Dura na queda – (Parte 2)
Na casa da amiga
Ter saído com o Mike, apesar de não termos transado, mudou a minha cabeça.
Hoje, quatro anos depois, entendo que traição é preenchimento de vazios; é a supressão de carências e a crescente sucessão de descuidos que praticamos, maridos e esposas, ao longo da caminhada a dois. É a falta de um “Bom dia!”, a escassez de amabilidades dentro de casa – os homens da rua não medem esforços para nos elogiar, buscam aproximações e, se dermos brechas, eles entram mesmo, invadindo espaços que deveriam ser exclusivos do cônjuge.
Um marido ausente, que só reclama e nos enxerga prioritariamente como objeto sexual, um pedaço de carne que deve abrir as pernas para satisfazer os desejos dele, a tempo e a hora, não pode exigir fidelidade ad aeternum. Cansamos e as colisões dos encontros e desencontros do dia a dia acaba por nos mostrar que existem outros homens dispostos a elogiar, realizar nossos sonhos, proporcionar viagens inesquecíveis, aventuras... É irracional trocar elogios por grosserias; preferir a rotina às novidades picantes, cheias de tesão. Toda mulher gosta de ser surpreendida, de inovações, de coisas diferentes. Por que os maridos desconhecem essas peculiaridades femininas? Acomodação? Descuido? O mundo gira.
A mulher que deseja manter-se fiel, não pode abrir portas, em nenhuma hipótese! Ou se mantém segura e foge das cantadas ou se sujeita a discretas investidas que tenderão para galanteios mais intensos que podem culminar com a traição. Quem encosta gosta, isso é fato! Enquanto casada, desde sempre fui tentada – no meu primeiro emprego, com apenas 18 aninhos de idade, já recebia convites para sair praticamente todas as semanas. Do porteiro do prédio ao político mais influente da cidade onde moro, conto nos dedos os que não tentaram de algum modo uma oportunidade de me levar para a cama. Se tivesse saído com dez por cento dos homens que já tentaram me comer, eu teria levado quilômetros de pica!
Presentes, mimos, convites para almoçar, flores, bilhetinhos, ligações anônimas... Evitei todas as cantadas. Não tinha ainda as melhores respostas, mas evitei. O Mike me ensinou a dar a resposta certa, mas, antes dele, já sabia me virar. Mesmo assim, no único percalço que tive, de tanto andar de carro, para cima e para baixo, com o motorista de um político, acabei falando demais sobre a minha intimidade, contando mais do que deveria. Resultado: baixei a guarda, o suficiente para ele se declarar cheio de amor e promessas que me iludiram a ponto de trocarmos um beijo dentro do carro. Por muito pouco não passou disso. Refeita da tentação e percebendo o risco de continuarmos andando juntos, pedi para que ele não me levasse mais a lugar algum – ou ia com outra pessoa ou sozinha. Fugi do perigo, da tentação, mas abri a porta e, porta aberta, para uma mulher bonita é perigoso – sempre haverá alguém querendo entrar. O Mike entrou, ele furou o cerco.
No sábado, depois do nosso encontro da sexta-feira, ele viajou para a cidade onde mora. Retornaria na quarta-feira, apenas. Até lá, como já estávamos acostumados, nossos diálogos se tornaram cada vez mais intensos, demorados e apaixonados. Acordava lendo o Mike desejando “Bom dia, princesinha!”. Passávamos o dia inteiro conversando no WhatsApp e, antes de deitar, sem exceção, tinha que ler, ou o dia não estava completo, o “Boa noite, princesinha!” que o Mike deixava no meu celular.
Eu era outra mulher. Das angústias que vivia em casa, com o meu marido discutindo e perguntando o porquê de ainda estar comigo e me expulsando de casa, migrei para a ansiedade da espera e contava cada segundo que nos separava do reencontro. As angústias e lágrimas que me afligiam foram substituídas por esperanças e sorrisos. Sentia apenas saudade de um homem que veio para me passar a segurança que toda mulher sente quando está ao lado de quem cuida e dar carinho e atenção.
Na quarta-feira, à noite, o Mike foi me ver. Marcamos o encontro na casa da mãe de uma amiga minha da época de faculdade, uma mulher experiente que vivia me aconselhando para deixar de ser submissa ao meu marido e buscar ser feliz com outra pessoa. Quando falei sobre o Mike, ela disse que poderia contar com o apoio dela. Foi o que fiz, levando o Mike para lá.
Estava nervosa. No primeiro encontro, estávamos sozinhos – minha amiga sabia que sairia com outro homem, mas não viu o Mike. Dessa vez, além de ajudar, outra pessoa teria contato com ele, aumentando o grau do meu comprometimento.
Conversamos bastante na sala de estar. Ela, cheia de perguntas, não cansava de me elogiar: que eu era uma mulher do bem, de bons valores e princípios e que ele, o Mike, era um privilegiado por ter conseguido o que nenhum outro homem da cidade, apesar de inúmeras tentativas, conseguiu.
Sou muito tímida, apesar de valente quando é preciso. Tenho temperamento colérico – não mexam comigo que eu não fujo da raia nem meço palavras, quando é preciso. Apesar da timidez e em razão da situação, não sei se a minha amiga, a Leila, também percebeu, mas o Mike passou o tempo inteiro de pau duro. Depois que nos aproximamos mais, ele já me enviou um conto erótico falando sobre o poder do olhar de uma mulher. No conto, ele relata que se uma mulher olhar para o pau de qualquer homem, deixando claro que olha para o pau, a ereção é imediata. Não sei se era isso. Só sei que olhei pelo menos umas quarenta vezes para o pau dele, enquanto estávamos sentados, e, em todas as ocasiões, ele estava duro. Também não sei se era coincidência ou se ele percebia meus olhares e fazia de propósito, para me deixar excitada, mas, em todas as vezes que olhei, ele pulsava o pau, levantando o short com a pujança da rola – o ‘bicho’ estava vivo dentro daquele short que parecia pequeno para ele. Conforme relatei no conto anterior, minha xoxota pulsa e pisca quando estou excitada e olhar o pau do Mike me deixou exatamente assim, com ela pulsando e piscando. Meus olhos brilhavam olhando para o pau do Mike dentro do short – como é gostoso esse jogo de sedução, esse clima de desejar e ser desejada.
Percebendo que a Leila não nos deixaria sozinhos, o Mike perguntou se eu poderia ir até o carro com ele para pegar uma pipoca. Sorri. A Leila sorriu, meneando a cabeça como que zombando da desculpa, e entrou para a cozinha. Saímos.
O carro estava estacionado em frente à casa da Leila, do outro lado da rua. Estranhei quando ele se dirigiu para o bando detrás do veículo, desligou o alarme, abriu a porta, entrou e me chamou:
– Entre aqui.
Entrei. Ato contínuo, o Mike, mais tarado que na semana anterior, fica de joelhos e me faz deitar, com as costas no banco. Ao deitar sobre mim, pude sentir o pau duro e latejando, com pulsações fortes. Eu já estava encharcada e não tive forças para reagir – dessa vez, simplesmente aceitei os beijos e o contato. Nossos corpos estavam quentes, nossos corações acelerados e os beijos estavam me deixando alucinada, ofegante, louca para meter. Apesar do tesão, acreditava nos limites da minha experiência sexual e não me sentia ameaçada. Tinha por certo que trocaríamos amassos, que nos acariciaríamos, que ele me tocaria o corpo novamente – até cogitava, em meu inconsciente em polvorosa, a possibilidade de, se ele colocasse o pau para fora, bater uma punheta. Nada além disso. Apesar de adorar chupar, uma felação não estava nos meus planos naquele momento. De repente, não foram mais que cinco segundos, o Mike se afasta um pouco, levanta a minha saia, puxa minha calcinha para baixo e começa a me chupar. Em não mais que cinco segundos, tive a saia erguida, a calcinha abaixada e uma língua me chupando. Perdi novamente. Mais uma vez, fui surpreendida, sem chances de pensar e fugir. Sem reação, senti quando o Mike sugou e engoliu o sulco que escorria da minha xoxota. Fui chupada por alguns segundos, juro que meu desejo era arreganhar as pernas e esquecer do tempo, mas racionalizei a situação, empurrei-o com as duas mãos e sentei no banco, sem saber o que aconteceria no instante seguinte. Ele, ainda com o pau dentro do short, comentou:
– Veja como fico quando estou perto de você.
Estava escuro, surgiram tão somente contornos do falo, mas percebi, na penumbra, que tinha um cacete no meio do caminho. No meio do caminho tinha um cacete. Abri a porta e desci do carro, levando a pipoca. Ele desceu e veio até mim. Atravessamos a rua e tocamos a campainha. A Leila gritou que o portão estava aberto e entramos.
Conversamos mais alguns minutos, a Leila não parava de falar. Percebendo que estava ficando tarde e tinha que ir para casa, avisei que precisava ir. A Leila entrou e pediu que aguardássemos, enquanto ela faria um café. O Mike, aproveitando os minutos que teríamos a sós, levou-me para o jardim da casa, agarrou-me por trás e me beijou. Não acreditei em mais uma ousadia dele. Simplesmente, sem a minha autorização, ele já estava com o pau de fora. Com o abraço que levei, senti aquela carne quente entre minhas pernas. Gelei. Ele virou meu rosto e me beijou, mantendo o falo entre minhas coxas. Nessas horas, o instinto feminino fala mais alto: consenti a investida e comecei a rebolar o bumbum, esfregando uma perna na outra, para masturbar o pau do Mike com as coxas. Ele, depois de alguns minutos de amassos, puxou minha calcinha e me penetrou por trás – foi uma penetração centesimal: entrou e saiu. Que delícia! Como a rola do Mike estava quente. Eu me sentia desejada e a sensação de desejo para uma mulher é fundamental. Ele tentou uma segunda vez – entrou novamente. Penetrou e parou. Tenho certeza que ele sentiu as contrações da minha buceta, apertando e mastigando, louca de desejos. Eu me virei, ficamos de frente um para o outro. Abri as pernas e o Mike tentou enfiar o caralho em mim. Sendo mais alta que ele, não entrou. Ele tentou uma segunda vez. Na ponta dos pés e com meu auxílio, deu certo. Estava uma delícia o movimento das nossas carnes brincando de atrito, mas ouvimos a voz da Leila. Paramos. Ajeitei a calcinha. Eu estava tão nervosa por ter permitido a penetração, que não esperei a Leila chegar. Fui até o portão, saí apressada, liguei a moto e fui embora.
Ao chegar em casa e tirar a calcinha para tomar banho – meu marido já tinha chegado do trabalho –, percebi a quantidade de porra que o Mike havia deixado. O canalha gozou dentro de mim e me lambuzou toda: xoxota, calcinha, saia... Até pelas pernas escorria esperma. Eu deveria estar extasiada, anestesiada, louca, delirando para não ter percebido a quantidade de gala que o Mike despejou dentro de mim. Tomei banho, troquei de roupas e dei um jeito de mandar uma mensagem para ele no WhatsApp:
– Você é louco?
– Como assim, o que houve?
– Você me encheu de porra, gozou dentro de mim! Meu marido está em casa!
Fiquei desesperada, louca de raiva com a atitude dele.
...
Depois de cinco anos de namoro, alguns meses de noivado e três anos de casada, todo esse período fiel e inabalável no desejo de permanecer fiel, o Mike era o segundo homem que me conhecia para além das aparências. Ele era o segundo homem a conhecer minha intimidade de mulher, a penetrar meu templo sagrado e o óstio que, de acordo com os devaneios dele, depois do rabo, era o mais cobiçado do planeta: a buceta.
Estava chateada, preocupada e com raiva, era verdade. Entretanto, acima de tudo, crescia a vontade de continuar minha inusitada aventura. Queria sentir o Mike e ser devorada por ele com toda a volúpia que merecíamos.
Nosso segundo encontro serviu também para me dar a certeza de que o Mike não fazia amor já tinha um tempinho, porque a quantidade de leite que ele jorrou em mim, sem brincadeira, não foi normal. Isso ele não sabe, mas, enquanto me limpava, tirando gala da calcinha, da xoxota e das pernas, tive a curiosidade de cheirar e lamber um pouco ‘dele’, em forma de esperma, e adorei o que meus lábios provaram. Mais que nunca, eu precisava estar a dois com o Mike – não queria que fosse dentro de carro, não queria que fosse em casa de amigas. Depois da segunda experiência extraconjugal, eu estava decidida a ir a um motel e me entregar para o homem que me revigorou a felicidade e me renovou o brilho no olhar. Ele me caçou, não foi fácil, mas conseguiu. O problema é que uma mulher, depois de caçada, precisa ser comida!
O Mike diz que esteve invisível por quase um ano, que eu esnobei o quanto pude. A partir do nosso próximo encontro, quando efetivamente transamos, vivemos inúmeras aventuras e descobertas que tentarei relatar aqui. A descoberta dos meus seios por ele – foi muito engraçada; o estresse dos halls; a primeira viagem juntos, de carro; meu primeiro anal; nossa noite no mosteiro, a transa inesquecível na praia, quando viajei pela primeira vez de avião. Outra noite memorável quando transamos na banheira. As transas na rua, os planos dele, as aventuras que ele planeja e quer me colocar no centro das atenções; as fantasias que ele tem e está me convencendo a viajar nas ondas alucinógenas que ele cria...
Até sermos quase flagrados dentro do carro pelo meu marido, que hoje é muito amigo dele – um erro que cometemos –, transávamos toda semana, de quarta-feira a sábado, de três a quatro vezes por dia, todos os dias. A média era a de uma trepada cedinho, outra à tardinha e outra ao anoitecer, no mínimo. O Mike é dezesseis anos mais velho que eu, mas, ainda hoje, embora já estejamos juntos faz quatro anos, ele não consegue estar perto de mim sem ficar de pau duro. Não sei até quando será assim, mas nunca estive com ele, mesmo quando brigamos, para não transarmos no final.
Ele tem o pau pequeno e sou muito apertada, muito mesmo – tanto na xoxota quanto no bumbum. Apesar de alta, quase 1,70m, sentia desconforto com o meu marido – e ele não é tão grande assim. Pelas fantasias que o Mike me tem feito transitar ultimamente, parece que o complexo com o tamanho e espessura do pau levaram-no a tentar, por meio das fantasias, recompensar o prazer que ele acha que não me dá. É como se, para ele, apenas um pau gigante me saciasse e desse prazer. Como ele não tem, para agradar e me fazer feliz, ele cria essas possibilidades de eu transar com homens taludos. Tudo o que ele quer é me ver feliz, realizada e preenchida, literalmente. Talvez por isso ele viva falando que mereço homens pauzudos, cacetes grandes e grossos. Não sei que tara é essa dele, mas essas insinuações estão se tornando mais frequentes a cada dia, com o envio de fotos, contos e vídeos de loiras sendo empaladas por homens dotados, principalmente negros. Vivo falando que ele me satisfaz, que paus grandes e grossos não me dão prazer – pelo contrário, acho até que me machucariam muito. Só tem um problema, lembra das portas que não devemos abrir? Pois é. ‘Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura’. Antes, jamais pensaria em deitar com outros homens, principalmente negros e roludos. Agora, de tanto ver fotos, vídeos e ler contos, confesso: já estou com outra cabeça e vivo imaginando rolas pretas, paus gigantes. Pior ainda: tenho me imaginado na cama, com outros homens, e o Mike nos observando, incentivando-me a não desistir e sussurrando ao meu ouvido, carinhosamente:
– Coragem, princesinha! Você aguenta, eu não disse que você aguentaria!
Esse jogo que o Mike está fazendo comigo é perigoso, muito perigoso. Ele está mexendo com meus desejos, fantasias e criando perspectivas que estão burilando meu inconsciente muito fortemente, de forma recorrente, quase virando uma fixação obsessiva, uma meta a realizar. Pensar nessas possibilidades sexuais, com a segurança de estar com ele ao meu lado, dando-me toda a proteção, está se tornando tão perigoso que mais uma vez, somente por ter falado sobre isso, terminarei este conto com sincera e objetiva afirmação, direcionada a todo negro pauzudo e que tenha uma cabeça de rola ‘cogumeliana’. Minha exclamação vai para você, negro da pica preta, que deveria estar aqui, lendo este relato junto de mim:
– Quero meter!
Estando sozinha, sem o Mike por perto e na desconstrução dos medos e ressignificando aquilo que desejo, o que tenho por certo é que me masturbarei agora, bem gostoso, em mais uma manifestação patente da influência que o Mike tem na minha vida, pois a masturbação era outro vício que não tinha, é mais uma mania que aprendi com o Mike – ele está me tirando do sério e me deixando louca por sexo, mais louca ainda.
Lady
...
Uso nomes diferentes nos contos porque, depois que comecei a divulgar meus textos com minhas amigas, algumas gostaram tanto que me enviaram histórias reais que aconteceram com elas para que fossem transformadas em novos relatos. Nem todas as narrativas foram comigo, mas todas foram baseadas em fatos reais que passaram pelos atenciosos cuidados do meu feminino e observador olhar.
pequen.a@outlook.com