MÁVIA, A ATRIZ ESTREANTE

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Heterossexual
Contém 913 palavras
Data: 21/02/2020 14:12:34

Em trinta anos de palco, vesti muitos personagens. Tantos que até perdi a conta. Entraram e saíram de mim com a mesma facilidade, porque não se integraram a mim. Eles não eram eu. E eu, o ator, sempre reassumo o comando, após as cortinas se fecharem, as reverências à plateia e os aplausos desta. Teatro é o fingimento mais verdadeiro que existe.

Ensaiávamos uma peça ousada, que explorava a complicada relação de uma garota com o sexo, suas dúvidas, angústias e desencontros. O clímax do espetáculo era uma relação sexual no palco – naturalmente simulada.

O produtor ouviu o financiador, que exigiu o protagonismo para uma protegida sua – aspirante à carreira –, e o diretor, mesmo a contragosto, teve que aceitar. Preferia uma atriz com mais experiência; uma praticamente estreante nos palcos poderia ser algo complicado, diante da ousadia daquela proposta. Mas não se nega o pedido “tão gentil” do patrocinador do espetáculo – essa figura rara nos últimos tempos.

Entretanto, seja nos exercícios vocais, seja na interpretação do texto, que precedem os ensaios propriamente ditos, Mávia demonstrou certa competência, boa performance e responsabilidade. Isso tranquilizou um pouco o diretor. Ela estava ávida por uma oportunidade para brilhar nas ribaltas e previa naquela peça sua grande chance.

Mávia era mais expressiva que bonita de rosto. Tinha belos seios e um conjunto de coxas e nádegas perfeitos para a plasticidade cenográfica, especialmente a passagem da foda. Suas expressões de prazer e gemidos passavam uma verdade que seria importante para o público creditar verossimilhança à peça.

Ensaiamos só de calcinha e cueca, e Mávia se entregava à personagem com o mesmo profissionalismo que eu. De forma que as carícias, os beijos técnicos, as lambidas e tomadas dos seios em minha boca, a simulação do sexo oral em sua vagina, que geravam suspiros milimetricamente calculados pelo diretor, em nada nos constrangia. As simulações de penetração e estocadas tampouco. O palco era o altar sagrado da arte, não um leito de prostituição – tínhamos plena consciência disso –, embora vez ou outra eu tenha percebido rolas duras entre os auxiliares e técnicos, e mesmo uma discreta masturbação em um deles.

Chegando o dia da estreia, diante do nervosismo característico desse momento, tive uma conversa rápida com Mávia sobre o que aconteceria, ratificando que daria tudo certo, e que a peça seria um sucesso se a estreia causasse o impacto que esperávamos. Preveni-a de que, como a cena seria em completa nudez, provavelmente minha rola endureceria, mas que não havia problema; era só agirmos como ensaiado.

Como toda estreia, lotação esgotada. Experimentamos a espécie de nirvana que precede a entrada no palco, nos desejamos “merda” e as cortinas se abriram. O texto fluiu lindamente. Conquistamos a atenção e a cumplicidade do público durante todo o espetáculo.

A peça se encaminhava para a cena mais marcante. Mávia revelou-se cem vezes mais envolvida no personagem que nos ensaios. Transformou-se numa ninfeta ousada sensual; seu corpo, com a ajuda da iluminação, nunca pareceu tão perfeito. Eu, com meus tantos anos de teatro, senti o corpo estremecer, o coração disparar, borboletas farfalharem no estômago e meu pau fez-se rígido ao primeiro abraço e primeiro beijo.

A sinuosidade dos movimentos daquele corpo jovem, esfregando-se em minha pele, os lábios, bocas e línguas misturando-se, já não pareciam técnicos. Até acho que demoraram mais que a cena exigia. Minha boca encontrou mamilos rígidos, seios empinados, que, ao serem sugados, arrancaram gemidos guturais da personagem, de uma forma inédita, que não acontecera nos ensaios.

Ao descer meus lábios e encontrar agora a buceta livre da calcinha dos ensaios, encontrei também uma caverna completamente encharcada, que, ao meu toque, provocava contorções no corpo feminino, mais parecendo um bailado sensual – plasticamente estava perfeito.

Restava agora o ponto culminante da cena. Subi meus lábios até os seus e a beijei sofregamente, enquanto procurava arrumar minha rola entre suas pernas, a fim de fingir a penetração, como fizemos nos ensaios. Para minha surpresa, a atriz provocou um movimento inesperado nos quadris, e colheu minha pica em sua buceta, que escorregou para dentro, provocando estremecimento no corpo que se debatia de prazer sob mim.

Num resto ínfimo de profissionalismo, tentei retirar-me de dentro dela, julgando ter sido um movimento involuntário, mas percebi suas mãos prendendo-me pelas nádegas. Nada poderia fazer senão prosseguir a cena, com as estocadas. Deixei, então, que os personagens ganhassem vida própria e a fodi com todo o tesão que emanava de meu corpo. A plateia não existia, o teatro não existia. Existia apenas uma linda e deliciosa jovem se deliciando com os prazeres do sexo, e um homem experiente a fodendo intensamente.

A cena deve ter extrapolado o tempo previsto. De repente, senti suas coxas fecharem-se, pressionando minha rola sobre seu clitóris; seu corpo todo tremeu e soltou-se um grito que ecoou por todo o teatro, fazendo dueto com a sugestiva música que acompanhara toda a cena. Não havia encenação; Mávia gozara com toda a força de suas entranhas, e agora jazia, ofegante, envolta numa diáfana luz vermelha.

A cortina se fechava devagar, enquanto a plateia ia ao delírio. De pé, aplaudia, gritava, assobiava... No palco, nossos corpos ainda cansados, e ainda nos braços um do outro, os olhos de Mávia cintilavam, e agora já completamente fora do personagem, beijou-me com avidez, como agradecendo a excelente atuação do companheiro de cena. Meu pau ainda estava duro, dentro dela, e um movimento de quadril o libertou, enquanto ela liberava toda a sua emoção, num grito ancestral, de quem cumprimentava o sucesso que despontava.

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Comentários

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Obrigado, Marcelo, pelo seu comentário. Pode ser que a Mávia tivesse mesmo vontade de transar no palco, mas acho que o que falou mais alto nesse momento foi ela saber que precisava dar tudo de si para agarrar aquela oportunidade, e sabia que o ato real lhe proporcionaria um papel mais realista, mais dramático, garantindo-lhe a visibilidade de que ela precisa para decolar sua carreira... Que acha?

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Nossa, até me deu vontade de ir assistir a peça! Caramba, que safadinha! Pelo menos não foi como aquelas peças de Shakespeare em que o ator acaba verdadeiramente matando o outro sem querer com a lâmina da espada e a plateia aplaude com fervor achando que é encenação quando na verdade o cara está morrendo mesmo. Aqui ninguém morreu mas, pelo contrário, viveu um prazer intenso. Acho que essa menina tinha fantasias em transar no palco. Parabéns, adorei a história.

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Obrigado pela leitura e pelo comentário, Kabel. Com relação à continuação, sinto muito, mas não faz meu estilo. Prefiro que seja conto mesmo, não série; embora respeite quem prefere fazer continuações. Eu, particularmente, não tenho muita paciência para ler histórias com 15, 20 partes. Muito obrigado pela atenção. Beijo.

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