Fico parado por alguns minutos pensando no que me aconteceu. Preso injustamente, estuprado, e agora, sendo submisso de um bandido perigoso e agressivo. Não consigo esquecer seu toque em minha pele, seu beijo violento, suas palavras sujas e eróticas... Estão em minha mente, como uma tortura.
Coloco minhas mãos sobre minha cabeça e grito, grito alto, e continuo gritando, noto alguns presos que começam a surgir na porta da minha cela, olhando para mim, provavelmente estão querendo saber o que está acontecendo, por qual motivo estou gritando.
Em um momento, alguém se aproxima, é Bob, ele toca em mim e fala algumas palavras, mas não consigo entender, pois meus gritos me impedem de ouvir o que ele diz.
Ainda gritando, vejo três guardas entrarem na minha cela, empurrando os presos que me olhavam, inclusive Bob. Eles me pegam com brutalidade e me levam, eu começo a me debater, os três guardas me levam até a enfermaria. Uma mulher se aproxima, logo em seguida ela aplica uma injeção em mim, paro de gritar e desmaio em cima de uma maca.
Acordo, sinto meu olhos doerem, e minha garganta está seca.
A mesma mulher que aplicou a injeção em mim se aproxima.
Ela é loira, e possui belos olhos azuis. Está com um batom vermelho muito chamativo.
Carol: Vejo que já acordou. Como se sente?!
John Luke: Por favor, me dê água, a minha garganta está me matando!
Carol: Depois de ter gritado tanto daquele jeito tenho certeza que deve está mesmo!
Ela sai, logo após volta com um copo de água. Eu pego o copo de sua mão e bebo tudo.
John Luke: Obrigado.... O que aconteceu? Eu me lembro de estar gritando como um louco...
Ela sorrir.
Carol: Você teve um surto. Não se preocupe, isso acontece com qualquer um!
Surto? Agora eu estou tendo surtos? Que ótimo, mais um problema para acrescentar em minha lista de problemas.
Carol: Seu nome é John Luke não é mesmo? Seu colega de cela, Bob, veio ver você. Ele parecia bem preocupado!
John Luke: Onde ele está?!
Carol: Ele ficou por alguns minutos, mas depois foi embora!
John Luke: Acho que vou fazer o mesmo, vou embora também... Como você se chama?!
Carol: Sou a doutora Carol!
John Luke: Obrigado por ter cuidado de mim doutora, mas eu tenho que ir!
Carol: Tudo bem, por mim você ficaria por mais algum tempo para eu poder obrserva-lo, mas já estou acostumada com os meus pacientes aqui da prisão darem alta a si próprio!
Dô uma risada por causa de seu comentário.
Carol: Se precisar de alguma coisa, eu estarei aqui a sua disposição John Luke!
Ela fala e me dá um aperto de mão.
Saio andando lentamente. Nunca passei por algo do tipo, nunca perdi o meu controle à ponto de gritar como se tivesse perdido a noção da realidade, ou seja, essa foi a primeira vez que tive um surto, e eu sinceramente espero que seja a última.
Estou andando em direção a porta, quando olho para os lados, e vejo alguns presos feridos, fazendo caretas de dor, passo meu olhar e paro quando encontro alguém conhecido... É Justin, ele está em uma maca e não me notou. Me aproximo dele, confuso, quando olho em seu rosto, vejo seu olho esquerdo roxo, sua boca está cortada. Quando ele me vê, fica surpreso.
Justin: John Luke? O que faz aqui?!
John Luke: Eu tive um surto, e comecei a gritar, mas já estou bem, pelo menos, melhor do que você. O que te aconteceu?!
Ele abaixa o olhar, parece não querer falar. Me aproximo dele e ponho minha mão em seu ombro.
John Luke: Somos amigos, pode confiar em mim!
Ele fica em silêncio por alguns segundos.
Justin: Tom me bateu, mas dessa vez, foi com muita violência, eu cheguei a desmaiar. Quando acordei, já estava aqui!
Sinto meu sangue ferver.
Tom é muito músculoso, uma surra de leve daquele brutamontes já deve doer, imagine uma surra com "muita violência".
John Luke: Isso não vai ficar barato assim. Eu vou falar com ele!
Justin me olha como se eu fosse louco, mas depois do que me aconteceu hoje eu não duvido que eu realmente seja.
Justin: Não faça nada, vai ser bem pior, quem vai acabar apanhando dessa vez vai ser você!
John Luke: Eu não me importo, e não adianta tentar mudar minha opinião dessa vez, eu vou falar com ele e pronto!
Justin: Por que você tem que ser tão teimoso?!
John Luke: Foda-se, se eu sou teimoso ou não, isso não importa. Quando você vai sair daqui?!
Justin: Eu não sei, mas acredito que logo!
John Luke: Depois eu venho até aqui ver você. Tenho assuntos a resolver agora!
Justin: Por favor John Luke, não faça nenhuma loucura!
John Luke: Tarde demais... Eu já tomei minha decisão!
Saio sem dizer mais nenhuma palavra.
Começo a procurar aquele brutamontes em todos os lugares, o encontro no pátio com outros caras, inclusive o Bruce. Ele e os outros estão sentados, conversando alto e rindo.
Vou em direção aonde eles estão sentados:
John Luke: Por que fez aquilo com o Justin?!
Falo com Tom. Todos param e olham para mim.
Tom: Do que você está falando?!
John Luke: Não se faça de louco, você sabe muito bem do que eu estou falando. Bateu tanto no Justin que o fez desmaiar!
Ele se levanta. Tom é enorme, fico parecendo um garotinho perto dele.
Tom: Por acaso isso é da sua conta? Aquele puto é meu, e eu faço o que eu bem quero com ele!
Bruce se põe na nossa frente.
Bruce: Mas que porra tá acontecendo aqui?!
Tom: Sua puta se acha no direito de vim reclamar do modo como eu trato o meu puto!
Bruce me olha.
Bruce: Olha aqui vadia, cai fora daqui antes que eu quebre sua cara!
John Luke: Não... Eu não vou sair!
Bruce me olha com aquele seu olhar assustador. Eu sei o que estou fazendo, estou o desfiando na frente de seus homens.
Bruce: Como ousa? Você quer perder os dentes? Se manda daqui viado!
John Luke: Por acaso você é surdo? Eu disse que não vou sair!
Bruce me pega pelo o pescoço e fala.
Bruce: Escuta aqui seu filho da puta, quem você pensa que é para me desafiar na frente dos meus homens?!
Noah: Você quer que a gente dê um jeito nesse puto para você chefe?!
Um dos homens pergunta.
Bruce ainda aperta meu pescoço.
Bruce: Não, eu tenho um plano melhor. Quero você, sua puta, na minha cela daqui há dez minutos, hoje eu te ensino a se comportar. Hoje você vai conhecer o seu pior pesadelo!
Ele me empurra. Saio daquele lugar sentindo minhas pernas tremerem.
De uma coisa eu sei, dessa vez não vou para cela daquele louco, sei que ele vai me punir, e tenho certeza que vai ser pior do que as outras vezes.
Eu preciso achar um lugar seguro, preciso me esconder...Como se isso fosse adiantar, mas não tenho em mente o que fazer. Sei que não tenho saída, mas dessa vez eu não irei me entregar tão fácil.
Vou em direção a biblioteca. Provavelmente Bruce vai me procurar na minha cela, e tenho certeza que em todos os lugares quando notar que não vou ao seu encontro, mas a blibioteca é o único lugar que consigo pensar agora.
Robert: John Luke, como vai rapaz?!
Robert fala comigo assim que me vê.
John Luke: Nada bem!
Respondo rapidamente.
Vou para o final da blibioteca, na última prateleira, e me sento no chão, respirando rapidamente. Sinto a adrenalina a mil.
Porra, eu sou mesmo louco, estou jogando com minha própria vida. Brincando com alguém perigoso, que acha ter direito de fazer o que bem quer comigo, e infelizmente eu ainda não pude provar o contrário.
Droga, no fundo eu estou me sentindo muito bem por ter o desafiado na frente daqueles cuzões Rsrsrsrsrs...
Quer saber de uma coisa? Dessa vez, eu estou me sentindo orgulhoso de mim mesmo, fazia tempo que eu não me sentia assim.
Ainda sentado no chão, começo a rir, histericamente... Gargalho alto, até que noto a presença de alguém.
Há um homem parado em minha frente, eu o reconheço, é o mesmo ruivo a qual eu esbarrei. Ele me olha.
Steven: Você tá legal cara?!
Ele me pergunta.
John Luke: Na verdade não, eu tô fudido, literalmente!
Contínuo rindo.
O ruivo começa a rir também.
John Luke: Cara, se eu te contasse o que anda me acontecendo...
Steven: Bom, e por que não conta?!
Ele senta do meu lado.
Tá, eu sei que não o conheço, mas já ouviu falar daquele lance que é mais fácil contar seus problemas para um desconhecido? Não sei se isso já aconteceu com você, mas acho que nesse momento é o que me ocorre.
John Luke: Eu sou o John Luke e você é?!
Steven: Eu sou o Steven!
Olho para ele, seus olhos claros parecem brilhar, mas não tanto quanto sua grande barba.
Steven: Mas me diz aí John Luke, o que aconteceu com você?!
John Luke: Bom Steven, tudo começa quando eu fui preso injustamente. Fui acusado de matar um traficante, mas eu juro que não matei aquele cretino...
Enfim, eu contei tudo para Steven, sobre Bob, Justin e Bruce, contei sobre a visita de Victoria, sobre os estupros, e sobre hoje... Ele ouviu tudo atentamente.
Steven: Então, você desafiou o líder dos Black Demons?!
John Luke: Exatamente, ele vai fuder comigo de todas as formas!
Solto um riso com desgosto.
Steven me olha, ele parece pensativo.
Steven: Acho que tirou a sorte grande. Eu posso ajudar você!
O olho surpreso. Como assim ele pode me ajudar?
John Luke: Tá falando sério?!
Steven: Estou. Eu acredito que você ainda não tenha ouvido falar de mim, eu sou o lider dos Drigs 7, a gangue rival dos Black Demons. Eu não vou garantir sua segurança 100%, afinal de contas aqui é uma prisão, mas eu posso garantir que se você quiser poderá ter minha proteção!
A esperança que eu havia perdido parece querer voltar.
John Luke: O que você vai querer em troca?!
Ele sorrir, um sorriso de lado.
Steven: Não se preocupe, não é nada que você não possa dar!
Posso tá me metendo em uma fria, mas só de saber que ficarei longe de Bruce já é bom o suficiente.
Sem pensar direito, eu respondo.
John Luke: Vai ser muito bom ter sua proteção!
De repente escuto a voz de Bruce e de Tom.
Bruce: Aquele puto vai ver só quando eu o encontrar!
Tom: Você não deve deixar ele agir dessa forma Bruce, ele te enfrentou na frente dos outros caras. Dessa vez, você precisa dar uma boa lição nele!
Bruce: Eu não sou nenhum menino Tom, eu já sou um homem, e vou fazer aquele filho da puta se arrepender!
Dô um sorriso de lado. Os dois estão me procurando na blibioteca. Eu faço questão de aparecer, eles me olham e eu permaneço com um sorriso.
Bruce: Aí está você, eu te procurei para caralho seu filho da puta. Por que você tá rindo porra?!
Steven surge de trás da prateleira. Fazendo Tom e Bruce se olharem.
Bruce: O que esse filho da puta tá fazendo ao seu lado?!
John Luke: O cara que você está chamando de filho da puta é o mesmo que vai me dar proteção...Ou seja, eu não pertenço mais a você Bruce!
Bruce rir.
Bruce: Vai sonhando que eu vou deixar você ir tão facilmente!
Steven: Querendo ou não, vai ter que aceitar Bruce. John Luke tem minha proteção agora, e eu quero você longe dele!
Bruce: Eu vi esse puto primeiro, ele é meu!
Steven: Era seu. Agora ele é meu!
Sinto um arrepio passar por minha espinha, mas só de ver a cara de Bruce nesse momento, vale a pena. Não importa o que eu vou ter de passar agora, eu finalmente vou conseguir o que tanto quis... Não por completo, por que eu ainda quero minha vingança, mas esse é só o começo.
Bruce: Eu vou acabar com tua raça seu ruivo filho da puta!
Bruce tenta vim para cima de Steven, mas Tom o Segura.
Tom: Fica calmo Bruce, aqui não é lugar de briga. A gente resolve isso uma outra hora!
Bruce ainda permanece com seu olhar de ódio e punhos cerrados.
Bruce: Você é meu John Luke. Lembre-se do que eu falei para você, eu sou capaz de mover céus e terras para te ter de volta. Muitas cabeças vão rolar por sua causa!
Ele fala e Tom consegue tira-lo da blibioteca.
Fico pensativo com o que Bruce diz.
Steven toca em meu ombro.
Steven: Relaxa, você fez o certo, não ligue para ameaças dele!
Sento em uma cadeira e Steven senta ao meu lado. Fico pensativo. O que será que vai acontecer? Não tenho um bom pressentimento.
CONTINUA...