Anti Herói - Capítulo Oito

Um conto erótico de _alguemsolitario
Categoria: Homossexual
Contém 1606 palavras
Data: 18/01/2020 01:52:04

— Eu não acredito que você nos inscreveu Alex. - Falei ainda tentando processar o que acontecia. Aquela altura ele já seguia com o carro para a pista.

— Surpresa! - Sorriu — Agora é bom apertar os cintos e se preparar para ganharmos essa corrida.

Depois de nos posicionarmos, ficamos esperando o sinal de largada. A todo momento pensava em desistir e pular fora daquele carro, mas no fundo estava precisando de uma boa dose de aventura e essa poderia ser uma boa chance. O campeonato de Rally que estávamos participando, era amador, e o responsável por ele era um dos filhos do dono da fazenda que sediava o evento. Todos que moravam em propriedades próximas estavam ali, bem como os conhecidos e amigos do realizador.

— Eu não sei se vou conseguir fazer isso! - Digo apreensivo. Eu realmente estava com medo de que acontecesse o pior, o carro capotasse ou algo assim.

— Relaxa, vai dar tudo certo! No final você vai me agradecer. - Resolvi confiar nele, afinal, aquela adrenalina seria boa.

Em poucos segundo ouvimos um som ensurdecedor que anunciava o inicio da disputa. Divididos em duas fileiras, todos os carros começavam a acelerar gradualmente. Eu e o Alex largamos na quinta posição, mas a medida que avançávamos na pista, íamos ganhando mais velocidade, e a cada curva e derrape, meu coração parecia que ia saltar para fora.

— Caralho, porra! - Falo me segurando firmemente no banco. O primo do meu amigo só ria do meu desespero, focando toda a sua atenção na pista. Agora nos aproximávamos de uma outra caminhonete a nossa frente, o Alex pisou ainda mais no freio e conseguimos ultrapassá-lo, não antes sem levarmos o retrovisor dele conosco. O quarto lugar agora era nosso.

— Ás vezes eu questiono minha sanidade. Como topei fazer isso?

O caminho de terra ficava cada vez mais perigoso, tínhamos acabado de passar por um trecho molhado a todo vapor e já conseguíamos avistar outro adversário. Parecia fácil deixá-lo para trás se não fosse pelo fato de chegarmos a outro trecho mais perigoso ainda, nele haviam diversas lombadas. O carro da frente perdeu velocidade ao passar por duas delas, nos dando vantagem, pois o Alex não desacelerava ao se aproximar delas.

As últimas lombadas foram decisivas, disputávamos lado a lado, e como previsto, ao se aproximar de mais uma, o nosso oponente desacelerou, enquanto Alex pisou fundo. Até parecia uma cena de filme de ação, e se não tivesse vivido, não acreditaria, o nosso carro voou por dois segundos na pista, caindo perfeitamente em seguida, a minha alma saiu do corpo e voltou. Enquanto o primo do meu amigo sorria satisfeito, eu gritava de desespero.

— Pelo amor de deus, você vai matar a gente! - Fechei os olhos por alguns minutos para tentar manter a calma, e quando eu menos esperei aquilo tinha acabado. Só se ouviam os gritos de euforia do público e do Alex, além buzinadas, muitas buzinadas.

— Isso porra! Pode abrir os olhos Oli, a corrida acabou! - Disse com sorriso nos lábios.

— A gente ganhou? - Pergunto

— Chegamos em terceiro, mas mesmo assim está ótimo! Vamos lá para o pódio. - Descemos do carro e parecíamos celebridades, caminhamos até onde as outras duplas vencedoras estavam para cumprimentá-los, e por coincidência ou não, uma delas eram os mesmos rapazes que havíamos duelado no tiro ao alvo, eles chegaram em segundo lugar.

Um homem se aproxima de nós para nos felicitar, entrega um medalhão para cada um de nós e um cheque com um valor que me fez cair para trás, cinco mil reais. A primeira e a segunda posição ganharam quinze mil e dez mil reais respectivamente. No final realmente tinha valido a pena.

— Eu não disse a você que no final valeria? Agora já tem dois e quinhentos para gastar. - Nessa o Alex conseguiu me surpreender.

— Também depois de quase ter morrido, isso era o mínimo. Mas valeu a experiência, gostei bastante. - Dali em diante seria só festa. Ficamos por mais um tempo até decidirmos voltarmos. Aquilo sem dúvida foi a coisa mais aleatória que aconteceu na minha vida, nunca me imaginei participar de um Rally, ao invés de apenas assistir.

Era pouco mais de meio-dia quando voltamos para sede da fazenda da família, e a agitação na varanda da casa estava evidente de novo. Dessa vez por conta do almoço, uma grande mesa estava do lado de fora e os funcionários a enchiam de todo tipo de comida. Como eles eram festeiros, é claro que tinha música tocando e mais álcool.

— Olha eles aí. - Disse uma das tias do Alex, que seguiu até onde estavam os seus parentes. Eu diferentemente dele entrei para ir ao meu quarto, precisava tomar um banho. Ao passar pela sala encontro o Pedro deitado em um dos sofás, ele parecia avoado, encarando o nada, mas percebeu quando eu entrei.

— Oli, onde você estava? - Pergunta se sentando no sofá.

— Você não vai acreditar, o Alex me levou para um Rally e nós ganhamos cinco mil. - Era inevitável não ficar eufórico contando aquela notícia, dinheiro sempre era bom.

— Parece que se divertiram - Falou, mas ele não esboçou nenhuma reação.

— De mais, você tinha que ter ido com a gente. - Diz o Alex entrando na conversa. — E não se preocupe, pois estou indo lavar seu carro neste momento, e depois vou levar para revisão. - Realmente, depois daquela corrida a caminhonete estava imunda, e precisaria de cuidados, - principalmente na suspensão.

— Era só ter me acordado, eu já tinha dito que ia. - O Pedro parecia frustrado.

— E acho que não tentei? Mas você tinha apagado com a bebida. Mas não se preocupe que já tenho planos para nós dois hoje a noite. - Falou isso e saiu.

— Enfim, tô cansado, vou ir tomar um banho. Até daqui a pouco. - Aviso para meu amigo, seguindo para a escada, assim que começo a subi-las, ele me chama.

— Oli, preciso falar com você depois. - Seu tom de voz era sério, apenas confirmei com a cabeça e subi para meu quarto.

Após um longo e relaxado banho, me vejo deitado na cama. A tarde estava bem quente e a fome começava a ficar expressiva, decido descer para comer. Os primos já estavam na mesa, comendo e conversando com seus familiares, muito timidamente me aproximei.

— Ei, Oli, senta aqui. - Sinalizava Alex para que eu sentasse ao seu lado. Fiquei de frente para Pedro. Comecei a montar meu prato, e em pouco tempo estava matando a fome com aquela comida deliciosa.

Há algum tempo percebia meu amigo distante, antes eu achava que era por conta das nossas rotinas completamente opostas, mas naquele momento, notei que ele evitava me olhar, então comecei a pensar que o problema era comigo. Depois de comermos, todos se dispersaram. Procurei um canto mais isolado para ficar, pois queria organizar meus pensamentos, e encontro a alguns metros da casa, um banco improvisado de tronco de madeira, de frente a um pequeno lago cheio de patos. O Pedro estava lá sentado.

— Então, quer me contar qual o problema? - Pergunto direto me sentando ao seu lado. Ele pareceu confuso.

— O quê?

— Você falou que queria conversar, ultimamente estou te achando estranho e percebi que no almoço você evitava olhar para mim. É algum problema comigo? - Estava me corroendo por dentro, só de pensar que a nossa amizade poderia estar abalada.

— Não, claro que não! Quer dizer, tem haver com mas...

— Sem "mas" Pedro, diga logo - Interrompo-o

— É que... eu acho... que de alguma maneira... eu não sei se - A forma como ele dizia lentamente me incomodava, já o conhecia suficiente para saber que viria algo grave.

— Pedro, calma. Independente de qualquer coisa, sou seu amigo e eu te amo. - Interrompo-o novamente, mas dessa vez tentando encorajá-lo. Ele fica em silêncio por mais algum tempo, até voltar a falar de uma só vez.

— Eu acho que estou gostando de um cara.

Com certeza esse era o dia internacional do "Vamos surpreender o Oliver". Nunca em minha existência passou pela minha cabeça que o meu melhor amigo de infância pudesse sentir atração por garotos. Eu estava tamanho incrédulo que não consegui formular nenhuma frase decente.

— Não sei o que dizer, só sentir. Quem diria que você realmente iria querer namorar um macho. Esse dia será histórico. - Digo sorrindo, tentando quebra aquela tensão que havia se instalado.

— Vai se foder, seu otário.

— Mas me conta, quem é ele? Eu conheço? - Meu amigo apenas balança a cabeça afirmativamente. — Ele já sabe disso?

— Ele eu não sei, mas todo mundo com certeza já deve ter percebido. - Responde com um ar misterioso.

— Ah, sem essa, fala logo o nome... - Estava curioso para saber o nome do cavalheiro que conseguiu converter meu amigo para o vale do arco-íris, mas fomos interrompidos de novo, mas dessa vez por seu celular que começou a tocar.

Ele atendeu e sorriu ao falar, acho que o "seu garoto" estava ligando. Ele me pediu licença e saiu dizendo que precisava ir a um lugar, continuei aonde estava e aproveitei para prestar atenção no paraíso que estava, natureza em seu estado puro e magnífico, quase toda a fazenda era preservada.

Se passou um tempo e resolvi entrar, o Pedro estava demorando demais. Ao chegar na sede novamente, só encontrei o Alex sentado em uma espreguiçadeira na varanda, lendo um livro, cumprimento-o.

De longe percebo uma caminhonete se aproximar, e constatei que era do Pedro, esperei por mais um tempo, até ele descer e passar como um vulto por mim, me ignorando, ele não estava mais com o sorriso de quando saiu, além dele, mais duas pessoas saiam da caminhonete, para minha surpresa, ele havia ido buscar a Júlia, e... o Marcos? Realmente, hoje era o dia internacional de me surpreender.

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Comentários

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SÓ VC NÃO PERCEBEU QUE PEDRO ESTÁ APAIXONADO POR VC. VC É UM GRANDE BABACA E AINDA FICA ZUANDO COM PEDRO. LAMENTÁVEL. PROCURE SER MAIS SENSÍVEL COM OS SENTIMENTOS DOS OUTROS. DEIXA DE SER BABACA.

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Tô gostando muito de ver, a história está dando uma guinada inesperada, embora os acontecimentos estejam andando mais rápido do que o esperado. Confesso que não gostei da chegada da garota e nem do tal Marcos. Imagino que o tenha trazido porque já faz tempo que não rola sexo na história, e sendo assim, o pessoal vai perdendo o interesse, mas de qualquer forma, vamos ver no que vai dar.

Como sabes, estou torcendo pelo Alex <3

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