-a até seu pau.
- Mais?
- Você não acha mesmo que essa rapidinha me saciou?
Uns vinte minutos depois ele sai do carro todo amarrotado abro a janela e ganho um beijo delicioso. Seus olhos brilham coloridos, como o beija flor em meu peito.
Aquela noite, voltando de uma reunião massacrante, ficamos presos em um gigantesco congestionamento. Mais de uma hora parado, quando, pelo celular, Tomás passa alguma orientação para meus seguranças.
Dois saem comigo do carro e vamos a pé até um Hotel 5 estrelas próximo, de lá nosso helicóptero já me esperava.
Entro em casa exausto.
- Obrigado, Tomás, a ideia de usar o hotel foi excelente, acho que aquele congestionamento vai virar a noite.
- Com certeza, senhor, mas a ideia não foi minha, eu ia mandar uma das motos. Quem teve a ideia foi o Moacir, deixe-me apresentá-lo ao senhor.
- Obrigado! - Falo antes mesmo de ser apresentado. - Depois de um dia infernal, só me faltava ficar preso ali.
Estendo minha mão para um homem de aproximadamente 35 anos, moreno claro, forte, um pouco mais baixo que eu, 1.80, talvez, olhos claros, meio caramelo, não era bonito, diria mais normal, que me estende a mão sorrindo. Uma boca carnuda, dentes branquinhos. Gostei na hora de seu sorriso, franco, seguro de si.
- Senhor, acredito que ele seja o homem que procura! - Tomás diz - Já trabalhamos juntos, logo que ele se formou, pensei nele na hora que conversamos, mas ele estava trabalhando, é a pessoa indicada para acompanhá-lo.
- Trabalhava onde? - Pergunto olhando curioso para o provável chefe de minha segurança.
- Para a filha do presidente do... (não vou inventar um país).
- Aquela que morreu no acidente?! - Pergunto surpreso, tinha visto na TV na semana anterior sobre o acidente dela.
- Nem acredito que ela morreu, ainda estou abalado, era minha folga, ainda fico pensando...
- Para com isso, cara! - Tomás chama sua atenção - Não tinha como você adivinhar, já conversamos sobre isso.
- Estou precisando de um banho, estou morto. - Digo e sinto o cansaço me dominar.
- Posso vir outro dia... - Moacir diz.
- Não precisa, se importa se continuarmos a conversar no meu quarto?
- Não, claro que não! - E fomos os dois para lá. Fui tirando minha roupa, entrando no banho e ele sentado no banheiro.
- Tomás lhe explicou que preciso de alguém para coordenar meus rapazes? E que vou sair do país, por alguns anos e que preciso que me acompanhe? - Pergunto debaixo da ducha.
- Sim, e também de alguém que lhe ajude a filtrar informações. - Ele continua. - Ele me falou do ocorrido em sua infância e adolescência.
- Alguém que siga minhas ordens, não as de meus pais e que esteja atento ao que ocorre ao meu redor e que gostaria que ficasse comigo por um bom tempo, digamos, até se aposentar. - E ri. Ele me passa uma toalha.
- Tomás falou muito bem do senhor, e acho que podemos experimentar, eu já fazia isto com ela.
- Espere, se vamos trabalhar muitos anos juntos, vamos começar do meu jeito. Meu nome é... E é assim que gostaria que você me chamasse.
- Como preferir, mas em algumas ocasiões sociais seria melhor tratá-lo com alguma cerimônia.
- Você decide quando achar apropriado fazer isso, mas que seja somente quando necessário. Essa história de senhor tem horas que me dá nos nervos. Outra coisa, eu sou bi.
- Eu também, na verdade, qualquer um com algum bom senso deveria ser também. - Ele diz rindo. - Prefiro que não nos envolvamos! - Ele fala tranquilamente. - É um homem lindo, eu posso ver isso claramente. - Ele diz rindo comigo nu na sua frente me enxugando. - Fica difícil separar as coisas quando há envolvimento misturado.
- Tudo bem, eu posso resistir. - Digo rindo também. - Só uma pergunta... - E o encaro ainda nu - Você está sendo indicado pelo Tomás, meus pais tem algo a ver com essa indicação? Sua lealdade será para comigo ou eles?
- Responderei somente a você e suas ordens, serão todas as ordens finais, minha lealdade, assim como minha vida, estarão à sua disposição.
- Esperemos não precisar de tanto, e conto também com seu bom senso, já andei dando umas ordens erradas, tenho muito a aprender e conto com você para isso também. - E aperto sua mão.
Tomás acertou, Moacir fala 4 idiomas, sabe tudo de segurança e seus truques, viveu muitos anos fora do país, então está habituado com os melindres da coisa.
Mamãe tentou intimidá-lo, tentando fazer com que ele ficasse ao lado dela, passando alguma informação, mas ele logo a cortou. Ficaram se estranhando algumas semanas, mas quando ela viu que eu gostei dele, acabou a birra. Mais uma vez eu dei a ordem e fui obedecido.
Ele adorou meu forte apache.
- Sempre quis ter um, posso fazer meu escritório lá? - Me pede um pouco sem graça.
- Claro que permito, desde que eu possa brincar quando quiser. - Digo rindo e ele logo manda fazer umas adaptações. Construímos uma suíte boa para ele lá. - Moacir, meus aposentos continuam sendo minha janela. - Falo lembrando da minha privacidade.
Beija Flor foi um probleminha à parte. Na primeira vez que ele veio, eu os apresentei, ele passou o final de semana comigo e na segunda feira, à noite, Moacir bate na porta de meu quarto.
- Diga, Moacir, estava estudando para uma prova que teria no dia seguinte... - E só levantei a cabeça.
- Beija Flor está envolvido com prostituição, tráfico de drogas, sequestro, assassinato...
- Para! - Eu digo rindo dele. - Relaxa, respira fundo! - Eu brinco com ele.
- Tomás já me disse que lhe falou dele, mas não entendo qual a sua relação com ele.
- Somos... Eu penso o que dizer. Namorados é o mais próximo. - Eu digo - Amigos íntimos, também explica bem.
- Senhor, ele teve alguma coisa a ver com seu sequestro?
- Porque diz isso? - Pergunto preocupado.
- Não sei como o Tomás não percebeu. Mas ele apareceu depois do sequestro, você descobre tudo, depois do sequestro e o pai dele estava envolvido nos dossiês. Você muda seu comportamento depois do sequestro. Se aceita bi, depois do sequestro. Na verdade, sua vida é outra depois do sequestro. Eu tenho meus contatos, ninguém tem como provar, mas ele é o cabeça dos sequestros mais bem-sucedidos do país.
- Moacir, a polícia pensa isso? - Pergunto preocupado.
- Meus contatos não são na polícia.
- Peço sigilo quanto a essas informações e quanto ao meu sequestro, isso não importa. - E tento encerrar aquele assunto.
- Não posso obrigá-lo a me contar, mas deveria confiar em mim, para isso estou aqui. Concordo que o Tomás tem sua lealdade dividida, mas o mesmo não ocorre comigo. Posso assinar um termo de confidencialidade, tinha um com ela. Tenho certeza que sabe o que é. Posso ser preso se revelar alguma informação confidencial. Não tenho a intenção de julgá-lo, mas posso definir muito melhor minha estratégia de trabalho, tendo as informações corretas.
- Por favor, Moacir, pegue uma geladinha para nós, estou mesmo precisando descansar um pouco. - Levanto me espreguiçando e sentando no sofá.
Não estudei mais aquela noite, contei tudo para ele, que me ouviu surpreso, perguntou algumas coisas, riu com outras e confesso que foi bom contar para alguém.
- Acho que ele gosta mesmo de você e que não representa nenhum perigo. - Ele diz quando termino. - Seria bom que ele soubesse que eu sei, isso o deixará com um pé atrás comigo, o que seria muito bom.
- Darei um jeito dele saber. Preciso pedir sigilo absoluto? Preciso lhe pedir para assinar um juramento?
- Não, não precisa, mas vou assinar um, só para que não tenha que lembrar-lhe novamente de minha lealdade. Hoje mesmo vou digitá-lo. Tenho o modelo que usava com ela, cobre tudo, ficará mais tranquilo quando me revelar qualquer informação.
- Isso não será necessário, Moacir.
- Talvez não, mas é o correto a fazer.
No dia seguinte entro no quarto e tem um técnico lá. Depois que ele sai, Moacir me mostra dois novos locais para chamá-lo.
- Esses Beija Flor não conhece. - Ele me explica.
- Mas ele não é de confiança? - Pergunto surpreso - Você mesmo disse que ele gosta de mim.
- Não custa nada nos garantirmos, chefe. - Ele me chamava assim quando queria mostrar que estava trabalhando. Tipo: “estou tentando fazer meu trabalho, preciso de sua cooperação”, entendem??????
Nunca precisei usar aqueles ou os outros alarmes, mas saber que eles existiam, realmente me deu uma tranquilidade maior, saber que alguém pensava por conta própria apesar de minhas ordens, era muito bom.
Moacir revolucionou minha vida. Foi a segunda revolução. A primeira veio logo depois do sequestro e agora ele.
Duas seguranças mulheres foram contratadas, permanentemente. Ele não gostou da Paula.
- A Beatriz é melhor. - Ele diz e quase caio para trás com a loura que ele me apresentou. Um mulherão, deliciosa, a outra foi a Tereza, outro avião.
Passei a sair mais, ele me passa uma relação de programas interessantes, e sabendo minha agenda e qual programa quero fazer, prepara minha ida e minha volta, é assim até hoje.
Fui a teatros, cinemas, shoppings, sempre uma delas ia como minha namorada e a outra ia com um dos seguranças, de mãos dadas, como se fossemos dois casais de amigos, acabou a conversa de seguranças de terno. Suas calças jeans eram adaptadas e parecíamos uma turma de amigos saindo. Só quando ia a algum compromisso que exigisse, e hoje como quase sempre estou de terno, eles voltaram a usá-los. Na verdade, eles se vestem como eu, explicando bem como funciona. Se estou de terno, eles também vestem.
Moacir também sai sozinho comigo, ou comigo e o Beija flor.
"- Estou de folga, vou ver o filme ou a peça tal, quer ir?" - Muitas vezes vi essa cena se repetir em meus aposentos. Quando o filme me interessa, eu vou, ligo para o Beija flor que, quando pode, nos acompanha, mas saio sozinho com ele também e depois sempre vamos em algum lugar beber alguma coisa. Moacir é divertido, tem casos interessantes para contar e é um excelente segurança. Uma vez, no shopping, um carinha tonto ficou me secando, esbarrando em mim. Ele me dá um selinho e diz com cara feia para o sujeito:
- Mexe com meu namorado que vou arrancar esses olhos da sua cara! - E torce o braço dele, o sujeito sumiu logo.
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~ eai, pessu. tudo bão? obrigado pelos comentários, galerinha, é por vocês que estou postando! mas quero mais, hein?! cada capítulo tá batendo cerca de 500 leituras somente no primeiro dia!!! cade todo esse povo? saiam das sombras, gente... por favor e obrigado!!! hahahah até amanhã <3 ~