És chegada a hora, talvez em mente eu deveria ser o cara que voltaria para me vingar do treinador e do meu ex melhor amigo. Mas isso só iria confirmar a história de vilão, que criaram, já que a verdadeira história não foi contada a ninguém.
- O que você está pensando, lindo? - meu melhor amigo fala
- Nada. Amo quando você me chama de lindo. Agora que estamos voltando, eu agradeço a você por está em todo esse tempo ao meu lado. – Eu digo.
***** Daniel Rodrigues****
Eu sou Daniel, acho que já falaram a meu respeito por aí. Sou amigo do Guilherme, muito se deu pela minha irmã Amanda, que sempre foi a melhor amiga dele. O Gui foi muito importante nesse tempo, apesar, que ele acha que o importante era eu, talvez a gente se completasse.
Eu era nadador igual a ele, no início ele não ligava para mim, mas eu consegui a confiança dele. Eu também passei no processo seletivo na Nova Zelândia, mas em um curso diferente.
Queria que o Guilherme me visse como namorado, mas eu sei que não me ver. A nossa última transa foi uma confirmação que só seriamos uma amizade que duraria para toda a vida.
- De novo esse filme, lindo? – eu falo rindo para ele, que assiste um amor para recordar pela 3º vez na noite.
- Ah, Daniel, você sabe que eu gosto. – Ele fala tampando o rosto com o lençol.
- Chorando de novo? Um homão com vários músculos chorando, eu deveria gravar isso e mandar para o César.
- Você chorou com “Os vingadores”, e eu não gravei. Bobão. – Ele responde
- Hum, sou bobo mesmo, por você.
- Você é lindo demais para mim.
- Não fala bobagens, contigo eu aprendi bastante.
- Me dá um beijo?
- Oi?
- Aí cara, amo esses seus olhos puxados, me dá um beijo logo.
Nos amamos a noite toda e ali selamos a nossa amizade eterna, ao dormimos pela primeira vez em 5 anos, abraçados durante uma noite toda.
Voltar ao Brasil não é um desafio, eu estava com saudades da minha família, dos meus amigos e de todas as outras pessoas.
- Atenção, em 10 minutos passaremos por uma turbulência, mantenha-se calmos. – Anuncia a voz que vem de algum lugar nesse avião.
- Você ainda não se acostumou? – Daniel pergunta. Ele sabe que tenho medo de turbulência, nossa primeira viagem eu chorei bastante.
- Você acha que é fácil? Garoto, garoto. – Eu respondo a ele
Ao fim dessa turbulência, enfim, chegamos.
Uma nova história começa, novos começos, novos fins. Não sei o que irá acontecer nesse meio, mas pelo menos tenho um emprego (Privilegiado por um pai que é sócio de um clube, eu irei voltar as minhas raízes) .
- Olha, lindo, olha quem estão ali! – Daniel fala com felicidade estampada naqueles olhos puxados e morenos. Era a nossa família, a dele e a minha. Nos abraçamos e choramos bastante.
- Você não pensa em me deixar aqui tão cedo, seu moleque safado – Fala minha mãe Eloá, ao me ver.
- Ele disse que só está aqui por 10 minutos, mãe, eles vão pegar o próximo voo para Bangladesh. – Fala o meu irmão Júlio César.
Minha mãe e eu olhamos sério para ele.
- Ah, vem cá, seu safado! Me dá um abraço que estou morrendo de saudades. Que músculos, em. – Ele me fala, admirado.
Meu irmão está lindo, minha mãe também. Ela é morena, não é muito alta, tem 43 anos, cabelos lisos e sempre foi muito extrovertida.
- Cadê o papai?- Ele sempre reclama que nesses 5 anos, eu só pude comparecer uma vez, por motivos de documentação.
- Ah, seu pai não pôde vir, ele está muito atarefado com os negócios. – Minha mãe responde.
- Não vai me abraçar? Só quer saber de lindo para cá, lindo pra lá.
Aquela voz era irreconhecível, era ela. A Amanda, ela era minha melhor amiga, sempre falamos de tudo, ela era a irmã do Daniel.
- Claro que eu estava meu neném, e seu irmão é lindo mesmo. – Eu falo olhando para ele.
- Acho que está na hora de irmos. Lindão? Nos veremos amanhã?
- Sim, vocês irão se ver. Iremos ao clube amanhã, temos muita coisa para conversar. – Fala Amanda.
- Amanda, lindinha. Acho melhor não. Eles estão cansados. – Júlio responde.
- Não, tudo bem. Eu quero ir conhecer os atletas, tenho ideias importantes para os esportes dessa cidade, depois iremos conversar. - Eu falo.
- Tudo bem, você irá gostar do nível dos atletas. Principalmente do Victor, ele é um dos que tem futuro na natação. – Júlio César responde.
- Marcado, então. Vamos embora? – Fala Amanda.
- Vamos. Beijos, lindão. – Eu falo para Daniel.
Finalmente saímos do aeroporto. Ao chegar em casa, está tudo apagado
- Vocês não pagaram a energia? Estamos em crise? – Eu falo
- Surpreeesaaaaa! – As luzes acendem e é meu pai que organizou uma surpresa para minha volta.
-Venha cá, desnaturado. Me dá um abraço... Nunca mais vá para tão longe assim.
- Tudo bem pai, eu amo o senhor. – Eu o abraço bem forte.
- Como foi de viagem?
- Foi boa, porém, exaustiva.
- Vá dormir um pouco, meu filho. – Minha mãe fala.
- Vá dormir, mas depois de comer a comida que eu preparei. – Ele responde rindo.
- HAHAHA. Não troco essa comida por nada. – Eu falo já animado.
Meu pai é o chefe de casa, minha mãe faz comidas maravilhosas, mas a do meu pai é excepcional. Minha família é uma figura... Eles entenderam bem o fato de eu ser bissexual.
- Você e o Daniel? Vão finalmente assumir a relação? – Pergunta minha mãe.
- Não estão assumidos? – Fala meu irmão.
- Se nesse tempo todo eles não se casarem, fica difícil. – Meu pai também retruca.
- Paai! Não, nós não namoramos. Eu o amo, mas é um amor diferente. Amor de irmão. – Eu respondo.
- Ei, sai fora. Porque eu não beijo e nem transo com você – Júlio responde
- Idiota. Não posso te contar mais nada, mesmo, né?
- Desculpa irmaozão, escapuliu.
Meus pais sorriam.
- Vai meu filho, vai dormir.
- É maninho, durma. – Ele ver uma maneira de sair da situação.
- Isso não acaba aqui. Eu irei dormir mesmo, porque estou cansado.
Fui primeiro tomar uma ducha, pois, estava cansado. Mas não gosto de dormir sem banhar. Meu irmão entra no quarto.
- Hum, pelo visto não é só os músculos do braço que cresceram. Olha essa bundinha. – Ele fala.
- Saí daqui manézão. Outra coisa é grande também, quer ver?
- Sai fora. Não gosto de pinto pequeno.
- Hum, então agora você gosta de pinto também? O que você não me contou?
- Na-na-nada. Não tem nada. Aí eu vim aqui te falar uma coisa, mas esquece.
- Hum, gaguejou, sei não em. Tem algo a me falar, é? É a Larissa que não te quer mais? Fica sossegado, cara. Tem outras, ou... outros. – Eu provoco ele.
- Aí, mas tu é babaca. Era sobre isso que eu ia falar mesmo. Mas vou deixar você dormir, outra hora nós conversamos. Beijo, maninho. Bunda gostosa. – Fala ele batendo na minha bunda e saindo.
Sempre tivemos uma relação normal de irmão, ele sempre fez essas brincadeiras. Mas confesso que estranhei o fato dele gaguejar ao insinuar que ele gostava de homem. De todos, ele foi o que teve um pouco mais de dificuldade de entender o fato de eu gostar de homens. Mas é melhor deixar para lá, estou cansado e amanhã é outro dia.
- Outra vez? O que você quer?
- Só mais um beijo, um perdão teu. Senti seu corpo aqui ó.
- O meu perdão tu já tens. Mas as outras coisas não te pertencem, você se perdeu e me perdeu. Eu te avisei.
- Você não me ama mais? Então por que teus olhos e teu corpo demonstram que você se excita?
- Por que você é assim?
Mais uma vez ele abre aquele sorriso perfeito, não é possível.
- Lembra do que eu te disse? Que eu te amava? Eu te amo.
- Não, você não ama. Amor não é aquilo que você fez, você não me conhece.
Ele chega mais perto de mim e mais uma vez eu estou me entregando, mesmo que eu queira algo, meu corpo não obedece.
- Eu gosto desse lugar.
- Eu não gosto dele não.
- Aqui foi nosso primeiro beijo.
- Mas aqui também foi o lugar onde você acabou com minha adolescência. – Eu falo exaltado.
- Gosto de você com raiva, isso que amo em você.
Ele abraça o meu pescoço e começa a me beijar todinho. Eu sinto aquele hálito quente cada vez mais perto de mim.
- O que você está fazendo?
- Te beijando, você gosta disso.
Eu me deixo levar por aquele beijo, ainda mais quando ele começa a deslizar pelo meu pescoço.
- Leonardo...
- Tu não quer parar, você quer isso.
Ele começa a pressionar minha cintura e minha bunda, eu começo a sentir aquele volume, eu me arrepio.
- Gui, acorda. Ei Gui. – Eu escuto meu irmão me segurando.
- O que foi? – Eu pergunto assustado.
- Você esqueceu as luzes ligadas, vim desligar e você estava falando coisas desconexas, e olhando agora essa situação, acho melhor eu nem saber o que era. – Ele responde.
- Saí do meu quarto, maluco. - Ele sai, mas antes ele fala
- Vai se aliviar, essas ereções noturnas fazem mal.
Eu estava excitado com um sonho que a muito tempo não tinha, acho que dormir todos os dias com o Daniel me faziam esquecer essa situação. Mas aquilo me parecia real, o toque, o beijo. Será que eu ainda amo ele? Apesar de tudo?
Aos comentários: Geomateus, lindão, obrigado por acompanhar a história.
Valtersó, seus comentários são os melhores e concordo que o medo de se envolver não deve ser maior... Inclusive, você acha que é #TeamDaniel ou #TeamLeonardo (ou outro #Team, né ~surpresa~)
Marcos Costa, muito bom saber que você leu a história anterior, que se chamava Razão por razão. Eu estou reescrevendo-a, porque a história estava fora de ordem e não tinha coerência.
Matheuzz, gosto de saber que você comenta aqui.
Aos demais que somente leem, meu muito obrigado. Eu gostaria de aproximar os personagens do leitor, então é muito importante ter esse feedback. Estava pensando em um capítulo especial com um dos personagens já apresentados, que vocês escolheriam para fazer perguntas. A história não será longa.