Ex-militar da faculdade

Um conto erótico de igorjp
Categoria: Homossexual
Contém 2056 palavras
Data: 29/11/2019 00:20:48
Assuntos: Homossexual, Gay

Meu nome é Igor, tenho 22 anos. Não sou lá dos caras mais altos, tendo meus 1,69m de altura, um corpo magro de 50 e poucos quilos, uma pele morena-clara – admito que talvez mais clara que realmente morena –, um corpo sem pelos e uma bunda que não chama atenção como eu gostaria que chamasse. Gay assumido, escondo minhas inseguranças e minhas intenções por trás de ironias, brincadeiras e cinismos. Meus olhos são caídos e meus cabelos, cacheados. Uma combinação que me faz ter a cara de um anjo depressivo que somada à minha face magra me faz ser uma analogia de um representante da Morte.

Há pouco tempo me mudei para uma pequena cidade litorânea acompanhado de meus pais e meu irmão mais novo. Vim obrigado por não ter um trabalho decente para me bancar na cidade onde estávamos, sendo assim obrigado a deixar tudo que tinha para trás. Meus amigos, meus lugares favoritos, ou seja, minha zona de conforto como um todo. A mudança, porém, não foi tão solitária como achei que seria: em poucos dias ali, me inscrevi aleatoriamente no vestibular de uma universidade privada da cidade e qual não foi a minha surpresa ao me ver aprovado no curso de psicologia. Não era exatamente a minha primeira opção, porque eu queria design, mas como essa opção não estava disponível e as teorias de Freud sempre despertaram minha atenção, achei que poderia ser bom para mim.

No primeiro dia de aula, como era novo na cidade, não conhecia absolutamente ninguém. Por conta disso, era obrigado a prestar atenção a tudo que os professores falavam, tanto do conteúdo como das informações da semana acadêmica da universidade. Eu não sou extrovertido ainda que não seja introvertido também; eu diria que estou no meio termo e, mais que isso, eu ainda sentia raiva por estar longe da minha cidade anterior. Sentia falta dos meus amigos.

Fiquei uns dias sozinho, sem me esforçar de iniciar contato com as pessoas, então frequentemente saía entre os intervalos das aulas para fumar e olhar para o céu, um hobby que mantenho até hoje. Numa dessas idas conheci Leandro, um cara que parecia ter mais ou menos a minha idade, talvez um pouco mais velho. Sua pele era negra, seu corpo, definido, tinha 1,74m de altura mais ou menos, e sua expressão séria e cabelo cortado na régua lhe davam um ar militar. Ele não explicou porque me procurou, apenas me parou para perguntar se eu tinha ideia de quando aconteceria uma determinada palestra que ele tinha interesse. Como eu estava sempre atento às informações passadas pelos docentes, lhe respondi. Ele agradeceu e começou a puxar conversa. Coisas bobas, do dia-dia.

Nessa conversa aprendi que ele era um ex-militar de 19 anos, que era um ótimo ouvinte e que, apesar de ser mais fechadão, gostava bastante de conversar. Digo isso porque passamos a trocar mensagens todos os dias, falando sobre qualquer coisa a qualquer hora. Nas aulas na universidade, como passamos a nos sentar perto um do outro, finalmente eu tinha uma distração daquelas matérias mais chatas. A nossa aproximação me ajudou a quebrar as primeiras impressões que eu havia tido sobre ele: ele, apesar de sério e de ter uma pose de machão, se embolava em algumas palavras e, com o contato recente, comecei a sentir o cheiro da sua insegurança em se expor intelectualmente. Não que fosse um problema para mim, não me entendam errado, até porque ele não tinha problema nenhum com minha sexualidade. Então parecia quase uma troca de favores.

Mesmo hetero, ele gostava de usar meu vocabulário de gírias gays porque dizia que elas eram engraçadas e expressavam muito mais do que o palavreado normal. Nessas conversas que tínhamos diariamente, com frequência eu me aproveitava do momento para soltar uns flertes. Nada muito descarado, mas o suficiente para deixar uma pulga atrás de sua orelha. Uma forma de fazê-lo questionar as coisas. Sua resposta seguia um padrão, que era o de me indagar “o que você quer dizer com isso?”, ao que eu me retirava da situação sutilmente, dizendo ser apenas brincadeira. Percebi, no entanto, que minhas provocações mexiam com ele muito mais do que eu havia planejado.

Depois de semanas de muita conversa, flerte e zoação, numa madrugada às 00h e pouco, ele me mandou a seguinte mensagem:

— Tá foda de você entender, né?

Olhei para a tela do celular confuso, sem poder confirmar para mim mesmo o que ele queria dizer com aquilo.

— Entender o quê? – respondi.

— Que eu tô a fim de você.

Naquele momento, por mais que eu houvesse lhe dado vários flertes por vários dias, eu não contava que em algum momento fosse ter alguma chance de reciprocidade. Isso se confirmou pela sensação bizarra que me dominou, como se uma corrente elétrica tivesse atravessado meu corpo e um frio intenso dominou minha barriga. Era uma puta de uma surpresa vê-lo dizendo aquilo. Uma surpresa bem positiva, porém. Ainda mais se levar em conta que, por mais escroto que seja admitir isso, eu tinha em mim um pouco daquele fetiche por homens héteros. Então tinha ali na minha mão a oportunidade perfeita. Um homem negro legal, simpático, ex-militar e que estava curioso para saber como seria ter um contato comigo.

— E o que você quer fazer sobre isso? – respondi depois de uns minutos.

— Quer sair comigo? Dar uma volta na praia de noite, sei lá.

— Pode ser. Agora?

Olhei para a tela. Querer eu queria, mas estava tão nervoso quanto ele. Uma coisa era lidar com a fantasia de tê-lo pra mim, outra era lidar com a realidade de tê-lo pra mim. Esperei uns minutos, ao que ele mandou algumas interrogações e não tive opção, tive de respondê-lo – ainda mais porque ele havia sido notificado de que eu havia lido seu convite.

— Claro, pode ser, sim!

Me arrumei rapidamente, colocando uma roupa adequada para um passeio na praia e desci até a portaria para esperá-lo. Em poucos minutos ele chegou, com seu carro cinza e uma expressão extremamente séria. Me aproximei do carro e entrei, cumprimentando-lhe com o máximo de naturalidade. Eu não queria deixá-lo nervoso e queria fazer daquela oportunidade a melhor possível. Ao tentar responder meu cumprimento, sua voz grossa falhou e embolou, soltando um “boa noite” mutante e difícil de entender.

— Quê? – respondi com risadas.

Ele pigarreou, olhando pro lado, em seguida para o volante e tentou novamente.

— Boa noite. Tudo bem?

— Tudo ótimo, e contigo?

— Bem.

Era nítido o quanto de esforço ele estava fazendo para não surtar. Algumas gotas de suor escorrendo por suas têmporas, os dedos fortemente apertando a borracha do volante, a respiração descompassada. Era até fofo vê-lo daquela forma por minha causa, não posso mentir, só que eu devia deixar meu lado meio sádico de lado e tentar acalmá-lo ou aquela noite seria um baita de um fiasco e uma perda de tempo. Não era o que eu queria para um primeiro encontro, não com ele, pelo menos.

— Leandro, pelo amor de Deus, fica calmo. A gente só vai dar uma volta! – falei acrescentando uma dose de diversão no meu tom.

— Cara, não é fácil pra mim isso, ok? Me dá um tempo, me deixar processar o que tá acontecendo e eu já consigo ficar mais calmo. Prometo.

Apenas acenei positivamente enquanto ele dava partida com o carro em direção a alguma praia próxima. Andamos alguns minutos em silêncio pela cidade, ouvindo apenas o barulho da cidade e sendo acompanhados pelas várias luzes dos postes que entravam e saíam do carro. Vez em quando eu olhava para ele e ele fazia questão de não fazer contato visual. Sorri de canto de boca e olhei para minha janela, admirando a paisagem urbana que gradativamente ia se transformando em litorânea.

Ele passou por algumas ruas e parou o carro, desligando a ignição e olhando para o horizonte escuro. O barulho das ondas ecoando pelo carro, disputando apenas com o barulho de nossas respirações.

— Tá, vamos ficar só conversando ou a gente vai se beijar? – ele me perguntou sério e ainda nervoso.

— Sei lá, se você tá esperando eu vou tomar alguma iniciativa você tá bem enganado. Você que me chamou pra sair e você que demonstrou interesse. Se vira! – provoquei entre risadas.

Minha resposta pareceu irritá-lo e constrangê-lo ao mesmo tempo, sentindo-se forçado a iniciar o tão desejado beijo. Seu corpo retirou o cinto de segurança e lentamente foi se inclinando em minha direção. Quando próximo demais, recuou, suado, e respirou fundo.

— Cara, isso é muito estranho. Você é homem...

— Bem, você também. – zombei.

— Tá, agora vai.

E finalmente foi. Nossos lábios se tocaram. E foi um dos melhores beijos da minha vida, como se todo o nervosismo e tensão entre a gente tivesse derretido em saliva dançando entre uma boca e outra. Sua língua invadia cada canto da minha boca, sem, no entanto, ser invasivo ou incômodo. Suas mãos, grandes e firmes, tomaram a coragem de percorrer meu corpo sobre a camiseta que eu usava e constantemente me apertavam, fazendo aquele arrepio gostoso percorrer meu corpo dos pés à cabeça. Aquela pegada era maravilhosa, uma ads melhores da minha vida. Firme, agressiva, instigadora. O tipo de pegada que nenhum outro homem havia me proporcionado até então.

Os minutos foram se passando e eu decidi dar mais um passo. Fui desabotoando sua camisa, passando agora minhas mãos sobre seu corpo definido; primeiro o peitoral, os mamilos, descendo até a barriga e, enfim, escorregando até a região do seu pau por cima da calça. Seu membro estava duro, duro pra caralho. Ousei e apertei seu pinto, sentindo seu corpo arrepiar e um gemido ousado escapar de sua boca. Repeti o ato e ele repetiu a resposta. Ainda por cima do tecido de sua calça jeans, iniciei uma punheta, olhando paralelamente para sua face, vendo seus olhos e seus lábios se partindo para emitir gemidos de prazer e, em seguida, sua cabeça pender para trás. O prazer era evidente.

Decidi continuar na ousadia e abri o zíper da calça, pegando em seu pau agora sobre a cueca. Senti o melado excessivo de pré-gozo que se formou ali, o que foi extremamente estimulante para mim de sentir. Eu estava fazendo algo muito certo mesmo ele sendo “hetero” e, como ele havia dito, eu sendo outro homem. Continuei na masturbação, aumentando o movimento que minhas mãos faziam sobre seu pau, e quando decidi abaixar a cueca para expor seu sexo por completo senti suas mãos me impedindo.

— Só consigo até aqui por agora. Vai com calma, ok?

Decidi simular uma desobediência boba, insistindo e tentando mais uma vez, mas suas mãos mostraram que ele realmente queria ir mais devagar nesse contato sexual. Decidi, obviamente, respeitá-lo. Era tudo novo demais para ele e eu não queria ser uma experiência negativa. Acenei positivamente e guiei minha boca até a sua, iniciando então um esfrega-esfrega de corpos. Minha cintura rebolava sobre sua pelve, sentindo sua ereção roçar entre minhas nádegas, o que fazia com que nossos beijos fossem interrompidos para a emissão de vários gemidos. Os minutos foram se passando e íamos nos perdendo no prazer daquele beijo íntimo.

O tempo passou e com ele o cansaço chegou. Já que não iríamos transar, não havia, na minha cabeça, porque continuar mais tempo daquele jeito. Saí de se colo e sentei no banco do passageiro, dizendo-lhe:

— Tá, chega, mas agora você me deve uma trepada, né? Você não me escapada dessa, “hetero” – pronunciei lentamente a última palavra, provocando-lhe

Ele não riu, pelo contrário, ficou ofendido. Mais do que deveria. Talvez não estivesse acostumado a ouvir isso das mulheres com quem saía, mas era assim que era: eu não era uma mulher, então ele que se virasse para lidar com essa situação. Até porque o desejo era recíproco.

Dessa forma, voltamos para a rua onde eu morava, em silêncio, se despediu de mim com um aperto de mão firme e me desejou boa noite. Ri da sua masculinidade naquele momento e agradeci-lhe o passeio.

Subi para meu apartamento, fui para meu quarto e minutos depois recebi uma mensagem de Leandro.

— Você toparia sair de novo comigo amanhã?

Olhei para a tela do celular e ri para mim mesmo. Só havia uma única resposta para aquela pergunta.

— Claro, Leandro. Mal vejo a hora.

— Ok, que bom. Boa noite, Igor.

— Boa noite, Leandro, até amanhã.

— Até.

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Comentários

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SE LEANDRO FOR HETERO EU SOU PABLO VITTAR. MAS AOS POUCOS ELE SE SOLTA COM CERTEZA. VC FEZ BEM EM DEIXAR AS INICIATIVAS POR CONTA DELE. CASO DÊ ALGUM PROBLEMA A RESPONSABILIDADE NÃO CAI SOBRE VC.

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Massa, quando dois corpos querem não importa a sexualidade.

fredcomedorr@gmail.com

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Terá continuação né? Adorei...

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