Dedico, com uma saudade que nunca irá passar, e em razão de pensamentos que vão me assombrar por toda a vida, àquele que me viu, com carinho, ternura e compreensão, estes devaneios, ao homem-sol da vida de todos aqueles por onde ele passou. Aonde você esteja.
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Uma pequena claridade que passa as cortinas da minha janela penetra meus olhos, acordando-me de um sono inquieto e intranquilo.
— PORRA! TÔ ATRASADO! — Ele sai correndo para o banheiro, gloriosamente nu, com seu corpo negro e tatuado. Lindo em sua concepção geral. Seus cabelos pretos estão levemente desalinhados.
— Hoje é sábado, esqueceu? — Grito baixo, chamando-o de volta para a cama.
— Caralho, eu jurava que ainda era quinta. — diz, voltando já molhado do banho recém-tomado, sentando meio deitado na cama.
Me aproximo dele, aninhando-me o mais próximo possível. Me acaricia lentamente, com sua mão grande, por pouco tempo, enquanto beijo cada parte de seu corpo gostoso e molhado. Secando-o com a língua. Seu pescoço vibra com pequenos beijos, revezando-se entre a nuca e o pomo-de-adão.
Beijo sua boca, sentindo sua língua dominar a minha. Sabor de paixão... Tesão... Prazer. Mordo cada mamilo, chupando como se fosse minha última refeição. Sua ereção se mostra, rapidamente, enquanto desço com beijos e mordidas por sua barriguinha macia. Segurando, aproximo o rosto, ainda tentando sentir o cheiro do nosso prazer na noite passada. Nada.
— Chupa. — Ele me ordena, firme e sem espaço para a negação. Não que eu quisesse.
Coloco-me entre suas coxas grossas e peludas, pousando a mão em uma tatuagem de sol particularmente gostosa. Sem as mãos, aspiro o cheiro de macho e do sabonete do banho. Combinação inebriante.
Começo lambendo lentamente, de cima para baixo, olhando fixamente seus belos olhos castanhos, cheios de tesão e luxúria. Sorvo lentamente a cabecinha, que começa a babar na minha língua. Meus dentes dão uma pequena roçada, e um tapa surge.
— Não morde, seu puto. — ele agarra minha cabeça, enfiando seu pau grosso e gostoso até o fim. Minha garganta dilata, massageando seu pênis com seus músculos. Seu odor de homem me enche de tesão.
— Vira— ouço sua voz dizer, assim que minha garganta é livre. Meu cú se contrai de expectativa. Sinto seus dedos firmes apertando minha bunda.
— rabão gostoso, seu puto... Vou te comer todinho... te fazer ficar gemendo igual vadia... Quer piroca?
— quero... — tudo que posso fazer é sussurrar, com sua voz de macho tenor me soprando no ouvido.
— fala alto. Quer piroca? Quer pica? — uma palmada no rosto me acorda do devaneio. Meu rosto arde de antecipação.
— Quero... Me come, vai?
— É pra foder esse rabo?
— fode... me fazer gozar...
Fico de quatro, esperando. Sinto o gel gelado sendo passado por seus dedos ágeis, e ouço o barulho da camisinha sendo aberta. Sua metida é lenta e firme. Sinto uma dor aguda e constante junto. A dor é diminuída com a pequena parada que dá. Retira, e passa mais gel. Nova arremetida, mais funda, que me faz afundar no travesseiro, abafando um grito. Começa o movimento de vai e vem, acariciando minha próstata. Segura minhas mãos para que não me masturbe.
— com força, vai... Soca... — me vejo dizendo, instintivamente, enquanto sua barba macia me acaricia o pescoço e as costas.
Esse toque do seu peito com as minhas costas faz minha pele queimar, enquanto soca com força, com o barulho de corpos em choque, e principalmente, do seu saco com a minha bunda, ardendo sua voracidade.
Com um toque rápido, ele me avisa que quer mudar de posição, e fico de frango. Abraço seu torso com as pernas, e passo meus braços por seus ombros. A penetração funda e rápida me faz arranhar suas costas, e segurar sua pele suada. Arfo.
— ahhmm... uhhh... ahhh...
— geme gostoso, caralho... geme pra mim...
— tá gostoso meu macho... fode com força. Me acaba...
Ele acelera ainda mais, me erguendo da cama poucos centímetros. A sensação profunda do seu pau em mim me faz chegar próximo ao orgasmo. Ele começa a arfar gostosamente no meu ouvido. Sinto seu gozo chegar, e encher meu corpo de jatos de esperma. A sensação me faz gozar quase instantaneamente. Me contorço em um orgasmo profundo e intenso.
Desfaleço poucos segundos na cama, e enquanto me recupero, o vejo fechar brevemente os olhos. Pega o cigarro ao lado da cama, e faz grandes e gordas nuvens de fumaça, em seu merecido descanso pós-sexo. Seguro seu sexo menos excitado, e o limpo lambendo.
— Iuri, para. Agora não. — Mas sua respiração falha, e o denuncia. Continuo lambendo, sentindo o gosto ácido e salgado do seu tesão misturado à camisinha.
— Quer dar um shot? — ele pergunta.
— Claro. Tem tequila?
— Falei do cigarro. Rs. Mas tenho.
— Isso também é bom.
E enquanto o mundo vive lá fora, aqui dentro eu faço meu primeiro shot, apesar de não fumar. E a fumaça que invade meus pulmões me dá a consciência de que estou vivo, bem, e com o homem que amo. Meu macho. Meu Marcel. Moreno. Mestre. Meu.