Tudo começou com meu tio.
Eu era pré-adolescente e estava tomando banho no banheiro do sítio da nossa família. De repente, a maçaneta trancou de vez e pra piorar a situação, o encanamento também deu problema. Não que tivesse possibilidade da água subir a ponto de eu me afogar, muito longe disso. Mas pra um garoto de 12 anos aquela era a cena da mais horrenda catástrofe.
Até que meu tio, do lado de fora, mandou que eu ficasse distante da porta ao máximo e a forçou com chutes certeiros. Me carregou e levou até o lado de fora.
Foram segundos, mas que foram decisivos pra que eu não tivesse mais dúvida: eu era gay.
Nu, as mãos do meu tio seguraram minha cintura e me puxaram com força até o corpo dele. Ele só trajava uma bermuda jeans e meu corpo macio e imaculado se encontrou com o dele. O peitoral peludo, a cor bronzeada e a temperatura quente de homem feito, já na casa dos cinquenta.
Meu tio não era o homem mais lindo do mundo, tampouco era feio. Muito se dizia o quanto ele fazia sucesso com as mulheres quando jovem. Mas olhando fotos antigas ainda preferia ele com alguns anos e quilinhos a mais.
Eu nunca tive muita atração por ele. Era meu tio. Mas aquele encontro foi muito marcante. Era o despertar da minha adolescência e tudo era tão novo e meus hormônios começavam a me inquietar. À noite me pegava fantasiando com aquele encontro, só que elaborando mais o cenário. Me masturbava imaginando que ele me carregava enquanto esfregava o pênis dele na minha bunda. Então quando chegava ao orgasmo começava a chorar, sentindo a culpa se alastrar no meu íntimo.
Dez anos se passaram e eu era muito íntimo dos filhos desse meu tio.
Ele já não era muito próximo da família já que tinha se juntado de uma mulher que fazia pouco caso da gente e tivera um filho que era a cópia da mãe. Os outros dois filhos renegados, Felipe e Henrique, eram ambos de mães diferentes. Eram mulheres extremamente amarguradas com a distância de meu tio, mas a frustração delas era muito maior que dos rapazes, esses eram sempre muito bem humorados e engraçados.
Não se sabia quem era mais brincalhão dos dois. Felipe com seu charme de homem bonito, mas sempre tirando sarro de tudo e todos ou Henrique, o mais novo e talvez mais sem noção. Até mesmo as tias mais conservadoras caíam na gargalhada com os causos e piadas sujas do interior. Henrique tinha sido descoberto nas redes sociais, caso ele próprio não tivesse entrado em contato conosco há alguns anos, jamais saberíamos de sua existência.
Os dois pareciam não se importar comigo.
Brincávamos e eles tiravam sarro de mim e eu deles. Minha sexualidade assumida nunca foi pra eles qualquer empecilho. Agora que éramos jovens adultos saíamos nos fins de semana e eu me envaidecia quando passava com um deles entre abraços e apertos de mão e as pessoas julgavam que fôssemos namorados.
Eu estaria mentindo se dissesse que não me sentia atraído sexualmente por um deles. E no meu caso era Felipe. Felipe sempre foi bonito. Todo mundo elogiava-o desde que éramos crianças. A puberdade só melhorou as coisas pra ele e agora que a barba se consolidara em sua mandíbula, era irresistível. Mas é diferente quando se olha pra um homem que você tem intimidade. É bem diferente.
Eu já vi Felipe sofrer de uma diarréia horrorosa na casa da nossa avó, aos prantos e eu tive que entrar no banheiro pra entregar o papel higiênico que tinha acabado e sentir o mais horrível dos odores. Já vi Felipe chutar a cabeça de um vizinho e nós dois sairmos correndo enquanto o garotinho chorava aos prantos. Já vi Felipe arrancar um cascão de uma ferida que cicatrizava e comer feito um quitute quando tínhamos 7 anos. Lembro de eu vomitar em seguida e ele rir de mim por isso.
Mas também já vi Felipe tomar banho enquanto eu fingia que estava lavando as mãos só pra olhar pro corpo dele de canto de olho. Enquanto conversávamos, me peguei observando a barra da bermuda e dentro daquela abertura de tecido, no fundo, o pênis adormecido de Felipe se encontrava, sem cueca. Ele continuava falando e eu fingia prestar atenção, mas eu não conseguia parar de olhar aquele membro repousando em cima do saco. Eram dois pedaços de pele, de couro, de borracha. Era feio e bonito, fisiologia e pornografia. Sentia impulsos de levar a mão até aquela abertura e segurar. E o fiz.
“O que é isso, porra?!”
Levantei e o chamei pra cozinha para comer, como se nada houvesse. E ele vendo minha naturalidade esqueceu do susto e a partir dali de vez em quando eu me aproveitava dessas brincadeiras sem maiores desconfortos. Homens brincavam disso o tempo todo, até no futebol. Comigo não seria diferente, éramos primos afinal de contas.
Não era como se eu fosse obcecado. Eu ainda via Felipe como um primo e nada mais. Principalmente quando discutíamos. A maioria das vezes era sempre por ele mencionar que por saber dirigir era quem me buscava e deixava em casa. Eu sabia que ele não falava por mal, mas meu ego falava mais alto e eu dizia que não obrigava ninguém a nada, se ele se sentia feito motorista particular que parasse então de me visitar.
Ficávamos um tempo estranhos e depois tudo voltava ao normal.
Com Henrique não era assim. Eu já tinha dado um soco nele quando ele passou uma temporada na minha casa. O primo recém descoberto era muito fofo, mas um pé no saco pra mim. Usava minhas roupas, me acordava e não diminuía o volume da TV quando eu queria dormir. Brigamos feio, mas isso foi há alguns anos. Não éramos tão íntimos como minha relação com Felipe, mas tínhamos algumas memórias do tempo que ele passou na minha casa.
Basicamente esses eram meus primos e minha relação com os dois. Mal sabia eu que tudo estava pra mudar, quando eu menos esperava.
◇ O MOMENTO
Numa noite de sexta estávamos os três na casa de Felipe. Tia Marta parecia gostar de visitas e olhava para Henrique como se visse um animal exótico num zoológico. Mais um filho de seu ex marido, tão abandonado quanto seu próprio, e acredito que a empatia se fez presente por isso. Ficamos até tarde jogando conversa fora e assistindo filmes no Netflix. Era carnaval e todos nossos amigos tinham viajado, mas não éramos nossos amigos e continuamos em casa sem nada pra fazer.
Confesso que não estava já muito satisfeito em estar ali. Os rapazes começavam a enveredar pra assuntos que eu não dava a mínima e observar os outros se divertindo na folia pelo visor do celular já tinha cansado a vista. Foi quando fechei os olhos e mergulhei em pensamentos que o sono chegou.
“Chega pra lá.”
Acordei com a voz de Henrique. Recobrando a consciência me dei conta de que iríamos dormir lá, olhei pro relógio e já passava da uma da manhã. O quarto de Felipe além de sua cama de solteiro possuía aquela cama típica embutida embaixo. Assim que Henrique tentou encontrar conforto ao meu lado eu vi o meu próprio conforto indo embora. Mas não caí na tentação de fuçar o celular e tentei pegar no sono de novo. Depois de alguns instantes consegui.
Dali em diante foram somente sensações.
Há momentos na vida que mesmo aqueles que pensam muito, deixam o corpo falar por si e toda a consciência dá lugar ao que o corpo deseja, sem mais.
Adormecidos, entre se remexer no sono, senti o calor do corpo de Henrique atrás de mim. Ainda num estado de sono e despertar eu me vi esfregando meu corpo no dele. Eu não me importava pras consequências porque eu não pensava, meu corpo era meu guia naquele momento.
Henrique na escuridão e entre os mesmos lençóis que eu, esfregou seu membro gigantesco em mim e ficamos nessa dança. Tudo foi muito rápido. Eu diria que tudo ocorreu em menos de um minuto. Talvez menos.
Eu me voltei ao meu primo e desci a cabeça até o sexo dele. Era duro, duro feiro pedra e grande, grande como nunca tinha visto. Eu abri a boca e saboreei cada centímetro daquele pedaço de carne envolto em desejo. Chupei com vontade, como se estivesse com fome e aquele pênis era meu alimento. A rapidez foi proporcional a intensidade da coisa. Logo, a consciência chegou e como feitiço que acaba ou efeito de alucinógeno chegando ao fim eu parei imediatamente e assustado, feito um gato, voltei à minha posição inicial e fingi dormir. Ainda consegui sentir Henrique brincando consigo mesmo por alguns instantes até que ele dormiu. Eu prossegui atônito, incrédulo do que tinha acabado de se suceder.
◇ Proximidade
De manhã cedo pedi um Uber pra casa e evitei os rapazes ao máximo.
Aquela tinha sido uma experiência muito bizarra. Henrique era de fato bonito, mas do contrário de seu irmão eu nunca tinha sequer sentido uma única faísca de desejo por ele. A impressão que ele me remetia era realmente de um primo distante, daqueles que você vê mais como família do que como uma aventura. Foi estranho, estranho demais e tudo o que eu queria era esquecer aquela experiência desagradável.
Passaram-se algumas semanas e eu quase tinha esquecido disso. O carnaval tinha acabado e eu já tinha voltado a meu cotidiano de sempre entre faculdade e sair com minhas amigas. Eu tinha conseguido uma vaga de estágio num escritório de advocacia e recebia uma quantia razoável pra um universitário classe média que é sustentado pelos pais. Não era uma fortuna, mas com os poucos gastos que tinha (meus pais não cobravam que eu contribuísse em casa) eu aparentemente vivia uma vida de luxo.
Num fim de expediente quando ganhei uma comissão generosa do escritório, recebi uma mensagem de Felipe.
Conversamos e descobri que durante minha ausência as coisas pra ele vinham ficando difíceis e ele precisava sair um pouco de casa, precisava espairecer.
O convidei pra um jantar, eu estava faminto e minhas roupas no escritório sempre eram mais polidas, mesmo depois de um dia cansativo eu ainda parecia pronto para o restaurante quatro estrelas da cidade. E foi onde sugeri que fôssemos.
Felipe hesitou, mas eu pedi que ele não se preocupasse, as coisas pra mim iam de vento em polpa, ele que desfrutasse disso já que precisava de um ombro amigo.
Felipe veio me buscar no escritório com o carro da mãe, já bem datado. Mas as condições do automóvel passavam despercebidas quando se concentrava a atenção nele. Felipe já era atraente sem fazer esforço, trajando roupas mais distintas então, era como se ele hipnotizasse a gente com sua beleza. Ao entrar no carro senti o cheiro da fragrância masculina, fazendo meu primo parecer ainda mais apetitoso. Tudo isso, claro, era sentido por mim, mas eu ignorava esses pensamentos porque afinal de contas aquele era meu primo. Conviver com um ente familiar que ao mesmo tempo desperta sensações fortes no seu íntimo é tipo uma gangorra: parente, atração. Familiaridade, desejo.
Ao passarmos pela hostess do restaurante, vários olhares até nós. As mulheres cochichavam entre si, homens olhavam e desviavam o olhar e os mais velhos franziam os cenhos.
Sentamos numa mesa reservada e uma música mpb ressoou no recinto.
Pedimos vinho, da minha parte mais por pedir, porque detesto o sabor e um prato que servisse duas pessoas. Conversamos bastante, Felipe detalhando seus problemas e eu a tentar aconselhar. Eu me sentia com mais propriedade por parecer ter tudo nos conformes. Notas boas, um estágio remunerado e amigos. Já Felipe parecia perdido, seu pai tentava recorrer na justiça para cortar a pensão e sua mãe não andava bem de grana. Pra piorar, por mais que tentasse ele não conseguia achar um emprego.
O garçom preencheu nossas taças semivazias e eu dei um gole no líquido desagradável .
“Dá pra ver que você não gosta", Felipe sorri.
“Fale baixo", eu brinco esboçando choque.
“Valeu mesmo por hoje, primo", Felipe segura minha mão, demonstrando certo cansaço no olhar.
“Eu sei que você faria o mesmo por mim", eu seguro o guardanapo no meu colo que ameaça cair. “Come mais. Já está cheio?”
Felipe abocanha mais um pedaço de entrecôte.
A noite é agradável e a conta sai um pouco mais cara que o previsto. Preciso inteirar o restante do valor com o cartão de débito, mas é uma sensação maravilhosa poder custear um jantar. Há um ano atrás eu mal podia comprar uma garrafa de água sem pedir pros meus pais.
Então Felipe começou a se aproximar.
Todos os dias ele se prontifica em me buscar no trabalho. Tomamos sorvete, outro dia comemos no fast food e em outro ele consegue uns trocados e banca um pastel de queijo numa quitanda próxima. Ele faz o que pode para tentar recompensar. Percebo que ele busca um escapismo pros problemas até e tão insolúveis pra ele. Do contrário das minhas amigas, voltar a falar dos problemas de Felipe não me parece cansativo ou um pesar. É como se a cada novo desabafo surgisse outra epifania minha e eu sigo dando conselhos aos montes.
“Você tem razão, primo", Felipe joga o guardanapo do pastel no lixo.
“Eu sempre tenho.”
◇ O SÁBADO
No sábado, no meu dia de folga, desmarco com as minhas amigas e decido passar a noite assistindo Netflix com Felipe.
Enquanto procuramos algo pra assistir e depois de nossa semana juntos a ouvir suas mazelas, eu decido confidenciar a ele o que tinha acontecido entre eu e o seu irmão.
“É brincadeira, não é?”, Felipe posiciona as mãos nos quadris. Está escuro, meus pais estão jantando com meus avós e só chegam mais tarde. A luz da TV ilumina o corpo de Felipe que tirou a camisa, e está só de bermuda e pés descalços.
“Juro que não”, eu sorrio escondendo o rosto nos palmos das mãos. Eu ponho uma almofada do sofá entre as pernas, em desconcerto.
“Não posso acreditar! É sério?”
Eu sorrio em resposta.
“Meu. Deus.”
E ele engata numa gargalhada espalhafatosa. Ri tanto que bate nas coxas e põe as mãos nas têmporas. Sempre intercalando entre gargalhar e sorri em minha direção. Fico mais constrangido a cada acesso dele.
“Ok, já deu.”
“Me conta melhor essa história”, Felipe volta a tremer a barriga em mais um acesso de risos. “Vocês já tinham feito isso antes?”
“Não.”
“Puta que pariu”, outra gargalhada. “Logo o Henrique. Eu nunca... eu nunca iria imaginar.”
“Eu também não. Eu juro que nunca pensei nele assim.”
Meus olhos focam em Felipe.
Como você.
“Então quer dizer que ele...”
Felipe procura pela minha confirmação. Eu prossigo deitado no sofá de braços cruzados.
“... ele é?”
“Não sei...”, respondo com sinceridade. Coço a cabeça e tiro a almofada das minhas pernas. Apoio a mão na cabeça no encosto do sofá. Percebo que Felipe selecionou um filme de ação desses que eu jamais assistira por vontade própria. “Ele é mais novo que a gente e... talvez fosse a primeira experiência dele... sexual.”
“Verdade, pode ser que seja.”
“Eu também não vejo as coisas mais tão exatas, sabe?”
“Como assim?”, Felipe senta-se no sofá a uma curta distância de mim.
“Sei lá, as pessoas se permitem a novas experiências”. Eu passeio a mão pela almofada e a acaricio como se fosse alguém. “Isso não quer dizer que o Henrique seja, sabe?”
“Sei", Felipe fita o solo, pensativo.
“Foi só uma experiência.”
Prosseguimos em assistir o maldito filme. O começo é morno e cheio de diálogos desinteressantes, mas mais para o meio consegue engatar minha atenção e nos finalmentes estou totalmente atento. Àquela altura devoramos a pipoca e o brigadeiro só resta uma única colher que dividimos com resquícios de chocolate.
Felipe está com o pé estendido ao meu colo e eu seguro com delicadeza. Ele se assusta com o gesto, mas cede quando começo a acarinhá-lo.
“Isso é bom.”
Sorrio.
“Suas mãos são macias.”
Sorrio mais uma vez fingindo prestar atenção no filme.
Meus pais chegam quando os créditos começam a subir e de súbito Felipe se reposiciona no sofá. Não que meus pais fossem se importar, mas num reflexo ele senta-se e tira os pés de cima do assento.
“Ele vai dormir aqui?”, minha mãe me pergunta quando nos encontramos na cozinha.
“Acho que sim", sussurro. “Ele tá passando por uns problemas. Depois conto.”
Minha mãe entende e vai para o quarto. Já passam da meia noite.
No meu quarto eu começo a tirar a roupa.
“Ei, calma, avisa ao menos".
Felipe desvia o olhar, constrangido. Nunca tinha feito isso e finjo naturalidade.
“Tem toalha na terceira gaveta. Você quer dormir aqui ou no quarto de hóspedes?”
Felipe pensa por um instante.
“Eu fico por aqui e quando estiver com sono vou pro quarto de hóspedes.”
Envolvo a toalha no corpo fingindo que é hábito, e massageio hidratante nas pernas. Gosto delas, são grossas e meio gordinhas. Eu talvez fosse mais insatisfeito se fossem másculas como as de meus primos. Duras, enrijecidas. Esfrego o excesso de creme das mãos no bumbum. Felipe parece incrivelmente desconfortável ao fugir para seu celular. Então, me visto.
Conversamos mais um pouco.
Deito próximo a Felipe na cama e observo o que ele observa na tela do celular.
“Bonita, ela”, aponto para o smartphone.
“Já fiquei com ela. Muito parada na cama.”
“Então quer dizer que você gosta das violentas.”
“Não necessariamente".
Eu viro de bruços na cama e olho pra ele.
“Você tem cara de que gosta de sujeira no sexo.”
“Tipo, cocô?”
Agora quem gargalha sou eu.
“Não, seu idiota!”, dou um tapa no peitoral dele. “Eu falo tipo... tipo sacanagem, sabe?”
“Estilo pornô?”
“Isso.”
“Tipo xingar, puxar cabelo, tapa?”
“Aham.”
“Fazer de quatro, 69, de ladinho?”
“Sim.”
“Não, não gosto.”
Eu gargalho mais uma vez.
“Até parece.”
Ficamos em silêncio.
“Mas... o que é isso?”
Felipe segura alguma coisa nas mãos.
“O que é?”, pergunto.
Felipe sorri, enigmático.
“Fala! O que é?”
“Não vou falar.”
Dou um tapa outra vez no peito dele. Ameaço sufocá-lo com as mãos.
Até que dou uma olhada numa nota azulada que escapa do punho fechado de Felipe.
“Meu Deus! Eu pensei que tivesse perdido!”
Era minha nota de cem reais. Havia uns dois dias que eu tinha a pura certeza de ter perdido em algum lugar desde que eu tinha procurado em todo canto possível (exceto por debaixo das minhas próprias cobertas).
Eu e Felipe lutamos por algum tempo e eu suplico que ele me entregue de uma vez. Estou em cima dele e ele segura meus punhos com força, me sinto montando num desses touros mecânicos e não demora pra que minha cama fique toda desarrumada, os travesseiros caindo e os lençóis amassados.
“Devolve!”
“Eu preciso mais do que você!”
Eu caio na cama, exausto.
Ficamos os dois ofegantes, olhando pro teto. Suspiro e me viro a Felipe:
“Tá, mas vai ter que fazer por merecer”.
“O que você quiser. Só falar.”
Eu suspendo a camiseta do meu pijama e exibo meus mamilos.
“Chupa meu peito.”
“Tá.”
E então, eu congelo.
Eu tinha dito da boca pra fora. Era claro que eu ia deixar que Felipe ficasse com o dinheiro. Ele precisava bem mais do que eu. Aquilo era só brincadeira, em nenhum momento propus aquilo de forma séria, foi em meio as brincadeiras e a descontração. Um dos momentos em que Felipe é o mesmo da infância, da adolescência e não esse deus grego que a natureza o transformou.
E pro meu espanto, feito um tigre prestes a devorar sua presa, Felipe deslizou até chegar ao meu tronco. Abaixou a vista para meu peito e aproximando o rosto se pôs a cheirar meu mamilo. Eu senti um arrepio atravessar minha espinha e meu coração parecia um ser vivo por conta própria, se retorcendo dentro de mim de tanto bombear. Eu sentia que queria tremer, mas enrijeci os músculos pra não demonstrar. Eu podia sentir minha expressão de pânico, surpresa e desejo observando a cabeça do meu primo se aproximar do meu mamilo direito. Sem cerimônia, Felipe abriu a boca e de dentro dela saiu uma língua. Uma língua úmida e rosa que foi se aproximando, se aproximando até chegar na bolinha do meu peito. A ponta da língua entrou em contato com meu mamilo deixando escapar o tremor que eu tanto tentava conter. Estremeci. O choque desse contato fez meu ser inteiro delirar de êxtase.
Felipe ao notar meu tremelique sorriu. E a expressão dele se satisfação ao me ver indefeso e vulnerável era ainda mais excitante. Eu me preocupei com minha ereção que brotava feito um gérmen e eu não queria que ele visse. Mas ele estava de olhos fechados.
Foi quando ele aproximou mais a cabeça e abocanhou meu peito de verdade. Chupou, sugou um líquido que ali não existia e eu tive que cerrar os dentes até doer pra não deixar um gemido escapar. Naquele momento eu estava imóvel de tanto desejo, prazer e medo.
Depois ele estalou a mamada fazendo um barulho típico. Um som como um estalo, a pressão da boca e da minha pele se desfazendo. Meu peito, raso e pequeno, todo babado e a boca dele se despedindo num sorriso malicioso.
“Pronto. Já chega.”
Continua...