RASTROS …
Ao longo da vida, é necessário, sempre que possível, olharmos para trás e vermos os rastros que deixamos; rastros são marcas daquilo que deixamos de fazer, ou fizemos, mas da maneira incorreta ou indevida; e porque devemos fazer isso? Para que lembremos desses rastros, pois, possivelmente, deveremos apagá-los em uma outra oportunidade. E quando olho para trás, vejo que deixei muitos rastros, e boa parte deles referem-se a coisas que fiz da maneira errada …, um desses rastros atende pelo nome de Maria!
Conheci Maria logo, quando de seu ingresso no Serviço Público; inicialmente, trabalhávamos no mesmo Departamento, porém em seções diferentes; e ela, com seu ar de menina e seu jeito aberto de ser, logo foi guindada a um cargo em comissão, junto ao Gabinete da Diretoria do Departamento. Nossos encontros eram casuais; no hall de elevadores logo pela manhã, ou no fim da tarde, e nos corredores ou antessalas quando eu era obrigado a despachar com meus superiores.
Como eu me tornara uma pessoa ousada (ou melhor, abusada!), atributo que não desenvolvi na adolescência, sempre sendo retraído e envergonhado, meus encontros com Maria sempre eram recheados de gracejos inocentes, e elogios tendenciosos. Certo dia, pela manhã, fui ao Gabinete para despachar alguns documentos, e lá estava ela, usando uma camisa social de manga curta e uma saia vinho com meias três quartos e sapatos de boneca; não sei explicar, mas, ao vê-la assim vestida, fiquei muito excitado!
Brincamos sobre fantasias sexuais envolvendo uniformes escolares e rimos muito; na tarde daquele mesmo dia, convidei-a para um café. Fomos a uma cafeteria próxima e sentamos em uma mesa. Não sei se foi instinto ou acidente, mas, em dado momento, pousei minha mão sobre a parte desnuda de sua perna; um arrepio seguiu-se de um pequeno choque elétrico. Saímos de lá e caminhamos …, começou a chover e procuramos um abrigo.
Sob um pequeno toldo amarelo, nos entreolhamos e o beijo foi inevitável! E foi um beijo profundo e demorado; apertei-a contra mim, sentindo seu corpo vibrar com a mesma intensidade que meu pau pulsava dentro da calça! E foi ali …, naquela tarde chuvosa que eu e Maria nos tornamos amantes. O início foi discreto. Um corredor vazio desaguava em uma pegação cheia de desejo. Alguns finais de tarde ela descia até minha sala, sabendo que eu estaria só.
Ficava ao meu lado, atrás da mesa, e eu alisava a parte interna de suas coxas; Maria tinha uma frustração: ela era gorda! Era sim! Mas, sua sensualidade e seu charme suplantavam qualquer recalque que ela tivesse sobre sua condição física …, principalmente, quando estávamos juntos. Eu já não me aguentava de desejo …, queria tê-la para mim! Por essa deliciosa irracionalidade, eu a seduzi para que passássemos uma tarde ou noite juntos.
Maria, de início, relutou muito! Principalmente, porque eu ser casado, e depois, porque ela não queria ser minha amante de fato, preferindo manter as coisas como estavam …, deixei-a livre para decidir, mas, meu desejo gritava em meu âmago. Algum tempo depois, ela surgiu com aquela roupinha de colegial; nos encontramos no elevador e ela, discretamente, me entregou um bilhete, em que estava escrito: “Quero ser sua!”
Numa quarta-feira, no fim da tarde, eu liguei para o ramal dela e disse que o dia havia chegado. Ela fez questão de que não fossemos vistos saindo juntos. Ela foi primeiro, e eu depois. Dois quarteirões adiante de onde trabalhávamos, ela me esperava. Entrou no meu carro e rumamos para um hotel que eu conhecia e que não ficava muito distante. Achei divertido, vê-la constrangida na recepção, enquanto eu fazia o registro e pegava as chaves. Entramos no quarto e aquele vulcão de fêmea entrou em erupção!
Todavia, quando tentei despi-la ela recuou, suplicando para que eu apagasse as luzes do quarto e deixasse apenas os spots indiretos acesos; concordei e tornei ao meu intento de despi-la; novamente, ela recuou, dizendo: “Não, amor! Deixa eu tomar um banho antes, por favor …, tô suada!”. Um tanto relutante, aquiesci com seu pedido. Ela entrou no banheiro e fechou a porta. Assim que ouvi o barulho do chuveiro, fui até a porta e fiz com que ela se entreabrisse …, e o que vi me deixou louco! Maria nua era um sonho em forma de mulher!
Ela ralhou comigo, mas acabou rindo; saiu, logo depois envolta em uma toalha; para sua surpresa, eu já estava despido, deixando apenas a cueca permanecer em meu corpo; nos abraçamos e nos beijamos sofregamente, enquanto eu tentava, de todas as formas livrar Maria daquela toalha; senti sua pele em contato com a minha e foi divino!
Caí de boca nos mamilos dela que estavam durinhos; Maria não tinha seios volumosos, mas eram firmes e tentadores com mamilos e aureolas levemente róseas; saboreei-os com voracidade indômita, ora lambendo, ora sugando, sentindo-os sob o domínio de minha língua, ao som dos gemidos dela, cujas mãos acariciavam meus cabelos. Deixei minhas mãos passearam por sua pele lisa, quente e macia, explorando os detalhes assombrosos de sua voluptuosidade.
Com gestos ingênuos, Maria me acariciava, e em dado momento senti suas mãozinhas tocarem o volume sobre a cueca; ela suspirou alto e começou a baixá-la cuidadosamente; em questão de instantes, senti aquelas mãos pequenas e macias segurando meu membro duro, ao mesmo tempo em que um arrepio percorreu toda a minha pele. Sem perda de tempo, fiz com que ela se deitasse sobre a cama, e com gentileza, abri suas pernas.
Maria bem que ensaiou uma resistência em mostrar sua vagina, mas eu lhe disse que ficasse calma, pois não faríamos nada que ela não quisesse; vencida pelo desejo, ela entregou-se, abrindo as pernas e permitindo que eu mergulhasse meu rosto em direção ao meu alvo; abri os lábios com a ponta dos dedos e dei início a um delicioso sexo oral.
A supresa tomou conta de mim, quando eu a ouvi dizer que era a primeira vez que um homem lhe fazia esse tipo de carícia. “Ela estava esperando por mim!”, comentei entre lambidas e chupadas; quando tomei o clítoris entre os lábios, ela gemeu alto e anunciou: “Ai, amor! Que delícia! Não para, por favor! Isso é muito bom!”. Obediente, atendi ao seu pedido, e fiquei extasiado quando ela disse que havia gozado! Subi sobre ela, e pedi que ela me mostrasse o caminho …, Maria sorriu e segurou meu mastro, orientando-o na direção de sua vagina.
Foi um encaixe perfeito! Meu membro adaptou-se como uma luva, permitindo que eu sentisse toda a umidade e calor que emanavam de suas entranhas; comecei a golpear com movimentos carinhosos, enquanto nos beijávamos ardorosamente, o que era interrompido sempre que minha boca implorasse por seus mamilos. Foi algo fenomenal e inexplicável …, não era apenas uma trepada bem dada …, era muito mais que isso! Nossos corpos pareciam sincronizados e harmônicos …, e seguimos em frente até que Maria, com voz embargada anunciou: “Ai, meu amor! Vou …, vou gozarrrrr!”. Senti o líquido quente molhando meu membro e ofereci meu ouvido para apreciar seus suspiros e gemidos.
Permanecemos colados um ao outro por algum tempo, até que me deitei ao lado dela; ela olhou para mim cheia de ternura e disse: “Obrigado, meu amor! Obrigado por me fazer sentir mulher outra vez!”. Aquilo soou de uma maneira tão doce e terna que percebi seus olhos marejados. Beijei as lágrimas e disse logo em seguida: “Não me agradeça …, o prazer foi todo meu!”.
Não demorou muito para que voltássemos ao nos engalfinhar com beijos e amassos, o que fez meu membro retornar do breve exílio. Em dado momento, Maria pediu para me cavalgar, ao que aquiesci de imediato; ela subiu sobre mim, pedindo que eu conduzisse a penetração, o que fiz com carinho. Logo, Maria me cavalgava com movimentos alucinantes, enquanto eu segurava seus peitos em minhas mãos. E, mais uma vez, ela gozou. “Eu não acredito! Amor …, estou gozando de novo! Isso nunca me aconteceu antes! Ai! Que bom!”.
Quando lhe disse que estava prestes a gozar, ela suplicou que eu não o fizesse dentro dela …, mas, infelizmente, não tive como evitar; ejaculei vigorosamente, e quando ela sentiu o líquido quente e viscoso preenchendo suas entranhas …, Maria gozou novamente! Descansamos um pouco e eu disse que precisávamos ir embora; ela relutou, mas sabia que não havia escolha. Deixei-a na estação do Metrô, com um longo beijo de despedida.
E assim teve início o idílio que duraria muito tempo …, tempo demais, embora finito!
(Continua …)