Noite de luar, que de repente se fez opaca, pelas nuvens negras que encobriram a lua. A estrada agora escura, o calor abafado e o silêncio da solidão fatalmente me fariam dormir. Então a ideia inicial de chegar de uma vez ao meu destino rolou pelas ribanceiras perigosas da estrada; resolvi que pararia na estrada para descansar.
Cinco minutos mais e um letreiro de um posto de gasolina me convidava a estacionar. A placa de “estamos funcionando” sugeria um estabelecimento recente. Pedi um apartamento. Ainda em adaptação, estava sem água no chuveiro, mas, se quisesse, poderia usar o banheirão do posto. Concordei. O calor estava lancinante.
Dirigi-me ao banheiro, sabonete na mão e toalha no ombro, sonhando com o frescor da chuveirada. Barulho de água, ao entrar. Passei à segunda parte do espaço e deparei-me com vários chuveiros, enfileirados e sem divisória entre si.
O ruído líquido vinha do primeiro chuveiro. Um jorro forte descia sobre um escultural corpo negro, construindo encantadora cascata sobre atraente ébano, nacos brancos de espuma descendo com a água. Meus olhos deslizaram pelo seu peito definido, sua pequena barriga, as coxas fornidas ladeando belo pênis escuro e tranquilo. O perfil me mostrava redondas nádegas, circunferência perfeita.
Devo ter me demorado mais que o normal admirando aquele belo corpo; ao subir meu olhar, deparei-me com um alvo sorriso, a contrastar com a tez escura. Não demonstrava constrangimento, sobressalto ou qualquer outra emoção mais evidente. Cumprimentos costumeiros e, desajeitadamente, ocupei o terceiro chuveiro. Não queria me mostrar invasivo.
Mas não pude evitar olhadelas àquele deus grego nem a forte ereção que senti, sob a água morna do meu chuveiro. Notei seu mastro negro levantando-se por entre a água que caía. Meio encabulado mas inexplicavelmente desejando que ele notasse meu pronunciado desejo, virei-me de forma a esconder meu tesão. Comecei a me ensaboar, sem conseguir alcançar plenamente as costas, que permaneciam viradas para ele.
Senti mais do que ouvi ele se aproximando, solícito, perguntando se eu precisava de ajuda para ensaboar as costas. Nada falei, que minha garganta estava travada. Apenas lhe entreguei o sabonete.
Senti suas mãos suaves passearem por minhas costas, desde a nuca, descendo pelas costelas e chegando às nádegas. Meu membro, teso, pulava de rígido, sob a água.
Ele foi passando devagar a mão por sob meus braços e alcançando meu peito e barriga, até encontrar meu pênis, que ele envolveu com a mão.
Senti-o vasculhar minha bunda com seu cilindro negro, enquanto seu peito colava-se em minhas costas. Agachei-me um tantinho, facilitando o encaixe, e o negro lindo e molhado foi entrando em mim, enquanto me masturbava com maestria.
As idas e vindas estavam cada vez mais intensas, como intensas também as vibrações do meu pênis entre suas mãos.
Foi simultâneo: ao sentir os raios de prazer se concentrarem no meu gozo, percebi seu pau crescer dentro de mim, pulsando. Ele retirou aquela dureza e espremeu contra minhas costas. Deliciosos jatos quentes esporraram sobre mim, ao mesmo tempo em que golfadas do meu sêmen libertavam-se de suas mãos hábeis.
Gemidos abafados pela enxurrada das duchas era a trilha sonora daquela noite incrível e anônima, em que dois desconhecidos, sem dizer uma só palavra, experimentavam sensações indescritíveis, de prazer e paz.
No mesmo silêncio, ele se afastou, voltou à sua própria cachoeira, concluiu seu banho. Eu fiz o mesmo.
Enquanto eu desligava a água e me secava, acompanhei seu apetitoso rabo negro, mal disfarçado pela toalha em que se enrolara, no cadente ritmo dos seus passos, dirigindo-se à saída. Sumiu pela porta do banheiro, e se perdeu de meus olhos, na escuridão da noite sem lua.