YANES
Não vou muito aos bares do centro. São aqueles lugares que eram para serem íntimos e quietos,até todos que querem um lugar intimo e quieto o lotam de música alta e falatório.
O outro motivo é o flerte. Não que isso me falte,tenho a estatura do meu pai e os traços delicados da minha mãe que nem de longe me deixaram feminino.
Desde pequeno foi incentivado aos esportes e o sonho de seguir carreira policial,um sonho realizado com muito esforço e ajuda do meu melhor amigo e sua família.
Mas isso não é o foco agora,o problema desses lugares cheios é que a mulherada cai matando,sorrindo,mandando bebidas e até passando a mão. Seria ótimo...se eu curtisse mulher.
Desde os meus 11 anos sabia que preferia homens,por mais que odiasse isso. Um policial gay nunca seria respeitado,tentei várias vezes "me curar" com o sexo feminino mas nada adiantou.
Por fim me aceitei e aqui estou sozinho,depois do expediente em um bar da Zona Sul,bebendo uma cerveja e vendo o movimento. Não é um bar gay,Deus me livre de vários afeminados cheios de lantejoulas e gírias bizarras.
Tem um loiro que apertou o pau quando trocamos olhares,mas deve querer me comer,o que não vai rolar. O barman já me deu duas doses extras e não para de sorrir,uma possibilidade.
Estou terminando meu copo quando um grupo animado entra.
Viados,óbvio.
Se a homossexualidade não é respeitada,a culpa são desses tipos.
Reviro os olhos e volto a estudar com quem vou trepar,até escutar novamente os viados acenarem para alguém que chegou depois. Olho por cima do ombro esperando um Pablo Vitar mas dou de cara com uma delicia torneada. Puta merda,alguém com aquelas pernas deveria ser proibido de usar calça comprida.
Quando vê os amigos abre um sorriso enorme e acredite em mim,o governo deveria pagar pra ele nunca parar de sorrir.
Ele passa por mim e olho mais de perto. Ele tem cabelo preto do tamanho curto,mas certo para se segurar enquanto se come ele firme por trás e os outros grudados em seu suor.
Vai para a mesa dos viadinhos e assim que sentam os demais cochicham e time,seus olhos confusos examinam o bar e encontram o meu. Rapidamente me avalia e ri com os amigos. Todos devem ter percebido meu olhar.
Passo o resto da noite trocando olhares e os amigos após uns drinks se vão deixando o rapaz sozinho.
Peço outro drink ao garçom e um igual ao que rapaz bebia. Respiro fundo e vou até a mesa o vendo mexer no celular. Geralmente não fico nervoso com interação de paquera,porra,eu já invadi uma favela lotada de traficante,mas nesse exato momento,tenho a impressão que se olhar para baixo,terei gelatinas no lugar de pernas.
-Oi...
Ele levanta o rosto e sorri pra mim,ele é lindo.
-Oi,boa noite.
-Posso me sentar com você,oferecer um drink e te paquerar?
Ele sorri e passa a mão no cabelo,eu quero muito fazer isso nele.
-Pode sim.
Sento ao seu lado e ponho a bebida em sua frente.
-Sou Yanes.
Sorriu e extendo a mão o vendo guardar o celular e olhar para mim confuso antes de apertar minha mão.
-Sou Afonso. Você colocou alguma droga na bebida para a abusar de mim?Porque você não vai precisar de muito para me conquistar.
Ri e fiz uma cara seria.
-Droga,te drogar era meu plano A,agora eu vou para o B que é tentar mostrar que sou interessante!
Ele ri e bebe um pouco.
-Pode se considerar já com 60% de chance,já que você é gostoso pra caralho!
A conversa flui. Ele é engraçado,inteligente e afetado na medida certa.
Após algumas horas já estamos grudados,a musica não esta muito alta,mas no ouvido um do outro. Afonso não esta bêbado,mas soltinho o suficiente para por as pernas encima das minhas,lamber e mordiscar minha orelha.
-Eu moro a duas quadras daqui.Quer...
Deu uma risadinha adorável.
-Com toda certeza.
Sorri e fui acompanhando Afonso. Ele é dançarino em uma academia.Foi criado pelas tias que ele ama acima de tudo.
Quando chegamos na casa dele,nos encaramos e rimos. Dou um passo a frente e o beijo devagar e caramba,eu estou me liquefazendo.
O puxo pela cintura e intensifico. Ele passa os braço pelo meus pescoço e solta um gemido dentro da minha boca e isso me desperta.
O empurro contra a porta e não ligo para mais nada,se eu estivesse em uma viatura e nos visse,atentado ao pudor no mesmo instante.
Ele arranha os meus braços e aperta o meu pau. Ao se virar para abrir a porta,o seguro pela cintura e esfregão sua bunda na minha ereção.
Ele geme um "meu Deus" é consegue por fim abrir a porta.
Tiro a camisa dele é volto a beijar"ele é forte,mas delicado um corpo moldado por dança. Ele tira a camisa e twnjo que rir quando ele põe a mão dentro da minha calça e faz cara de surpresa.
-Caramba...
-Todinho seu...
Não paramos de nos esfregar,quando meu rádio chama. Pra aquele horário,só pode se merda.
-Tenho que atender.
Afonso se afasta e dacum sorriso sem jeito.Pego o radio e respondo.
-Na escuta. É melhor ser importante Leandro.
-Aquele carregamento esta vindo da Bolívia. Corre pra cá!
Xingo e desligo.
-Tenho que ir. É importante.
Afonso ajeitou a roupa e me deu um selinho.
-Tudo bem. Vai salvar o mundo.
O puxei e beijei devagar.
-Me da seu telefone. Eu quero muito sair com você e voltar para onde paramos.
Ele sorriu e pegou o meu celular. Anotou o numero e tirou uma foto para salvar com o contato.
-Até mais gatinho.
Sai e dei de cara com uma viatura já me aguardando. Meu amigo Leandro já me esperava. Ele tagarelava e eu pensava em Afonso.
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