Oii Pessoas!
Nossa!! Fico realmente muito feliz por estarem gostando. Para mim é uma honra escrever para vocês. Obrigada!
Boa leitura.
Lá estava ela...
Linda, com aquele cabelo solto. Uma calça legging preta, blusa, casaco branco em detalhes preto e uma bota amarelo mostarda. Unhas pintadas na cor azul. Rosto sem nenhuma make. Mostrando a realidade em cada traço. Perfeita era ela, Minha Dandara.
Não saberia explicar com palavras o que senti quando ela chegou perto de mim. Coração acelerava cada vez que se aproximava. Nos abraçamos sem dizer nada. Eu de tanta vergonha tentei sair dos seus braços. Mas, ela abraçou mais forte. Me fazendo ficar ali, dentro daquele abraço, por minutos. Esquecendo completamente que estávamos no meio da rodoviária.
A sensação daquele abraço foi de longe a melhor coisa que eu poderia sentir. Sentia- me segura. Queria morar ali para sempre. Quando nos permitimos nos soltar, ela me olhou nos olhos. Que olhar!!! Aqueles olhos castanhos me invadiu de tal forma que eu apenas sorri. Ela me deu um beijo no rosto, e tudo que eu via era aquela boca que eu tanto desejava quando olhava suas fotos. Era linda a composição do seu sorriso, e o aparelho lhe dava um charme que só ela possuía.
Eu estava muito feliz, minhas mãos suavam muito e eu só sabia rir. Estava totalmente envergonhada. Procuramos um lugar para nos sentarmos. Ela sempre muito gentil e educada. Pediu que eu a acompanhasse e foi pedir algo para comer. Insistiu que eu comesse. Mas, de fato eu não conseguiria comer nada de tão nervosa que estava. Aceitei apenas um suco de laranja.
Eu sempre fui tímida e aquele dia estava em nível hard de timidez. Depois que ela comeu, ficamos conversando. Rs, eu mais ria do que falava. Sentamos em outro lugar um pouco menos movimentado e ficamos ali conversando. Eu hora ou outra mexia no celular para tentar de alguma forma esconder tamanha timidez. Ela então abriu sua mochila, retirou uma caixa e me entregou dizendo:
- Espero que tenha acertado.
Eu ainda morta de vergonha peguei a caixa e abri. Eram chocolates brancos. Eu adoro! Olhei pra ela e disse:
- Obrigada. São os meus preferidos, rs.
- Eu sei. Por isso trouxe. Rs, queria ver esse sorriso lindo. Que é mais lindo ao vivo.
Apenas sorri. Não conseguia dizer nada. Eu estava em choque. Ainda não tinha caído minha ficha que ela estava ali, bem na minha frente. Um certo momento, ela diz:
- Vamos ao banheiro comigo?
Eu sabia que se fossemos ao banheiro não iríamos segurar e poderíamos nos agarrar. E se isso acontecesse iria rolar a tal "traição". E eu não queria carregar isso comigo. Sei o quanto é ruim ser traída e mesmo desejando muito beijá-la, me coloquei no lugar da namorada. Foram muitas tentativas de me convencer a ir ao banheiro e eu acabei cedendo. Fui decidida a lhe dizer que não iria rolar. Entramos no banheiro e para minha surpresa estava vazio. A moça da limpeza tinha acabado de sair e todas as cabines estavam vazias. Ela segurou minha mão e me puxou para entrar com ela. Entramos, ela fechou a porta e colocou a mochila em cima de uma bancada. Quando ela se virou eu ia dizer a ela que não podíamos fazer aquilo. Foi em vão. Ela se virou para mim, me via dentro dos seus olhos. Ela colocou uma das mãos em minha nuca entrelaçando meu cabelo. E com a outra segurou em minha cintura me puxando para junto dela. Eu não disse nada, apenas deixei acontecer.
Ela se aproximava mais e mais da minha boca. Até que senti seu lábio. Era macio, e encaixou perfeitamente com o meu. Senti suavemente sua mão entrar dentro da minha blusa e apertando minha cintura ainda mais sobre seu corpo.
Ela me beijou de um jeito, que, mesmo eu não achando certo, já tinha esquecido de tudo e mesmo querendo manter meus princípios eu não iria resistir. E me entreguei ao beijo mais desejado e esperado por nós duas.
Foi um beijo calmo, como se nossas bocas tivessem se conectando com nossos corações, como se estivessem se reconhecendo, tornando aquele beijo celestial.
Não lembrávamos de onde estávamos apenas nos beijamos sem pressa. Passava o filme de todas as vezes que passamos juntas ao celular. Só fez afirmar o que sentíamos. E ao final daquele extraordinário beijo nos entreolhamos e eu apenas sorri recebendo de volta aquela junção perfeita de seus lábios formando o mais belo sorriso.
Nada foi dito, apenas nos abraçamos e nos permitimos sentir aquele turbilhão de sentimentos. Logo novos beijos surgiram e assim ficamos por um tempo. Até que não poderíamos mais adiar e ela teria que partir.
Saímos do banheiro e ela foi ao guichê comprar sua passagem. Meu coração já estava pequenininho por ter que deixar meu mundo ir. Mas, era preciso pois ela precisava resolver essa situação.
Por mais que nunca tivéssemos dito diretamente, eu tinha na minha cabeça que ela iria para terminar e assim ficarmos juntas. Depois do encontro e tudo que sentimos, certamente que ela iria fazer. Por isso não conversamos sobre isso, deixei que ela fizesse da forma que achasse melhor.
Foi chegado a hora dela ir. E com lágrimas nos olhos nos abraçamos. Ela subiu no ônibus e se foi. Eu saí rumo a pegar meu ônibus e no caminho mandei uma mensagem:
- Eu amei te ver. Não demora!
- Soh, eu também. Foi além de todas as minhas expectativas.
Já era noite quando saí da rodoviária. Ter passado o dia com ela foi a experiência que eu desejaria ter por toda minha vida. Em meio a todos aqueles pensamentos recebi a ligação da minha "mãe de santo":
- Oi Mãe, benção!
- Filha, ta onde?
- Saindo da Novo Rio (rodoviária).
- Estamos te esperando. Tem que preparar as comidas, e só confio em você. Não demora pelo amor de Deus, porque ninguém aqui quer comer o arroz duro de Ana Paula (uma irmã de santo)!
- Rs, tá. Já já chego aí.
- Beijos.
Desliguei, fui atravessar a rua. (Quem mora no Rio sabe como é confuso o transito saindo da rodoviária) E por descuido total meu não vejo a moto e só percebo quando sou jogada ao chão. Não foi uma batida muito forte e rapidamente me levantei e caminhei ate meu ponto e peguei a van. Quando me sentei comecei a sentir a pancada. Estava com uma dor horrível na cabeça e a perna doía bastante.
Era tanta dor que eu não consegui ir direto para o centro. Resolvi ir em casa primeiro. Cheguei e minha prima estava sentada me esperando com o Biel e a Bruninha. Sentei ao lado deles e na mesma hora me deu uma tonteira e eu acabei desmaiando. Acordei no hospital e com o soro no braço. Fiquei um tempo sem entender onde estava e logo minha prima entrou no quarto.
- Ta se sentindo melhor? Porra que susto você me deu garota! O que aconteceu?
- A moto bateu em mim quando eu saia da rodoviária. Eu levantei e sai andando pra pegar a van que já estava no ponto.
- Ta maluca? Se você tivesse quebrado alguma coisa?
- Mas eu não podia perder a van.
- Ah ta. Mas podia se quebrar toda né? Vai tomar o soro e esperar os exames.
- Quantas horas?
- Já são 23 hrs.
- Cade meu celular?
-Ta em casa, não lembrei de trazer.
Depois de um tempo no soro, eu desmaiei mais duas vezes e por isso tive que ficar em observação até saber os motivos dos desmaios. Ana foi para casa e eu pedi que me trouxesse o celular. Precisava saber noticias da minha Dandara. Fiquei no hospital ate o dia seguinte e sai no final da tarde. Ana foi me buscar e no caminho de casa me entrega o celular e diz:
- Dandara te mandou varias mensagens ontem e hoje antes de vim eu respondi.
- E o que você disse ANA?
- Ué, disse que você não estava com o celular, que você tinha sofrido um acidente e estava no hospital, e estava indo te buscar e entregar o celular.
- Pra que você foi falar com ela? Tu sabe que ela está na casa da namorada. Tu é louca?
- Ela estava mandando mensagem e estava achando que você não queria falar. Eu só respondi pra ela saber o motivo pelo qual você não atendia.
Nessa hora o meu celular toca insistentemente. Olho no visor e era Dandara. Não sabia se atendia ou recusava. Mas resolvi atender:
- Alô?
- Soh? Como você está? Fiquei preocupada!
- Estou bem. Quando eu chegar em casa te mando mensagem.
- Ta. Se cuida, Por favor!
Quis matar minha prima, ela não tinha que ter dito nada. Cheguei em casa e fui tomar banho. Minha vó perguntou o que aconteceu para eu ter passado mal, mas eu preferi não dizer. Ela foi trabalhar e eu fiquei la com Ana. Contei a ela como tinha sido o meu encontro e ela ouviu atentamente. E apenas perguntou:
- Você acha que ela vai terminar com a namorada Sophi?
- Ana, não falamos diretamente sobre isso. Mas, eu acho que sim. Estamos sentindo a mesma coisa e tenho certeza que ela quer tanto quanto eu que fiquemos juntas.
- Quando falei com ela, deu para perceber que ela ficou muito preocupada com você.
- Ah... Ela é um amor. Vou falar com ela.
Fui no quarto buscar o celular para mandar mensagem para ela. Quando eu olhei no celular, tinha varias ligações e mensagens. Respondi:
- Oi Dandara. Me desculpa a falta de notícias. Mas, eu não queria te incomodar. Estou bem, não preocupa! Quando você chegar em casa eu te explico. Muitas saudades!!! Beijos.
- Como não vou me preocupar? Você é meu mimo Soh . Eu achei que fosse por minha culpa, fico mais tranquila por estar bem. Se cuida por favor, não posso ficar sem você. A saudade ta matando...
Visualizei e preferi não responder. Para não prolongar e ela ter algum tipo de problema. Voltei para sala e falei para Ana que eu já tinha mandado a mensagem. Ficamos conversando, logo depois ela foi embora e eu fui descansar com o Biel, era sábado ainda e faltava mais um dia para que eu pudesse falar com ela.
Finalmente amanheceu, era domingo. Acordei e vi uma mensagem de Dandara:
- Bom dia!!! Saudades
Eu não respondi, achei melhor assim. O domingo se arrastou por uma eternidade, não tinha ido trabalhar dois dias e talvez isso pudesse me prejudicar, mas eu tinha os atestados e fiquei tranquila. Finalmente o domingo tinha chegado ao fim, e a saudades de falar com ela maltratava, mas, a ansiedade de saber o conteúdo da conversa era pior.
Depois de uma eternidade de horas segunda chegou, acordei com um sorriso enorme e vibrando felicidade. Peguei o celular e lá estava a mensagem:
"Bom dia Soh. Saindo aqui. Quando eu chegar eu te aviso. Beijos".
Me arrumei e fui para o centro, aquela segunda eu passei o dia todinha lá. Fiz minhas obrigações, contei sobre o encontro para o pessoal mais próximo e já de noitinha voltei para casa. Quando cheguei ela mandou mensagem avisando que estava em casa. Eu não respondi, fui tomar meu banho primeiro e depois com calma chamaria ela no whatsapp. Terminei o banho e fui para o quarto, peguei o celular e enviei uma mensagem:
- Oi? Ta podendo falar?
Poucos minutos depois ela me responde:
- Claro Soh. Eu estava com muitas saudades de você. Hoje você me liga?
- Ligo sim! Só falar a hora.
- Agora, pode?
Imediatamente liguei, precisava ouvir a voz dela. Mas, eu sabia que ela estava cansada então pretendia não demorar na ligação. Ela me fez explicar tudo que tinha acontecido quando passei mal. Ficamos conversando até que ela adormeceu, a ligação caiu e eu adormeci em seguida. No dia seguinte acordei com sua linda mensagem:
" Bom dia Soh. Perdão por ter deixado você só, o cansaço me venceu. Eu estava com muitas saudades de ouvir sua voz, te adoro!"
Não respondi, apenas liguei para ela que atendeu na hora.
- Alô? Soh?
- Oi, senti saudades e resolvi ligar. Ta ocupada?
- Pra você nunca. Que bom ligou, senti sua falta!
- Eu senti muito a sua, não via a hora de poder falar com você.
- (Ela riu) Eu também senti a sua Soh.
- E então? Como foi lá? (Falei com curiosidade) conversaram?
- Sim conversamos.
Eu fiquei apreensiva mas precisava saber se ela tinha enfim terminado e perguntei sem rodeios:
- E vocês se acertaram?
- Sim. Conversamos e voltamos o namoro...
continua.