O Sequestro - Cap. 16

Um conto erótico de GuiiDuque
Categoria: Homossexual
Contém 5119 palavras
Data: 01/12/2019 03:56:25

~ continuação ~

-

Tomás me recebe surpreso.

- Seus pais vão adorar a surpresa! - Ele diz e entramos em casa.

Moacir vai para o seu escritório, no forte, e Beatriz me acompanha.

- Beatriz, aqui não precisa, pode se reunir com os rapazes, vou preparar um quarto para você. - Tomás diz.

- Não, Tomás, ela vem comigo, vamos ver meus pais, depois conversamos.

Pego em sua mão e vamos indo até os aposentos de meus pais, vejo uns dois empregados de longe olhando.

Entro na antessala deles, peço que ela se sente, bato na porta e entro.

- Meu lindo, que surpresa!!! - Podemos ouvir a mãe dizer satisfeita me vendo. - Temos algum problema, filho?

- Espero que não, mãe. Bem, só se não gostarem da nora que arrumei para vocês. Querem conhecê-la?

O pai levanta rapidamente do sofá, surpreso.

- Isso é que ser rápido em solucionar um problema. - Ele brinca rindo para a mãe.

- Ela já está grávida? - Ela pergunta curiosa, rindo também.

- Ainda não... - Digo rindo - E só me casarei com a benção dos dois. Então, vai se vestir pai, não vai querer conhecer sua nora de pijama, não é mesmo?! Mãe, não precisa fazer cerimônia, só trocar esse pijaminha de seda lindo.

Espero por eles na antessala com a Beatriz.

Os dois saem uns 15 minutos depois, e olham surpresos para ela.

- É alguma brincadeira, filho?! - A mãe pergunta vendo a Bia.

- Vamos sentar. - Eu os convido. - Pai, mãe, gostaria de me casar com a Beatriz. Não quero que pensem que nós nos descobrimos apaixonados de um dia para o outro. Será um acordo de cavalheiros, se podemos chamar assim. Vejam... Preciso de um filho e quero que ele tenha uma mãe para acompanhá-lo. Beatriz é uma mulher linda, uma profissional capaz, honesta, uma mulher que me daria orgulho de mostrar socialmente e uma mulher que daria prazer de ter como minha mulher.

- Filho, casamento não é isso. - A mãe diz preocupada. - Não tenho nada contra você, mocinha. É mesmo muito linda, e sei que o Moacir verificou sua vida e não estaria a nosso serviço se não tivesse uma boa ficha, mas estamos falando de casamento, filhos...

- Querida, porque não deixamos nosso filho terminar. - Vejo o pai com uma expressão que entendi na hora. Ele já havia entendido a ideia da coisa.

- Preciso de uma esposa que me dê filhos e que entenda que precisa desempenhar um papel social ao meu lado. Não prometo fidelidade, mas terá o meu respeito, farei de tudo para não a constranger e terá todo carinho que puder lhe dar e uma vida de conforto, enquanto viver, mesmo que nos separemos um dia. Casaremos em regime de separação de bens, faremos um contrato pré-nupcial que seja bom para os dois. Em caso de separação ela abre mão da guarda de nossos filhos. Mãe, Beatriz é formada, teve uma boa educação, com certeza não terá dificuldade em aprender com a melhor mestra que poderia encontrar os melindres sociais. Ela sabe que sou bissexual e que Beija flor é meu parceiro. Se quiser também ter algum outro envolvimento, ela o fará com discrição.

- O que pensa disso, mocinha? Desculpe, não posso mais chamar assim a minha nora. O que pensa de tudo isso, Beatriz? - Mamãe pergunta.

- Senhora, quando ele me fez a oferta, confesso que fiquei assustada. Não estamos falando de mudar de emprego. É uma proposta para uma vida. O que mais me preocupa são minhas obrigações sociais. Nunca fiz isso. Confesso que nunca estive em uma coluna social ou em chás de caridade, terei que receber diretores e presidentes, e suas esposas. Terei muito a aprender. Seu filho é lindo, senhora, e não será nenhum sacrifício ser sua esposa. Ele é gentil, educado e não preciso nem falar em como minha vida será mais confortável. Se disser que não levei isso em consideração, estarei mentindo. Quando conversou comigo, ele só me pediu duas coisas: Que jamais desrespeite seus pais, se nós duas não nos dermos bem, ele conseguiria outra casa para nós, mas não acho que isso será necessário. A senhora sempre foi muito simpática. E o outro pedido foi sobre o Beija Flor. Ele o ama e o tem como seu companheiro. Não vejo problema também. Ele prometeu ser discreto e não me colocar em nenhuma situação constrangedora em público. Perdi meus pais e meu único irmão em um acidente de carro e sou muito só. A possibilidade de ter minha família será muito boa. Só não vou me sentir confortável se todos pensarem que fui comprada. - E ela me olha constrangida. - Não estou vendendo meu útero, não quero que pensem assim. Serei sua companheira e estarei ao seu lado nos compromissos sociais e farei isso da melhor forma que puder, se a senhora me ajudar. - E olha a mãe - Terei seu herdeiro, mas quero ser a mãe, quero estar ao lado deles, pois, na verdade, tem uma grande chance de serem gêmeos, eu era gêmea de meu irmão e minha mãe tinha uma irmã gêmea. Está no sangue!

- Oba, dois de uma vez!!! - A mãe fala animada.

- Eu entendo sua posição. - Digo sentando ao seu lado e pegando sua mão. - Já conversamos que terá que ser demitida. Não posso ter minha esposa correndo risco trabalhando como segurança, na verdade, apesar de não precisar, vai ter que ter sua própria segurança. Moacir será o responsável por você também. Ninguém vai saber de nosso acordo, para todos, excluindo meus pais, Tomás, Moacir e espero que compreenda, o Beija Flor, todos pensarão que me apaixonei pela minha linda segurança. E estou falando dos outros seguranças também, nem a Tereza deve saber. Será tratada por todos como: “A senhora de minha casa, minha esposa”. Gostaria de poder continuar recebendo o Beija Flor e você terá seu quarto ao lado do meu, quando ele vier, você nos dará privacidade, mas o faremos sem constrangimento para você.

- Sei que o fará, nunca conheci ninguém tão gentil. - Ela diz sorrindo simpática.

- Parece que nos entendemos. - Papai diz sorrindo - Então, minha nora, me dá um abraço?!

- Querido, vamos fazer uma comunicação oficial. Filho, sua noiva poderia ficar comigo alguns dias e eu a preparo para um coquetel onde ela será apresentada à sociedade como sua futura esposa?! Depois vou ensinando devagar, você é esperta, logo aprenderá tudo que precisa saber. Posso também ajudá-la no enxoval. Eu vou adorar ir as comprar com você. Posso chamá-la de Bia?

- Claro, senhora! Claro que pode. Prometo me esforçar para aprender a ser uma grande dama, mas sei que dificilmente serei como a senhora. - Ela diz muito esperta.

Vejo a mãe com a cara boa. “- Começamos bem”, penso satisfeito com a solução que o Moacir encontrou.

- Para todos os efeitos e inclusive entre nós, este será um casamento verdadeiro. Na verdade, se pensarmos bem, muito mais verdadeiro que o de muitas amigas minhas. - A mãe diz abraçando-a.

A mãe pede ao Tomás que reúna todos os empregados na sala principal.

- Preciso fazer um comunicado e quero todos, inclusive os seguranças do portão. Deixe as câmeras funcionando, será por poucos minutos. - Ela diz quando o Tomás vai dizer alguma coisa.

Enquanto a Bia toma um banho chamo o Tomás em meus aposentos e explico rapidamente para ele.

- Tomás, quero sua ajuda, não permita, repito, não permita que minha noiva seja tratada por menos. Não quero conversinha sobre ela entre os empregados. Só nós sabemos desse acordo. Para todos os efeitos nos apaixonamos. Você bem que vinha percebendo alguma coisa, entendeu?

- Claro, senhor, foi mesmo uma ótima solução, seu pai já estava preocupado. Ela é uma boa moça, desculpe, uma dama. - Ele corrige brincando.

- E se ainda não é, a mãe fará dela uma e terá muito gosto nisso, tenho certeza. A Bia sabe que tem muito a ganhar agradando a mãe, ela não é boba. - Eu digo.

- Senhor, e o Beija Flor?

- Eu vou falar com ele, Tomás, ele também será um dos poucos a saber.

- Posso lhe fazer uma pergunta senhor?

- Claro, Tomás.

- Porque ela e não a Tereza?

- A Tereza tem cinco irmãos, a Bia nenhum, e ela ainda é órfã.

- Sem cunhados? Nem sogra? É mesmo a esposa perfeita! - Ele diz rindo.

- Tomás, mais uma coisa, quero champanhe em meu quarto, hoje minha noiva dorme comigo.

Meia hora depois, Bia, de banho tomado, linda, simples de jeans e sandalinha de salto, uma blusinha justinha, realçando seu corpo delicioso, entra comigo de mãos dadas na sala principal onde estão enfileirados todos os empregados da casa.

- Obrigado por virem. - Diz a mãe - Quero que saibam todos que o que anuncio agora é de meu agrado, que meu marido e eu damos nossa benção, e eu gostaria que vocês apresentassem seus respeitos a minha futura nora.

Vejo a cara de surpresa de todos. Até Tomás faz de conta que não sabia de nada.

Moacir diz:

- Mas chefe, despedi essa mocinha ontem...

- Pois ela continua despedida, não quero minha esposa correndo risco, na verdade, Moacir quero que providencie uma equipe de segurança para ela.

- Não preciso, amor. - Ela diz - Você sabe que sei me defender.

- Não importa, minha noiva linda não vai sair sozinha, leve pelo o menos um sempre que sair e Moacir, ela não é mais uma mocinha, esta é Beatriz, minha noiva e minha futura esposa.

- Desculpa, senhora. - Moacir diz com cerimônia.

Ela dá um sorriso lindo, espontâneo.

- Ninguém me chama de senhora ou vou ficar muito brava. Beatriz está ótimo e espero que continuemos nos dando muito bem. Não sou senhora de ninguém e se alguém se esquecer eu vou me lembrar que sei um golpe ou outro. - E todos riem.

- Desculpe, Bia, mas terá que começar a se acostumar... - A mãe diz - Aqui você é a senhora, sim. E quero que se lembrem disso. - Mamãe põe seu braço sobre os ombros dela. - Quero que a tratem como tratam a mim. Espero que não seja breve, mas você será a dona dessa casa, e muito em breve. - E sorri para ela - Será a mãe de meus netos e podem me dar muitos, quero essa casa cheia de crianças.

Mamãe faz todos a cumprimentarem, Tomás logo manda cada um para o seu lugar e ficamos algum tempo conversando, todos que sabíamos daquele acordo e como combinado, nem entre nós falamos novamente dele, papai abriu um excepcional champanhe, quando ficamos somente nós quatro e parecia mesmo que havíamos encontrado a melhor solução.

Aquela noite ela dormiu comigo. Não foi a primeira vez, depois que conversei com ela há uma semana ficamos juntos para ver se ia rolar uma química boa. Imaginem passar o resto da vida com uma pessoa que você não se dá bem?

Bia é linda, cheirosa, uma mulher deliciosa, uma amante quente, nem usávamos camisinhas, se queria mesmo um filho, não ia perder a chance, quanto mais cedo ele chegasse melhor.

No dia seguinte liguei para o Beija Flor.

- Meu príncipe, está sem sono? Essa hora é madrugada aí. Está tudo bem?

- Aqui são 10 horas da manhã e sei que não gosta de acordar cedo, estava te dando um tempinho para acordar, seu preguiçoso. - Brinco com ele que precisa de poucos segundos para entender.

- Porque não disse que estava aqui, seu chato?!

- Sou chato, mas sou gostoso, pode me ver?!

- Demorou!!!! Posso filar a boia da sogrinha?

- Claro, estou te esperando.

Beija Flor chega pouco mais de meia hora depois.

- Tem alguma coisa acontecendo? - Ele pergunta para o Tomás, quando está entrando em minha casa.

- Por quê? - Eu pergunto indo ao seu encontro e o beijando.

- Seus seguranças estão me olhando diferente. - Ele diz.

- Tomás, não quero que isso se repita, faça o que achar necessário, mas Beija Flor não pode se sentir constrangido.

- Espera aí, meu lindo, não disse que fiquei constrangido, mas sei quando alguma coisa está diferente.

- Pode deixar, senhor, desculpe, Beija Flor, isso não vai se repetir! - Tomás vai saindo e vamos para o meu quarto, logo que entra ele me encosta na parede, me beijando com fome, sua mão procura minha bunda apertando gostoso, seu cacete se esfregando no meu.

- Espera só um pouquinho... - Digo já louco de tesão.

Ele nem liga, tira minha blusa apertando meu corpo e é quando a porta do quarto se abre e a Bia sai dele.

- O que está havendo aqui? Porque sua segurança está no seu quarto? Tentaram alguma coisa contra você? Porque está no Brasil? Você está bem? - Ele me vira olhando meu corpo, preocupado, procurando algum ferimento.

- Beija Flor, calma, estou bem. Mas temos que conversar. Bia, venha cá, gatinha.

- Gatinha?! - Ele observa surpreso.

- Vamos sentar os três, por favor. Beija Flor, preciso que confie em mim.

Ele se senta no meio, Bia e eu, um de cada lado e começo a falar. Conto da conversa do pai depois do aniversário da mãe, como descobri o porquê de ser uma criança tão sozinha, falo que queria poder aproveitar a companhia de meu filho, que não fazia nenhuma ideia de como resolver isso com aquelas peruas da sociedade que eu conhecia e explico que o Moacir me apresentou essa possibilidade e falo da proposta que fiz para a Bia.

- Então vocês vão se casar?! Você vai ter um filhinho dele?! Eu posso ser o padrinho? Cara, eu vou ser seu amante, que barato!!!!!!!! Eu vou na lua de mel, podemos fazer uma festinha boa. - Ele diz super animado.

A Bia estava um pouco nervosa, eu fico olhando incrédulo. Beija Flor se levanta, levanta a Bia e fica olhando para ela.

- Cara, tua mulher é um avião, senti firmeza!!!! - Se abaixa e põe o ouvido na barriga dela. - Aposto que já tem um neném aqui. Já sabem como vai se chamar?

Eu pego sua mão o trazendo até meu colo e o sento ali.

- Está mesmo tudo bem para você? - Pergunto encarando seu rosto que sorria divertido.

- Você sabe que vai ter que dividir esse maridão comigo, não é? - Ele pergunta para a Bia.

- Sei, só não quero confusão com você, ele gosta muito de você.

- Quem sabe disso? - Ele me pergunta

- Meus pais, Tomás, Moacir e você, para todo o resto nós nos apaixonamos. Beija flor, não quero que seja falso. Apesar de ser um acordo, quero que dure, quero tratá-la bem e com carinho. A história da gatinha vai continuar e vamos transar, e vou me esforçar para que ela goste de estar comigo, ela vai me chamar de amor, ou como preferir e não pode ser falso, não precisa ser.

- Claro que não, e nem tem porque ser e se você a tratar mal, ainda brigo com você. Vamos dividir a gatinha ou vai ter exclusividade?! - Ele pergunta fazendo cara de safado.

- Beija Flor, lembra a história do pedigree? - Eu pergunto.

- Pôrra, é verdade, vão fazer exame de DNA nessa criança, esqueci, depois quem sabe???!!!! Bom, a gente vê isso depois. - Ele diz divertido - Bia, pode contar comigo. Te ensino como agradar essa delicia de noivinho. Eu sou o padrinho né??????!!! Todos já sabem?

- Sim, ontem à noite a mãe reuniu todos da casa e comunicou.

- Sou mesmo um corno, o último a saber. - Ele diz rindo - Agora entendo a cara daqueles dois na guarita. Babacas.

- Desculpe aquilo, não vai mais se repetir.

- Não preciso que me proteja, coisa linda. Bom, hoje você vai curtir seu noivado...

- Não! - Eu o interrompo - Quero que fique bem claro: Bia, Beija Flor é meu companheiro, quando ele estiver presente ficarei com ele, e só posso ficar hoje no Brasil, amanhã tenho que voltar, gostaria de estar com ele.

- Eu sei, amor, na verdade, vou sair com sua mãe. Ela me convidou para conhecer uma loja que ela gosta muito. Disse que preciso renovar meu guarda roupa. Sua mãe mandou fazer um cartão de crédito para mim. Disse que eu vou gostar muuuuuuuuuuito dele. Tenho até medo de pensar. Vou ter que me acostumar. Nunca mais lavo uma roupa?! - E ri para mim, eu balanço a cabeça rindo dela. - Também me pediu para não voltar com você amanhã, fico aqui e ela me prepara para ser apresentada na sociedade. Beija flor, estou apavorada. Aquelas peruas vão acabar comigo.

- Sem chance, nenhuma delas é párea para você, gatinha - Beija Flor diz - Confie em nossa rainha, confie em você. - Ele se ajoelha aos seus pés dizendo. - Eu saúdo minha futura rainha.

Beija flor foi absolutamente ímpar. Passou o dia me pajeando, toda hora me chupava, beijava meu saco.

- Vai sair neném daqui. - Ele dizia e enchia de beijinho.

- Se secar a fonte não sai filho nenhum. - Eu brincava, mas estava agradecido pela forma como ele encarou tudo.

- Me deixe fazer uma massagem, sabe que é muito bom para aumentar a produção de gala?!

No dia seguinte, papai, mamãe, Bia, eu e um advogado, nos reunimos e assinamos um acordo pré-nupcial. Essa foi a última vez que falamos sobre aquele acordo.

Naquele dia à tarde viajo, no dia seguinte tive um dia ocupadíssimo e no seguinte ligo para o Beija flor e seu celular desligado, ele não retorna como habitualmente.

No dia seguinte ligo novamente e o mesmo acontece, estranho e sinto um comichão na nuca, tem alguma coisa no ar.

Mando uma mensagem:

“Se não retornar minhas ligações pego o primeiro avião e conversamos pessoalmente, temos algum problema?”

Poucos minutos se passam e recebo a resposta:

“Não precisa, quando puder venha para casa e revolvemos o problema que houver.”

Peço para minha secretária desmarcar meus compromissos para ao resto do dia, termino de despachar o que precisava e fui para casa. Encontro Beija flor e basta ver seus olhos completamente negros para saber que alguma coisa não está bem.

Ele me espera em um pequeno jardim que tem em frente da casa.

- Moacir, pode me revistar. - ele diz - Eu te asseguro que não estou armado, mas preciso conversar em particular com ele. - Ouço logo que saio do carro e entendo que ele nem entrou em minha casa.

- O melhor lugar é o quarto, aqui temos câmeras de segurança, Beija Flor, porque não entram? - Moacir pergunta.

- Beija flor, o que houve? Meu amor, não estava tudo bem? É o meu casamento? - Pergunto surpreso.

- Não quero ir para o seu quarto, lá tudo lembra nós dois. - Ele diz me dando sua mão e me puxando para um abraço.

Seu abraço é forte, ele não me beija só me “possui” com seus braços. Que coisa!!! Era exatamente essa a sensação. Ele com uma das mãos pega minha nuca, seus dedos apertando minha cabeça, envolvendo-a e com a outra apertava meu corpo, como se quisesse se assegurar que eu estaria completo em seus braços, todo dele. Foi um abraço demorado, podia sentir cada músculo, seu corpo tenso, ele não tremeu um único momento, foi como se estivesse pronto. Mas pronto para que?

- Amor, não me assusta, se não quer entrar, tudo bem. - Digo preocupado, quando ele me solta. – Moacir, desligue a vigilância. – Peço - E nos dê privacidade, por favor, afaste todos. - Digo e vamos de mãos dadas até um banquinho no jardim.

- Um dia você me pediu que não lhe ocultasse nada, que não o tratasse como criança. - Ele começa.

- E?

- Seu pai me procurou, pediu que me afastasse de você.

- Quando?

- Logo que viajou, ele me ligou, me pediu que fosse até sua casa e conversou comigo.

- Não estou acreditando nisso, o que ele lhe disse?

- Disse que podemos ocultar nossa relação da sociedade, sociedade que ele nem se importa mesmo com a opinião, podem até saber, mas não poderemos ocultar de um filho. Ele não sabe como explicar para uma criança que seu pai tem uma relação estável com um homem e nem sabe como isso afetaria a cabeça de seu herdeiro. Disse que você se divertir esporadicamente com um homem é até compreensível, mas...

- Puta que pariu! - Digo já me levantando e sem deixá-lo terminar. - Quem meu pai acha que é? Esse é um problema que eu tenho que resolver, não meu pai.

- Se eu me afastar você não terá problema algum, nisso ele está certo, não sou mesmo um dos rapazes de meu book.

- Cara, se você se afastar... - E fico olhando para seus olhos completamente negros - Se você se afastar, eu estou fudido, o grande herdeiro desaba. Preciso de você igual do ar que respiro. Você está certo, não é um dos rapazes do book, você é o homem que eu amo.

- Você tem um império a comandar, meu príncipe, não quero ser seu ponto fraco.

- Você está enganado, você é o meu grande ponto forte. Você me faz homem. Como vou explicar isso para um filho? Eu ainda não sei, não me preocupei com isso ainda, mas o farei de cabeça erguida, orgulhoso do meu homem, orgulhoso do homem que eu sou, sou bi, faço parte de uma nova geração de homens e sou homem bastante para governar meu império com você e minha mulher ao meu lado. Meu filho vai entender isso ou ele terá um problema para resolver. Vou procurar estar ao seu lado, se ele precisar e ajudá-lo, se ele quiser, de qualquer forma não será um problema que meu pai se dê ao direito de meter sua colher. Preciso me casar, preciso de um filho e preciso de você, se meu pai tem algum problema com isso, ele que resolva seus problemas, mas que não se meta nos meus!

Nessa hora Beija flor já está de pé, na minha frente, e seus olhos completamente marejados.

- Se minha presença te causar qualquer incômodo... - Ele começa e eu o beijo calando-o.

- Se sua presença me causar qualquer incomodo, peça para me internarem, pois terei enlouquecido! - Digo e tento abraçá-lo e ele segura meus braços.

- Tenho receio que esteja mesmo louco, mas de paixão e cego, não há nada que eu queira mais que a sua felicidade, se você me pedir, eu me afasto.

- Pois então, eu peço. - Digo vendo seus olhos apertando - Afasta essas bobagens da cabeça, solta meus braços, mas só um pouquinho e me beija logo, estou mesmo louco, de saudade.

E nessa hora me perco em suas covinhas que vão chegando, seu sorriso me embriaga, tudo que quero é me perder naquela boca e me afogar naquele sorriso.

Depois daquela conversa pedi que ele deixasse que eu conversasse com meu pai, o que fiz na primeira vez que fui ao Brasil, quando fui buscar minha noiva, na semana seguinte.

Não vou entrar em detalhes, mas foi uma conversa delicada, muito pouco agradável e meu pai entendeu, na verdade, conversei com os dois, meus pais tinham que entender e tinham que respeitar, a outra opção seria eu sair de suas vidas e viver a minha.

Deixei claro, só para não terem nenhuma “brilhante” ideia, que qualquer coisa que acontecesse a ele afetaria diretamente a mim.

Bia e eu nos casamos 2 meses depois.

Apesar dos protestos da mãe, Bia e eu preferimos uma cerimônia simples. Então foram só 200 convidados. Estão rindo?! Se dependesse da mãe seriam 500, no mínimo e isso só os íntimos, dela, é claro!!!!!

Bia escolheu conhecer o Egito em sua primeira viagem internacional. Apesar dos protestos, Beija Flor não foi.

Antes mesmo de viajar, já sabíamos que ela estava grávida. Voltamos, ficamos uma semana no Brasil e voltamos para cá.

Logo no primeiro ultrassom, a notícia de que eram gêmeos. Ainda levou algum tempo para sabermos os sexos. Um casal, Beija Flor estava conosco quando vimos aquele ultrassom. Se o filho fosse dele, ele não estaria tão emocionado. Chorou, olhando aqueles serezinhos minúsculos se mexendo. Nunca o imaginei tão emotivo!!!!!!

Tratava a Bia como uma rainha. Cheguei a sentir ciúmes uma vez, ele riu de mim e me mandou a merda, acreditam?! Quando estava aqui, se não estava na cama comigo, todo o tempo estava com ela, gostava de colocar a cabeça ou as mãos em sua barriga e sentir os bebes mexendo. Claro que ele seria o padrinho, outra hipótese nem foi cogitada.

- Quem será o padrinho do outro? - Bia pergunta uma vez para nós dois.

- Que outro?! Eu sou o padrinho dos dois, tenho dois braços. E sou forte!!!

Sua carinha não deixava nenhuma dúvida. Se precisávamos de alguém para adorar, pajear, proteger, estragar e dar a vida por eles, ele era essa pessoa.

Mamãe já queria se mudar para cá, vinha todo mês e um mês antes do parto, Bia voltou para o Brasil, meus filhos tinham que nascer no Brasil.

Beija flor não veio naquele mês, ia todos os dias ficar com a Bia.

Perguntei e ele me garantiu que era bem tratado em minha casa.

- Como se aquela conversa com seu pai nunca tivesse ocorrido. - Ele me diz.

Prepararei tudo para estar lá e quase perco o parto. Cheguei no dia, quase na hora. Entro em casa e sou avisado que ela estava no hospital em trabalho de parto.

Não sei se alguém aqui tem filho. Não posso imaginar nenhuma emoção igual a essa, nem acredito que possa existir. Por serem gêmeos eram menores que bebes comuns e recém-nascidos já são pequenos, levei alguns dias para ter coragem de pegá-los. Beija Flor se mudou para a minha casa naquele mês. Se eu acordava de madrugada, encontrava-o sentado no chão no meio dos dois berços.

- Eles estão bem, vem, vamos deitar! - Eu o chamava inutilmente.

- Eles vão mamar daqui a pouco, eu vou ajudar a enfermeira a levá-los para a Bia. - Ele dizia me olhando pidão - Depois eu vou.

Bia ficou ainda dois meses mais com a mãe e depois veio para cá.

Aqueles primeiros meses de adaptação foram difíceis. A responsabilidade é enorme, o medo idem, via que o Beija flor estava igual, parecia que ele era mesmo o pai, me senti mais confiante com ele por perto. A Bia ria de nós dois.

- Nem acredito, sente-se aqui! - Ela dizia e punha as crianças em nossos colos.

Nos fazia trocar a fraldinha, dar banho. Ficávamos embevecidos vendo-a amamentá-los. Ela não deixava a enfermeira fazer nada. Ela que dava banho, trocava as roupinhas e tinha muito leite, amamentou até os 8 meses e o leite foi secando.

Beija Flor não mudou para cá, mas vinha todo mês. Tínhamos que filmar as crianças e mandar via internet para ele todo dia.

Quando começaram a engatinhar ele enlouqueceu. Viu o filme e no dia seguinte estava aqui. Ele ficava de quatro e engatinhava com eles pela casa toda.

Os dois são loucos com ele. Tirá-los de perto dele para qualquer coisa é um suplício, choravam e ele acabava fazendo tudo. Ele que queria dar banho, dar comidinha. Seu aviãozinho fazia sucesso. Trouxe de presente duas colheres de prata, com asas. Ah, ai só dava ele!!!!!!

Primeira palavra que nossa princesinha falou foi flor. Na verdade, “fôr” e estendeu seus bracinhos para ele, adivinhem se ele chorou igual criança?! Nosso menino disse "mamãe", alguns dias depois.

Os dois andaram juntos com menos de um ano, tinham uns 10 meses. Acho que demoraram porque tinha muita gente para carregá-los. Estavam em pé segurando as pernas da minha mãe, que estava nos visitando, quando ele chega de viagem e da porta os chama. Foi emocionante ver os dois esticando os bracinhos, andando na pontinha dos pés, se equilibrando, rindo, correndo para ele.

Beija flor se ajoelhou no chão e chorava de braços abertos se arrastando para diminuir a distância. Todo mundo chorou aquele dia.

Preciso comentar: Sexualmente, alguma coisa mudou nele. Ou ele me via diferente, não sei explicar.

Sempre chegava com fome, isso nunca mudou. Criança pequena dorme muito e se eu estava em casa era sempre uma hora que ele dava um beijo na Bia e perguntava:

- Minha rainha precisa de alguma coisa? Meu príncipe está precisando de um tratamento especial. - E ia comigo para o meu quarto.

- Sabe que é o pai mais gato do mundo? - Ele brincava e suas chupadas eram demoradas, brincava com minha gala como se fosse um esperdício jogá-las fora. - Você está diferente. - Ele me disse uma vez.

- Diferente como?

- Não sei explicar... - Ele tenta - Parece tudo igual, mas não é.

- Assim ficou fácil de entender! - Eu brinco com ele que vai com a boca pelo meu corpo, num verdadeiro banho de língua. - Agora que estou limpinho, que tal me deixar brincar um pouquinho também. - Eu peço louco de tesão.

Sentia meu pau tremendo, pulsando de desejo. Beija flor se afasta me olhando.

- Quer voltar aqui, seu maluco!!! - Eu o chamo e ele rindo, seu pau completamente duro e fica me olhando.

- Tem uma coisa diferente. - Ele insiste.

- Quem sabe é aqui? - E pego no meu pau - Porque não vem conferir?! - Eu tento, mas ele fica rindo, aquelas covinhas me enlouquecem. – Cara, não faz isso, daqui a pouco as crianças acordam. - E vou até ele, que me abraça se esfregando em mim, vai se abaixando, me chupa com fome e para olhando. - Beija flor, se não parar com isso vou ser obrigado a te bater. - Digo rindo dele

- Aqui não tem nada diferente, vira, deixa eu conferir seu rabinho. - E depois de um cunete fabuloso, se oferece para mim.

- Meu rabinho está piscando, cara, me come! - Peço ensandecido, mas ele sorri e vai se sentando em meu cacete, gingando aquela bunda deliciosa em cima de mim, esfregando seu corpo no meu, sua boca me devora e quando nosso prazer explode seus olhos coloridos procuram os meus.

- Meu príncipe, ainda não achei, mas quero procurar melhor, posso?!

Quando eles fizeram um ano, viemos ao Brasil, as crianças ficaram dois meses e quase morri de saudade deles. Confesso que senti falta da Bia também, ela realmente se esforçava e era uma esposa carinhosa, como mãe, era simplesmente perfeita.

Nunca tive problemas entre ela e o Beija Flor. Muito pelo contrário. Quando estava aqui e ficávamos muito tempo juntos, ele me cutucava:

- Vai lá ver se nossa rainha precisa de alguma coisa.

- Ela não precisa de nada. - Eu dizia.

- Larga de ser preguiçoso, vai lá, senão eu vou. E dá beijinho!!!!!!!!!!!

Estamos almoçando e ele comenta com ela.

- Nossas crianças não vão ser criadas com suflê e salada, não né?! Precisam de carne, arroz, feijão, e batata frita, criança feliz come batata frita.

- Tem muito colesterol, Beija flor... - Eu digo.

- Criança brinca muito, gasta logo, amor! - E olha com carinha de pidão para ela.

- Está certo, Beija flor. - Bia diz - Todo dia não, mas pedirei para fazerem batata frita.

- E abobrinha! Meu príncipe adora abobrinha, aposto que eles vão gostar também. Pede bolinho, bolinho de verduras, eles vão adorar que eu sei!

Infelizmente a vida não é mesmo um conto de fadas.

~ eai amores, como estão??? o conto foi publicado no Orkut há exatos 10 anos atrás, em 2009. vi que apareceram novos leitores nos comentários, to achando maravilhoso! espero que gostem deste capítulo... amanhã é o último, hein?! o que será que nos aguarda???? hahah :D

até amanhã <3 ~

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Comentários

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Que bom que beija flor aceitou numa boa o casamento do seu amor com a Bia, se fosse comigo, eu teria surtado. Eles poderiam muito b casar e adotar uma criança simples assim, mas tem pessoas que gostam de complicar as coisas.... Mas o que importa é o amor, se estão bem assim, então pronto, todo mundo fica feliz.

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É maldade desejar a separação do príncipe, para ele se casar com o beija-flor e os dois serem felizes para sempre ao lado dos gêmeos ? rsrs

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nossa. emocionante, mas ainda sinto que beija-flor não irá durar muito nessa história

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Com essa frase final dá pra notar que algo vai acontecer. Talvez, a Bia ou o Beija-flor irá morrer.

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Nossa,muito bom esse capitulo, mostrou que eles se gostam de verdade, apesar de ser diferente.

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