(Atualizado até o Capítulo 9)
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Capítulo 1 – Rey
Eu estava cheio de expectativas para o carnaval, expectativas e medos. Mostrar para Ana o que eu sentia através do roteiro do meu filme, não foi uma coisa fácil, a sua reação também não foi e eu sabia que não podia esperar nada diferente. No dia seguinte, eu não consegui sair do meu quarto, nem mesmo quando Edu apareceu por lá todo sorridente.
No final do dia, Ana entrou no meu quarto. Imaginei que ela iria embora sem mesmo se despedir. E eu a perdoaria por isso.
— Eu já vou. — Ana me disse.
— Espera, eu te levo. — Ofereci me levantando da cama, onde passei o dia inteiro pensando no que fazer da minha vida.
— Não precisa. — Ela disse.
— Ana, queria te dizer que não foi de propósito. Eu não escolhi isso.
— Eu sei Rey, toma. — Ana disse me entregando o meu roteiro. — Será um lindo filme.
— Você leu? — Perguntei na noite anterior, ela apenas o folheava e lia alguns pedaços.
— Sim. — Ela respondeu olhando nos meus olhos e respirou fundo. Ambos estávamos emocionados. — A gente não controla o amor Rey. Eu não posso controlar. Eu não posso escolher, não posso julgar.
Eu sabia que a Ana não concordava com aquilo, não aprovava. Mas ela entendia e acreditava que aquele amor era sincero e verdadeiro. Eu a abracei.
— Eu te amo Ana. — Eu disse.
— Eu também. — Ela me respondeu olhando em meus olhos, ambos estávamos com as lágrimas prontas para escorrerem pelos nossos rostos. — Seja feliz, cuide do nosso filho.
— Eu te prometo. — Respondi. Nos abraçamos mais uma vez e Ana voltou para a sala. Naquele momento percebi que Edu a esperava. Tentei fazer com que ele não percebesse a minha emoção.
Edu se ofereceu para ir ao aeroporto com a mãe, mas ela recusou. Eu ia até oferecer o meu carro, mas Ana foi firme na sua decisão de partir sozinha. Edu desceu com ela para esperar o motorista.
A despedida sincera que eu e Ana tivemos me tirou do fundo do poço, me sentia livre, livre para viver e para amar. A única opinião que era importante para mim sobre essa relação que estava prestes a se iniciar era a da Ana.
— Tem planos para hoje? — Perguntei ao Edu e aos seus amigos quando voltaram para o apartamento. Eles se olharam e sorriam. Eles não tinham planos. — Ótimo, vamos para a Sapucaí.
Viramos a noite na Sapucaí, os garotos estavam alucinados. Depois de um social com alguns amigos e algumas fotos, me juntei a eles e nos divertimos bastante.
Voltamos para casa na manhã seguinte. Dormi algumas horas e resolvi sair de casa, comprar algumas coisas para lancharmos. Quando retornei, os garotos estavam na varanda, eu reconheci o cheiro da maconha.
— Vocês estavam fumando, maconha? — Perguntei. Edu abaixou a cabeça e não respondeu. Os garotos ficaram sem graça. — Poxa, nem me chamaram!
— Eu joguei fora, achei que você iria brigar. — Afonso disse.
— Vou brigar agora, por ter jogado fora. — Eu disse e todos riram.
Nunca me imaginei ser um pai que fumaria maconha com o filho e seus amigos. Mas na verdade, nunca me imaginei sendo um pai. E não era esse o papel que eu queria. Eu não queria Edu como um filho, eu já sabia disso, e não iria mais fugir desse sentimento.
Passamos o resto do dia juntos conversando, bebendo e nos enturmando. No dia seguinte, acordamos cedo e fomos para os bloquinhos que rodavam a cidade. Eu estava livre, feliz e me divertindo. Não demorou muito nesse clima eu e Edu começamos a curtir juntos. Tudo começou com uma garota linda que queria ficar comigo e a joguei para o Edu. Depois de beijá-lo ela me beijou. Pude sentir o gosto da boca do meu filho na boca dela. Edu a puxou de volta e a beijou novamente, o seu sorriso demonstrava que ele pensou como eu. Depois disso, nos divertimos bastante, beijamos várias garotas e até alguns garotos.
No dia seguinte, os garotos partiram. Edu também queria ir embora, mas eu não deixei. Finalmente estaríamos apenas eu ele naquela casa.
— Amanhã tenho aula. — Ele argumentou.
— Não Edu. Eu tenho que resolver algumas coisas e volto no final do dia. Espera eu voltar que você vai ler o roteiro. — Eu disse.
Tratei os assuntos que eu precisava, passei na casa do Edu para buscar as suas coisas. Foi o Cris que abriu a porta para mim. Expliquei que precisava pegar o material escolar do Edu e ele me acompanhou até o seu quarto. Edu era bem organizado. Peguei a sua mochila e enquanto eu voltava para a sala encontrei com Mama na porta do seu quarto. Ele estava com uma perna suspensa apoiando no joelho e com os braços abertos acima do seu rosto segurando o vão da porta. Era uma pose ensaiada. Ele olhava pra mim sorrindo.
— Ainda tenho o seu cartão. — Mama disse.
— Que bom. — Respondi.
— Eu vou te ligar. — Ele disse.
— Foi pra isso eu te dei. — Eu sorri.
— Você veio buscar as coisas do garotinho? — Mama perguntou. Eu apenas mostrei a mochila. — Ele não resistiu, não é? Ipanema...
— Você se engana, mas espero que ele mude de ideia e vá morar comigo sim.
— Ele não quer ir? — Mama me perguntou. Eu neguei com a cabeça. — Garoto bobo.
— Nossa Mama. Você hein... — Cris disse.
— O que foi? — Mama perguntou sem saber o que ele fez, ou falou de errado.
— Você é do contra mesmo. Estava pronto para julgar o Edu por se mudar para Ipanema, agora que sabe que ele não mudou, chama ele de bobo. Não importa a decisão que alguém tome, você sempre vai estar do contra. — Cris disse me fazendo rir e Mama fechou a cara.
— Tenho que ir. — Eu disse antes que começasse uma discussão na minha frente. — Obrigado Cris. Mama, aguardo sua ligação.
— Pode deixar bofe. — Mama disse. Cris olhou pra ele com censura, mas sorria. Mama era cômico.
Voltei para casa e Edu estava saindo do banho.
— Passei na sua casa, trouxe a sua mochila. — Eu disse.
Edu não pareceu entender e eu o expliquei:
— Agora não tem desculpa para não dormir aqui. Eu te levo para a faculdade de manhã cedo. — Eu disse deixando a sua mochila no quarto e fui para a cozinha. — Trouxe comida e comprei vinho. Vou tomar um banho, comemos e falamos sobre o filme.
Tomei um banho rápido. Estava ansioso por aquela noite. A nossa noite, a primeira noite. Parecia um garoto virgem ciente que em algumas horas eu teria a minha primeira vez, isso se eu não estragasse tudo. Tomei banho e fomos jantar na mesa da cozinha. O silêncio era a nossa companhia.
Após o jantar sentamos na sala, abri uma garrafa de vinho e nos servi. Edu sentou-se no sofá e eu em uma cadeira de frente para ele. Edu me olhava ansioso e eu lhe entreguei o roteiro.
— “Aprendendo a ser pai”? — Ele me perguntou.
— É um título provisório. — Respondi.
Edu começou a leitura e eu prestava atenção em suas reações. Na minha cabeça, eu acompanhava a sua leitura. Edu bebia o vinho e em alguns momentos Edu parava ler e bebia também.
Percebi quando Edu chegou na primeira parte quente do livro. Quando pai e filho nadam no rio juntos e ficam excitados e depois quando tomam banho juntos e fazem amor.
— Continua. — Eu pedi. Edu virou a sua segunda taça e voltou para a leitura.
— Você vai matar o pai? — Edu perguntou. Ele havia chegado na parte que o pai desmaia na cozinha e descobre um tumor.
— Continua. — Pedi mais uma vez. Edu com os olhos cheios de lágrimas, continuou a leitura até o final. Eu sentei ao seu lado no sofá e disse: — Eu te escutei Edu, não foi um castigo, pelo contrário, foi um prêmio.
— Eu vi isso. — Edu disse. Percebi que ele entendeu que eu dei vida para uma personagem que já estava morto, mesmo que por pouco tempo, existiu um final feliz. — Você não tem um tumor, tem?
— Não. — Respondi sorrindo e o abracei. Nessa parte a arte não imitou a vida.
Naquele abraço eu sentia o seu coração batendo rápido, assim como o meu, a sua respiração e o desejo que percorria pelos nossos corpos. Eu ainda tinha medo de beijá-lo. Talvez eu tivesse esperando por uma atitude dele. Menos de um palmo de distância separavam nossos lábios.
— E agora... pai!? — Edu perguntou.
“E agora? É a hora! ”. Eu pensei. Sem responder nada, não pelo menos com palavras eu o beijei.
Que beijo! Um beijo molhado, doce, apesar do gosto do vinho seco. Eu segurei sua nuca, Edu me abraçava. Nossas línguas se cruzavam e mordíamos os lábios um do outro. Foi um beijo interminável. Sentia as mãos do Edu passando pelas minhas costas, ele subia a minha camisa. Eu a tirei e voltamos a nos beijar. Edu subiu no meu colo, apoiando os joelhos e as pernas no sofá. Voltamos a nos beijar e ele me puxava em direção ao seu corpo. Eu sentia o seu pau duro. Levei a minha mão até ele e segurei. Edu gemeu.
Aquele gemido me fez tremer. Era uma melodia para os meus ouvidos e me enxiam de tesão. Edu gemeu ainda mais quando eu tirei o seu pau para fora do short e o coloquei na boca.
— Eu desejava isso. Muito. — Eu disse engolindo novamente o seu pau.
— Eu também, eu também. — Edu disse entre gemidos.
Seu pau estava duro como pedra, eu o beijava e passava pelo meu rosto. Nunca chupei um pau tão gotoso. Era grosso e grande, mas não de forma exagerada, mas sim do tamanho perfeito, que eu sabia que cabia dentro da minha boca e do meu cu. Meu cu piscava só de pensar que depois de meses, eu teria um macho dentro de mim. Não era um macho qualquer, era o meu macho, o meu filho.
Edu estava com os olhos fechados, alisando os meus cabelos de forma suave enquanto eu o chupava. Eu me deliciava naquele pau, chupava de tudo quanto é jeito e sentia o seu maravilhoso gosto e aroma adocicado.
— Espera pai. — Edu disse.
Não imaginava que no meio daquilo Edu me chamaria de pai. Parei de chupá-lo e o encarei. Ele sorria, ele gostava daquilo.
— Se continuar assim eu vou gozar. — Ele disse.
— Goza, eu quero todo seu leite. — Eu disse voltando a chupá-lo, ele sorriu e gemeu.
— Não era assim que eu queria terminar a noite. — Ele disse.
— Edu, meu filho, essa noite está só começando. — Eu disse. “Assim como o resto das nossas vidas.”, pensei.
Edu gemia enquanto fodia a minha boca com vontade. Eu protegia os meus dentes com os lábios fazendo da minha boca uma bocetinha apertadinha e molhada para o meu filho enfiar aquela pica gostosa. Não demorou eu escutava seus gemidos ainda mais altos, sentia o seu corpo todo tremer e os jatos de porra enchendo a minha boca. Eu engolia tudo.
Edu estava bambo, tentava tirar o seu pau da minha boca, mas eu não deixava, continuava chupando. Ele se apoiava em mim. Por fim eu larguei o seu pau e o encarei. Ele sorria, se curvou e, me beijou.
— Eu te amo Rey.
— Eu também te amo, Edu.
Edu sentou no meu colo e eu o abracei. Meu pau estava duro, e ele podia sentir. Ele levou a mão no meu pau e sorriu.
— Deixa eu te fazer gozar também. — Edu pediu.
— Deixo, mas não agora. — Eu disse sorrindo deixando ele confuso. — Vamos tomar mais um pouco de vinho. Acabar com essa garrafa.
Edu saiu do meu colo e encheu a minha taça. Ele a levou até a boca e bebeu antes de me entregar a taça pela metade. Ele sorria e eu achava lindo. Tudo nele era lindo. Ele estava completamente nu, eu nem reparei em que momento ele se despiu.
Fui até a varanda e acendi um cigarro. Edu veio ao meu lado e pediu para passar o cigarro para ele.
— Não. Isso não. Não crie esse péssimo hábito. — Eu disse.
— Só um trago Rey.
— Não Edu, foi assim que comecei não quero isso pra você.
— Fumamos maconha juntos e não vai me deixar fumar um cigarro? — Ele disse rindo.
— Isso aqui é ainda pior. Quer saber, vou parar de fumar. — Eu disse jogando o cigarro fora.
Voltei para a sala, bebi o restante da taça do vinho e o beijei.
— Sabe que não ficou ruim o gosto do cigarro com o vinho. — Edu disse.
— Gosto do cigarro, do vinho e da sua porra. — Eu disse rindo. Edu também sorria. Eu o abracei mais uma vez e o beijei.
Fomos para o meu quarto enquanto nos beijávamos, eu o joguei na cama e pulei em cima dele já caindo de boca no seu pau que crescia e endurecia na minha boca.
Tirei o meu short sem deixar de chupá-lo. Quando Edu me viu nu, rodou na cama e ficamos na posição de 69. Ele começou a me chupar com cuidado, mas foi aumentando a velocidade e sugava forte a cabeça do meu pau. Edu passou a chupar as minhas bolas, estavam raspadas, Edu como a maioria dos homens, gostava de tudo bem liso. Do meu saco, Edu passou a lamber a minha bunda. Eu me vivei de bruços para facilitar.
Edu passava a língua no cu. Eu rebolava em sua boca e gemia. Tudo que eu queria era ele dentro de mim. Vendo a minha animação, Edu apertava forte a minha bunda, afastava as bandas para os lados e me fodia com a língua, não demorou e ele passou a enfiar o dedo em mim. Eu já estava perto de gozar. Tinha muito tempo que o meu cu não recebia um carinho como aquele.
Edu deixou a minha bunda encharcada com sua saliva e deitou sobre mim. Encaixou o seu pau na minha bunda. Nos beijamos enquanto ele bem devagar me penetrava, ambos gemíamos juntos. Eu estava bem apertado, Edu percebeu e gostou. Ele ficou com o pau todo dentro de mim e só depois de muito tempo ele começou aquele maravilhoso vai e vem.
Por vezes Edu parava de meter, respirava fundo e dizia que me amava, que eu era muito gostoso, que morria de tesão em mim. Eu sentia o mesmo e dizia para ele.
— Agora eu serei pra sempre seu. — Eu disse.
Mudamos de posição. Deitei de barriga pra cima e Edu veio de frente pra mim. Isso era ainda mais prazeroso, ver o seu rosto, sentir o seu corpo e ter o meu pau relando em sua barriga.
Edu me fodia gostoso, eu gemia mais alto e Edu seguia o meu ritmo.
— Goza pai, goza.
— Então vem, mete rápido, goza comigo. — Eu pedi. E era exatamente isso que ele queria ouvir.
Metemos mais rápido, mais forte e gozamos juntos. Senti o quentinho da porra do Edu dentro de mim, o seu pau pulsando lá dentro, senti também a minha porra entre os nossos corpos. Nos beijamos mais uma vez, o pau do Edu ainda estava dentro de mim, ainda duro. Percebi que ele queria continuar, mas eu não dava conta. Não assim, imediatamente após gozar. Sem dizer, não eu o tirei de dentro de mim.
Deixei Edu na cama e fui para o banheiro, me higienizei e o chamei para entrar no banho comigo. Edu apareceu sorridente.
— Hoje vou te dar o banho que queria ter dado aquele dia. — Eu disse.
Edu entrou em baixo do chuveiro ficando de costas para mim. Passei o sabonete pelas suas costas, pela sua bunda. Me ajoelhei para ensaboar as suas pernas. Edu girou ficando de frente pra mim, propositalmente eu esbarava o seu pau na minha cara, fui subindo até lavar todo o seu corpo. Depois de Edu se enxaguar eu me ajoelhei e coloquei todo seu pau na minha boca. Edu segurou forte a minha cabeça de encontro ao seu pau e senti ele enrijecendo dentro da minha boca, ao ponto de me sufocar. Aquilo foi extremamente prazeroso.
Eu ajoelhado com a água massageando as minhas costas e Edu fodendo a minha boca. Aquele garoto viril parecia que não iria gozar tão cedo, ele já estava indo para a sua terceira gozada da noite. Me levantei e voltei a beijá-lo. Eu segurava o seu pau e ele o meu, nos masturbávamos. Edu, safado, passava a mão na minha bunda e procurava preencher com o dedo o local que minutos antes estava o seu delicioso pau.
Meu tesão estava de volta, me virei de costas para o meu garanhão e disse que ele podia me ter de novo. Edu passou o sabonete na mão e em seguida levou a mão até a minha bunda, brincou um pouco e me penetrou.
Edu me abraçava por trás, eu deixava uma perna suspensa e me apoiava na parede. Edu metia gostoso. Ficamos muito tempo ali. Mesmo com a água fria, nossos corpos estavam quentes. Por fim, Edu gozou pela terceira vez. Ele me apertou forte. Eu me virei e o beijei. Trouxe a sua mão para o meu pau que estava duro. Edu me masturbava, ele olhava para mim e para o meu pau.
Os beijos eram cada vez mais calorosos, Edu beijava minha boca, o meu queixo, o meu pescoço e foi descendo pelo meu corpo até chegar no meu pau. Edu passou a me chupar com vontade, eu não pensei duas vezes e no ápice do prazer, eu gozei na sua boca. Edu se engasgou, cuspiu o primeiro jato, mas imediatamente voltou a chupar e engoliu todo o gozo restante que derramava da cabeça do meu pau.
Após deixar o meu pau limpo, eu o puxei de volta para um longo beijo. Saímos do banho e voltamos para cama, declarávamos o nosso amor e dormimos abraçados.
Quando amanheceu eu me dei conta de que tudo era real, eu havia tido uma noite de amor com o meu filho. Assustado eu abri os olhos e vi que Edu me encarava. Ele também parecia assustado. Eu não sabia o que dizer, ele também não.
— Bom dia. — Por fim eu disse.
— Bom dia. — Ele respondeu tímido. Tive medo dele estar arrependido.
Olhei as horas no relógio e estávamos em cima da hora.
— Estamos atrasados, não quero que você perca sua aula. — Eu disse.
Edu não respondeu, apenas se levantou e foi para o banho. Pensei em ir com ele. Sabia que isso podia nos atrasar ainda mais, por isso não fui. Vesti uma bermuda e uma camiseta e fui preparar uma vitamina para o nosso café da manhã.
Edu voltou do banho já pronto para partir. Entreguei a vitamina e o admirava.
— Você está bem? — Eu perguntei quando ele acabou de beber e foi em direção a pia para lavar o copo.
— Estou sim e você? — Ele devolveu a pergunta.
— Estou sim. — Respondi lhe dando um beijo na testa. A minha vontade era beijá-lo na boca, mas eu também estava tímido. — Então vamos?
Edu concordou com a cabeça e partimos. Durante todo o percurso ficamos calados. Eu tinha tanto para dizer, mas nada saia da minha boca. Queria repetir todas as declarações que fizemos na noite anterior. Queria saber se naquela noite eu o veria de novo, não só naquela, mas em todas as outras. Queria que ele se mudasse de vez para o meu apartamento. Não para ficar naquele quarto que eu montei para ele e sim dividir comigo a minha cama.
— Chegamos. — Eu disse.
— Obrigado Rey. — Edu agradeceu saindo do carro. Senti falta do seu abraço.
Dirigi o caminho de volta pensando se tudo aquilo que aconteceu na noite anterior fora um erro, um maravilhoso erro. Talvez eu tivesse confundido a cabeça do rapaz, talvez eu estivesse confuso também. Eu realmente não sabia o que fazer.
Assim que cheguei em casa fui para a minha varanda, quebrei o combinado que eu havia feito com o Edu e acendi um cigarro. “Prometo que não irei fumar na frente dele”, eu disse pra mim mesmo.
Meu telefone tocou, fui empolgado acreditando que seria o Edu, mas quando peguei o celular não reconheci o número.
— Alô!
— Alô Rey, tudo bem? É o Marcondes Matos.
— Desculpe, mas quem é?
— Eu moro com seu filho. Você me passou seu cartão. Ontem eu te disse que te ligaria.
— Mama? — Eu perguntei já reconhecendo a voz.
— Isso. — Ele respondeu.
— Por que não disse logo? — Eu disse rindo.
— Queria parecer mais profissional. — Mama riu do outro lado. — Então estou te ligando. Acha que pode mesmo me transformar em um artista?
— Artista você já é. Eu já lhe disse.
— Então o que tenho que fazer? Algum teste?
— Você está disponível agora? Podemos nos encontrar e conversar um pouco melhor, o que acha? — Eu perguntei.
— Estou sim. — Mama respondeu.
Passei para ele meu endereço. Seria bom me distrair um pouco, parar de pensar no Edu e na noite que passamos juntos. Só retornaria às gravações na próxima semana. Em menos de uma hora o porteiro interfonou pedindo autorização para deixar Mama subir e eu o liberei.
— Seu nome é Marcondes Matos? — Eu disse.
— Sim, já vim ao mundo com nome de artista. — Mama respondeu sorridente me dando dois beijinhos no rosto.
Eu o convidei para entrar. Mama reparava na minha sala, ficou parado em pé, próximo ao sofá. Pedi para que ele se sentasse e lhe ofereci água que ele aceitou.
— Então, o que devo fazer? Algum teste? — Ele me perguntou.
— Não um teste. Bom, talvez de certa forma, sim, um teste. Quero ver você fora dessa personagem. — Eu disse.
— O que você quer dizer? O que você chama de personagem?
— Isso. — Eu disse apontando para ele. — Dispa-se.
Mama me olhou intrigado. E começou a tirar a roupa. Não era nesse sentindo que eu tinha dito, mas talvez isso o ajudaria a desfazer daquela personagem que estava tão enraizado nele.
— Eu pesquisei sobre você. Não imaginava que você era desse tipo. —Mama disse.
— Que tipo? — Eu perguntei.
— Que queria fazer um teste do sofá. — Mama disse me fazendo rir.
— Foi isso que entendeu? — Eu perguntei.
— Eu conheço bem os homens, principalmente os ricos. Vocês acham que podem tudo, ter quem quiser. Eu alimentei desejos de homens assim por alguns anos da minha vida. E não foi porque eu gostava, e sim porque precisava sobreviver.
— E por que você está fazendo isso agora? — Eu perguntei.
— Porque acho que devo. Se tenho uma chance de crescer na vida não vou abrir mão dela. — Mama respondeu.
Mama já estava apenas de cueca, se virou de costas para mim e estava pronto para tirá-la, mas eu o impedi.
— Não precisa tirar a cueca. — Eu disse. Mama me olhou intrigado. Sentou no sofá e cruzou as pernas.
— O que quer que eu faça? — Ele perguntou.
— Você não se despiu completamente.
— Você que não me deixou tirar a cueca.
— Mesmo nu você não estaria despido. — Eu disse e Mama me olhou com dúvidas. — Vem comigo.
Mama me seguiu até o meu quarto. Ficou parado em frente a minha cama e nitidamente esperava um convite para deitar nela.
— Veja. — Eu disse apontando para o espelho na porta do guarda-roupa.
— O que quer que eu veja?
— Você, se veja. O que você vê?
— Vejo a mim. — Mama respondeu me fazendo rir.
— E quem é você? — Eu perguntei.
— Sou isso que você está vendo. — Mama respondeu.
— Não vejo a mesma pessoa que entrou aqui na minha casa. — Eu disse. — Vejo um homem. Um corpo bonito, uma aparência máscula. Com aquelas roupas você era a Mama, agora você é o Marcondes. Mama é a sua personagem. Uma boa personagem, mas esse é você.
— Você está enganado, esse é alguém que não quero ser. Mama sou eu, não sou uma personagem. Se pensa que eu sou uma fraude, acho melhor eu ir embora.
— Fraude? Não, um artista. Um artista pode ser quem ele quiser. Se você não se amar por completo, nunca conseguira aproveitar todo o seu potencial. — Eu disse deixando Mama calada. — Você criou a Mama para sobreviver não foi? Mama não existia quando você era criança, não é? Quem era você quando criança?
— Você quer saber da minha infância? — Ele me perguntou.
— Sim. Vamos voltar para a sala. Me conte sobre você, o que aconteceu com o Marcondes e como surgiu a Mama?
Voltamos para a sala, Mama olhou para a sua roupa e me perguntou se poderia se vestir. Ele entendeu finalmente, entendeu o que eu disse quando eu o pedi para se despir.
— Não, continue assim, acho que será mais efetivo. — Eu respondi.
Mama se sentou e novamente cruzou as pernas como uma mulher.
— Eu sou pobre, sempre fui. — Ele começou. — Tive uma infância como de qualquer pobre, com o agravante de ser negro e gay. Nunca tive nenhuma oportunidade na vida, não até conseguir uma bolsa para a faculdade.
— Como era a sua vida quando criança? — Perguntei. Fazendo-o voltar a sua infância.
— Normal. Estudava em escola pública, com 8 anos já sabia que eu era diferente dos meninos, que gostava de meninos. Já era afeminado desde sempre. Só tinha amigas no colégio, todas falsas, que só fui descobrir depois. Os meninos passaram a implicar comigo quando estava na quarta série, com uns 10 anos de idade. Minha vida era um inferno. Tive depressão, naquela época nem sabia o que era isso. Já pensei em me matar várias vezes. Com 12 anos comecei a trabalhar. Minha mãe era faxineira, passadeira, cozinheira e costureira. Pobre não pode ser uma coisa só, senão morre de fome. Muitas vezes, eu ia com a minha mãe para ajudá-la e foi em uma dessas casas de “família” que sofri o primeiro abuso. — Mama contou.
— Abuso? — Perguntei.
— Sim. Em uma dessas casas que eu ajudava a minha mãe. Sempre ficávamos sozinhos trabalhando, raramente a dona ficava em casa, nos deixava trabalhando para ir em salão, fazer compras, ir em Spa. O marido dela passou a ficar em casa nos dias que eu e minha mãe íamos trabalhar. Eu achava que era para me vigiar, pois quando era apenas a minha mãe ele não ficava. Eu estava certo, mas ele não vigiava com medo de eu roubar e sim porque ele me desejava. Enquanto minha mãe cozinhava, eu ficava passando roupa na lavanderia, ele ia até lá e ficava de papo comigo. Era um homem simpático e passou a me tratar como se eu fosse alguém, fosse visto e não invisível. Ele passou a se esbarar em mim pelos corredores, sempre pedindo desculpas, como se fosse algo sem querer, mas eu sentia o seu pau duro relando na minha bunda. No fundo eu gostava de saber que alguém se atraia por mim. Mas quando tinha alguém por perto eu voltava a ser invisível. Um dia, escutei ele e a mulher discutindo, ela saiu de carro brava e ele percebeu que eu os espiava. Bravo, ele me chamou para o seu quarto, sem graça eu o obedeci e entrei. Ele trancou a porta e me jogou na beirada da cama, desceu a minha bermuda e me comeu.
— Isso foi um estrupo. — Eu disse.
— Sim. Eu imaginei que poderia acontecer algo quando entrei naquele quarto, eu até gostaria. Ele não era um homem atraente, mas era um homem, poderia ser o meu primeiro, e foi, mas nunca imaginaria algo daquela forma. Foi horrível. Depois daquele dia, eu não quis mais voltar naquela casa. Sempre inventava uma desculpa para não ir ajudar a minha mãe. Mas aí ele sentiu a minha falta, e passou a entregar presentes para a minha mãe me dar, eram roupas que ele não usava mais. Pensei que ele pudesse estar arrependido e pensando em ajudar a minha mãe eu voltei. Ele ficou feliz em me ver, enquanto eu passava roupa ele foi até lá me pedindo desculpas, disse que estava nervoso e que não queria atrapalhar a nossa amizade. Como se existisse uma. No fundo, ele queria continuar me comendo e que eu ficasse de boca fechada, bobo eu, lhe dei uma segunda chance, passamos a transar constantemente. Eu me apaixonei. — Mama disse. Ele parecia irritado com ele mesmo. — Ele dizia que seu casamento estava acabado, que não transava com a mulher. Eu já desconfiava que ela tinha um amante, tinha escutado coisas que ela disse ao telefone e contei pra ele pensando que eles poderiam se separar e que ficaríamos juntos.
— E o que aconteceu? — Perguntei.
— Eles se separam, perdemos o emprego e eu ganhei um pé na bunda. — Mama disse. — E essa foi só a minha primeira decepção e o primeiro relacionamento tóxico que eu tive.
— E quando a Mama surgiu? — Perguntei.
— Eu devia ter uns 17 anos. Fui em um baile com uns amigos gays e uma amiga travesti. Além de ser rejeitada durante toda a noite, quando fomos embora, apanhamos. Ao ponto de ficarmos desacordados na rua. Sabíamos quem eram os agressores, testemunhas tiraram fotos e anotaram a placa do carro. Fomos até a polícia que fizeram pouco caso da gente, investigamos por conta própria com a ajuda de um professor que era um militante, descobrimos os boyzinhos da zona sul, voltamos a polícia com todos os dados que eles mesmos poderiam ter conseguido em questões de segundos, e por pressão dessa militância, conseguimos abrir um inquérito e a pena daqueles filhos da puta foi apenas doar cestas básicas e algumas horas de serviços comunitários. Indignado, passei a militar em busca de justiça, ganhei força, e surgiu a Mama.
— Imaginei mesmo que Mama surgiu de sofrimento e luta. — Eu disse.
— Você não imagina a luta e tudo mais que tive que fazer para sobreviver, sem me tornar isso que sou hoje eu não estaria aqui. Mas chega de falar de coisas ruins, vou virar um artista ou não? — Mama disse forçando um sorriso, tentando mudar de assunto.
— Só depende de você. Mas Mama não é um artista, como você disse, Mama é um militante, que sofreu muito e está ressentido com o mundo. Desconta tudo em todo mundo. Marcondes pode ser sim um artista.
— O que você quer dizer com isso? Tenho que deixar quem eu sou?
— Não é isso. Você acha que Mama é capaz de fazer uma personagem hétero?
— Por que eu teria que fazer um personagem hétero?
— Porque é o que os artistas fazem. Fazem os personagens que dão pra eles. Eu não acho que Mama é capaz, mas Marcondes sim. Marcondes pode fazer o que ele quiser.
— Eu não sei se consigo fazer isso.
— Se não consegue, eu estava engando sobre você ser um artista. E olhe que eu não sou de me enganar. — Eu disse. Mama parecia pensativo. — Pode se vestir. Quando se sentir pronto para fazer um teste para qualquer personagem me ligue.
Mama se vestiu sem dizer nada, caminhou em direção a porta e parou. Eu o segui e abri a porta para que ele saísse. Já do lado de fora ele agradeceu e partiu.
Eu via que ele tinha talento, mas ele não conseguia enxergar, muitas vezes criamos personagens para enfrentar a vida e esquecemos de quem somos na essência. Muitas vezes somos todos parecidos e buscamos a mesma coisa, o amor. Amor era o que eu sentia em cada célula do meu corpo. Amor era o que eu sentia ao pensar no Edu. Edu no meu vocabulário era sinônimo de amor.
Olhei as horas e Edu já devia ter saído da aula. Peguei o meu celular e telefonei para ele. No mesmo segundo a campainha tocou, eu sorridente fui atender imaginando que seria o Edu.
— Estava te li... — Eu disse abrindo a porta e sendo pego de surpresa com quem estava na porta com uma mala na mão.
— Achou que era quem? — Fábio me perguntou sorrindo e entrando na minha casa.
— Alô — A voz do Edu saía do meu telefone e eu o desliguei.
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Capítulo 2 - Edu
Quando terminei de ler o roteiro do Rey eu limpava as lágrimas que escorriam dos meus olhos.
— Eu te escutei Edu, não foi um castigo, pelo contrário, foi um prêmio. — Rey disse, sentando ao meu lado.
— Eu vi isso. — Eu respondi. — Você não tem um tumor, tem?
— Não. — Rey disse sorrindo e me abraçou.
Eu sentia o calor do seu abraço, eu sentia a sua respiração, eu sentia o magnetismo de um imã. Um calafrio percorria o meu corpo. Era a melhor sensação da minha vida. Não tinha como aquilo ser errado. Ele me olhava com olhos alegres. E eu esperava por um beijo que não vinha.
— E agora... pai!?
Rey me respondeu com o tão esperado beijo. Eu estava entregue no seu abraço, eu o alisava por dentro da sua camisa. Subi em seu colo e o beijava de frente. Eu estava excitado como nunca estive na vida e sentia um prazer enorme em relar o meu pau no seu corpo.
Rey me chupava, eu pedi para que ele esperasse, mas ele não atendeu, me pediu que eu gozasse e eu gozei fodendo forte a sua boca. Depois de um tempo conversando e bebendo mais vinho fomos para o seu quarto. Lá ele me jogou na cama e voltou a me chupar. Eu também queria chupá-lo, sentir o gosto do seu pau na minha boca, também queria o gosto da sua porra. Brinquei com as suas bolas e com o seu cu. Rey gemia de prazer me incentivando a penetrá-lo com a minha língua e substituí-la pelo meu pau.
Rey tinha o cu apertadinho, o que era uma delícia. Quase gozei milhões de vezes, tinha que diminuir constantemente o ritmo que só aumentava o prazer. Mudamos de posição e eu fiquei de frente para o Rey comendo o seu cu enquanto nos beijávamos. Eu não aguentava mais e iria gozar.
— Goza pai, goza. — Pedi.
— Então vem, mete rápido, goza comigo. — Ele disse.
Com mais algumas metidas, gozamos juntos e nos beijamos. Meu pau continuava duro dentro dele, voltei com os movimentos, mas percebi que Rey preferia não continuar, sorrateiramente ele escapuliu e foi para o banheiro. Fiquei deitado na cama ainda sem acreditar que meu sonho havia se tornado realidade.
Pouco tempo depois ele me chamou, ele estava no chuveiro.
— Hoje vou te dar o banho que queria ter dado aquele dia. — Ele me disse.
Deixei-o me dar o banho, ele releva o seu rosto no meu pau o que me deixava excitado. Assim que me enxaguei ele se ajoelhou e me chupou. Eu segurava a sua cabeça e metia gostoso em sua boca, enfiando o meu pau todo lá dentro, eu gemia.
Rey se levantou, voltou a me beijar e me masturbava, eu alisava a sua bunda e enfiava o dedo dentro dela. Rey gostou, virou de costas, ficando meio de quatro e eu o penetrei o abraçando forte até que eu gozei de novo.
Rey estava muito excitado, colocou a minha mão no seu pau. Fui beijando o seu corpo até chegar naquele pau grande e gostoso, caí de boca e o chupava com vontade. Rey me pegou desprevenido e gozou na minha boca, no susto engasguei com o primeiro jato e cuspi, mas voltei rápido para o seu pau para não desperdiçar o resto. Mesmo sentindo o gosto estranho de porra eu queria engolir tudo aquilo que o Rey estava me oferecendo. Chupei até a última gota e voltamos para o quarto.
Eu estava mais que realizado, estava em êxtase. Disse mais uma vez para o Rey que eu o amava, o quanto esperei por aquilo. Que as últimas semanas haviam sido cheias de angustia, mas que agora havia passado. Que eu estava feliz e apaixonado. Rey correspondia as minhas declarações, nos beijávamos e dormimos abraçados.
Acordei antes do Rey, vê-lo ali do meu lado me deixou com medo. Eu havia tido uma noite de amor, de sexo com o meu pai biológico. Tudo foi lindo na noite anterior, mas o dia seguinte trazia uma outra realidade. Era um amor proibido, que nunca seria aceito. Seríamos massacrados. Rey era uma pessoa pública e isso poderia acabar com a sua carreira, com a sua vida.
Vi quando o Rey abriu os olhos e me viu olhando para ele. Eu queria beijá-lo mas não o fiz.
— Bom dia. — Ele me disse
— Bom dia. — Respondi.
— Estamos atrasados, não quero que você perca a sua aula. — Rey disse após ver as horas.
Fui para o banho, queria que Rey viesse comigo, que me beijasse e só então eu dividisse com ele os meus medos. Mas ele não foi. O encontrei na cozinha, tomamos uma vitamina que ele havia preparado e partimos.
Fomos calados durante todo o trajeto, até a faculdade. Estava claro que Rey tinha se arrependido, sabia que tudo aquilo era errado, como eu também sabia, na verdade sempre soube.
— Chegamos. — Ele disse.
— Obrigado Rey. — Eu agradeci saindo do carro. Pensei em abraça-lo, em beijá-lo, talvez um beijo de despedida, mas não tive coragem.
Vi Rey indo embora e corri para o prédio. Entrei na sala de aula e o professor já estava lá. Ele fez uma piada sobre a volta do carnaval que eu não prestei muita atenção, mas sorri para ser simpático. Jéssica e Estela sorriam pra mim.
— Que cara é essa? Nem parece que acabamos de voltar do carnaval. — Jéssica disse.
— É esse o problema amiga, quem gosta de voltar às aulas numa quinta-feira logo depois do carnaval? — Estela respondeu a amiga e se virou pra mim. — Eu te entendo amigo.
Dei mais um sorriso forçado e me virei para o professor que olhava para o nosso grupo. Não tenho ideia do que o professor ensinou naquele dia, fiquei viajando durante toda a aula, despertando apenas no final com as meninas me chamando para ir à lanchonete.
— Me conta bebê, como foi o seu carnaval? — Estela me perguntou.
Lembrei que eu tive um excelente carnaval, contei que meus amigos vieram e nos divertimos muito. Estela e Jéssica também contaram como foi o carnaval delas. Fiquei um pouco mais animado na segunda aula. Mandei uma mensagem para o Marcinho que “aquilo” aconteceu, que quando eu estivesse em casa, ligaria para ele.
Após a aula, fiquei na dúvida se passava na casa do Rey, se buscava as minhas coisas que levei no início do carnaval, mas achei melhor esperar. Talvez depois de conversar com o Marcinho eu soubesse melhor o que fazer.
Almocei na rua mesmo e seguia para casa quando o telefone tocou. Era o Rey, demorei alguns segundos para atender.
— Achou que era quem? — Escutei uma voz no fundo.
— Alô... Rey? — Eu disse, mas ele já havia desligado o telefone.
Resolvi retornar.
— Rey? O que aconteceu? — Perguntei.
— O Fábio voltou, não posso falar agora, daqui a pouco nos falamos. — Rey disse e deligou o celular.
Não parava de pensar no que o Fábio poderia estar fazendo lá. Ele havia se mudado, tinha um emprego, há algumas semanas ele já havia saído das nossas vidas. Por que ele estaria de volta?
Cheguei em casa junto com Mama, apenas nos cumprimentamos com um aceno de cabeça e entramos no elevador juntos.
— Você me acha uma fraude? — Mama me perguntou?
— O quê? Por quê?
— Só responde. Você me acha uma fraude? — Mama insistiu.
— Não, posso discordar com muitas coisas de você, mas te acho uma pessoa autêntica. — Eu respondi.
— É, eu sou. Seu pai é um idiota. — Mama disse.
Fiquei sem entender, já estava com problemas de mais para procurar saber porque Mama estava chamando meu pai de idiota. Entramos em casa e fomos cada um para o seu quarto.
Liguei para o Marcinho e contei para ele, por alto, como foi a minha noite com o Rey, como me senti quando acordei e como estava abalado com a notícia da chegada do Fábio.
— Não pode ser um sinal? — Eu perguntei.
— Sinal? — Marcinho perguntou.
— Esse Fábio sempre entrando no meu caminho com o Rey. Não pode ser um sinal de que isso realmente não deve acontecer?
— E desde quando você acredita nessas coisas?
— Eu não sei, mas é muito estranho. Toda vez que ia acontecer algo ele aparecia.
— Mas ele não apareceu ontem à noite. — Marcinho disse.
— Ontem não, mas apareceu hoje. E se eu fosse morar com o Rey?
— Você iria?
— Não, mas e se eu fosse?
— Ele ter voltado não quer dizer nada. — Marcinho disse.
— Claro que sim. Rey disse que ele voltou, não disse que veio visitá-lo. O Fábio não tem onde morar. Ele saiu da república que estava.
— Então está fácil. — Marcinho disse.
— Como fácil?
— Você vai morar com o Rey e deixa o quarto da sua república pra ele. Ele não é primo do seu colega de república, o que você ficou com ele? — Marcinho disse.
Fiquei calado, realmente aquilo era uma solução, isso se eu tivesse certeza que eu e o Rey ficaríamos juntos, que poderíamos ser felizes juntos. Mas eu não sabia de mais nada.
— Não sei. — Eu disse.
— Dudu, eu já te falei isso, para de fazer tempestade em copo d’água e vai ser feliz. Conversa com o Rey e se entende com ele. Tenho que desligar agora. Beijo amigo, fica bem, eu amo você.
Para mim, aquilo não era tempestade em um copo d’água, era um problema. Um problemão. Samu também tinha chegado da aula e eu fui até ele. Depois de falar alguns assuntos aleatórios, saber como foi o carnaval dele eu perguntei sobre o Fábio.
— Seu primo voltou? — Eu perguntei.
— Sim passou o carnaval aqui. Encontrei com ele algumas vezes. — Samu me respondeu.
— E o emprego dele lá? — Perguntei.
— Não deu certo. Ele disse que o povo lá é muito careta, ele teve alguns problemas por lá e foi demitido.
— Puts! E ele está ficando onde?
— Na casa de amigos, até dormiu aqui um dia. Mas disse que hoje ele encontraria um lugar pra ficar. — Samu respondeu. — Você não sabia?
— Não. — Eu disse.
— Achei que ele já tinha procurado o seu pai.
— Procurou somente hoje. — Eu disse e Samu sorriu.
— Por que está rindo? — Perguntei.
— Esse Fábio não presta, esperou passar o carnaval pra procurar o namorado.
— Ex-namorado. — Eu disse.
Samu continuava sorrindo, não percebeu que eu fiquei bravo, ou talvez continuou rindo justamente por isso. Voltei para o meu quarto com mais raiva do Fábio, peguei o meu celular e vi uma chamada do Rey. Retornei imediatamente.
— Oi Edu, desculpa daquela hora, fui pego de surpresa. Estava te ligando quando o Fábio apareceu aqui na minha porta. — Rey disse.
— Fiquei sabendo que ele voltou. Arrumou confusão no emprego que você arrumou pra ele e foi demitido. Chegou aqui antes mesmo do carnaval. — Eu disse.
— Então você está sabendo bem mais do que eu.
— Sim, o Samu me contou. — Eu disse. Na verdade, eu que perguntei, mas Rey não precisava saber. — Ele me contou que o Fábio ia procurar lugar para ficar hoje.
— Foi exatamente isso que ele veio fazer aqui. — Rey disse. — Ele me disse que onde morava já foi ocupado. Pediu para ficar aqui até arrumar um lugar para ficar.
— E você deixou? — Perguntei indignado.
— Sim, só por alguns dias.
Eu bufei e Rey riu.
— Do que está rindo? — Eu perguntei.
— De você com ciúmes. — Rey disse.
— Não estou com ciúmes. — Eu menti. Rey riu ainda mais alto. — Qual o problema de deixar o ex-namorado morando com você por alguns dias? Afinal eu já fiquei com o Samu e também dividimos o mesmo apartamento. — Eu disse sendo impulsivo.
— Você já ficou com o Samu? — Rey me perguntou, senti que a sua voz tremeu e o riso cessou.
— Sim, só uma vez, não é nada comparado a um ex-namorado, não é mesmo? — Eu disse. Agora me sentia por cima.
— Acho que devíamos morar juntos e você ceder o seu lugar na república para o Fábio. — Rey disse. Ele havia pensado como o Marcinho.
— Não, deixe o Fábio achar um lugar para ele ficar. E temos que conversar um assunto sério para decidir se devemos morar juntos ou não.
— Então vamos conversar, Edu. — Rey disse.
— Não com o Fábio aí na sua casa. — Eu respondi.
— Rey, pega uma toalha por favor. — Fábio gritou ao fundo.
— Mais tarde eu te ligo. Eu amo você, Edu. — Rey disse.
Joguei o meu celular com força na cama. A minha vontade era jogá-lo na parede, mas não queria quebrá-lo. Peguei o meu celular de volta e mandei uma mensagem para a Jéssica e Estela, avisando que no dia seguinte não iria na aula. Coloquei uma peça de roupa na minha mochila e fui para a rodoviária. Comprei a primeira passagem para a minha cidade. Chegaria antes das 22 horas.
Fui de modo automático para a minha casa, havia até esquecido que eu estava brigado com o Francisco. Só me lembrei que ele me odiava quando ele abriu a porta e eu vi o sorriso no seu rosto desaparecer.
— Oi pai. — Eu disse.
— Então ainda lembra que eu sou o seu pai? — Francisco disse.
— Eu nunca esqueci, foi você quem disse que eu não era mais seu filho. — Respondi.
— Quem é? — Minha mãe perguntou chegando na sala. — Dudu? O que aconteceu? O que faz aqui?
Minha mãe veio até mim e me abraçou. Entrei em casa e minha mãe tirou a mochila das minhas costas.
— Você voltou Dudu? — Francisco me perguntou.
— Só até domingo. — Respondi. Vi que Francisco ficou triste. Percebi que ele iria gostar se eu tivesse voltado. Francisco desligou a TV da sala e foi para o quarto.
Entrei no meu antigo quarto sendo seguido pela minha mãe. Peguei o carregador do celular na mochila e liguei na tomada, a bateria havia acabado ainda no início da viagem.
— Fala pra mim, o que aconteceu? — Minha mãe pediu. Eu fiquei calado, não sabia bem o que dizer, até que ponto contar o que estava acontecendo. — Você me disse que estava bem, que estava onde devia estar. Mesmo sabendo que podia acontecer alguma merda muito grande eu confiei que você sabia o que estava fazendo. Confiei no Rey. Fala pra mim o que aconteceu.
— Não foi nada mãe, estou bem. Só queria voltar pra casa, passar um tempo aqui. Deixar os problemas para trás por alguns dias. Pensar melhor.
— Quais problemas Dudu? — Ela perguntou nervosa.
Antes de responder eu liguei o meu celular, vários apitos de chamadas não atendidas, todas do Rey.
— Se está tudo bem, por que o Rey te ligou tanto? Ele sabe que você está aqui? — Minha mãe perguntou.
O telefone tocou na minha mão, era o Rey. Não tive tempo de recusar a chama e a minha mãe pegou o telefone da minha mãe e atendeu.
— O que aconteceu Rey? Por que o Dudu está aqui? — Minha mãe perguntou.
— Ana? — Rey perguntou do outro lado.
— Sim, sou eu. O Dudu acabou de chegar aqui. — Minha mãe disse.
— O que ele está fazendo aí? — Rey perguntou.
— Foi isso que eu te perguntei Rey. Você disse que iria cuidar dele. — Minha mãe disse.
— Parem os dois. — Eu disse. — Mãe me dá esse telefone. — Ela me passou o telefone e eu atendi o Rey. — Oi Rey, desculpa, decidi de última hora, minha bateria acabou não deu para te avisar. Acabei de chegar, mais tarde te ligo ok?
— Está tudo bem Edu? — Rey me perguntou.
— Está sim, mais tarde eu te ligo. — Eu disse.
— Me deixa falar com ele. — Minha mãe pediu.
— Deixa eu falar com ela. Espero você me ligar. Edu, eu amo você. — Ele disse.
— Eu também. — Respondi e passei o telefone para a minha mãe.
— Rey me desculpa, eu fiquei assustada. — Minha mãe disse. Eu havia me sentado na cama e não escutava mais a voz do Rey, apenas o que a minha mãe dizia. — Eu sei, mas você tem que entender o meu lado... Obrigada... Eu também... Beijo querido.
— O que foi isso? — Eu perguntei quando ela desligou. — Por que agiu assim?
— Eu sou uma leoa na hora de defender o meu filhote. — Minha mãe disse forçando um sorriso e se sentando ao meu lado.
— Defender de quem? Do Rey? — Eu perguntei.
— De qualquer pessoa que possa te machucar. — Ela disse. — Me diga Dudu, o que veio fazer aqui, não subestime a minha inteligência.
— Não sei até que ponto você realmente quer saber. — Eu disse.
— Só quero saber porque você voltou. O que te fez fugir e precisar desses dias aqui.
— O Fábio. — Eu disse.
— Quem é Fábio? O ex do seu pai?
— Ele mesmo, ele voltou. Rey tinha conseguido um emprego para ele em São Paulo, mas ele voltou e agora está lá hospedado na casa dele. Logo agora... — Eu disse, minha mãe me encarava. — Logo agora que estou tão em dúvida...
— Dúvida?
— Sim, se o meu sentimento pode ser prejudicial ao Rey. Se posso destruir a sua vida a sua carreira. — Eu disse.
Minha mãe me abraçou forte, ela se ajeitou na cama e me fez deitar em seu colo.
— Se tivesse como arrancar esse sentimento do seu peito, todas essas dúvidas, todo esse medo, todo esse amor. Eu faria. — Ela disse.
— Eu também mãe, eu também. — Eu disse enquanto lágrimas escorriam pelos meus olhos.
— É tão difícil lutar contra o amor Dudu. É uma luta diária e todos os dias você sai derrotado.
— Você está dizendo que não devo lutar contra isso?
— De qualquer forma você terá muitas batalhas pela frente, Dudu. — Minha mãe continuou sem responder diretamente minha pergunta. — Algumas você irá ganhar, outras perder. Vai ter alegrias e tristezas. Quais batalhas valem a pena lutar meu filho? Quais irão te machucar menos?
— Por que tenho que lutar? Por que não posso apenas viver? — Eu lamentei.
— Seria tão mais fácil, não é? — Minha mãe disse dando um beijo na minha testa. — Eu só não quero te ver sofrer. Queria tanto que você ficasse aqui para sempre.
Fiquei deitado em seu colo até pegar no sono. Acordei pela madrugada e vi mensagens do Rey. Respondi dizendo que ligaria para ele no dia seguinte. Troquei de roupa e fui me deitar.
Acordei com os barulhos típicos de uma cidade pequena. Era bom estar em casa. Por alguns momentos também pensava ser um erro deixar Rey e o Fábio sozinhos no Rio. Ainda mais sem saber o que realmente estava rolando entre a gente, sem saber o que iria rolar.
Aquele cheiro de café me guiou até a cozinha. Minha mãe tinha feito biscoitos doces fritos com canela e açúcar.
— Não acredito. — Eu disse, feliz pela surpresa.
— Fiz como você gosta. — Ela disse me dando um beijo na testa.
Tomamos o café juntos e resolvi ir até a fazenda. Peguei a minha bicicleta e pedalei até lá. Não era longe. Resolvi não ir até o casarão, pois, sabia que Francisco estava por lá. Fui até os estábulos ver os cavalos. De lá liguei para o Rey. Várias tentativas e ele não atendia. Na última, resolvi deixar uma mensagem.
— Rey está tudo bem? Estou te ligando. — Eu disse. Respirei fundo e continuei. — Eu não estava fugindo de você. Eu só precisava de um tempo, de pensar.... Eu te...
Me virei para trás e me assustei com Francisco parado me observando. Não terminei a mensagem e desliguei o telefone. “Eu cheguei a dizer que eu amo o Rey?”, eu me perguntei.
— Estava falando com aquele lá? — Francisco me perguntou com cara de bravo.
— Com o meu pai biológico? Estava tentando.
— Já decepcionou ele também? Não né, afinal são iguais. Pelo visto foi ele que te decepcionou. — Francisco disse, eu fiquei calado. — Você não devia ter ido embora.
— E ficado aqui pra quê? Com você me desprezando? Me olhando torto? Me renegando? — Eu perguntei.
— Eu poderia ter superado isso. — Ele disse.
— Em um ano você não superou. Mesmo quando abri mão da minha amizade com o Marcinho só para te agradar. — Eu disse.
— Não era isso que eu queria. Queria que você entendesse que aquilo não era atitude de homem. Que o que fez realmente era errado. Eu olho pra você e não vejo mais aquele garoto que eu criei e amei. Imagino como deve ser a sua vida agora naquela cidade da perdição, convivendo com aquele viado.
— Não vim até aqui para discutir com você. — Eu disse.
— Nem eu. Não era isso que eu queria te falar. Eu te vi vindo para os estábulos, queria conversar com você. Mas me descontrolei com o que você estava dizendo ai no telefone.
— E o que você queria me dizer?
— Que eu estava disposto a te perdoar.
— Estava?
— Estou. Se você voltar pra casa e fingir que nada disso aconteceu, eu posso tentar fazer o mesmo. Continuar os nossos planos e sonhos como era antes de você... — Francisco fez uma pausa. — De você se deitar com aquele merdinha.
— Pai, não tem como as coisas voltarem a ser como antes. Não devemos esquecer o aconteceu. Mas eu quero sim começar de novo. Quero poder ter o seu amor novamente, mas...
— Mas o que? — Ele perguntou, a sua feição se fechou novamente.
— Aqueles planos, aqueles sonhos nunca foram meus. Hoje eu estou vivendo o meu sonho. É cinema que eu quero fazer. Não quero abrir mão dos meus amigos e do Rey somente para te agradar. — Eu disse.
— Então vai abrir mão de mim. Do seu pai. Que te criou e cuidou de você. — Ele disse bravo.
— Você fez isso primeiro. Mas eu não quero abrir mão de você, não foi isso que eu disse. Estou aqui de coração aberto pai, sendo eu mesmo, de verdade e com toda sinceridade eu digo que te amo, que senti a sua falta. Quero você como o meu pai. — Segurando a emoção, eu continuei. — Mas você tem que me aceitar como eu sou, vivendo a minha própria vida, seguindo os meus planos e meus sonhos mesmo que você discorde deles. Só depende do senhor para voltarmos a sermos uma família.
Francisco também parecia emocionado. Não disse nada, virou as costas e saiu caminhando devagar. Corri em direção a ele e o abracei por trás passando um braço por cima do seu ombro e outro abraçando a sua cintura. Francisco ficou imóvel, ele levantou as mãos, por um segundo pensei que ele iria me afastar, mas ele apenas limpou os olhos. Ele deu dois tapinhas de leve no meu braço, senti sua mão molhada com lágrimas e eu o soltei. Francisco continuou caminhando e não se virou para trás. Eu fiquei ali parado vendo-o partir. E parte de mim estava satisfeito, eu havia o perdoado e senti que Francisco ainda me amava, que um dia seria capaz de me aceitar.
Passei o resto da manhã na fazenda, andei a cavalo e me sentia muito mais leve. Voltei para casa pouco antes do almoço. Não acreditei quando vi o carro do Rey parado na porta de casa. Entrei correndo e o vi sentado na sala conversando com a minha mãe.
— O que está fazendo aqui? — Perguntei.
— Não era assim que eu esperava ser recebido. Não está feliz em me ver?
— Estou, não é isso. Só não esperava. — Eu disse e me virei para a minha mãe. — O Francisco vem almoçar?
— Sim, daqui a pouco deve estar aqui? — Minha mãe respondeu.
— Rey, por favor vá embora. — Eu pedi. Rey e minha mãe me olharam estranhando. — Eu não quero que vocês se encontrem.
— Qual o problema Dudu? — Minha mãe me perguntou.
— Por favor Rey, não me coloque nessa situação. — Eu pedi, ignorando a minha mãe.
— Tudo bem, eu vou sim. A minha intenção não era ficar muito, eu só vim mesmo para te buscar. — Rey disse se levantando.
— Me buscar? — Eu perguntei.
— Mas já? Ele chegou ontem. — Minha mãe disse.
— Tudo bem. — Rey respondeu voltando a se sentar. — Eu só vou embora com você.
Rey sorria, um sorriso malicioso e sexy, que fazia as minhas pernas tremerem. Eu estava perdido.
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Capítulo 3 - Rey
Olhei as horas e Edu já devia ter saído da aula. Peguei meu celular e telefonei para ele. No mesmo segundo a campainha tocou, eu sorridente fui atender imaginando que seria o Edu.
— Estava te li... — Eu disse abrindo a porta e sendo pego de surpresa com quem estava ali com uma mala na mão.
— Achou que era quem? — Fábio me perguntou sorrindo e entrando na minha casa.
— Alô — A voz do Edu saía do meu telefone e eu o desliguei.
— O Edu. — Respondi para o Fábio.
Fábio fez um sorriso forçado e veio em minha direção para me beijar na boca. Eu desviei o rosto recebendo o seu beijo na bochecha parando na sua frente.
— Não vai me convidar para entrar? — Fábio disse.
— Claro entre. — Eu disse. — Não sabia que estava na cidade. Por que está com essa mala?
— Eu voltei. — Ele disse sorrindo.
Meu telefone tocou novamente, era o Edu.
— Rey? O que aconteceu? — Edu me perguntou.
— O Fábio voltou, não posso falar agora, daqui a pouco nos falamos. — Eu disse desligando o telefone. Voltei minha atenção para o Fábio que ainda estava em pé na minha sala. — O que aconteceu? Não deu certo em São Paulo?
— Não deu Rey. Aquela cidade não é pra mim. Preciso ficar perto do mar. — Fábio disse sorrindo e eu estava sério. — Agora que voltei pensei em retomarmos a nossa vida juntos.
— Não Fábio. Isso não dá mais para fazer. — Eu disse. Fábio fechou a cara e novamente se pôs a sorrir.
— Mas estarei por aqui. Quem sabe você não muda de ideia? — Ele disse. Eu sorri, mesmo sabendo que eu não mudaria de ideia. — Rey preciso de um favor.
Pensei logo que seria dinheiro, afinal ele não ficou nem um mês trabalhando e já havia saído do Rio sem grana nenhuma.
— De quanto precisa? — Perguntei.
— Não é dinheiro. — Ele disse. — Bom... não será, se você me deixar ficar aqui.
— Ficar aqui? — Perguntei.
— Sim. Perdi a vaga na república onde morava. Não tenho onde ficar. — Ele disse.
— Por que não fica na casa dos seus pais? — Perguntei.
— Naquele fim de mundo? Não dá Rey, é muito complicado. Como vou procurar emprego? Lá não tem nada pra mim. Vou gastar horas pegando ônibus ou uma fortuna de uber e táxi para vir pra zona sul. — Fábio viu que sua resposta não me convenceu e mudou o discurso. — Só preciso de alguns dias. Até arrumar uma república bacana por aqui.
— Alguns dias? — Eu perguntei.
— Sim, semanas no máximo. — Fábio disse sorrindo.
— Uma semana Fábio. Pode ficar no quarto de hóspedes. — Eu disse.
— Obrigado Rey. Por isso que eu te amo. — Fábio disse sorrindo e me abraçando. — Preciso de um banho.
Enquanto Fábio entrava para o quarto, liguei para o Edu, mas o garoto não me atendeu. Fui para o meu quarto e vi que Fábio estava no banheiro da minha suite.
— O que está fazendo aqui? — Perguntei.
— Eu disse que iria tomar banho. — Ele respondeu.
— Eu disse para você ficar no quarto de hóspedes. Lá tem banheiro.
— Relaxa Rey, sempre tomei banho nesse banheiro e você já cansou de me ver sem roupa e já se divertiu muito nessa bunda aqui. — Fábio disse empinando a bunda e dando um sonoro tapa nela, o que me fez sorrir.
— Agora você é só um hóspede Fábio. Comporte-se como tal. — Eu disse.
Fábio sorrindo deu a volta e foi para o seu quarto. Eu o segui até a saída do meu quarto e ele parou de propósito no corredor provocando um choque entre nós dois. Sua bunda, que não posso negar, sempre foi gostosa, foi de encontro ao meu pau. Por alguns segundos deixei ele relar em mim. Achei graça daquela situação e o empurrei para seguir seu caminho.
— Comporte-se Fábio. — Eu disse. Ele entrou sorrindo no quarto.
Voltei para a sala e fiquei pensando na péssima hora que o Fábio apareceu. Que eu teria que fazer o possível para ele ir embora o quanto antes, nem que para isso eu mesmo tivesse que arrumar uma nova república para ele. Meu telefone tocou novamente.
— Oi Edu, desculpa aquela hora, fui pego de surpresa. Estava te ligando quando o Fábio apareceu aqui na minha porta. — Eu disse.
Edu já estava sabendo e me disse até que Fábio havia voltado antes, para o carnaval e que havia arrumado confusão no emprego que eu lhe arrumei. Edu ficou com ciúmes quando eu lhe contei que o Fábio passaria alguns dias na minha casa.
— Não estou com ciúmes. Qual o problema de deixar o ex-namorado morando com você por alguns dias? Afinal eu já fiquei com o Samu e também dividimos o mesmo apartamento. — Ele disse. Toda graça que eu estava achando daquela situação perdeu-se totalmente.
— Você já ficou com o Samu? — Perguntei
— Sim, só uma vez, não é nada comparado a um ex-namorado não é mesmo?
— Acho que devíamos morar juntos e você ceder o seu lugar na república para o Fábio.
Edu não concordou. Disse que queria falar sério comigo antes de decidir se moraríamos juntos. Mas que não diria com o Fábio morando na minha casa. Antes que eu pudesse continuar o assunto e entender o que o Edu precisava conversar comigo, Fábio gritou do banheiro:
— Rey, pega uma toalha por favor.
— Mais tarde eu te ligo. Eu amo você Edu. — Eu disse. Precisaríamos de tempo e privacidade para tratar qualquer assunto que o Edu julgasse ser importante.
Levei a toalha para o Fábio que fez questão de se exibir para mim enquanto se enxugava. Confesso que aquela sua tentativa de sedução conseguiu me excitar, mas eu não me deixei levar. Havia tido uma maravilhosa noite com o Edu. Estava satisfeito. Edu tinha me dado algo que, em meses, Fábio não me deu. Sexo com penetração, um pau gostoso e duro no meu rabo e na minha boca. Eu estava há semanas sem ser ativo, sentia falta sim, mas conseguia muito bem aguentar. Pior foi aguentar meses sem ser passivo.
— Vamos sair para jantar Rey? Estou com saudade dos restaurantes daqui. — Fábio disse.
— Você não disse que está sem dinheiro? — Eu perguntei. Fábio não respondeu. Estava claro que ele contava comigo para pagar. Nunca me importei em pagar, para ele ou para qualquer pessoa, quando eu queria a companhia. Não era mais o caso do Fábio. — De qualquer forma, hoje tenho compromisso.
— Depois combinamos então. — Fábio disse.
Ele estava com uma bermuda e por baixo dela eu via sua sunga.
— Pra onde está indo? — Perguntei.
— Para a praia. Estava morrendo de saudade do mar.
— Pensei que já havia matado a saudade. Não chegou antes do carnaval? — Eu perguntei. Fábio sorriu sem graça. — Por que não vai procurar um lugar para ficar?
— Mal cheguei e você já me quer ver fora daqui? — Fábio disse se fazendo de vítima.
— Sabe que não é isso. Apenas conheço a sua velocidade. Sei que depender de você, não sai daqui nunca.
— Se quiser eu posso ir embora agora.
— Eu concordei com uma semana Fábio.
— E eu sairei em uma semana, mesmo que seja para ficar em baixo de uma ponte. — Fábio disse saindo de casa como se tivesse ficado ofendido com o que eu disse.
Não me importei, afinal Fábio não era mais um problema meu. Fiz tudo que eu podia para ajuda-lo e aquela semana na minha casa eu esperava que fosse o último favor que eu lhe fazia.
Sozinho em casa liguei para o Edu, queria encontra-lo naquela noite e entender o que estava passando em sua cabeça. O medo dele estar arrependido, havia passado. O ciúme que ele demonstrou pelo Fábio me fazia acreditar naquilo. Edu não me atendeu na primeira tentativa, nas demais a ligação nem completava.
Passei o resto da tarde trabalhando de casa, criticando o desenvolvimento do filme pelos roteiristas. Tínhamos uma boa equipe, eles entenderam bem como eu gostaria de desenvolver o filme. Estávamos quase prontos para a passagem do roteiro. Se tudo desse certo nos reuniríamos já na próxima semana.
Fabio voltou para o meu apartamento no início da noite, me fazendo perceber que o sol já havia se posto. Liguei novamente para o Edu e seu telefone caía na caixa-postal. Tomei banho e fui até a sua casa. Pensei que Edu poderia estar de pirraça por conta do ciúme. Eu também estava indo até a sua casa por ciúmes, afinal ele me disse que já ficou com o Samu. Queria reparar melhor na convivência entre os dois.
Me apresentei ao porteiro como pai do Edu, não me recordava se era o mesmo porteiro que eu conheci quando subi com a Ana antes do carnaval. Simpático, o porteiro, me deixou entrar.
Bati na porta e Samu atendeu.
— Oi Rey, tudo bem? — Samu disse. — Entra.
Samu estava sem camisa.
— Tudo sim. O Edu está aí? — Eu perguntei.
— Não, ele está não. — Ele disse.
Cris e Mama apareceram na sala após os cumprimentos. Cris me disse que Edu havia saído com uma mochila ainda durante a tarde.
— Eu o vi saindo também. Até achei que ele estava indo pra sua casa. — Mama disse.
— Ele disse que estava indo pra lá? — Eu perguntei preocupado.
— Não. Eu só achei. Por que ele iria querer ficar aqui sendo que tem um apartamento daqueles? — Mama disse.
— Já falou com os amigos dele da faculdade? — Cris me perguntou.
— Não. — Eu disse. Cris estava certo, antes de me preocupar de mais, ir até a polícia ou a hospitais, eu devia procurar as suas amigas.
Com alguns telefonemas para a secretaria da faculdade, consegui o telefone da Estela. Liguei e ela me disse que o Edu mandou uma mensagem dizendo que não iria à aula no dia seguinte.
— Ele deve ter ido para os braços da mamãe. Ele estava com cara de quem queria colo hoje. — Mama disse.
— Mama para de ficar deduzindo as coisas. — Cris o censurou.
— Mas acho que agora você tem razão. — Eu disse.
— Então liga pra mãe dele. — Mama disse.
— Ainda não. Não quero deixa-la preocupada. Me fala certinho que horas que ele saiu daqui.
Calculei o tempo que Edu gastaria até a rodoviária e pesquisei o ônibus que ele poderia ter pego. Imaginei que ficou sem bateria. Tentaria ligar novamente mais tarde, se não conseguisse, aí sim que eu ligaria para a Ana.
Quando estava saindo, esperando o elevador, Mama veio atrás de mim.
— Rey, pensei no que você me disse. — Ele disse.
— E que conclusão chegou? — Eu perguntei.
— Eu não sou uma fraude.
— Eu não disse que era.
— Foi o que quis dizer. Saiba que eu sou muito autêntica, até o seu filhinho acha.
— Ok. — Eu disse. Não queria render aquele assunto naquela hora e muito menos naquele lugar.
— Eu vou te provar. — Mama disse.
— Você não precisa me provar nada. — Eu disse. Mama me olhava como se não tivesse gostado da minha resposta. — Na verdade precisa sim. Me prove que você é um bom ator. Mesmo que Mama não seja uma personagem. Me prove que você é capaz de ser um artista, de criar outros personagens.
— Me leve para um teste então. — Mama disse me desafiando. Gostei da sua confiança.
— Um teste, sim. Mas não da forma que você está imaginando. Faça você um teste. Uma semana sem ser a Mama, escolha uma personagem, de preferência hétero.
— Você quer que eu seja hétero por uma semana? — Mama questionou. O elevador já havia chegado e eu segurava a sua porta.
— Não estou falando para pegar mulheres. Se você é um artista versátil, como eu imagino, você vai conseguir sair da sua zona de conforto e incorporar um hétero por uma semana. Depois disso, a gente conversa.
Não queria mudar o jeito de ser da Mama, apesar de ver toda aquela postura como forçada, talvez fosse até confortável para ele, por isso, o fato dele acreditar tanto que era natural. Mas um bom ator tem que conseguir fazer qualquer personagem. Para a Mama, seria muito fácil fazer o papel de um homossexual, mas de um hétero seria um desafio.
Não queria ir para casa, não sozinho, não sabendo que Fábio estava lá. Foi um erro mesmo ter abrigado o Fábio na minha casa. Mas eu não sabia que ele estava no Rio desde o carnaval. Não sabia que ele havia arrumado confusão em São Paulo. Mesmo com isso, não podia voltar atrás da minha palavra. Fui burro em aceitar hospedá-lo antes de entender tudo que havia acontecido. Mas eu nunca havia tido motivo para pensar que o Fábio mentisse, ou pelo menos omitisse alguma coisa de mim. Antes, ele era o meu namorado e isso havia mudado.
Resolvi ficar na rua, caminhando na orla e tentando telefonar para o Edu. Seu telefone ainda estava desligado. Sentei em um quiosque, pedi uma água de coco e fiquei pensando na minha vida e no que seria dele a partir de agora.
Já era mais de 22 horas quando voltei para casa, tomei um banho e sozinho no meu quarto sem ter ciência se Fábio estava ou não em casa eu liguei para o Edu. Ana atendeu o telefone nervosa.
— O que aconteceu Rey? Por que o Dudu está aqui? — Ela me perguntou.
— Ana? — Perguntei.
Ana estava nervosa, parecia me atacar. Edu gritou e pediu para falar comigo. Tentou se explicar que havia decidido de última hora, que a bateria havia acabado e que mais tarde nos falávamos. Pedi para falar com a Ana que se desculpou pela forma que falou comigo.
— Rey me desculpa, eu fiquei assustada. — Ana disse.
— Acha que eu não? — Eu respondi.
— Eu sei, mas você tem que entender o meu lado... — Ana disse.
— Eu entendo, mas nunca vi você falando assim comigo. Não somos assim. E eu nunca machucaria ou deixaria o Edu se machucar. Mas vamos esquecer, ok? — Eu disse.
— Obrigada.
— Eu amo você. — Eu disse.
— Eu também.
— Fique bem, amanhã descobrimos o que aconteceu com o nosso garoto. Beijo.
— Beijo querido. — Ana respondeu desligando o telefone.
Sabia o que eu devia fazer. Iria bem cedo para o interior saber o que aconteceu e buscar o Edu. Estava preparando a minha mala quando escutei barulho em casa. Fábio estava chegando e não estava sozinho. Encontrei com ele no corredor.
— Desculpa Rey, não queria te acordar. — Fábio disse sorrindo. Pude perceber que ele estava "alto".
— E quem é você? — Eu perguntei para o rapaz que estava com ele. Ele me olhava sem graça e não respondeu.
— É o meu namorado de hoje. Vai dormir comigo. — Fábio veio na minha direção passando a mão no meu peito. — Quer dormir com a gente? Melhor, podemos dormir todos na sua cama que é bem maior. Vamos Rey! Repetir a brincadeira que fizemos em São Paulo. Ele é ativo.
— Você está louco Fábio? O que está usando? — Eu perguntei.
— Nossa Rey! Você está muito careta. — Fábio disse.
— E você muito sem noção. — Eu disse.
— Fábio, eu vou embora. — O rapaz constrangido disse. — Me desculpa Rey.
Eu levei o rapaz até a porta e Fábio veio me seguindo. Eu não conhecia o rapaz, pelo menos não me lembrava. Não sabia se ele me conhecia ou se apenas disse o meu nome porque o Fábio havia dito. Com raiva, virei para trás e Fábio sorria.
— Adorei a cena de ciúmes. — Fábio disse me beijando. Eu o empurrei.
— Não foi ciúmes, você não pode fazer o que quiser, minha casa não é motel. Te deixei ficar aqui por alguns dias e na primeira noite você já apronta. Nem o Edu que é um adolescente age assim.
— Então é isso. O instinto de pai aflorou mesmo.
— Não fode Fábio. — Eu disse. — Vou viajar amanhã, só volto no domingo. Se comporte hein! Ou não te hospedo nem por uma semana. E vou deixar ordem na portaria que você não pode entrar acompanhado ou receber visita na minha casa. Está entendido?
— Está sim papai. Prometo que vou me comportar. — Fábio disse sorrindo.
Voltei para o meu quarto terminei a mala, fiquei na cama esperando Edu me ligar até pegar no sono.
Acordei cedo na manhã seguinte, não havia ligação do Edu. Tomei o café da manhã, orientei os porteiros sobre não permitir entrada de outras pessoas ao meu apartamento, exceto do Fábio, e peguei estrada. Fui direto para a casa da Ana. Quando cheguei, escutei uma mensagem que o Edu havia deixado no meu celular. Aquilo me animou, ele foi carinhoso.
Ana me recebeu muito bem apesar da surpresa. Edu não estava em casa. Tinha ido para a fazenda e, não demorou muito ele chegou perguntando o que eu estava fazendo ali e me pedindo para ir embora.
— Tudo bem, eu vou sim. A minha intenção não era ficar muito, eu só vim mesmo para te buscar. — Eu disse.
— Me buscar? — Edu me perguntou surpreso. Ana não gostou.
— Eu só vou embora com você. — Eu disse.
Edu me olhava perdido. Ele não queria que eu o colocasse naquela situação. Percebi que ele não estava pronto para um encontro meu com o Francisco.
— Então, você vem comigo? — Eu perguntei.
— Vou. — Edu disse me fazendo sorrir.
— Não, nada disso. Vocês não vão sair daqui como se estivessem fugindo. — Ana disse.
— Mas mãe. — Edu tentava argumentar.
— Vamos almoçar todos juntos, você vai passar o dia comigo e amanhã pode ir embora. — Ana disse.
— Rey! — Edu pedia o meu socorro.
— Eu vou para a pousada, vocês almoçam. — Me virei para o Edu que parecia um pouco mais aliviado. — Você passa o dia com a sua mãe e a noite te pego aqui para irmos embora. Fica bom assim?
— Pra mim está bom. — Edu disse.
— Vocês vão pegar estrada a noite para o Rio? — Ana perguntou.
— Não. Vou visitar a minha mãe, já estou perto. Quantos anos você não vê a sua avó Edu? — Perguntei.
— Deve ter uns 6 anos. — Ele respondeu.
— Foi o que eu imaginei. Te pego aqui por volta das 18 horas. — Eu disse. Dei um beijo em sua testa e um forte abraço na Ana.
Quando estava saindo vi a caminhonete do Francisco chegando, cruzamos nossos olhares, ele me olhou sério um tanto quanto ameaçador, o que me provocou um sorriso. Francisco não gostou do efeito que a sua cara feia provocou e virou para o outro lado.
Fui para uma pousada na praça principal da cidade. La mesmo eu almocei, subi para o quarto, tomei um banho e me deitei na cama que apesar de simples era bem confortável.
Era umas 17:30 o Edu me ligou.
— Não precisa me buscar, estou indo praí. Qual é o seu quarto? — Ele perguntou.
Eu disse qual era o quarto e 5 minutos depois ele estava batendo na porta. Abri a porta e vi o meu filho lindo e sorridente lá parado. Não me contive, o puxei para dentro e o beijei.
Edu se entregou aquele beijo. Ele me abraçava forte como se tivesse medo de me perder.
— Meu amor. — Eu disse. — Por que fugiu assim?
— Eu não fugi, só precisava de um tempo... digerir algumas coisas, não pensar no Fábio lá na sua casa. — Edu disse.
— O Fábio não é nada pra mim. Talvez nem um amigo ele seja mais. Ele tem se mostrado outra pessoa desde que você chegou. — Eu disse.
— Então vai mandá-lo embora? — Edu perguntou.
— Vou sim. Na quinta-feira, isso se ele não sair antes. — Eu disse. Queria o Fábio longe, queria agradar ao Edu, mas não voltaria com a minha palavra, não se o Fábio se comportasse bem.
Voltamos a nos beijar.
— Eu te amo tanto. — Eu disse.
— Eu também pai. — Edu respondeu colocando a mão sobre o meu pau e desabotoando a minha calça.
Eu tirei a sua mão e o despi. Edu estava nu e excitado, a sua pele clara e lisa pedia pela minha boca. Beijei todo seu corpo, engoli seu pau e apertava sua bunda. Queria fazer muito mais, mas estávamos sem tempo. Tínhamos que partir. Não queria uma foda rápida com o Edu. Eu o chupei até ele gozar, eu engoli toda sua porra e depois nós beijamos.
Partimos para a cidade, fomos conversando falando sobre filmes, sobre a minha vida em Hollywood, sobre os famosos com quem eu já havia ficado. Pensei que Edu ficaria com ciúmes, mas o efeito foi diferente o garoto ficou excitado.
— A maioria não é gay. Mas curtem uma putaria. Na verdade, acho que o mundo já é bissexual. — Eu disse rindo. Edu sorriu junto. Claramente eu via o volume do seu pau duro. E isso me deixava excitado também.
— E os brasileiros que foram para lá você pegou algum? — Edu me perguntou.
— Sim. Quase todos. — Eu disse rindo.
— E as brasileiras? — Edu me perguntou.
— Algumas, mas sempre tinha um homem no meio. Não sinto tesão quando estou apenas com mulheres.
— Mas sente quando tem homem no meio.
— Muito. Acho lindo o corpo de uma mulher, os seios, a buceta quentinha. E é uma delícia quando eu fico no meio.
— E quando você é chupado você gosta né?
— Quem não gosta? — Disse rindo.
— Já recebeu um boquete enquanto dirigia? — Edu me perguntou com uma cara de safado.
— Até hoje não.
Edu não perdeu tempo. Levou a sua mão até o meu pau, que já estava duro. Ele sorriu.
— Presta atenção na estrada ok? — Ele disse. Eu concordei com a cabeça.
Edu desabotoou a minha calça e colocou o meu pau para fora. Se inclinou ao ponto de deitar no meu colo e passava a língua na cabeça do meu pau. Eu gemia baixinho prestando atenção na estrada. Edu por muitas vezes conseguia colocar o meu pau dentro da sua boca e me masturbava. Eu me segurava para não gozar e Edu se esforçava para me fazer gozar.
Já próximo à cidade a estrada passou a ser iluminada, com isso Edu se sentou novamente no banco do passageiro, mas não largou o meu pau. Voltamos a conversar até chegar na casa da minha mãe.
— Minha vó sabe que eu estou indo? — Edu me perguntou.
— Sabe sim. — Respondi. — Eu liguei pra ela avisando antes de sair.
Minha mãe fez uma grande festa quando viu o Edu. Ela o abraçava e apertava. Dizia que ele estava grande, bonito e muito parecido comigo naquela idade. Edu gostava dos elogios. Jantamos todos juntos e colocamos o papo em dia.
— Rey você fica no quarto e eu arrumo o sofá para o Edu. — Minha mãe disse na hora de dormir.
— Não se preocupe vó, a gente pode dividir a cama. — Edu disse.
Minha mãe me olhou e eu acenei com a cabeça. Fomos para o quarto e nos acomodamos.
Naquele silencio e deitados apenas de cueca, Edu passava a mão pelo meu corpo até chegar no meu pau.
— Você ainda não gozou hoje. — Ele disse.
— É verdade. — Respondi. — E o que você está esperando para me fazer gozar?
Edu não respondeu, subiu em cima de mim e me beijou. Ele já estava sem cueca e levou o seu pau até a minha boca.
— Que delicia de pau. Que pau gostoso. — Eu disse enquanto o chupava.
— Ele é seu, pai. Será seu enquanto esse sonho for realidade. — Edu disse. Não entendi bem o que ele queria dizer, mas ali com aquele pau duro na boca não era o momento de pensar naquilo.
Edu gemia. Ele estava perto de gozar por isso parei de chupá-lo. Me virei de bruços e Edu soube o que devia fazer. Ele lubrificou a minha bunda e o seu pau com saliva e se encaixou atrás de mim.
Fui engolindo aquele pau gostoso com a minha bunda, meu tesão foi extremo quando senti que ele enfiou até o talo. Edu fazia movimentos suaves de entra e sai dentro de mim. Ele deitou nas minhas costas mordia a minha orelha e dizia que me amava. Se aquilo era um sonho, eu também não queria acordar nunca.
Foi se declarando que o Edu gozou dentro de mim. Eu ainda não havia gozado. O pau do Edu permanecia duro na minha bunda. Eu o virei na cama e sentei no seu pau. Cavalguei e gozei no seu peito. Edu me puxou levando o meu pau até a sua boca. Me chupou até deixa-lo limpo.
Fomos ao banheiro nos limpamos e dormimos juntos, abraçados. Acordei deixando o Edu ainda na cama. Reparei que a porta do quarto estava com uma fresta aberta. Minha mãe já estava na cozinha preparando o café da manhã.
— Bom dia mãe. Achei que já tinha ido para o hospital. — Eu disse.
— Meu turno é o da noite hoje. — Ela disse. — Estou passando o café.
— Acho que foi esse cheiro delicioso que me acordou. — Eu disse. Ela estava séria, mas sorriu.
— Rey, como está a sua relação com o Edu? — Ela me perguntou.
— Está indo muito bem mãe. — Eu disse feliz.
— Percebi isso. Sei que você não é um pai como foi o seu. Mas carinho de mais também atrapalha. — Ela disse.
— O que quer dizer mãe? — Eu perguntei.
— Vejo que existe muito carinho e afeto ente vocês. Mas tem que haver um limite. — Ela disse.
Fiquei sem graça. Ela deve ter visto eu e o Edu dormindo, provavelmente abraçados, só de cueca. Por mais liberal que ela fosse, nunca aceitaria a nossa relação como a Ana aceitou.
— Por falar em pai. O seu não anda muito bem. — Ela continuou.
— O que aconteceu com ele? — Perguntei.
— Apareceu no hospital outro dia. Problema no fígado, deve ser a bebida.
— Que chato. — Eu disse.
— Aproveita que está aqui e faça uma visita a ele. — Ela disse.
— Nem...
— Ele é seu pai, Rey.
— Nem sei onde ele mora.
— Eu te passo o endereço. Acho que ele vai gostar de te ver, e ver o neto também.
— Tá bom, mãe. Vou ligar pra ele. Se ele me convidar eu vou. — Eu disse.
Minha mãe não respondeu. Ela pegou o celular e ligou para o meu pai.
— Oi Ronaldo. — Ela disse. — Está tudo bem sim e com você... tem que se cuidar... estou te ligando porque o Rey está aqui. Ele e o Edu. Sim, aqui na cidade. Ele queria te visitar.
— Mãe... — Eu a censurei. Ela colocou o dedo na boca para eu ficar calado.
— Sei sim. Pode ser hoje à tarde. — Ela continuava conversando com ele.
— Eu vou voltar para o Rio hoje à tarde mãe. — Eu disse. Mais uma vez ela ignorou.
— Combinado. Ótimo, assim ele conhece o irmão, e o Edu, o tio. Passar bem Ronaldo... outro e se cuide. — Minha mãe disse desligando o telefone.
— Eu disse que ia ligar mãe. — Eu reclamei com ela.
— Vocês mal conseguem se falar Rey, a ligação não ia dar em nada.
— Mais um motivo para eu não precisar encontrar com ele.
— Pare de reclamar Rey. Já está resolvido. Hoje à tarde você visita o seu pai e amanhã você volta para o Rio. — Minha mãe disse pondo fim a discursão.
Edu levantou e se juntou a nós.
— Bom dia Edu. — Minha mãe disse indo até ele e lhe dando um abraço.
— Bom dia vó. — Edu respondeu. Depois de um longo abraço se sentou à mesa e se virou para mim. — Por que não me acordou?
— Hoje é sábado, por que iria te acordar tão cedo? — Eu disse.
— Hoje vocês irão visitar o seu avô. — Minha mãe disse. Edu me olhou com dúvida.
— Fui obrigado. — Eu disse. Edu sorriu.
— Então não vamos embora hoje? — Edu perguntou.
— Vamos amanhã cedo.
— Legal, vou combinar de encontrar com o Afonso e com o Candinho. Tudo bem?
— Tudo sim. Mas você vai comigo visitar o seu avô. Não vou sozinho não.
— Você vai também vó? — Edu perguntou para a minha mãe.
— Hoje não. — Ela disse.
Assim que acabou de tomar o café da manhã, Edu ligou para os amigos e combinaram de passar a tarde juntos. Afonso o buscou na casa da minha mãe e combinamos o horário para ele voltar.
Almocei com a minha mãe, conversamos bastante e sempre fugindo do assunto da minha relação com o Edu. Mas minha mãe insistia que eu devia namorar.
— Não tem que ficar sozinho meu filho. Já está na idade de ter um companheiro. Se não deu certo com o Fábio tem outros por aí. E acho que não devia levar o Edu para morar com você. Deixe-o com os jovens, assim não te afasta nenhum pretendente. — Ela disse.
— Meu foco agora é o trabalho. Foi esse o motivo que me fez voltar para o Brasil. Não namorar e casar. — Eu disse.
— E nem ser pai em tempo integral. Mas eu ainda acho que você devia ter alguém. — Ela disse.
— Eu também acho. — Eu disse e ela sorriu. — Que a senhora devia ter alguém. Já são quase 9 anos que a senhora está divorciada e nunca escutei falar de nenhum namorado.
— Para com isso Rey. Não tenho tempo e nem idade pra isso. — Ela disse constrangida.
— Mãe, a senhora não está morta. Em vez de preocupar com os meus relacionamentos, devia preocupar com o seu. Ter alguém para esquentar a sua cama. Não tem nenhum médico bonitão no hospital não? A senhora ainda é uma mulher muito bonita. — Eu disse. Minha mãe sorria sem graça. — Vou te levar para o Rio. Te apresentar uns quarentões gostosos e cheio da grana.
— Vê se eu estou caçando alguém cheio da grana. — Ela disse.
— Então uns novinhos sarados, com aquela barriga de tanquinho. O que acha? — Eu disse. Minha mãe sorria.
— Para com isso menino. Não tô caçando nada não. — Ela disse se levantando da mesa e indo para o seu quarto. — Vou descansar um pouco. Meu turno é de 19 às 07 da manhã. Me espere chegar para ir embora. E não se esqueça do compromisso com o seu pai.
— Tudo bem mãe, bom descanso. — Eu disse.
— Deus te abençoe, Rey. — Ela me respondeu.
Também fui tirar um cochilo depois do almoço. Acordei com Edu chegando em casa.
— Rey só vou tomar um banho. — Ele disse.
— Tudo bem, depois de você eu vou. — Eu disse.
— Por que você não vem comigo?
— Sua avó está aqui. — Eu disse.
— Mas ela está dormindo.
— Aqui não Edu. Com ela aqui não. — Eu disse. Edu não ficou feliz.
Não queria dizer que a avó já estava desconfiada. Que não estava feliz com o nosso afeto. Como o amor que exalávamos um pelo outro. Minha mãe sempre foi muito católica, mas passou a aceitar bem a minha homossexualidade, mas aceitar uma relação incestuosa era de mais para ela. Eu sentia o seu desconforto. Não queria que ela saísse do quarto fosse até a cozinha pegar um copo de água ou qualquer outra coisa e visse que eu e o Edu estávamos no banho juntos. Muito menos que escutasse nossos gemidos enquanto fazíamos amor.
Depois de prontos fomos para a casa do meu pai.
— Edu, eu e meu pai nunca tivemos uma relação muito boa. — Eu disse.
— Eu sei. — Ele respondeu.
— Existe muita magoa. Ele tem os seus motivos e eu os meus. E muitas vezes acabamos sendo agressivos um com o outro. Eu não o vejo desde quando eu fui embora. Nossas conversas pelo telefone sempre foram muito frias. Eu não sei como será hoje. Já quero te pedir desculpas se alguma coisa der errado. — Eu disse.
— Relaxa Rey, vai dar tudo certo. — Edu disse passando a mão na minha perna e sorrindo para mim. A sua presença me dava forças.
Chegamos à casa do meu pai. Parado em frente a porta eu não queria apertar a campainha. Edu me olhava para incentivar. Vendo que eu não tomava atitude ele apertou a campainha. Escutamos passos e vozes. Edu passou a mão nas minhas costas em sinal de apoio. Meu pai abriu a porta.
Ronaldo nos olhou de cima em baixo, mexia com a boca como se estivesse comendo algo. Ele não sorriu.
— Quem é papai? — Uma criança veio correndo e pulou em seu colo. Ronaldo sorriu para a criança.
— Este é o Rey o seu irmão e esse é o Edu seu sobrinho. — Ronaldo disse sorridente para a criança em seu colo.
— Sobrinho? Mas ele é mais velho que eu. — A criança disse. Fazendo Ronaldo sorrir ainda mais.
— Venham, entrem. — Ronaldo disse para mim e para o Edu enquanto colocava a criança no chão. — Avise a sua mãe que as visitas chegaram.
Era assim que ele nos via. Visitas, não família. Família para ele era aquele garoto. Não tenho lembrança do meu pai me pegando no colo. Estou certo que depois dos cinco anos de idade não vi o meu pai sorrindo para mim ou achando graça em algo que eu dizia. Aquilo me fez sentir mal. Sempre achei que meu pai não havia nascido para ser pai, que não gostava de crianças, que não seria capaz de amar. Mas vi que o seu problema sempre foi comigo.
Sua esposa chegou e se apresentou primeiro para o Edu e depois a mim.
— Meu Deus Rey, como seu filho se parece com você. É como se estivesse voltado no tempo. — Ela disse.
Ela me tratava como se me conhecesse. Ela realmente parecia familiar. Era bonita, mas não usava maquiagem, apenas um batom claro, seus cabelos de três cores, castanho, loiro e branco tinha um certo charme. Mas o seu vestido longo era simplesmente horrendo.
— Você me é familiar. — Eu disse.
Ela olhou para o meu pai e meu pai ficou sem graça. Nunca tive interesse em saber com quem meu pai se casou e nem a minha mãe chegou a me contar. Só sabia que era alguém da igreja.
— Sou a Meg. Era sua vizinha.
— A Megalinha? — Eu perguntei no susto. Quando percebi já era tarde. A cara do meu pai se fechou na hora. Meg ficou sem graça, mas concordou com a cabeça. — Desculpa eu não quis dizer isso.
Meg, a galinha, era famosa por chifrar o marido, que corno assumido bancava seus luxos. Ela era gostosona, sempre mostrando o peito que o seu marido tinha comprado para ela. Quando eu era criança, fiquei sabendo que meu pai chegou a ter alguns encontros com ela. Uma vez o escutei dizendo aos amigos que ela era mulher boa para comer, mas não para ser amante. Que ele não tinha como bancá-la. Do bairro, meu pai era só mais um dos que haviam ido para a cama com aquela mulher.
— Tudo bem, isso faz parte do meu passado que eu deixei para trás. — Ela disse.
Edu segurava o riso. E eu estava certo que comecei aquele encontro com o pé esquerdo.
— Venham para a sala. Fiz um café e um bolo. — Meg disse.
— Não precisava ter tido esse trabalho. — Eu disse.
— É um prazer recebê-los. — Ela disse.
— O cheiro está ótimo. — Edu disse quando Meg voltou com o bolo.
— Espero que apreciem o sabor também. — Meg disse sorrindo.
Meu pai ainda estava carrancudo. Sorria apenas quando o seu filho se aproximava dele e sentava no seu colo. Ronaldo sempre lhe dava atenção e isso me incomodava bastante.
— Gostei muito dos seus filmes Rey. — Ela disse depois que acabamos de comer o bolo que realmente estava muito bom.
— Obrigado. — Respondi satisfeito e olhei para o meu pai. Esperava que ele também dissesse algo.
— Eu vi um ou outro. — Ele respondeu. — Eu não gostei, por que todos os seus filmes têm que ter algum viado?
Eu não gostei da sua fala.
— Ronaldo, o mundo está cheio de pessoas gays, eles também devem ser representados. — Meg disse. — São belas histórias Rey, senti falta apenas de alguém encontrar Deus nos seus filmes. Na minha igreja tem vários ex-gays que encontraram a salvação, podia representá-los também. Talvez você queira ir conosco na igreja conhecer alguns deles, quem sabe te inspiram a um novo estilo de filme e você possa conhecer o nosso Salvador. Temos um lindo trabalho com a cura gay.
Edu se esforçava para não rir. Eu já estava sem paciência.
— Não é uma má ideia. — Eu disse. — Vendo vocês aqui, essa família perfeita já me inspirou. Quem sabe não faço um filme sobre um homem que tinha uma família, que ele nunca deu amor ao filho e nunca respeitou a esposa. Mesmo sendo da igreja, pregava o aborto, era contra os homossexuais e traía a sua esposa. Aí num belo dia ele se separa da mulher, encontra uma mulher que teve uma vida leviana, se casam e tem um filho que é criado com muito amor e carinho. Enquanto o filho mais velho que é gay, só serve para mandar dinheiro. O que acham dessa sinopse?
Ronaldo me olhava com ódio. Meg tinha um sorriso sem graça no rosto.
— Acho que podia ter um final diferente. — Meg disse. — O filho gay encontra a salvação e é recebido de braços abertos pelo pai que tanto o ama.
Só saía absurdos da boca daquela mulher. Era uma galinha anos atrás e agora pagava de puritana.
— Vocês não podem estar falando sério. — Edu disse com um sorriso no rosto. Ele parecia não acreditar no que estava presenciando.
— Por que não, seria uma bela história? — Meg disse.
— Seria sim. E eu não deixaria de colocar quando esse homem sugeriu que a mãe do seu neto abortasse e quando renegou o filho por ser gay. — Eu disse. Não entendi o que conteve o Ronaldo. Em outros tempos ele teria me batido. Eu quis provocá-lo ainda mais. — Meg, por que não me conta como foi a sua transformação de piranha do bairro para uma mensageira do Senhor?
— Te recebemos em nossa casa e você não vai ficar nos distratando assim. — Ronaldo disse com uma paciência que eu desconhecia.
— Distratando não. Estamos criando um filme. Não foi isso que você me sugeriu Meg? — Perguntei. Meg sem graça acenou afirmativamente com a cabeça. — Me explica também como você se transformou em um bom marido e num pai amoroso. Não foi a igreja, pois você sempre foi da igreja. Outra coisa que fiquei curioso é como a sua igreja consegue curar pessoas gays, mas não consegue curar um alcoólatra?
— Chega! Não foi pra isso que te recebi na minha casa. — Ele berrou.
— E foi pra quê? Para pedir um aumento na mesada? Ou por medo de perder a mesada? — Perguntei.
— Vamos nos acalmar. — Meg disse. — Rey, a sua ajuda é muito útil para nós, com o seu pai sem emprego e agora com os problemas de saúde, ela se tornou essencial. Tiramos até o Juninho da escola particular para comprar os remédios do seu pai.
— Então é por isso que me receberam, que deixaram um gay sentar à mesa com vocês. — Rey disse.
— Claro que não Rey. Nos amamos os homossexuais, o que repudiamos é o homossexualismo. — Meg disse.
— Amam? Meg, essa cura gay não é amor. E amor foi algo que eu nunca recebi do meu pai, nem quando eu tinha a idade do Juninho. Eu nem sabia que era gay. — Eu disse.
— A cura gay é uma prova de amor e só curamos aqueles que a procuram. Somos contra qualquer tipo de tratamento involuntário. E você também pode ser curado Rey. Você não é totalmente gay. Você tem um filho. Seu pai desconfiava que o Edu não fosse seu filho, que você apenas o assumiu para ajudar a sua amiga. Mas vendo vocês dois não tem como negar.
— Você pensava isso pai? — Eu perguntei.
— Por que não ia pensar, você não é gay? — Meu pai me respondeu.
— Eu não acredito nisso. Não devia ter vindo. — Eu disse.
— Você pode se curar Rey. — Meg disse e se virou para o Edu. — Edu você não gostaria que seu pai fosse um varão?
— Ah, mas ele é um varão. Rey é um homem de verdade e muito mais homem que vários héteros por aí. — Ele disse olhando para o meu pai. — O Rey é um bom pai, um homem que sabe amar e respeitar a todos independente de qualquer coisa. Eu tenho muito orgulho dele e não o mudaria nada. E o Rey com certeza é muito mais cristão que vocês dois juntos.
Essa não era a resposta que ninguém ali esperava e todos se calaram. Olhei para o Edu e ele sorria para mim. A todo momento eu sentia ódio e quando olhei para o meu filho, sentia amor. Isso me deixou emocionado.
— Vamos embora Rey, ninguém aqui te merece. — Edu disse se levantando.
— Vamos. — Eu disse.
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Capítulo 4 – Edu
Rey me pegou de surpresa aparecendo na casa da minha mãe. Eu não queria ser rude com ele. Mas não queria que ele e Francisco se encontrassem. Não quando eu estava perto de uma reconciliação com o Francisco. Apesar da nossa briga, no último ano ele sempre foi o meu pai e eu sempre o amei. E um amor de verdade não acaba assim apesar da magoa.
Disse para o Rey que iria embora com ele. Mas minha mãe não nos deixou ir. Rey se hospedou na pousada da pracinha e combinamos dele me buscar no final do dia.
Francisco chegou minutos após a saída do Rey e pela sua cara eles chegaram a se cruzar.
— Receberam visita. — Francisco disse quando entrou. Pelo seu tom não sabia se era uma afirmação ou interrogação.
— Sim, o Rey esteve aqui. — Minha mãe disse.
— E ele saiu antes de eu chegar por quê? — Francisco me perguntou. Minha mãe me encarou. — É um covarde mesmo.
— Menos Francisco. Você iria reclamar de qualquer jeito. O que você queria? Tenho certeza que se você chegasse e ele estivesse aqui você iria achar ruim. Mas se quiser eu telefono para ele e convido para almoçar, tenho certeza que ele não negaria.
Eu encarava a minha mãe. Eu não queria os dois sentados à mesa. Não naquele dia. Para a minha sorte Francisco ignorou a minha mãe, ela sorriu para mim e piscou. Ela já sabia qual seria a reação do Francisco.
Almoçamos tranquilamente até minha mãe puxar um assunto que deixou o Francisco desconfortável.
— Então hoje você irá visitar suas duas avós. — Minha mãe disse para mim.
— Como assim? — Francisco perguntou.
— Ele vai na casa da mamãe agora e a noite o Rey vai leva-lo para visar a mãe dele. — Minha mãe respondeu. Eu não encarava o Francisco.
— Então foi isso que ele veio fazer aqui, buscar o garoto? Ele não está satisfeito de morar na mesma cidade? De se verem constantemente? Ainda tem que vir aqui busca-lo no primeiro final de semana que ele resolve voltar. — Francisco disse irritado.
— Tem seis anos que ele não vê a avó paterna. — Minha mãe disse justificando.
Francisco a ignorou, continuou almoçando carrancudo. No fundo eu gostei daquilo. O ciúme do Francisco demonstra que ele gostava de mim.
Quando acabamos de almoçar, Francisco foi para o quarto e eu ajudei a minha mãe com as louças.
— Vou lá na vovó então. — Eu disse.
— Despede do seu pai. Ele não estará aqui quando você voltar. — Minha mãe disse.
Tímido bati à porta do quarto. Francisco estava deitado e levantou a cabeça quando eu abri a porta. Ele me encarava.
— Eu vim me despedir. — Eu disse.
— Você já vai? — Ele me perguntou.
— Vou na casa da vovó, você vai voltar para a fazenda e na hora que chegar eu já terei partido.
—Tudo bem. Boa viagem.
— Obrigado, fique bem pai.
Ainda na porta do quarto fiquei o observando, ele virou para o lado e limpou os olhos. Talvez estivesse emocionado. Eu queria abraçá-lo dizer que esperava que ele voltasse a ser como ele era antes.
Fui para a casa da minha avó, fiquei um tempo com ela e encontrei com Marcinho. Contei para ele mais detalhadamente como foi a minha noite com o Rey e tudo que me angustiava.
— O Rey é adulto Dudu. Ele sabe o que faz e sabe das consequências que isso pode trazer pra vida dele. Acho legal você ter essa preocupação e aceitar bem se ele perceber que vocês não podem ficar juntos. Mas você querer provocar isso? Você querer se afastar pensando no que seria melhor pra ele? Acho que você está errado. — Marcinho me disse.
— Não é só isso. — Eu disse.
— O que mais então? — Ele me perguntou.
— A cada segundo que passa eu me sinto mais envolvido e apaixonado pelo Rey e tenho medo desse sentimento que eu já mal consigo controlar. Imagina se daqui um tempo ele percebe que esse relacionamento não pode dar certo. O que será de mim? — Eu disse.
— Agora sim faz sentido. Você está fazendo por você. — Marcinho disse.
— Não só por mim. É por ele, principalmente por ele. No que isso pode afetar a vida dele. — Eu disse. Marcinho fazia eu parecer um egoísta e não era isso.
— Tudo bem meu amigo. Vou repetir o que te disse antes. Converse com ele. Que vocês cheguem juntos a um acordo. Fala da sua preocupação com ele e com você também. — Marcinho disse encerrando o assunto.
Contei para ele como fui recepcionado pelo Francisco e que acreditava em uma reconciliação.
— O Seu Francisco passa por mim e finge que eu sou invisível. Mas torço por você, sei como ele é importante pra você, tudo que você sempre fez para agradá-lo. Mas só não mude, não se perca de quem você é para tentar recuperar o amor dele. Se ele te ama, tem que te amar do jeito que você é. — Marcinho disse.
— Marcinho desde quando você é tão maduro, fala desse jeito? O que aconteceu com você? — Eu perguntei. Era o meu amigo, mas agora ele não falava errado e tinha outra cabeça.
— Estou estudando mais. Lendo muito, conversando muito com um psicólogo da faculdade. Ele é um cara culto, de cabeça aberta e tem me indicado muitos livros que estão abrindo a minha mente. — Ele disse com um sorriso no rosto.
— Então está fazendo efeito mesmo. — Eu disse.
— Espero que sim. Mas acho que você está dizendo isso pois como uma pessoa de fora, eu vejo claramente a sua situação e desnudei os caminhos que ora estavam obscuros aos seus olhos preocupados e inebriados com essa relação incestuosa. — Marcinho disse.
Eu comecei a rir, Marcinho achou graça e riu junto.
— Agora você forçou. — Eu disse. — Pode falar, você está apaixonado por esse psicólogo.
— Ele é um homem fantástico, é algo platônico, não vai acontecer. Nem quero que aconteça. Não quero perder esse mentor que tem me ajudado tanto.
— Eu tenho falado tanto de mim e esqueço de perguntar de você. — Eu disse.
— Você é um pouco egoísta. — Ele disse e eu não gostei. — Mas sei que não faz de propósito, você tem bom coração.
Deixar de falar por quase um ano com o Marcinho e não ter demonstrado preocupação com seus sentimentos naquela época simplesmente para agradar o meu pai, podia sim, ser considerado um ato egoísta. Me redimi quando na festa de formatura enfrentei o meu pai, mas aquilo havia deixado marcas. Mesmo sendo perdoado, Marcinho não conseguia esquecer. Eu não podia julga-lo, mesmo tendo perdoado o Francisco eu também não conseguia esquecer o quanto ele me magoou.
Passei o resto da tarde conversando com o meu melhor amigo. Voltei para casa, tomei um banho e fiquei mais um tempo com a minha mãe que disse que eu tinha que ser sábio e feliz.
— Feliz de verdade Dudu. Feliz por completo. É ilusão quando você acha que é feliz pelo simples fato de ter alguns momentos de felicidade. — Ela disse.
— E o que é a felicidade além de alguns momentos felizes? Quem consegue ser feliz o tempo todo. — Eu disse.
— Você tem razão meu filho. Mas não deixe que aqueles momentos que não são de felicidade sejam de sofrimento. — Ela disse e finalmente entendi o que ela quis dizer. Não posso ser feliz por alguns minutos e passar horas triste e angustiado.
Nos despedimos e antes do horário marcado para o Rey me buscar eu já estava em frente a pousada em que ele se hospedava. Liguei dizendo que ele não precisava me buscar que eu iria encontrá-lo.
Assim que ele abriu a porta daquele quarto ele me beijou. Eu o abracei forte, não sabia quando seria o nosso último abraço daquela forma, com aquele desejo, com aquele tesão.
— Meu amor. Por que fugiu assim? — Rey me perguntou.
Disse que precisava de um tempo para pensar. Coloquei o motivo no Fábio, não queria falar de todas as minhas angustias naquele momento, iria aproveitar o resto do fim de semana com o Rey, conversaríamos quando voltássemos para o Rio.
Rey disse que Fábio ficaria em sua casa no máximo até a próxima quinta-feira e que o Fábio não significava mais nada para ele.
Voltamos a nos beijar e a nos declarar. Rey tirou toda minha roupa, ele beijava o meu corpo e engolia o meu pau. Rey me chupou deixando as minhas pernas bambas e me fazendo gozar em sua boca.
Pegamos em estrada rumo à casa da minha avó. Depois de gozar e mais aliviado, menos estressado conversamos tranquilamente sobre vários assuntos até chegar no sexo. Rey me contou as suas aventuras em Hollywood e os famosos que ele pegou enquanto vivia lá. Aquele assunto me deixou bastante animado. Até imaginei um dia eu e o Rey com uma mulher, como a garota do carnaval, mas não só nos beijando, mas transando. Rey disse que gostava de ficar no meio.
Perguntei ao Rey se ele já havia recebido um boquete enquanto dirigia. Eu queria fazer algo que ninguém nunca tivesse feito com ele. E para a minha sorte ele nunca teve aquela experiência.
— Presta atenção na estrada ok? — Eu disse, desabotoando sua calça, colocando o pau para fora e me inclinando sobre ele.
Eu o chupava e lambia a cabeça do seu pau. Ficamos assim por muito tempo. Rey gemia baixinho e o seu pau pulsava na minha boca. Quase gozei sem mesmo me tocar. Rey se segurava para não gozar, eu pude perceber isso. Parei de chupá-lo quando já estávamos próximos da cidade.
Minha avó, mãe do Rey, ficou muito feliz em nos ver. Me apertava tanto que eu fiquei até sem ar e sem graça pela quantidade de elogios. Ficamos de papo, jantamos e na hora de dormir eu disse que dividira a cama com o Rey.
Já na cama, me lembrei que ele ainda não havia gozado.
— É verdade. E o que você está esperando para me fazer gozar? — Rey me perguntou.
Não precisava responder. Tinha que agir, tirei a minha cueca e subi sobre o Rey. Eu o beijei e dei o meu pau para ele chupar.
— Que delicia de pau. Que pau gostoso. — Ele disse.
— Ele é seu, pai. Será seu enquanto esse sonho for realidade. — Eu disse. Eu não queria que aquele sonho acabasse nunca, mas sabia que faltava pouco para despertarmos.
Eu me segurava para não gozar. Rey se virou de bruços, eu molhei o seu rabão com saliva e meu pau também. Fui encaixando bem devagar até penetrá-lo completamente. Rey gemia gostoso e ficamos naquele vai e vem. Eu o beijava e mordia a sua orelha. Dizia que o amava e que não queria acordar daquele sonho nunca.
Quando gozei Rey ainda estava de pau duro, ele não tinha gozado. Eu saí de cima dele. Rey me fez ficar deitado de barriga para cima e se sentou em mim. Ele cavalgava gostoso enquanto eu segurava o seu pau. Senti o cu do Rey se contraindo e vi os jatos de porra saindo do seu pau em direção ao meu peito. Ele parou de cavalgar e respirou fundo. Eu o puxei trazendo o seu pau até a minha boca, eu o chupei saboreando o que sobrou do seu gozo.
No dia seguinte acordei sozinho na cama. Lamentei pelo Rey não estar do meu lado. Em lhe dar um beijo de bom dia. Fui para a sala e lá estava ele e minha avó.
Nos cumprimentamos e minha avó disse que iríamos visitar o meu avô Ronaldo. Estranhei aquilo, pelo que eu sabia, meu avô e Rey nunca foram próximos.
— Fui obrigado. — Rey disse me fazendo sorrir.
Não iríamos mais embora naquele dia. Fiquei feliz, seria mais um dia para viver aquele sonho e eu poderia encontrar com o Afonso e com o Candinho.
Almocei com os meus amigos. Eles me levaram em um clube. Candinho me emprestou uma sunga e pegamos uma piscina e sauna. Conversamos bastante. Era bom ter assuntos assim tão aleatórios. Aqueles dois continuavam se pegando e pegando geral. Na sauna do clube tinha alguns garotos um tanto quanto suspeitos e saíram assim que chegamos. Mas acabaram voltando um tempo depois. Percebi como eles olhavam para a minha sunga apertada, um deles até mordia os lábios. Afonso mais exibido se levantou e começou a andar de um lado para o outro na sauna mostrando o seu volume. E começou umas liberdades comigo e com o Candinho para chamar atenção.
Os garotos gostaram, ficaram de pau duro. Um deles tinha o pau tão grande que já estava fora da sunga na altura do umbigo. Afonso que era competitivo e também tinha um pau enorme se sentou e deixou o pau da mesma forma. Foi um dos garotos, o mais afeminado que tomou atitude se sentando perto do Afonso e pegando na rola dele.
Afonso gostou, tirou o pau para fora e mandou o garoto se servir.
— Alguém mais está servido? — Afonso perguntou me fazendo rir.
Eu não podia negar. Estava muito excitado, mas resolvi ficar na minha. Candinho também colocou o pau para fora o outro garoto se aproximou dele e um começou a masturbar o outro. O outro rapaz do pau grande se aproximou do Afonso e ambos davam de mamar para o afeminado.
A pegação rolou solta. Mas quando ouvimos um barulho fora da sauna voltamos a nos comportar, saímos todos.
— Eu moro sozinho. Se quiserem ir para minha casa. — Nos convidou o afeminado.
— Fica para uma próxima. — Afonso respondeu. — Outro dia nos esbaramos por aqui.
Os outros dois garotos que estavam com ele antes na sauna aceitaram o convite e partiram.
— Nesse clube tem muito disso. — Candinho disse. Percebi que tirando eu, Afonso e Candinho, ninguém mais se conhecia ali.
— Então vocês estão bem servidos de putaria. — Eu disse e todos rimos.
Corri de volta para a casa da minha avó. Tinha combinado com Rey de irmos visitar o meu avô. Rey e a minha avó estavam dormindo. Fui até o quarto que Rey estava deitado e lhe dei um beijo. Ele acordou com um sorriso que fazia parecer que o mundo era perfeito. Eu disse que iria tomar um banho e o chamei para ir comigo. Mas ele se recusou justificando que não faria nada com a minha avó em casa.
Rey estava nervoso. Dentro do carro ele me disse que nunca teve uma boa relação com o pai, o que não era novidade para mim. Antecipadamente ele me pediu desculpas caso ele se tornasse agressivo com o pai. Pelo visto o meu avô Ronaldo despertava o lado obscuro dele.
— Relaxa Rey, vai dar tudo certo.
Foi o meu avô que abriu a porta, ele nos encarou. Atrás dele veio uma criança correndo e perguntando quem era. Meu avô Ronaldo o pegou no colo com um grande sorriso. Ele sorria para a criança e não para mim e para o Rey. Ronaldo nos apresentou e nos convidou para entrar.
A esposa do Ronaldo falou da nossa semelhança, tratava o Rey como se o conhecesse e ele parecia não se lembrar dela.
— Sou a Meg. Era sua vizinha. — Ela disse.
— A Megalinha? — Rey disse. Percebendo que falou sem pensar ele prendeu a respiração. Meu avô fechou a cara na hora. Meg ficou sem graça, mas concordou com a cabeça — Desculpa eu não quis dizer isso.
—Tudo bem, isso faz parte do meu passado que eu deixei para trás. — Ela disse.
Eu segurava o riso. Fiquei mal pelo Rey ter ficado tão sem graça, mas aquela situação era hilária. Fomos para a sala onde lanchamos um delicioso bolo que a Meg fez. Tudo caminhava bem até o momento que Meg elogiou os filmes do Rey e meu avô criticou pelo fato de sempre ter uma personagem gay. Meg deu uma boa resposta sobre representatividade, podia ter parado por ali, mas disse para o Rey conhecer alguns casos de ex-gays na sua igreja, onde existe um trabalho de cura gay.
Segurei mais uma vez o riso. Aquelas pessoas eram estranhas e o que a Meg dizia era um completo absurdo. Rey já estava sem paciência. Disse que faria um filme baseado na história deles, Ronaldo não gostou. Meg sugeriu um final onde o Rey encontrasse a cura e fosse abraçado pelo pai que tanto o ama. Eu não acreditava que estava presenciando aquilo. Era cômico e trágico ao mesmo tempo.
Rey e Ronaldo começaram a discutir.
— Me explica também como o senhor se transformou em um bom marido e num pai amoroso. Não foi a igreja, pois você sempre foi da igreja. Outra coisa que fiquei curioso é como a sua igreja consegue curar pessoas gays, mas não consegue curar um alcoólatra? — Rey perguntou.
“Boa, pai! ”, pensei.
— Chega! Não foi pra isso que te recebi na minha casa. — Meu avô gritou.
— E foi pra quê? Para pedir um aumento na mesada? Ou por medo de perder a mesada? — Rey disse.
Meg tentou colocar panos quentes, disse como era importante a ajuda financeira do Rey, que antes era para a escola do filho deles e agora passou a ser para os medicamentos do Ronaldo. Aquela simpatia toda realmente tinha um interesse por trás e o Rey também percebeu aquilo e sorriu, um sorriso com raiva.
A discursão continuou e eu estava esperando uma deixa para poder entrar naquele circo de horrores e chegou com uma pergunta da Meg.
— Edu você não gostaria que seu pai fosse um varão? — Meg me perguntou como se eu fosse concordar com ela.
— Ah, mas ele é um varão. Rey é um homem de verdade e muito mais homem que vários héteros por aí. — Eu disse olhando para o meu avô. — Rey é um bom pai, um homem que sabe amar e respeitar a todos independente de qualquer coisa. Eu tenho muito orgulho dele e não mudaria nada. E Rey é muito mais cristão que vocês dois juntos.
Todos se calaram. E eu continuei.
— Vamos embora Rey, ninguém aqui te merece. — Eu disse me levantando.
— Vamos. — Rey concordou, ele estava emocionado.
— Por favor não vão. — Meg pediu.
— Não devíamos ter vindo. Vocês são pessoas tóxicas, falam de Deus mas esquecem que Deu é amor. Vocês estão errados, não devem curar ninguém. Não devem amar somente quando as pessoas se convertem e pensam e agem como vocês. Pelo que eu entendi, você era uma galinha, e você ainda é um alcoólatra e está há anos vivendo da mesada do Rey. Quem vocês pensam que são para quererem mudar as pessoas. — Eu disse me dirigindo à Meg e depois ao meu avô, não satisfeito, continuei. — Você pode ter mudado de vida e você pode ter aprendido a amar um filho, mas isso não faz de vocês boas pessoas. Não sabem amar o próximo.
— Justamente por amar o Rey que estamos tentando salva-lo do inferno e se você o ama devia fazer o mesmo. — Meg disse.
— Pelo que sei, quem salva é Jesus e eu não tenho dúvida que o Rey está muito mais próximo dele do que vocês, pessoas preconceituosas. Eu realmente espero que um dia vocês possam ver isso. E que não seja tarde demais. — Eu disse. Puxei o Rey pela mão e saímos daquela casa.
— Obrigado por me defender lá dentro. — Rey disse. Eu sorri e o abracei.
Peguei a chave do carro e voltei dirigindo para a casa da minha avó. Rey estava mais calmo e achávamos graça do que havia acontecido. Rey me contou o que ele sabia do passado da Meg, mas não sabia como ela se transformou de piranha para uma mulher recatada e do lar.
— Você vai contar para a vovó? — Eu perguntei.
— Claro, quem sabe assim ela nunca mais insista para eu encontrar com o meu pai. E vou perguntar por que ela não me contou que foi com a Megalinha que ele se casou. — Rey disse rindo.
— Vamos passar a noite sozinhos, não é? — Eu perguntei.
— No que está pensando? — Ele me perguntou com um sorriso.
— Em aproveitarmos a nossa última noite juntos aqui. — Eu disse. Imaginava que essa poderia ser a nossa última noite como amantes.
— Eu gostei disso. — Rey disse me beijando. — Mas ainda está cedo, minha mãe ainda está aqui e eu pensei em saímos para jantar, o que acha? E depois teremos a noite toda para nós. — Ele disse.
— Gostei. — Eu disse.
Pouco tempo depois minha avó saiu do quarto. Ela já estava pronta para ir trabalhar. Rey contou para ela da nossa visita. Vovó em alguns momentos achava graça e em outros ficava horrorizada com o que passamos.
Fui tomar banho e quando menos esperava o Rey entrou no chuveiro.
— Sua avó já foi. Você não queria tomar um banho comigo? — Ele disse sorrindo.
Eu sorri de volta e o beijei. Enquanto a água caia sobre os nossos corpos, nós nos alisávamos. Em questões de segundos ambos estávamos excitados. Nossos paus duros travavam uma luta em nossa cintura. Nossos abraços eram fortes e nossos beijos famintos. Rey se ajoelhou e colocou o meu pau na boca. Eu segurava os seus cabelos e gemia, tamanho era o prazer.
— Fode a minha boca Edu. — Rey pediu.
— Assim, pai? — Eu disse enquanto segurava o seu rosto e entrava e saia com o pau da sua boca.
Lambuzei a minha mão com sabonete e passei no cuzinho do Rey. Aquele cu sempre apertado fazia o meu pau pulsar. Rey se levantou e se inclinou na parede, deixando aquela bunda firme disponível para mim. Enfiei meu pau lá dentro enquanto o segurava pela cintura.
— Gosta de fuder o seu pai, gosta? — Rey me perguntou.
— Muito. — Respondi sem fôlego.
— Então fode seu safado. — Rey disse gemendo. — Eu adoro você me fudendo. Assim todo dentro de mim.
Eu estava morrendo de tesão. Metia bem fundo e tirava bem devagar o meu pau. Rey gemia e se masturbava.
— Não bate punheta não. — Eu disse. — Goza só dando pra mim. E se não gozar eu te chupo até você gozar.
Rey largou o seu pau e levou a mão de volta para a parede. Eu metia em um ritmo rápido. Rey gemia ainda mais, estava perto de conseguir que gozássemos juntos. Enquanto metia segurei o pau do Rey, senti pulsar e seu cu se contrair como se mordesse o meu pau. Meu pau também pulsava dentro dele. Ambos estávamos gozando e gemendo. Foram uns dois minutos de extremo prazer. Quando saí de dentro do Rey nos beijamos.
— Espero que tenha guardado suas forças por que mais tarde tem mais. — Eu disse.
— Estou contando com isso. — Rey respondeu e me beijou.
Terminamos o banho e nos aprontamos, fomos em um restaurante chique, de um chefe famoso.
— Queria poder andar com você como se fossemos namorados. — Rey disse.
— Você é famoso Rey. E mesmo se fosse um anônimo está na cara o nosso parentesco. — Eu disse. Rey era jovem, impossível de acreditar que ele teria um filho de 18 anos. Mas quem nos visse, diria no mínimo que somos irmãos.
Conversamos sobre vários assuntos. Achamos graça de como eu era tímido na sua presença quando nos reencontramos. Algo que para mim parecia ser anos atrás, havia passado apenas alguns meses.
— Eu não sabia como agir, estava confuso com o que eu sentia. Aquela paixão proibida, aquele tesão acumulado. — Eu disse.
— Eu sentia o mesmo, mas tudo que eu queria era ficar perto de você, nem que fosse só do seu lado. Nem que fosse só para ver o seu sorriso e te abraçar quando nos despedíssemos. — Rey disse.
— Eu queria deixar essa conversa pra quando voltássemos para o Rio. Mas acho que agora é a hora. — Eu disse. Rey me olhou sério. — Não foi só pelo Fábio que eu fui para a casa da minha mãe. Eu estou com medo Rey.
— Eu percebi Edu. Naquela manhã em que você foi embora, senti que havia algo errado com você. Tentei te dar um pouco de espaço. Só não esperava que você fugisse assim. — Rey disse. — Mas estamos juntos, não tem do que ter medo.
— Rey, eu tenho medo de estragar a sua vida. — Eu disse. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa eu continuei. — Você é uma pessoa pública e se descobrirem?
— Edu eu sou e sempre fui muito reservado. Ninguém precisa saber de nada e ninguém tem nada a ver com a minha vida particular.
— Rey, você está fazendo um filme sobre incesto.
— Nós estamos. — Ele me corrigiu me fazendo sorrir.
— Não acha que podem usar isso para ligar nós dois? — Eu disse.
— Não vejo motivo. — Eu disse. — Foi ideia do Maia nem minha foi. Maia também tem filhos.
— Mas o Maia não é gay. — Eu disse.
— Não preocupa Edu, o importante é que nos amamos.
— Mas Rey. Isso pode destruir a sua vida, a sua carreira.
— Eu não me importo. Se você achar melhor eu abandono o filme. Dou tudo para o Maia e digo que não quero me envolver.
— E isso de certa forma não é destruir a sua carreira? — Eu perguntei. — Eu não posso ser responsável por nada disso.
— Você não é responsável por nada. — Ele disse.
— Rey temos que pensar melhor nisso. Não podemos agir por impulso.
— O que você quer Edu?
— Eu não sei. Você disse que queria poder me tratar como se fossemos namorados. Mas isso nunca vai poder acontecer. É esse o tipo de relacionamento que você quer?
— Eu só quero ficar com você.
— Eu também, mas até quando? Se um dia se cansar de mim. Se um dia quiser um relacionamento de verdade. — Eu disse.
Rey ficou calado. Ele estava absorvendo aquilo que eu dizia. Tive medo de ter ido longe demais. O que eu realmente queria era segurança. Uma segurança que o Rey não podia me dar. E só piorou com o seu silêncio.
Nosso prato chegou e encerramos o assunto. O clima estava estranho, percebi que eu tinha avacalhado com a noite, devia ter deixado para tratar desse assunto no Rio.
Levantei para ir ao banheiro. Já lá dentro entrou no banheiro um homem bonito, corpo atlético que devia bater idade com o Rey. Ele me encarou, mas eu não dei confiança. Fui lavar a minha mão e ele parou ao meu lado. Ele também lavava as mãos e não deixava de me olhar. Eu já estava incomodado. Quando estava saindo do banheiro ele me chamou.
— Rapaz. — Ele disse e eu olhei para trás. — Me desculpa, mas você é filho do Rey? Do Rey e da Ana?
Sem graça percebi que o cara me encarava por me conhecer e não por ser mais um desses tarados de banheiro. Acenei com a cabeça positivamente.
— Você é idêntico ao seu pai. Eu te conheci quando não tinha nem um ano de vida. Ia sempre com o seu pai te visitar quando era um bebê. Estudei na mesma escola que eles. Fui muito amigo do seu pai. Como eles estão? Soube que o Rey foi para Hollywood. E Ana como ela está? Estou falando sem parar e nem me apresentei. Sou Anderson. — Ele disse esticando a mão após seca-las.
— Sou o Edu. — Eu disse o cumprimentando.
— Então o seu pai ganhou a briga. — Ele disse sorrindo.
— Briga? — Perguntei.
— Sim, se você seria Edu ou Dudu. — Ele disse sorrindo.
— Pra minha mãe e para os meus amigos de infância ainda sou Dudu. — Eu disse.
— Coisa boa te ver. E os seus pais como estão? — Anderson me perguntou.
— Estão bem. Minha mãe se casou com o Francisco.
— Eu me lembro dele. Parecia uma boa pessoa. — Ele disse.
— É sim. E o Rey está bem. Ele voltou. Estou aqui com ele. — Eu disse. Anderson sorriu.
— Aqui?
— Sim. Estamos em uma mesa no salão. — Eu disse.
— Posso te acompanhar até ele? — Ele pediu.
— Claro. — Eu disse. Saí do banheiro sendo seguido pelo Anderson.
Rey me olhava enquanto eu caminhava até a nossa mesa, reparou que havia demorado no banheiro. Inclinei a minha cabeça para trás mostrando que eu estava sendo seguido. Quando chegamos mais perto Rey reconheceu o velho amigo e se levantou.
— Eu não estou acreditando. — Rey disse e abraçou o Anderson. — Quantos anos!
— Quanto tempo Rey, você não mudou nada. — Anderson disse.
— Nem você. — Rey respondeu.
— Alguns fios brancos e algumas rugas de preocupação. — Anderson disse.
— Mas você está ótimo. Sente-se com a gente. — Rey convidou.
— Não posso. Estou com a minha esposa.
— Então você se casou. — Rey constatou.
— Sim. Nossa Rey, temos muito o que conversar. Vamos encontrar logo mais. Deixo a minha mulher na casa da mãe dela, você deixa o garoto em casa e saímos juntos. — Anderson o convidou. Não sabia o que Rey responderia, depois do nosso papo provavelmente ele iria preferir a companhia do amigo.
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Capítulo 5 – Rey
Ao fim daquele desastroso encontro com o meu pai e a sua nova família, Edu que esteve calado abriu a boca para me defender o que me deixou bastante emocionado. Voltamos para a casa da minha mãe e eu contei a história da Megalinha para ele, o que ele achou muita graça. Edu para me animar, fez planos para aproveitamos a nossa última noite. Dei a ideia de antes de aproveitarmos a noite, jantarmos fora.
Em casa contei para a minha mãe o que aconteceu no encontro com o meu pai.
— Se você tivesse me dito que foi com a Megalinha que meu pai se casou eu chegaria lá mais preparado. — Eu disse.
— Rey não jogue a culpa em mim. Tem anos que eles estão casados. Você nunca se interessou em perguntar. Nunca quis saber detalhes da vida do seu pai. Só perguntava se ele estava bem, quando não perguntava apenas se ele estava vivo. — Ela disse me fazendo calar.
Minha mãe foi para o trabalho e disse que chegaria cedo com um bom café da manhã para tomarmos antes de pegar a estrada.
Edu estava no banho e aproveitando que estávamos sozinhos em casa eu fui até ele.
— Sua avó já foi. Você não queria tomar um banho comigo? — Eu disse.
Edu me beijou. Ficamos no chuveiro nos pegando e rapidamente ficamos excitados. Comecei a chupar o seu pau e Edu gemia de prazer. Um tempo depois Edu lambuzou a minha bunda com o sabonete. Me inclinei para receber o seu pau duro dentro de mim.
— Gosta de fuder o seu pai, gosta? — Eu perguntei.
— Muito. — Edu respondeu gemendo.
— Então fode seu safado. Eu adoro você me fudendo. Assim todo dentro de mim. — Eu disse.
Edu não deixou eu me masturbar, ele queria que eu gozasse apenas com o seu pau dentro do meu cu. Fiz como ele pediu. Edu aumentou os movimentos e quando ele estava para gozar ele mesmo me masturbou. Gozamos juntos, senti sua porra quente dentro de mim.
— Espero que tenha guardado suas forças, porque mais tarde tem mais. — Edu disse.
— Estou contando com isso. — Respondi e lhe beijei.
Fomos para o restaurante. Conversamos à vontade, o clima estava bom até que Edu disse que não foi apenas pelo Fábio ter voltado que o fez fugir, ele estava com medo. Com medo de estragar a minha vida caso alguém venha a descobrir o nosso relacionamento.
Disse que sempre fui muito reservado e não teria porquê alguém descobrir. Que até largaria o filme. Edu dizia que não queria ser responsável por destruir a minha carreira, que não devíamos agir por impulso.
— O que você quer Edu? — Perguntei.
— Eu não sei. Você disse que queria poder me tratar como se fossemos namorados. Mas isso nunca vai poder acontecer. É esse o tipo de relacionamento que você quer? — Edu me perguntou.
— Eu só quero ficar com você.
— Eu também, mas até quando? Se um dia se cansar de mim. Se um dia quiser um relacionamento de verdade. — Edu disse.
Edu estava com medo. Eu sabia que o seu medo não era apenas por mim. Os questionamentos que ele me fazia também serviam para ele. Não podia esperar que um garoto de 18 anos, por mais forte que fosse aquela paixão abriria mão de toda a sua vida para viver um relacionamento proibido e escondido. Edu já havia tomado a decisão dele, só tinha medo de dizer em voz alta. Ele me deu sinais todos os dias. E estava claro que aquela seria a nossa última noite.
Com a chegada do nosso prato enceramos o assunto. Comemos em silêncio. Edu pediu licença para ir ao banheiro e demorou mais do que o normal. Me preocupei se ele estava passando mal. Quando pensava em me levantar vi o Edu vindo em minha direção. Sendo seguido por um homem. Edu sinalizou para eu olhar para aquele homem. Demorei alguns segundos para reconhecer. Era o Anderson, o meu primeiro namorado. O primeiro homem com quem eu transei.
— Eu não estou acreditando. — Eu disse me levantando e abraçando o meu velho amigo. — Quantos anos!
Após os cumprimentos e uma troca de elogios eu o convidei para se sentar.
— Não posso. Estou com a minha esposa. — Anderson respondeu.
— Então você se casou. — Eu disse.
— Sim. — Anderson respondeu. Vi que sua resposta foi mais um lamento do que uma exclamação de felicidade. — Nossa Rey, temos muito o que conversar. Vamos encontrar logo mais. Deixo a minha mulher na casa da mãe dela, você deixa o garoto em casa e saímos juntos. — Anderson disse.
— Hoje eu não posso. — Eu disse. Edu ficou aliviado. Eu queria fazer daquela noite com o Edu uma noite memorável.
— Eu só posso hoje Rey. Amanhã eu volto para o Rio.
— Rio? Rio de Janeiro? — Perguntei.
— Sim estou trabalhando lá. Volto amanhã. — Anderson respondeu.
— Ótimo, eu também. Estou morando no Rio desde o ano passado. Também voltamos amanhã. — Eu disse. Anderson sorriu. — Podemos nos encontrar nessa semana mesmo.
— Perfeito! — Anderson disse.
Anderson queria encontrar no dia seguinte. Mas disse que como iria viajar de carro e tinha algumas coisas para fazer, ficaria um pouco difícil. Trocamos nossos contatos e ele ficou de me ligar para acertamos o nosso encontro. Ele demonstrou bastante interesse e necessidade de falar comigo.
— Ele disse que estudou com você e com a minha mãe. — Edu disse após me contar como o Anderson o abordou no banheiro.
— Sim, ele era um ano mais velho do que eu e um ano mais novo que sua mãe. — Eu disse.
— Ele disse que foi com você me visitar quando eu era um bebê. — Edu disse. Eu sabia onde ele queria chegar, senti o seu ciúme.
— Sim. Nós namoramos por mais ou menos um ano. Ele foi o meu primeiro namorado — Eu disse. — E foi graças a você.
— A mim? — Edu perguntou com dúvida.
— Sim, o Anderson se aproximou de mim quando soube que eu iria ser pai.
— Mais agora ele é casado com uma mulher. — Edu disse procurando a mesa em que eles estavam sentados. — Ele é gay?
— Não sei. Tudo aconteceu quando ele tinha entre 17 e 18 anos, talvez tenha sido só um período, uma curiosidade ou talvez ele seja bi, como você. — Eu disse. Edu sorriu sem graça.
Sinalizei para o garçom pedindo a conta. Após efetuar o pagamento fui até a mesa do Anderson.
— Esse é o Rey, meu amigo da época da escola. — Anderson disse a sua esposa. Uma mulata muito bonita com cabelos cacheados. Eles não eram um casal que pareciam felizes. — Ele que é o diretor daquele filme que vimos na mostra de cinema.
— Muito prazer, adorei o seu filme, parabéns! — Ela disse sendo simpática.
Eu agradeci e apresentei o Edu. Nos despedimos e partimos.
— Pra onde estamos indo? — Edu perguntou dentro do carro. Ele percebeu que eu fazia um caminho diferente da casa da minha mãe.
— Não vamos para casa. Vamos para um lugar que podemos entrar como um casal. E teremos uma noite linda e perfeita. — Eu disse.
Segui com o Edu para o melhor motel da cidade. Pedi a mais completa suíte. Era enorme, tinha piscina, hidromassagem e sauna.
— Eu nunca tinha entrado em um motel antes. — Edu disse espantado com o ambiente.
— O que achou? — Perguntei.
— Muito bonito. Mas eu sei que não são todos assim. — Edu disse. Ele sabia que aquela suíte era especial. — Tem até Piscina.
— É verdade, mas acho melhor não entrarmos. — Eu disse. Podia confiar na higienização de uma hidro. Mas de uma piscina eu tinha lá as minhas dúvidas.
Liguei a hidro e enquanto se enxia e criava aquelas borbulhas dos sais de banho, eu puxei o Edu para um longo beijo.
— Eu sempre serei seu, meu garoto. — Eu disse entre beijos. Edu tinha um olhar emocionado. Eu lhe dava a tão doída noite de despedida. Não precisamos dizer nada sobre isso. Nosso olhar já dizia tudo.
— Eu te Amo Rey. — Edu disse. Eu limpei uma lágrima tímida que escoria pelo seu rosto triste, mas sorridente.
— Vamos para a hidro. — Eu disse, lhe beijando mais uma vez.
Eu queria convencê-lo que não podíamos ter uma última noite se tínhamos o resto de nossas vidas pela frente. Que eu faria qualquer coisa para não deixar de amá-lo, de senti-lo. Talvez eu não precisasse de muito para convencê-lo. Mas não cabia a mim forçar esse relacionamento. Eu não era apenas um homem apaixonado que não queria perder o homem que eu amava. Eu era também um pai, que devia deixar o filho livre para fazer as suas próprias escolhas, viver a sua própria vida. Talvez o Edu, mesmo que para mim uma criança, pudesse ter mais sanidade do que eu. Talvez ele soubesse que aquela história não poderia dar certo, que levaria a um sofrimento muito maior do que aquela prazerosa despedida. Talvez minha mãe também estivesse certa...
Edu sorria.
— O que foi? — Eu perguntei.
— Eu perguntei onde você está? Sua cabeça, parece viajar. — Edu disse.
— Pensando nas voltas que o mundo dá. E quantas ainda darão. Mas uma coisa nunca vai mudar, é o amor que eu sinto por você. — Eu disse.
Edu veio em minha direção e subiu no meu colo. Brincou com a espuma e passou no meu rosto. Edu já estava excitado, acredito que já estava desde quando entramos no motel. Sentir a sua bunda lisa no meu colo, isso também me deixou excitado. Fiquei brincando com o seu rabinho enquanto nos beijamos. Pincelei o meu pau na sua bunda, ele gostou. Seus gemidos me faziam querer penetrá-lo.
Carreguei Edu no colo e o levei para cama. Eu o deitei de bruços e lhe dei um beijo grego. Edu aceitava bem a minha língua no seu cu e gemia. Aquele cuzinho, virgem, apertadinho mal deixava passar o meu dedo. Edu delicadamente tirou o meu dedo de dentro dele. Eu voltei a chupá-lo.
Por muito tempo chupando aquele cuzinho gostoso e Edu quase gozando de tanto tesão eu o lubrifiquei com um gel e me deitei por cima dele. Encaixei o meu pau na sua bunda, deixava entrar apenas com o meu peso. Mas Edu era muito apertado, mal permitiu passar a cabeça.
— Eu quero muito Rey, mas eu não consigo. Me desculpa eu não consigo, não vou conseguir. — Edu disse se virando e ficando de frente pra mim.
— Não se preocupe. — Eu disse e o beijei. — Nunca vou insistir em algo que você não se considera pronto.
De frente um para o outro e eu ainda por cima do Edu encaixei o seu pau na minha bunda e cavalguei com vontade. Não demorou muito, ambos gozamos gemendo muito. Caí ao seu lado e Edu deitou a cabeça no meu peito. Mais uma vez nos declaramos.
Peguei uma garrafa de champanhe no frigobar e bebemos. Falamos algumas putarias e Edu ficou de pau duro. Viramos as nossas taças e fomos para a sauna. Eu me sentei enquanto Edu de pé me dava de mamar.
Chupei a cabeça do seu pau, passava a língua por toda a extensão e no final engolia aquele caralho inteiro. Gostava de senti-lo no fundo da minha garganta, gostava de como o Edu socava minha boca, a única coisa que eu sabia era que eu iria sentir muita falta daquilo.
Voltamos para a cama e continuamos a nos chupar, deitamos na posição de 69. Edu também me chupava com vontade. Eu movimentava a minha cintura em direção a sua boca. Edu brincava com o meu cu enquanto me chupava me dando mais prazer. Gozamos um na boca do outro, engolimos toda nossa porra. Deixamos nossos paus limpos e nos beijamos. Sentíamos o forte gosto na boca um do outro e ainda assim continuávamos a nos beijar. Bebemos mais champanhe e continuamos a nos beijar.
— Quer saber? — Edu disse. — Vou pular nessa piscina.
Não tive tempo de dizer nada Edu já estava lá dentro, como uma criança brincando na água. Ele jogava em mim e me chamava para entrar. Não resisti aos seus encantos e também pulei. Ficamos nadando, brincando, nos abraçando.
Percebi o céu clareando. Chamei o Edu para um banho e fomos embora para casa. Chegamos minutos antes da minha mãe.
— Vocês chegaram por agora, não é? — Ela me perguntou. Edu estava indo para a cama.
— Sim, fomos passear. — Eu disse sem graça com medo dela perceber algo. — Sabe quem encontramos ontem?
— Quem?
— O Anderson. — Eu disse.
— Que bom. E como ele está? — Ela perguntou, toda sorridente se lembrando do meu antigo namorado.
— Senti que não estava muito bem. Está casado, morando no Rio e quer muito me encontrar pra conversar. — Eu disse.
— É um bom rapaz. Mas casado não dá, né Rey? — Ela disse, decepcionada.
— Que isso mãe. Claro que não. — Eu disse. — Só um amigo que quer conversar.
— Só estou brincando. — Ela disse. Percebi a verdade na sua brincadeira. — Vamos dormir meu filho, vocês não vão embora agora mesmo. Daqui a pouco acordo e faço um almoço especial para nós.
— Pode dormir despreocupada. — Eu disse e lhe dei um beijo na testa. — Vamos almoçar fora hoje.
Deitei na cama ao lado Edu e dormimos. Acordamos no início da tarde, almoçamos com a minha mãe e partimos. Durante a viagem me comportei como era antes de ter vivido o nosso amor. Deixei Edu a vontade para desistir daquela loucura de ficarmos separados.
— Quer ficar na minha casa? — Eu perguntei quando já estávamos no Rio.
— Não Rey. Amanhã nos vemos na faculdade. — Ele disse. Não contestei, o deixei na porta do seu prédio. Demos um forte abraço e eu lhe dei um beijo no rosto. Edu saiu do carro e ficou me vendo partir.
Quando cheguei em casa havia me esquecido que estava hospedando o Fábio. Ele estava estirado em uma das salas vendo TV. Nos cumprimentamos com frieza.
— Resolveu o que precisava? — Ele me perguntou.
— Sim e você? — Perguntei.
— O que eu tinha pra resolver? — Ele devolveu.
— Um lugar para ficar.
— Ah! Estou caminhando com isso. — Ele disse.
Percebi que ele não tinha feito nada. Aposto que aproveitou o final de semana curtindo a praia e o meu apartamento.
— Combinamos até quinta. — Eu disse.
— Eu sei. E você não vai me deixar esquecer, não é? — Fábio disse. Eu o ignorei e ele me seguiu até o meu quarto.
— Você não é mais o Rey de antigamente.
— E nem você Fábio.
— Eu sou sim.
— Não é aquele rapaz interessado como era na sala de aula. Um entusiasta, cheio de ideias, cheio de vontade e atitudes. — Eu disse.
— Sente falta da minha atitude? — Ele perguntou.
— É você quem deveria sentir. — Eu disse.
Sorrindo Fábio veio até mim e me beijou. Me abraçava e não me deixava soltá-lo.
— Para com isso Fábio. Não é disso que estou falando. Não existe mais nada entre nós.
— Você gosta dos meus beijos, do meu corpo. E sente ciúmes de mim. Tanto que não deixou ninguém subir aqui enquanto você estava fora.
— Isso é questão de respeito a minha casa e a mim. — Eu disse. E pelo visto ele havia tentado subir com alguém. — Já não temos mais nada Fábio e se você não conseguir entender e respeitar isso acho melhor não esperar até quinta-feira para se mudar.
— Ainda podemos dar certo Rey, não entendo como de uma hora pra outra você não quer saber mais de mim. — Fábio lamentou.
— Eu gosto de você, tenho um carinho especial por você. Foi bom o que vivemos juntos. Mas acabou, não existe mais o mesmo sentimento.
— É por que eu não te comia? Posso tomar viagra Rey, podemos achar um ativo, eu faço qualquer coisa por você. — Ele disse.
— Pois não deveria. — Eu disse. Eu já não acreditava no sentimento do Fábio. O que ele queria não era apenas a mim, mas tudo que eu lhe proporcionava. Não iria dizer isso a ele. Não jogaria gasolina nessa história. — Eu mantenho o combinado com você Fábio. Até quinta. Me dê licença que preciso de um banho e da minha cama.
Fábio saiu do meu quarto e pela primeira vez eu tranquei a porta do meu quarto.
O banho foi relaxante, como um adolescente me masturbei lembrando das minhas poucas transas com o Edu. Poucas, mas que ficarão marcadas para sempre em mim. Deitei na minha cama peguei o meu celular louco para escrever para o Edu. Meu celular sinalizou uma mensagem, mas era do Anderson perguntando se eu havia chegado bem e quando poderíamos nos encontrar.
Respondi dizendo que minha semana seria um pouco tumultuada, além de ter um hóspede em casa. Anderson insistia um encontro e marcamos para a próxima sexta-feira à noite.
Na faculdade foi estranho ver o Edu, além de filho agora era algo parecido com um ex-namorado. Um ex que eu amava e queria de volta aos meus braços. Quando comecei a dar a aula consegui parar de pensar naquele sentimento, apesar de percorrer um frio da minha espinha toda vez que nossos olhares se cruzavam.
— Almoço hoje? — Eu perguntei para o Edu ao fim da aula. Ele concordou com a cabeça. Fiquei feliz por continuarmos com essa rotina. A segunda aula para os alunos do último período também foi bem tranquila. Ao fim da manhã esperei o Edu no meu carro e fomos a um restaurante.
Conversamos normalmente. Edu parecia bem e firme da sua decisão, seus olhos ainda brilhavam para mim e eu sentia que ele me amava.
“Talvez hoje ele me ame como eu sempre esperei que ele me amasse, como um pai”, pensei. Mas eu não queria mais aquilo. Não queria um amor paternal e sim o amor de macho, com aquela pegada que tivemos nos últimos dias, com aquelas fodas maravilhosas. Eu me segurava para não gritar. Para não sequestrar aquele garoto e passar horas com ele dentro de mim.
Edu me perguntou do Fábio eu reafirmei que ele ficaria até quinta. Ele queria saber mais e eu contei da tentativa do Fábio na noite anterior. Edu pareceu com ciúmes e eu gostei daquilo.
— Mas falei que o que tivemos acabou. — Eu disse para não torturar de mais o meu garoto.
Levei o Edu até a sua casa e fui trabalhar. Era hora de retomar o filme. Reunião com Maia, com os assistentes de direção, roteiristas, as primeiras leituras dos textos, encontros com os atores e assim seguiu a minha semana.
Não encontrei com o Edu. Todos os dias eu lhe mandava mensagem e dizia como estava caminhando com o filme, dizia que estava com saudade e lhe mandava um beijo. Edu também contava do seu dia. Chegou a comentar como Mama estava estranha. Eu achei graça, talvez Mama realmente estivesse tentando ser um ator de verdade.
Edu disse que iria em uma balada com os amigos sexta-feira. Eu disse que também teria compromisso, que encontraria com o Anderson.
— Tudo bem então. Divirta-se Rey, amanhã. — Edu disse.
— Você também meu filho. Eu amo você. — Eu disse.
— Eu também. — Edu respondeu desligando o telefone.
Cheguei em casa na quinta à noite achando que eu não encontraria o Fábio. Mas ele estava lá. Sua mala pronta na sala.
— Já está indo? — Perguntei.
— Estava te esperando. — Ele disse. Eu parei na sua frente esperando um abraço de despedida e ver o Fábio indo embora. — Estou com tudo pronto, mas tenho um problema.
— O que aconteceu? — Perguntei.
— Antes de dizer, só quero te fazer uma pergunta. — Fabio disse. Eu esperei que ele continuasse. — Não quer mesmo nem tentar? Me dar uma chance, uma chance para nós?
— Não Fábio. Já conversamos sobre isso. — Eu disse. — Me diz qual é o seu problema.
— Preciso pagar o aluguel adiantado e dar um calção. — Ele disse. — Eu tenho o dinheiro para o aluguel, mas não tenho o calção.
— De quanto você precisa? — Eu perguntei.
— Cinco mil reais. — Fábio disse cabisbaixo. — Eu te pago assim que tiver condições.
— Tudo bem Fábio, eu te dou. Me passa a conta da pessoa. — Eu disse.
— Pode passar para a minha. — Fábio disse.
— Da pessoa Fábio. — Eu disse em tom enérgico.
Sem Graça, Fábio telefonou. E anotou os dados bancários.
— Está aqui, eu me enganei no valor do calção. — Ele disse. — São três mil.
Peguei o meu celular, fiz a transferência eletrônica e enviei o comprovante.
— Fique bem Fábio, juízo. — Eu disse.
— Você também Rey. Obrigado. — Fábio disse me dando um beijo no rosto e tentando me beijar na boca. Eu virei o rosto. Ele sorriu. — Não custava tentar.
Apesar do prejuízo de três mil reais eu estava livre do Fábio. Dormi tranquilo tendo a minha casa livre só pra mim. Mas no fundo eu queria companhia, de uma pessoa em especial.
Dormi e sonhei com o Edu. Um sonho que eu comia o seu buraquinho apertadinho e ele gemia sentando na minha rola. Acordei suado, melado e cheio de tesão. Queria ligar para ele, contar do meu sonho e escutar que ele queria realiza-lo, mas eu não fiz.
O dia correu bem. Cheguei em casa à noite, tomei banho e fui encontrar com o Anderson. Marcamos em um restaurante que é meio balada, bem perto da minha casa. Quando cheguei, Anderson já estava lá me esperando.
Ele me olhava com um sorriso suspeito, malicioso, sexy, parecia que queria me devorar. Fiquei na dúvida do que aquele encontro nos reservaria.
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Capítulo 6 – Edu
Por alguns segundos achei que Rey iria me deixar em casa e iria sair com o seu amigo de infância, ainda mais depois do nosso assunto no jantar. Rey disse que não podia, me deixando aliviado. Contei para o Rey como Anderson me abordou no banheiro e o Rey me disse que os dois tiveram um relacionamento no passado.
Fechamos a conta e antes de ir embora Rey quis passar na mesa do Anderson para se despedir. Conhecemos a sua esposa que foi bem simpática. Fomos embora em silêncio. Não sabia o que dizer, se deveria voltar naquele assunto. “Será que Rey já considera que não temos mais nada?”, eu me perguntava.
— Pra onde estamos indo? — Perguntei. Percebi que não estávamos votando para a casa da minha avó.
— Não vamos pra casa. Vamos para um lugar que podemos entrar como um casal. E teremos uma noite linda e perfeita. — Rey disse.
Fomos para um motel. Um motel top. Nunca havia entrado em um, mas sabia que não eram todos daquele jeito. Tinha até piscina. Mas Rey achou melhor não entrarmos.
Rey ligou a hidro e esperávamos encher. Rey me puxou para um beijo e disse que sempre seria meu. Aquilo doeu no meu peito. “Se ele sempre será meu, porque essa é uma noite de despedida? Por que ele não está lutando pelo nosso amor?”, eu me perguntava.
— Eu te Amo Rey. — Eu disse emocionado, mas forçando um sorriso.
Na hidro subi em seu colo e o beijava enquanto Rey brincava com a minha bunda. Ele passava com o seu pau em mim e me excitava. Rey me carregou até aquela cama redonda, antes de me virar de bruços, pude ver aquele homem gostoso pelo espelho do teto. Rey lambia e chupava o meu cu. Metia em mim com a língua me fazendo gemer. Às vezes ele tentava colocar o dedo, mas não entrava.
Quase gozei com Rey chupando o meu cu. Eu gemia muito e queria sentir ele lá dentro. Rey passou um gel gelado na minha bunda e deitou por cima de mim. Gostei de sentir o seu peso. Me sentia acolhido, protegido, amado, mas doía. Meu cu era muito apertado para receber o pau grande e grosso do Rey.
— Eu quero muito Rey, mas eu não consigo. Me desculpa eu não consigo, não vou conseguir. — Eu disse me virando e ficando de frente pra ele.
— Não se preocupe. Nunca vou insistir em algo que você não se considera pronto. — Rey disse. Naquela hora não percebi o peso daquelas palavras.
Rey montou em cima de mim e sentou no meu pau que estava duro. Ele cavalgava, sentia prazer, eu sentia prazer e gozamos juntos. Deitamos um ao lado do outro e dissemos que nos amávamos.
A noite não terminou por aí. Bebemos champanhe, fomos para a sauna, nos chupamos até gozarmos e beber a porra um do outro. E no final de tudo, pulei na piscina. Insisti com Rey para entrar e ele entrou. Ficamos lá por mais algum tempo, entre abraços e beijos. Até o Rey resolver ir embora.
Não queria que aquela noite terminasse. Mas o sol vinha anunciando um novo dia para a minha tristeza. Chegamos em casa pouco antes da minha avó. Ela e o Rey ficaram conversando enquanto fui para a cama. Senti quando Rey se deitou ao meu lado, mas estava com tanto sono que nem lhe beijei como eu gostaria.
Acordamos no início da tarde, almoçamos com a minha vó e partimos. Viajamos como devia ser uma viagem de pai e filho, conversando, escutando música como se nada tivesse acontecido entre a gente. Eu tinha dúvidas se aquilo era o melhor para nós dois. Ficarmos separados, mas Rey parecia achar que aquilo era o certo.
— Quer ficar na minha casa? — Rey me perguntou quando já estávamos no Rio.
— Não Rey. Amanhã nos vemos na faculdade. — Eu respondi. Ficar perto dele com tanto desejo só me faria sofrer. Sem contar que o Fábio ainda estava na casa dele.
Na porta do prédio eu lhe dei um forte abraço e o vi indo embora. Passei o resto do dia recluso dentro do quarto. Escutei Mama reclamando de mim para o Cris, mas resolvi ignorar.
No dia seguinte fui cedo para aula. A primeira aula era com Rey. Era estranho vê-lo ali, era estranho quando ele olhava pra mim. Eu sentia que ele me amava, por que então estávamos separados? No fim da aula Rey veio até mim e disse:
— Almoço hoje?
Concordei. Ao fim da segunda aula encontrei com o Rey, fomos a um restaurante e almoçamos. Queria dizer que eu errei. Que não queria ficar longe dele. Que só pensava nele. Mas me mantive firme. Perguntei do Fábio, Rey disse que ele tentou algo, mas que eles não tinham mais nada. Aquele intruso iria embora na quinta-feira.
Passei a tarde estudando no meu quarto. A noite quando a casa estava mais agitada eu fechei a porta. Sem querer ela fez barulho. Mama mais uma vez reclamou. Pouco tempo depois Cris bateu na porta do meu quarto.
— Está tudo bem Edu? — Ele me perguntou.
— Está sim. Só um pouco de dor de cabeça. — Eu disse. Cris me olhava sem acreditar.
— Não estou perguntando só por hoje. Você foi para a casa da sua mãe sem dizer nada. Ontem chegou e ficou no quarto. Hoje a mesma coisa.
— Desculpa Cris, eu devia ter avisado. Não pensei que ficaria preocupado. — Eu disse.
— Claro que ficamos. Aqui somos como uma família. Sempre vai poder contar com a gente. Até com a Mama. — Ele disse rindo. — Eu aprendi que não existe problemas que não podemos superar. Eu já superei tanta coisa.
— Mas duvido que você tenha um problema igual ao meu. — Eu disse. Mas um segundo depois me arrependi.
— Não foi fácil chegar até aqui Edu. Passar a infância e adolescência se odiando. Eu odiava o meu corpo, as minhas roupas. Eu era triste, a minha família era triste. Era chamada de lésbica e eu nem gostava de mulher naquela época. Hoje minha família me respeita. Mas acha que foi sempre assim? Se eu te contar a minha história Edu...
— Desculpa Cris. Eu tenho esse defeito, faço tempestade em copo d’água e acho que ninguém sofre mais, ou tem problemas maiores do que os meus. Marcinho já me disse isso. E ele estava coberto de razão e você também. Eu não suportaria um terço do que você passou.
— Edu cada dor é de um jeito. Talvez eu também não suporte um terço da sua dor. Cada um carrega a sua cruz não é assim que se fala? — Cris disse rindo querendo deixar o ambiente mais leve. — Olha, se precisar estamos aqui. Não fique aqui sozinho no quarto, vamos para a sala, ver TV, rir, discutir com a Mama. — Cris sorriu novamente.
— Amanhã, amanhã estarei melhor. — Eu disse. Cris me deu um beijo no rosto e saiu do quarto. Quando não escutei mais barulho, saí do quarto para tomar banho e voltei para cama.
Eu devia estar mal mesmo. Na faculdade Estela e Jéssica vieram perguntar o que estava acontecendo comigo.
— Nada gente. — Respondi seco.
Jéssica olhou desconfiada e Estela me deu um forte abraço.
A semana correu assim, eu desanimado. Rey me mandava mensagem todos os dias. Falava como estava caminhando com o Filme, o novo elenco, as passagens de texto. Dizia que estava com saudade.
Eu tentei ser mais participativo na república, mesmo desanimado eu me sentava com eles à noite para ver TV. Mama estava diferente. Tinha tirado as mechas coloridas das suas tranças. Parou de usar suas roupas femininas e estravagantes. Muitas vezes sua voz não era afeminada. Eu me assustava sempre que escutava a sua voz masculina.
Na quinta-feira, Estela entrou na sala de aula se sentando na minha mesa, cruzando suas pernas bem no meu rosto.
— Edu eu já sei o que vai te animar. — Ela disse.
— O que? — Perguntei desanimado.
Ela mostrava dois convites para uma balada.
— Não quero ir em balada. — Eu disse.
— Essa não é uma balada comum. É uma festa top, primeira vez dela no Brasil, não tem ideia do que eu tive que fazer para conseguir. — Ela disse.
— O que teve que fazer? — Perguntei.
— Não pergunte. — Ela respondeu sorrindo.
— Não animo não. — Eu disse. — Da pra Jéssica.
— Não. Esse é pra você. Jéssica não gosta de balada assim. É com você que eu quero ir bebê. É amanhã. Eu passo na sua casa pra te pegar princeso.
Estela era alto astral. Não estava muito animado, mas prometi que iria pensar.
Naquela tarde, Rey me telefonou diferente dos outros dias que só falávamos por mensagens. Ele me perguntou como estavam as coisas e eu disse que estava tudo ótimo, perfeito. Não queria mostrar para ele que estava sofrendo. Disse até que fui convidado para uma balada top.
— Também vou sair amanhã, mas nada de balada. Vou encontrar com o Anderson. — Ele disse. Confesso que senti muito ciúmes. O Fábio estava saindo de vez da vida do Rey, mas agora esse Anderson estava entrando.
— Tudo bem então. Divirta-se Rey amanhã. — Eu disse.
— Você também meu filho. Eu amo você.
— Eu também. — Respondi desligando o telefone.
Não consegui pensar em outra coisa sem ser esse encontro do Rey com o Anderson. “O que aquele cara quer com o Rey. O cara é casado e ficou naquela insistência para eles encontrarem.”
Na manhã seguinte, disse à Estela que iria com ela na balada. Ela ficou tão feliz que me encheu de beijos.
— Essa noite vai ser maravilhosa. Quero você bem gato. — Ela disse.
Estava no banho quando Samu abriu a porta do banheiro.
— Fica tranquilo que sou eu. — Samu disse.
— Como você entrou? Eu não tinha trancado a porta? — Perguntei.
— Eu abro portas. — Samu respondeu sorrindo. — Agiliza aí que também tenho que tomar banho.
— Acabei de entrar. — Eu disse.
— É bom você terminar rápido, vou fazer a minha barba e vou entrar nesse chuveiro com ou sem você. — Samu disse rindo. — Sabe que eu prefiro com.
— Para de bobeira. Se entrar aqui não vai ter forças para o seu Daddy. — Eu disse levando na brincadeira.
— Aí que você se engana. Eu nunca perco a minha força e hoje não tem Daddy, estou liberado.
— Então porque está nessa pressa toda? — Eu perguntei.
— Vou em uma balada top. Lá no porto. — Ele disse. — Você deve ter ouvido falar, só vai ter gente top.
— É estou indo pra lá também. — Eu disse.
— Sério? — Samu perguntou abrindo o box e me encarando. Seu rosto estava cheio de espuma de barbear.
— Sério. — Eu respondi fechando o box de volta.
— Cara você não sabe o que eu tive que fazer para conseguir esse ingresso e você já tinha o tempo todo. — Ele disse.
— Eu ganhei ontem. Uma amiga me deu. O que vocês têm que fazer para conseguir esse ingresso? Por que todo mundo fala como se fosse algo de outro mundo?
— Cara essa sua amiga deve tá muito afim de você. Esse ingresso não se vende. É uma festa fechada, algumas pessoas e empresas ganharam esse ingresso. Só vai neguim selecionado. Rodei de mais pra conseguir. Tem playboy oferecendo mais de 5 mil por um ingresso.
— Cinco mil? Que isso! — Eu disse.
— Pra você ver como essa festa é top. — Samu disse abrindo novamente o box, dessa vez ele estava nu, com o pau meia bomba e entrou.
— Sério que vai tomar banho comigo aqui. — Eu disse.
— Você foi avisado. — Samu disse sorrindo.
Alguns segundos depois eu estava de pau duro e ele também. Samu fazia questão de esbarar no meu pau ou o dele em mim.
— Isso não vai dar certo. — Eu disse. — Espera eu me enxaguar e você fica com o chuveiro pra você.
Samu se ensaboava enquanto eu me enxaguava. Quando estava pronto para sair. Samu me abraçou por trás me melando com a espuma de sabonete que estava em seu corpo. Enquanto eu tentava sair daquele abraço ele segurou o meu pau que estava duro.
— Relaxa Edu. Vamos brincar. Chegar na festa sem pressão. Quando foi a última vez que você gozou? — Samu perguntou.
— Sábado. — Eu disse, enquanto lentamente ele me punhetava.
— Que isso amigão, uma semana. Nenhuma punhetinha? — Ele perguntou. Eu balancei a cabeça. Samu se virou de frente pra mim e me beijou. Eu cedi aquele beijo, levei a minha mão até o seu pau e também o masturbava. Gozamos praticamente juntos e nos beijando. Quando Samu beijou ele mordeu o meu lábio.
Me lavei e saí rápido do banho. Me sentia culpado, não podia fazer aquilo com o Rey, ou comigo mesmo. Peguei o telefone e liguei para o Rey.
— Alô. Edu. — Rey disse ao atender o telefone. Eu escutava muito barulho a sua volta. — Está tudo bem?
— Oi Rey. Está sim. Acho que liguei sem querer. — Eu disse. — Está onde?
— Estou com o Anderson. — Ele respondeu. — Você está bem mesmo?
— Estou sim. Vou sair agora pra balada com o Samu e com a Estela. — Eu disse.
— O Samu também vai? — Ele perguntou.
— Sim, ele me contou agora no banho. — Eu disse. Percebi que eu havia falado de mais. — Divirta-se Rey. Depois nos falamos.
— Você também Edu. — Ele respondeu. — Eu amo você meu filho.
— Eu também.
Rey estava se divertindo, eu também iria. Eu não podia cobrar nada dele, nem ele de mim. Não podia me sentir culpado por ter ficado com o Samu, não podia me sentir culpado por ficar com ninguém.
Samu entrou no meu quarto, fechou a porta e eu fiquei parado sem entender. Ele tirou a toalha da cintura e começou a secar os seus cabelos que molhados estavam cacheados.
— Você vai como para o porto? — Ele me perguntou.
— A Estela, amiga minha, vai passar aqui e me pegar. — Eu disse.
— A mesma que te deu o convite? — Ele perguntou.
— Sim.
— Que isso, tá podendo hein Edu. — Ele disse e eu sorri sem graça. “Será que Estela estava mesmo afim de mim?”, me perguntei. — Posso ir com vocês?
— Vou ver com ela. Não sei se o carro vai estar cheio. — Eu disse.
— Beleza. — Samu respondeu. Enrolou a toalha na cintura e saiu do quarto.
Mandei uma mensagem para a Estela e terminei de me arrumar. Samu voltou ao meu quarto, quase todo vestido faltando apenas a camisa e perguntou se eu tinha alguma resposta. Olhei no celular.
— Rola sim. Ela disse que passa aqui em 20 minutos. — Eu disse.
— Carraca, deixa eu correr. — Samu disse.
Depois de pronto fui para a sala. Mama sentado na sala vendo TV me olhou de cima a baixo.
— Então você também vai nessa festa elitista? — Ele me perguntou.
— Sim, ganhei o ingresso. — Eu respondi. Inocente pensei que a minha resposta faria a Mama não render.
— Mesmo ganhando eu não iria. — Mama disse.
— Menos Mama, fala isso porque está com inveja. Tenho certeza que iria sim. — Samu berrou lá de dentro.
— Se enxerga garoto, não sou como você não. — Mama disse.
— É pior. — Samu disse rindo. Veio para sala deu um beijo no rosto da Mama e se virou pra mim. — Estou pronto. Vamos?
— Vocês estão uns gatos. Vão fazer sucesso lá. — Cris disse.
— Obrigado. — Respondi, enquanto Samu apenas deu uma charmosa piscadela para o Cris.
— É né, tem gosto pra tudo. — Mama disse.
Na porta do prédio Samu acendeu um cigarro. Ele tinha um certo charme para fumar, assim como o Rey.
— O que foi? — Samu me perguntou ao perceber que eu o reparava.
— Não sabia que você fuma. — Eu disse.
— Sim. Eu gosto desses com sabor. Mas não pode fumar lá em cima. Você quer?
— Não, agora não. Eu ficava com uma pessoa que fuma. Estranho sentir falta até disso. — Eu disse.
Samu veio sorrindo na minha direção e me beijou. Aquele beijo com gosto de cigarro e frutas vermelhas. Não era um gosto bom ou ruim. Mas me lembrei do beijo que dei no Rey na varanda do seu apartamento.
— Tá louco? Me beijando assim na rua. — Eu disse.
— Não pode? Só dentro do banheiro ou do seu quarto? — Samu disse mostrando a minha hipocrisia.
— Não é isso. — Respondi.
— Já sei, é a Estela, não é? Não quer que ela veja. — Samu disse. Achei melhor ficar calado para eu não piorar a minha situação. — Deve ser ela chegando.
Era a Estela, vinha em um Mercedes, ela sentada no banco de trás e um motorista dirigindo. Samu sentou no banco da frente e eu atrás com a minha amiga. Fomos o curto caminho conversando. Apresentei a Estela ao Samu e ambos falavam sobre a expectativa da festa. Como foi a festa em outros países. Em qual cidade do Brasil seria no próximo ano. Se fosse boa mesmo eles iriam no ano que vem. Eu fiquei apenas ouvindo e concordando. Pensando no que o Rey estaria fazendo.
Quando saímos do carro, Estela me puxou para um particular.
— Não se preocupe, ele não vai ficar na nossa cola a noite toda. — Eu disse, pensando que ela iria reclamar do Samu.
— Não é isso. Ele é bacana, pode ficar com a gente se quiser. Quero te falar outra coisa.
— O que?
— Meu ex vai estar aí. Tenho um pedido para te fazer. — Ela disse.
— Que pedido? — Perguntei. Percebi que esse seria o preço do meu ingresso.
— Hoje você é meu namorado. — Ela disse. Eu sorri sem graça.
— Eu? Por que não usa o Samu? — Eu disse. — Ele é mais baladeiro, mais despojado, mais bonito.
— Você é mais o meu tipo. — Ela disse sorrindo e piscando os olhos. — Please.
— Eu não vou apanhar né? — Perguntei.
— Claro que não. — Estela respondeu sorrindo. Me deu a mão e seguimos para a fila. Samu já estava lá guardando os nossos lugares.
Havíamos chegado cedo, a fila andou rápido. Por fora víamos apenas um antigo armazém, mas por dentro era um ambiente totalmente diferente. Souberam decorar muito bem, aproveitando as paredes velhas do armazém com mobiliários de vidro e cheio de luzes. O lugar era tão grande que demorou quase uma hora para encher. E mesmo assim parecia não parar de entrar gente.
Samu ficou o tempo todo com a gente. Até mesmo na hora das danças mais ousadas que eu e Estela curtíamos juntos. Ela parecia gostar de ficar no meio de nós dois. Algumas vezes Samu vinha atrás de mim para dançar também, outras ele ficava na minha frente. Eu ficava sem graça e a Estela parecia achar graça disso.
— Edu. Não olha agora. Meu ex está ali e vindo pra cá. — Ela disse. — Me beija.
Eu a beijei, seu beijo era bom. Ela me abraçava e eu sentia seus seios colados no meu peito. E isso me excitava. Acho que ela sentiu o meu pau duro na sua barriga, pois quando ela se soltou do meu beijo estava com um sorriso malicioso.
— Oi Estela. — Disse uma garota de mãos dados com um rapaz. O rapaz, na faixa de uns 25 anos, muito bonito. Acho que já vi foto dele em alguma loja no shopping, ele era modelo.
— Oi Bárbara. — Estela respondeu. — Oi Júlio Cezar. — Ambos responderam a ela. — Deixa eu apresentar o Edu, meu namorado.
— Oi, prazer. — Eu disse, pegando na mão de ambos. Samu estava perto e olhava todo desconfiado.
— Esses são meus ex. — Estela disse. — Meu ex namorado e minha ex melhor amiga.
— Você ainda não superou Estela? — Bárbara disse.
— Mas é claro que já. — Estela disse.
— Então por que me chama de ex melhor amiga? — Bárbara perguntou.
— Por que tenho uma nova melhor amiga Barbie. Mas ainda somos amigas querida. — Estela disse sorrindo, um sorriso falso, o mesmo que Bárbara lhe devolvia.
— Prazer conhecê-los. — Eu disse ao casal. — Amor, vamos pegar uma bebida?
— Vamos amor. — Estela respondeu me dando mais um beijo. Saímos de perto deles e Samu veio nos seguindo.
— Caraca! Isso foi de mais. Obrigada, Obrigada. — Estela disse me beijando.
— Não sabia que vocês eram namorados. — Samu disse. Eu olhei sério pra ele como quem diz: “Agora não” e ele se calou.
— Sua melhor amiga e seu namorado? — Eu perguntei.
— É. Mas não foi culpa só deles. — Ela disse sorrindo.
— Sabe que ele é gay né? — Samu disse.
— Que homem bonito nesse Rio de Janeiro que não é? — Estela disse rindo. Eu fiquei sem graça. Estela não tinha bebido muito, mas depois daquele encontro com o ex ela parecia embriagada. Começou a me agarrar e dançava de forma ainda mais sensual.
— Estela, tenho que dizer uma coisa. — Eu disse.
— Que você é gay?
— Não, eu não sou gay. — Eu disse e ela me encarava desconfiada. — Sou bi.
Ela começou a rir. Samu que escutou também sorriu.
— Por que estão rindo? — Perguntei.
— Se você é bi, significa que também gosta de mulher certo? — Ela disse, e eu apenas concordei com a cabeça. — Então pra mim está ótimo.
Estela me beijou, senti quando Samu se aproximou e começou a dançar bem perto da gente relando em nossos corpos. Não posso negar que gostei daquilo. Gostei enquanto ele passava a mão no meu corpo e no da Estela ao mesmo tempo. Gostei quando ambos passaram a mão no meu peito por dentro da minha camisa e quando um deles segurou o meu pau que estava duro.
Por alguns momentos pensei que Estela e Samu iriam se beijar. Principalmente quando ela dançava rebolando a bunda no meu pau e ficava com o rosto bem perto do Samu que estava a sua frente. Mas não rolou.
O ex da Estela sempre se aproximava e muitas vezes sozinho, percebia que ele dava o perdido na namorada. Ele babava enquanto dançávamos. Tentou várias aproximações e por alguns minutos chegou a dançar com o Samu.
— Júlio Cezar, a Bárbara está te procurando. — Estela disse.
— Cadê ela? — Ele disse olhando para um lado e para o outro. Estela disparava a rir.
— Em algum lugar por aí te procurando. Já tem muito tempo que você está aqui igual urubu em cima de carniça. Seu lugar não é aqui. Você perdeu a sua chance quando escolheu a Bárbara. Podíamos ter nos divertido muito. Mas agora já era.
— Vamos conversar Estela. — Ele pediu.
— Hoje não meu amigo. Não está vendo que ela está acompanhada? — Eu disse.
— Vamos conversar, você pode vir junto. Vocês podem vir. — Ele disse estendendo o convite para o Samu que pareceu animado.
— Você escutou o meu namorado Júlio. Hoje não. Você está com a sua namorada, se dê ao respeito. — Estela disse. Júlio saiu sem graça. Não o vimos depois.
Estávamos dançando quando Samu voltou do banheiro dizendo:
— Escutei o povo dizendo que vai ter um after.
— Onde? — Estela perguntou
— Na Praia da Macumba. — Ele disse.
— Vocês não vão querer atravessar a cidade para ir em um after né? — Eu disse.
— Sugere algo melhor pra gente fazer? — Samu me perguntou.
— O que sugere Edu? — Estela perguntou me beijando mais uma vez e passando a mão pelo meu corpo.
— Diz aí Edu. — Samu disse também passando a mão em mim por cima dos ombros da Estela.
— Não sei gente. — Eu disse sem graça.
— É claro que sabe. — Estela disse passando a mão no meu pau que novamente ganhava vida.
— Vocês querem abusar de mim, isso sim. — Eu disse.
Samu e Estela concordaram com a cabeça e sorriram.
— Então vamos. — Eu disse.
— Vamos para um motel? — Samu perguntou quando estávamos ao lado de fora para pegar um táxi.
— Claro que não. — Estela disse.
Assim que entramos no táxi. Estela deu o endereço de um hotel bem perto. Chegamos no hotel e Estela disse para eu pedir um quarto.
Peguei as chaves e Estela e Samu me seguiram até o elevador. Achei estranho não pedir identidade deles, apenas a minha. Talvez por que apenas eu tivesse cara de novinho.
Entramos no quarto e Estela tirou o salto, jogou o cabelo para frente expondo o zíper do seu vestido. Eu o desci até a sua cintura, ela tirou os braços do vestido e rebolou até o mesmo cair aos seus pés. Estela virou de frente para mim e eu pude ver os seus maravilhosos seios, grandes e firmes. Fui com a minha mão até eles e a beijei.
Estela desabotoava a minha calça enquanto eu tirava a minha blusa. Olhei para a cama de casal e lá estava o Samu, deitado apenas de cueca segurando o pau.
— Aí que delicia, dois pra mim. — Ela disse.
Eu a empurrei na cama e Samu a abraçou. Ele a beijou. Eu me deitei sobre ela e coloquei os seus maravilhosos seios na minha boca. Beijava, e mordia os seus mamilos. Ela gemia. Desci mais um pouco e tirei a sua calcinha com os dentes.
Estela era lisinha e perfumada, eu gostei disso. Abri as suas pernas e chupei a sua boceta. Não demorou muito Samu mudou de posição. Tirou a minha cueca e chupava o meu pau enquanto eu continuava chupando a Estela. Montamos um triângulo naquela cama, pois Estela também estava chupando o Samu.
Passei a chupar o clitóris da Estela enquanto suavemente eu penetrava e rodava os meus dedos dentro daquela garota, com certeza a mais gostosa e safada com quem eu já tinha ido para a cama. Senti quando ela gozou pela primeira vez. Senti o seu corpo de contraindo, senti que ela ficou ainda mais lubrificada. Samu também pode sentir, nessa hora ela mordeu o pau dele.
— Alguém tem camisinha? — Eu perguntei.
— Tenho. — Estela e Samu responderam juntos. Ainda bem que eles estavam preparados. Entendi que já estava na hora de andar sempre com camisinha na carteira.
Samu pegou uma camisinha e encapou o meu pau. Deitei por cima da Estela e a penetrei sem dificuldade. Eu estava acostumado com o cu apertado do Rey, então qualquer boceta seria fácil pra mim.
Estela era quentinha, macia, pude sentir o meu pau sendo acolhido lá dentro. Samu encapou também o seu pau e veio se deitar por cima de mim.
— Não rola Samu. Sou só ativo. — Eu disse.
— Aí que delicia, ele é só ativo. — Estela disse sorrindo para mim. Voltamos a nos beijar. Eu metia em sua boceta um entra e saí frenético. Samu não satisfeito em observar tudo de longe encaixou o seu pau entre os nossos rostos. Ele queria participar daquela foda. Aceitamos bem o seu membro, nós o chupávamos enquanto continuávamos na posição de papai e mamãe.
Estela gozou mais uma vez. Ela apertou forte as minhas costas, senti dor e prazer. Gozei também, como o pau do Samu na minha boca. Estela não me deixou sair de dentro dela. Nos giramos na cama e ela veio por cima, ficou sentada no meu pau. Samu também mudou de posição, ficou em pé na cama e deu o seu pau para ela chupar. Enquanto Estela chupava o pau do Samu eu alisava as pernas dele e apertava a sua bunda. Não demorou muito Samu também gozou. Estela deixou que ele gozasse em seu rosto.
Com a cara cheia de porra ela correu para o banheiro, para tomar banho. Eu e Samu exaustos ficamos estirados na cama até Estela voltar.
— Conta pra mim. O que rola entre vocês dois? — Estela perguntou.
— Nada. — Respondi.
— Fala sério. — Estela insistiu. — Acabamos de transar, vai esconder de mim.
Samu ria, o que me deu raiva, fazia parecer que eu estava mentindo.
— É sério. Não rola nada. Não estou mentindo. — Eu disse.
— Samu me conta você. — Estela pediu.
— Ele fala a verdade. — Samu disse.
— Vem me dizer que vocês moram juntos, com essa intimidade toda, nunca rolou nada? — Estela disse.
— Já rolou. Pouco depois que eu me mudei, o Samu foi até o meu quarto, nós conversamos e quando me dei conta ele já estava me chupando. — Eu disse.
— Só isso? — Estela perguntou. — Só uma vez?
— Até hoje foi só aquela vez, mas não foi só isso. — Samu disse.
— O que mais rolou? Me conta. — Estela pediu, levou a mão até a sua boceta e parecia que iria se masturbar.
— Ele também me chupou. E me fez gozar. — Samu disse.
— E eu esperando algo mais excitante. — Estela lamentou. Percebi que ela queria escutar putaria.
— Isso até hoje. Quando eu estava no banho o Samu invadiu o banheiro e entrou no box comigo. — Eu disse e Estela se empolgou. — Ele ficava esbarando o pau em mim, quando ele mesmo não esbarava no meu pau.
— E vocês ficaram excitados?
— Muito. — Samu disse. Entrando na onda. — Edu finge que não, mas ele é safado, gosta de sexo, gosta de gozar. Vendo o pau dele duro do jeito que estava eu segurei com vontade.
— É mesmo? Me mostra. — Estela pediu. Samu segurou o meu pau que voltava a ganhar vida. — E depois?
— Ele me disse que que tinha uma semana que não gozava. — Samu contou.
— Uma semana Edu? — Estela me perguntou. Sem graça acenei com a cabeça.
— Foi então que esse safado virou pra mim. — Samu disse, me fazendo virar pra ele. — Pegou no meu pau e me beijou.
Eu peguei no pau do Samu e o beijei. Estela deitada na cama com a gente via tudo enquanto se masturbava.
— Aí gozamos saímos do banho e o resto foi o que aconteceu aqui. — Eu disse.
— Mais agora essa amizade pode ser fortalecida. — Estela disse. Samu sorriu.
— Não, o Samu tem o Daddy dele. — Eu disse.
— Daddy? Um sugar daddy? — Estela perguntou. Eu fiquei sem graça por ter falado de mais. Mas Samu acenou com a cabeça e sorriu, aquele seu sorriso safado e sexy. — Espertinho.
— Mas sempre aparece alguns vales-nigth. — Samu disse rindo. — Eu animo toda hora, mas é o Edu que estava apaixonado.
Foi a vez do Samu falar demais.
— Apaixonado? — Estela me perguntou.
— Não. Era algo, mas já acabou. — Eu disse.
— Então está livre para ser o meu namorado de verdade? — Estela me perguntou.
— Nosso namorado. — Samu completou. Ele puxou Estela para um beijo e após se beijarem me encararam esperando uma resposta. Eu não acreditava que aquilo realmente era um pedido de namoro, um pedido duplo de namoro. E eles falavam sério.
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Capítulo 7 – Rey
Aproximei da mesa em que Anderson estava sentado.
— Me desculpe, agarrei no trabalho e seu fosse em casa, chegaria atrasado. Não repare em mim. — Anderson disse sorrindo e me abraçando.
Mesmo não tendo passado em casa para se banhar ele estava bem perfumado. Um perfume que eu sempre gostei e ele sabia. “Será que ele se lembrou disso?”, me perguntei.
— Você está ótimo! — Eu disse.
Nos sentamos de frente um para o outro, pedimos cerveja e um filé com fritas. Começamos o papo de como foi a nossa vida na juventude. Contei quando fui para o Rio e a oportunidade de ir para Hollywood. Anderson me contou que se formou na faculdade, arrumou alguns empregos, teve alguns namorados “discretos” e namoradas. Acabou se casando com uma dessas namoradas que havia engravidado.
— Mas a gravidez não vingou. Foi uma pena. Sempre quis ter um filho. — Ele disse.
— Eu lamento.
— Há três anos engravidamos de novo. Uma gravidez de risco. — Anderson disse triste. — O bebê chegou a nascer, mas não resistiu, depois de um mês tivemos que enterrá-lo.
— Anderson, que horror. Eu sinto muito meu amigo. — Eu disse.
— Minha mulher teve depressão. Nosso casamento entrou em crise. — Ele disse.
— Importante é superar todas as adversidades. — Eu disse.
— Não superamos meu amigo. Fui transferido para o Rio. Disse para ela que fui forçado, mas na verdade eu tive a opção. Não dava para continuar lá, aquela casa, minha esposa daquele jeito. Não pensei duas vezes. Ela ficou um pouco melhor, tivemos um fôlego no nosso casamento. Mas no ano passado ela resolveu voltar. Voltou sem mim. Nosso casamento está arruinado. A cada 15 dias eu volto para visitá-la. E sabe o que eu vejo? Que ela está melhor sem mim.
Eu não sabia o que dizer e ele continuou:
— Estamos fazendo terapia. E por mais que, meu terapeuta diga que o melhor caminho era terminar aquele relacionamento de forma amigável, uma vez que, eu já não a amava, eu não queria aceitar aquela ideia. Mas minha esposa escutou o seu terapeuta que sugeriu a mesma coisa, e naquele dia no restaurante ela disse que queria se separar.
Ainda sem saber o que dizer, eu comia. Com a boca cheia, não precisava dizer nada. Anderson também não queria aquele encontro para eu dizer alguma coisa, e sim para desabafar.
— Ela disse que sentia que estava morrendo por dentro. E eu também estava. Não tinha mais libido, nem com ela e nem com ninguém. Me sentia culpado por ter desejos. Eu estava deixando de viver a minha vida. — Anderson disse.
Ele tomou um longo gole na cerveja, colocou um sorriso no rosto e continuou:
— Ver você naquele restaurante foi como um sinal pra mim. Lembrei de tudo que eu vivi, do que vivemos, das coisas que me faziam feliz, da diversão, dos prazeres. E depois que você partiu, eu decidi aceitar a separação. Pela primeira vez depois de anos pensando no que realmente eu gostaria de fazer.
— Então você está se divorciando? — Eu perguntei.
— Sim. E graças a você. — Ele disse batendo a sua cerveja no meu copo.
— Graças a mim?
— Brincadeira. A separação viria de qualquer forma, mas graças a você eu pensei em mim. Não briguei, não me senti traído. Não insisti em continuar errando daquela forma. Ver você me fez lembrar de quem eu era. E eu quero voltar a ser aquele garoto alegre, que jogava bola, que passava as tardes com você. — Anderson disse tocando a minha mão. No sustou eu recuei. — E você está com alguém?
— Acabei de sair de um relacionamento complicado essa semana. — Eu disse.
— Se era complicado fez bem em sair. — Anderson disse. Meu coração ficou apertado. Eu pensava no Edu. — Muito tempo que ficaram juntos?
— Uns 8 meses. — Respondi pensando no Fábio.
— E você gostava dele? — Anderson me perguntou.
— Muito. — Respondi pensando novamente no Edu.
— Acha que podem voltar? — Anderson me perguntou.
— Acho muito difícil. Como eu disse é bem complicado. — Eu respondi.
— Eu fiquei horas aqui falando dos meus problemas e você só me escutando. Diz alguma coisa.
— Sobre isso? — Perguntei. Eu não sou um terapeuta, não quis dizer isso e parecer grosseiro. Anderson acenou com a cabeça. Ele queria a minha opinião. — Acho que fez certo, não devemos insistir em algo que está dando errado. Foi o que eu fiz com o Fábio. Não existia o mesmo sentimento. No meu caso acho que nunca ouve um grande sentimento de verdade.
— Mas você disse que gostava muito dele. — Anderson disse.
— Acho que era o que eu acreditava para ficar tanto tempo junto dele. — Respondi. Misturar a minha história com Edu no relacionamento com Fábio era algo complicado e acebei me enrolando. Apesar de ser um velho amigo, Anderson não era a pessoa para quem eu me abriria. Na verdade, a única pessoa que confiei de verdade foi a Ana, e agora nem com ela eu poderia contar para falar sobre isso.
Consegui mudar de assunto, falamos sobre amenidades enquanto bebíamos, rimos de algumas histórias e o tempo foi passando.
Ipanema é um bairro que atrai muito o público gay e o bar que estávamos estava lotado deles. Percebia muitos olhares na nossa mesa. Anderson era lindo quando adolescente e agora adulto ficou ainda mais bonito, assim como eu. Anderson também percebeu os olhares que recebíamos e brincou.
— É só sair com gente bonita que todo mundo olha. — Ele disse.
— Você acha mesmo que é pra mim que eles estão olhando? — Eu perguntei.
— Claro, você é o homem mais bonito e interessante que desse lugar. — Anderson disse me fazendo rir.
— Eu já acho que é você. — Eu disse devolvendo o flerte. — Vamos perguntar a eles.
— Está louco Rey? — Anderson disse sorrindo enquanto eu fingia que iria me levantar. — Você perdeu a timidez mesmo hein.
Realmente quando jovem eu era tímido. Não no palco, lá eu me sentia livre, mas para interagir com as pessoas, não era algo natural. Eu tinha que fazer muito esforço.
— A gente aprende, a vida ensina. — Respondi.
— Eu fiz o caminho contrário. Acho que o casamento me prendeu, me tornei tímido, e de poucos amigos, ainda mais quando perdi a criança. — Anderson disse. Senti que o papo iria ficar pesado novamente. Mas Anderson não se abateu. — Acho que eu nem sei mais o que é ficar com um homem.
Nós rimos.
— Isso a gente nunca esquece. — Eu disse.
— Eu não sei como chegar. — Ele disse.
— Claro que sabe, foi você quem chegou em mim. Me chamou para te ver jogando bola, depois para ir a sua casa...
— Tem anos que não faço isso.
— Então vai praticar. Opção aqui não falta.
— Se for para sair daqui acompanhado só seria com uma pessoa. — Ele disse. Eu olhei em volta procurando quem era a pessoa mais interessante daquele lugar. Foi aí que me lembrei que Anderson já havia dito que era eu. Olhei para ele e ele me encarava com um sorriso sexy e safado. Sem graça eu sorri. Anderson piscou apenas com um olho e novamente tocou a minha mão.
Paralisado e sem reação, fui salvo pelo meu telefone que tocou. Tirei a minha mão de baixo da mão dele e peguei o telefone. Era o Edu. “Um sinal”, pensei.
— Alô. Edu. Está tudo bem? — Eu disse me levantando da mesa que estava com o Anderson.
— Oi Rey. Está sim. Acho que liguei sem querer. Está onde? — Edu me perguntou.
— Estou com o Anderson. Você está bem mesmo?
— Estou sim. Vou sair agora pra balada com o Samu e com a Estela. — Ele disse.
— O Samu também vai? — Perguntei, desde que o Edu me disse que ficou com ele, eu passei a me preocupar com esses dois.
— Sim, ele me contou agora no banho. Divirta-se Rey. Depois nos falamos.
— Você também Edu. — Eu respondi. — Eu amo você meu filho.
— Eu também. — Edu disse desligando o telefone.
“Ele me contou agora no banho”, citei mentalmente o Edu. “Que diabos aquilo queria dizer. Ele me ligou para dizer que tomou banho como Samu? ”
— Algum problema? — Anderson me perguntou vendo a minha cara.
— Não, nenhum. — Eu respondi tentando não parecer preocupado. Anderson pareceu não acreditar. — Era o Edu dizendo que iria para uma balada com os amigos. Me preocupo um pouco, o Edu é um garoto inocente, criado em uma cidade minúscula. Bem diferente dos cariocas.
— Relaxa, a rapaziada de hoje em dia é bem mais esperta que a gente. Isso incluindo o seu filho. — Anderson disse. — Que rapaz bonito, idêntico a você. Foi muito fácil reconhecer.
— Obrigado. Acho o Edu ainda mais bonito. Ele tem a beleza da Ana também. — Eu disse.
— Ambos eram bonitos. Mas a você o tempo só fez bem. Eu já disse, você é o homem mais bonito e interessante desse lugar. — Anderson voltava aos elogios. Seu olhar era penetrante eu sentia que ele me devorava com os olhos. Eu gostava daquilo. Sempre gostei de ser elogiado, de ter pessoas afim de mim. Isso me excitava. — O que acha de sairmos daqui Rey?
— Olha que a poucos minutos você disse que não sabia fazer mais isso. — Eu disse.
— Acho que você tinha razão, é algo que a gente nunca esquece. Pelo menos com quem já temos alguma intimidade. — Anderson disse.
Dessa vez a sua mão tocava as minhas pernas por baixo da mesa. Sinalizei para o garçom e pedi que me trouxesse a conta.
— Então vamos. — Eu disse após dividirmos a conta.
Saímos do bar, andamos dois quarteirões e chegamos ao meu apartamento.
— Está morando bem Rey. — Anderson disse. — Aqui nem se compara com o funcional que a empresa alugou pra mim no Flamengo.
— Venha ver a vista. — Eu disse o trazendo para a minha varanda.
— Você realizou mesmo seu sonho, vir morar no Rio, ficar famoso. Fico muito feliz por você. — Anderson disse passando a mão no meu ombro e braço. Eu sorri para ele e nos encaramos. Anderson deu um passo para frente, colocou a mão na minha nuca e me beijou.
Seu beijo era bom, confesso que não me lembrava. Anderson segurava o meu rosto e me beijava com força, com vontade. Ele já estava excitado, pude sentir o volume do seu pau. Meu pau também foi ganhando vida. Anderson desabotoou a minha camisa e beijou o meu tórax passando a mão pelo meu abdômen.
— Vejo que você não parou de malhar. — Ele disse.
— E nem você. — Respondi passando a mão pelo seu abdômen de tanquinho.
— Rey posso usar o seu banheiro? — Anderson pediu.
Eu o levei até o banheiro e fui para a cozinha, peguei duas cervejas e levei para a sala. Pelo barulho, percebi que que o Anderson estava se higienizando, aquela noite prometia. Não me sentia mal pelo Edu, afinal ele escolheu se afastar. É claro que a qualquer sinal dele, eu abandonaria tudo para tê-lo novamente. Mas não sou e nunca serei do tipo de ficar parado e sofrendo. Sempre soube pensar em mim, aproveitar as oportunidades e a minha vida.
Anderson voltou, se sentou ao meu lado na sala, pegou a cerveja, deu um gole, virou para mim e sorriu. Eu o beijei. A única coisa que eu pensava era quem iria ser passivo primeiro. Na nossa adolescência o troca-troca era um rito sagrado. Achei melhor eu partir para cima, pelo que o Anderson disse, havia anos que ele não transava com um homem, sendo assim ele estaria apertadinho. E só com muito tesão para deixar um pau do tamanho do meu entrar. Se ele gozasse antes seria bem mais difícil.
Nos beijávamos com muito desejo, passávamos as mãos nos corpos um do outro. Fiz o Anderson ficar de pé na minha frente. Abaixei as suas calças e coloquei o seu pau na minha boca. Seu pau estava limpo, assim com a sua bunda que eu passava a mão e enfiava os dedos. Empurrei o Anderson para o sofá o deixando de quatro, lambia a sua bunda e o seu cu que piscava na minha língua. Sem o Anderson perceber eu encapei o meu pau e já pincelava na sua bunda. Ele gemeu. Lubrifiquei o seu cu com a minha saliva e dessa vez enfiei lentamente meu pau todo dentro dele.
Anderson sentiu dor, seu gemido foi diferente, mas ele é o tipo de homem que aguenta a dor. Anderson estava com as duas mãos apoiadas no sofá. Ele tirou uma e levou até a minha bunda, me pressionando para ficar dentro dele e não me mover. Eu lhe dei o tempo necessário para se acostumar com o meu pau no seu cu. Senti quando ele relaxou e lentamente eu comecei a foder aquele cuzinho que há anos não via uma rola.
— Que delicia Rey. — Anderson disse entre gemidos. — Mete em mim, vai. Mete gostoso.
Eu metia com vontade. Me lembrava dos nossos tempos de adolescência. Das vezes que transávamos na minha casa ou na casa dele. Até mesmo no banheiro da academia.
Eu o segurava pela cintura e entrava e saia do seu cuzinho apertado. Anderson gostava e gemia cada vez mais. Eu também gemia. Ele pedia por mais.
— Isso, mete, mete. Goza Rey, goza.
Não demorou muito eu enchi a camisinha de porra dentro dele. Caí sobre ele e nos beijamos.
— Você está muito mais gostoso. — Ele disse.
— Você também. — Devolvi.
Anderson foi novamente para o banheiro e voltou totalmente nu com o seu pau ereto. Eu o puxei mais uma vez para chupar aquele pau gostoso. Anderson fodia a minha boca e eu sentia o gosto do seu pau.
— Vem comigo. — Eu disse me levantando e o levando para o quarto. Deitei na minha cama de barriga para cima e o Anderson veio por cima para me beijar. Ao terminar aquele beijo eu o forcei para baixo. Anderson foi descendo beijando o meu corpo até chegar no meu pau. Ele me chupava arrancando gemidos. Ele batia com o meu pau no seu rosto e dizia que sentiu falta da minha pica. Ele engolia com vontade, sentia o meu pau na sua garganta e meu pau pulsava. Anderson também chupou as minhas bolas, salivou nos seus dedos e brincou com o meu cu.
Eu estava pronto para dar, eu estava com vontade de ter o Anderson dentro de mim. Virei na cama de bruços e ele chupou o meu cu.
— Que bunda gostosa, olha como cresceu. Você está uma delícia Rey. — Anderson disse enquanto subia beijando as minhas costas.
Nos beijamos mais uma vez. Peguei uma camisinha e dei para ele, que a colocou e deitou sobre mim encaixando o seu pau na minha bunda. Eu relaxei e ele conseguiu entrar sem muita dificuldade. Não precisei de tempo para me acostumar. Ele começou a meter. Eu sentia aquele caralho gostoso entrando e saindo do meu cu, massageando a minha próstata e me enchendo de prazer. Quanto mais eu gemia, mais rápido o Anderson metia. Não demorou muito e ele gozou.
Anderson veio me chupar, me movimentei na cama e fizemos um 69, seu pau amolecia na minha boca enquanto o meu cada vez mais duro começou a pulsar na boca dele até eu gozar.
— Que delicia sentir o seu gosto de novo. — Ele disse após engolir toda minha porra. Nos beijamos mais vez e ficamos deitados na cama.
— Você quer um banho? — Perguntei me levantando.
— Sim. — Ele respondeu.
Fomos juntos para o chuveiro, tomamos um banho com pouco contato, apenas alguns beijos.
— Bom, acho que está na minha hora. — Anderson disse após se vestir. Eu não o convidei para ficar. — Podemos nos encontrar de novo.
— Claro, quando quiser. — Respondi.
Eu o levei até a porta, nos encaramos e nos abraçamos. Anderson parecia um pouco sem graça. Mas preferi não comentar.
— Até mais. — Eu disse.
— Até breve Rey.
Peguei as camisinhas e joguei no lixo, fui para a varanda, acendi um cigarro e acabei esquecendo das garrafas de cerveja que ficaram ainda cheias na sala. Dormi bem, foi a primeira noite que não dormi pensando no Edu. E achei isso bom. Precisava superar, apesar de saber que eu nunca iria esquecê-lo, de saber que eu nunca seria capaz de amar alguém como eu o amava.
Acordei por volta das 8 horas da manhã com a campainha da minha casa tocando. Me surpreendi quando vi, que era o Edu.
— Oi meu filho. — Eu disse abrindo a porta. — Que bom te ver aqui.
Nos abraçamos e imediatamente o meu pau ficou duro.
— Te acordei Rey? — Ele perguntou, saindo do abraço.
— Não, estava fazendo hora na cama. — Eu disse.
— Está sozinho? — Ele perguntou. Ele olhava para garrafas de cerveja na mesa de centro da sala.
— Sim. — Eu respondi recolhendo aquelas duas garrafas. — O Anderson esteve aqui ontem e acabamos tomando uma saideira.
— Pelo visto não tomaram. — Edu disse enciumado. — As garrafas ainda estão cheias.
Eu sorri sem graça, não sabia o que dizer. Não iria mentir para ele, mas não precisava dizer que eu transei com o Anderson na noite anterior.
— O que aconteceu para aparecer aqui assim? Pegar uma praia que não é. Não com essa roupa. — Eu disse mudando de assunto. Edu estava claramente vestido com a roupa que colocou para ir a balada na noite anterior.
— É que preciso te contar uma coisa. Uma coisa muito louca que até agora estou sem entender. E não sei se o que eu fiz foi certo. — Edu disse me deixando preocupado. Mil coisas se passaram pela minha cabeça, sexo, sexo desprotegido, usou drogas, tudo isso junto.
— O que aconteceu Edu? — Eu perguntei tentando parecer calmo.
— Eu comecei a namorar. — Ele disse.
— Com o Samu? — Perguntei deixando transparecer a minha raiva.
— Não... com a Estela. — Edu respondeu. Respirei aliviado. Aquele garoto não era um tipo que faria bem para o Edu, eu sentia aquilo, ou talvez fosse só o ciúme falando bem alto.
— A Estela? Aquela doidinha da sua sala? — Perguntei com um sorriso.
— Sim. — Edu sorriu de volta. — Foi muito louco pai. Ela me deu o convite para aquela festa. Aí quando chegou lá, ela disse que era pra eu fingir que namorava com ela por causa do ex que estava lá. Nisso a gente começou a ficar lá e acabamos indo para um hotel. Lá rolou, sabe. Aí ela me pediu em namoro, eu não soube o que responder e disse sim.
Aquela história definia bem a fase do Edu, a adolescência, as descobertas, a impulsividade e os prazeres. Por mais que eu quisesse o Edu para mim eu não podia priva-lo disso. Ele estava certo em querer uma vida. Se eu não desse isso para ele eu me sentiria culpado pelo resto da minha vida.
— Por que está rindo Rey? — Edu perguntou bravo.
— A juventude é fascinante. Não estou entendendo a sua preocupação Edu. Você não quer namorar com ela?
— Eu não sei, talvez seja bom pra mim, pra gente. Eu não sei. — Edu disse.
— Faça o que tiver vontade meu filho, só se é adolescente uma vez. O que quer que você faça eu estarei ao seu lado. — Eu disse indo até ele, o abraçando. — Eu amo você.
— Obrigado Rey. Eu também te amo.
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Capítulo 8 - Edu
Comecei a namorar no susto. Fui pego de surpresa pela Estela e pelo Samu. Claro que não levei o pedido dele a sério. Mas estava claro que ele seria uma peça constante naquele relacionamento. Assim que saí daquele hotel fui procurar o Rey, com dúvida sobre o que estava fazendo, com esperança dele impedir aquele namoro, eu fui contar para ele. Quando disse que estava namorando, Rey se assustou, perguntou se era com o Samu. Quando disse que não, o que não era uma mentira, mas nem totalmente verdade, ele ficou aliviado. Tive a impressão que ele gostou. Tive a impressão que ele também estava seguindo com a sua vida. Aquelas cervejas cheias na mesa de centro só queriam dizer uma coisa, não foram bebidas, porque eles se ocuparam com outra coisa. Saí da casa do Rey triste, mas não tinha mais nenhum peso na minha consciência.
Encontrei com o Rey na segunda-feira de manhã na faculdade. Ainda era estranho vê-lo ali apenas como meu pai e meu professor e não meu homem. Ele também olhava bastante para a Estela.
— O que está rolando entre vocês dois? — Jéssica perguntou para mim e para a Estela durante a aula do Rey. — Até o Rey parece desconfiado.
— Estamos namorando. — Estela respondeu.
— Fala sério garota. — Jéssica insistiu.
— É verdade, não é princeso. — Estela disse virando para mim. Ela gostava de me chamar de princeso.
— É sim. — Eu respondi. Jéssica pareceu chocada.
— Turminha do canto aí. Olha a conversa paralela, vamos prestar atenção na aula. — Rey nos censurou.
Foi a primeira vez que ele chamou a minha atenção na sala de aula e eu fiquei sem graça por isso. Me perguntava se eu havia passado a decepcioná-lo. Prestei atenção na aula e me mantive em silencio, ignorava a Jéssica e a Estela que cochichavam. Ao fim da aula, Rey se juntou ao nosso grupo.
— Hoje vocês estavam demais. — Ele disse, não era um elogio.
— Desculpa professor, é que tinha que contar a novidade para a minha amiga. — Estela disse. — Você já sabe não é. Que eu e o Edu estamos...
— Namorando. — Rey completou. — Sei sim. Mas isso não justifica o tanto que conversaram na sala de aula. Aproveitem o intervalo e conversem bastante, se ainda tiver assunto, deixa para depois da segunda aula. Ou se for mais importante que a aula, fique lá fora conversando. Nem seus colegas, nem o professor merece ser incomodados com conversa paralelas.
— Desculpa professor. — Jéssica disse.
— Desculpa. — Estela disse.
Eu fiquei calado, já havia me calado na primeira vez que ele chamou atenção.
— Tudo bem garotas. — Rey disse. — Edu almoço hoje?
— Ok. — Respondi.
— Edu, achei que iriamos almoçar juntos hoje. — Estela disse.
— Mas não falamos nada sobre isso. — Eu disse.
— Namorados não precisam falar que vão almoçar juntos. — Estela reforçou.
— Você tem razão Estela. — Rey disse. Senti que Rey me entregava em uma bandeja para a Estela. — Mas nas segundas-feiras ele almoça comigo e todos os outros dias da semana ele almoça com você ok? Já é meio que um ritual nosso.
Fiquei feliz por Rey não abandonar os nossos almoços de segunda.
— Combinado então Rey. — Estela disse enquanto Rey sorria o seu mais lindo sorrido.
— Então até mais. Te espero lá em baixo Edu. — Rey disse. Eu apenas acenei com a cabeça.
— Você ainda fica tímido perto do Rey. — Jéssica disse — Achei que já tinha passado isso. Edu, todo mundo já sabe que vocês são pai e filho e ninguém liga.
— Para de implicar com o meu princeso Jéssica. — Estela disse me dando um beijo.
— Ai, ai. Não estou implicando. Só dizendo para ele relaxar mais. — Jéssica disse.
Estela me travava com carinho, e isso deixava a Jéssica um pouco enciumada. Ao fim da aula, encontrei com o Rey e fomos almoçar.
— Então está namorando mesmo. Ela parece empolgada. — Rey disse.
— É, espero me empolgar assim também. — Eu disse.
— Curte a vida meu filho, só se é jovem uma vez.
— Você já me disse isso.
— Quando chegar na minha idade vai ver que eu tenho razão. — Rey disse.
Nosso prato chegou e almoçamos. Ao terminamos, Rey voltou a falar.
— Tenho uma novidade pra você. — Rey disse tirando uma credencial da pasta. — Seu crachá de estágio de assistente de direção.
Eu senti que me iluminei. Uma grande felicidade tomou conta de mim. Rey me levaria mesmo para trabalhar com ele no filme.
— É oficial? — Perguntei.
— Sim. Você vai participar de todas as gravações que serão feitas no estúdio.
— E as externas? — Perguntei.
— Você não vai perder aula. — Ele disse.
— Claro que vou Rey. É para participar de um filme. É pra isso que estou estudando. — Eu argumentei.
— Justamente, você irá estudar e quando formar terá muito tempo para participar e dirigir vários filmes. — Rey disse.
— Não, você não entende. O filme é muito mais importante que as aulas. — Eu disse.
— Eu não acho.
— Você mesmo participou de vários filmes com o Maia, fez estágio sem mesmo estudar. — Eu disse, deixando o Rey sem fala.
— Vamos ver, analisar cada caso, ok? Tem que manter boas notas na faculdade e nunca vai perder uma prova ou deixar de estudar pra ela. Vai se dedicar a faculdade da mesma forma que pretende se dedicar ao filme?
— Eu prometo Rey. Eu juro que sim. — Eu disse. Parecia uma criança que pedia ao pai para ganhar um cachorrinho. Rey sorria e eu gostava de ver o seu sorriso, gostava de fazê-lo feliz.
— Então tá bom. — Rey disse.
Voltei para a casa feliz. Contei para os meus amigos que iria começar a trabalhar com o Rey. Marcinho que já estava sabendo de tudo que rolou me chamou no privado e perguntou se eu estava bem, se ficar tão próximo do Rey seria algo bom. Eu disse que tudo que eu queria era trabalhar, participar de um filme e sabia que o Rey é muito profissional.
Quando contei a novidade para a minha mãe ela já sábia. Rey já tinha contado. E ela já sabia também que eu estava namorando. Disse que ficou feliz por mim e que quer conhecer a sua nora.
— Que nora mãe. Nem sabemos se isso vai dar certo. — Eu disse.
— Dudu, se quiserem que dê certo vai dar. — Ela disse. — Se você escolheu namorar, vai fundo. E nada de magoar a garota.
Minha mãe não tinha ideia que Estela não era do tipo de garota que se magoava fácil.
Com o tempo eu e Estela passamos de dois colegas de escola para verdadeiros namorados. Não tínhamos muito tempo para ficar juntos fora da escola. Mas sempre dávamos um jeito de nos encontrar e fazer muito sexo. Samu participava quando podia. E muitas vezes vinha até o meu quarto à noite só para gozarmos juntos.
Muitas vezes eu trabalhava durante à tarde, à noite e até de madrugada. Rey não me deixava faltar à aula, por isso sempre perdia algumas das gravações que aconteceram de manhã. Mas Rey reduziu bastante essas gravações pela manhã para que eu não perdesse nada do filme.
Era fantástico ver Rey trabalhar, e eu o admirava ainda mais quando ele ganhava em uma discursão com Maia. Eu ainda o desejava e morria de tesão, mas ambos aprendemos a nos controlar. Eu focava o meu tesão na Estela e no Samu enquanto o Rey focava o dele no Anderson. Rey nunca me disse que estava namorando. Mas eu reparava quando o Anderson ligava para ele e como ele ficava sem graça. E algumas vezes, ele dizia que saiu com o Anderson. Eu nunca quis perguntar nada. Era melhor não saber. Já Rey sempre me perguntava como estava o meu namoro com a Estela e sempre me incentivava a aproveitar a minha juventude.
O legal de cinema é que as cenas não eram gravadas na sequência. O que facilitava apenas uma mobilização para a gravação de várias cenas externas. Eu ficava muito atento às continuidades, era algo que gostei de fazer, posicionar os atores de forma correta a cada cena, não ter erro no figurino, na posição, nos objetos ao redor.
Mais de um mês naquele estágio eu vi que o Rey e o Maia estavam preocupados.
— O que está acontecendo? — Perguntei.
— A escola na qual iríamos gravar teve um problema, está em reforma. — Rey me respondeu.
— Vai demorar seis meses para ficar pronta. — Maia disse. — Teremos que montar um set para a escola.
— Por que não procurar outra escola? — Eu perguntei.
— Estamos sem tempo. Até achar uma do jeito que queríamos, conseguir todas as liberações... — Rey disse.
— Eu sei de uma escola perfeita. — Eu disse o interrompendo.
— Edu, a escola que você estudou não serve. — Rey disse.
— Não Rey. Não a que eu estudei. Mas a escola rural que tem na fazenda do meu... do Francisco. Lá é perfeito, tem tudo a ver com filme. — Eu disse. Rey e Maia se olharam. — Se quiserem posso falar com a minha mãe.
— Sua mãe não é o problema. E sim o Francisco. — Rey disse.
— Eu falo com eles. Podemos gravar na semana santa, não vai nem atrapalhar as aulas. — Eu disse.
— Você fala como se já tivéssemos a liberação. — Maia disse.
— Já temos. Eu garanto. — Eu disse.
— Me manda as fotos dessa escola, veja com a sua mãe e com o seu padrasto. — Maia pediu.
Na mesma hora peguei o telefone e liguei para a minha mãe. Falei para ela da minha ideia e ela gostou.
— Vou falar com o seu pai. — Ela me disse.
— Não, eu falo com ele. Só queria saber se você apoia essa ideia. — Eu disse.
Liguei para o Francisco na sequência.
— Dudu? Aconteceu alguma coisa? — Francisco atendeu o telefone preocupado. Foi a primeira vez que eu liguei para ele desde que eu saí de casa.
— Oi pai. Aconteceu sim, algo maravilhoso. E eu preciso de você, da sua autorização. — Eu disse.
— O que foi?
— Você sabe que estou trabalhando em um filme não sabe? — Eu perguntei.
— Sei, escuto você e sua mãe no telefone. — Ele disse.
— Precisamos fazer uma gravação em uma escola. Mas a escola que iríamos gravar está passando por reformas. Eu pensei em gravar aí, na escola da fazenda. — Eu disse. Francisco fez um longo silêncio. — Alô. Pai?
— Estou aqui, estou pensando. Por que ele não me ligou pedindo?
— O Rey?
— É.
— Por que eu que dei a ideia. Quero saber se o senhor autoriza aí a equipe de produção vai entrar em contato com o senhor para acertar tudo. O Rey apenas dirige o filme. Por favor pai.
— Pedem para falar comigo. — Francisco disse.
— Antes deles te ligarem eu preciso de mais uma coisa. Que me mande fotos da escola. Você pode pedir alguém para tirar e me mandar? — Eu pedi. Senti a respiração profunda do Francisco.
— Eu vou pedir. Depois não diga que eu não faço nada por você. — Francisco disse desligando o telefone.
Em menos de meia hora recebi as fotos no meu celular, percebi que foi o próprio Francisco que fotografou. Fui correndo até o Maia e ao Rey e mostrei as fotos.
— Acredito que serve. — Rey disse passando o meu celular para o Maia.
— Sim é perfeita. — Maia concordou.
— Edu passa o contato do Francisco para o pessoal. Veja se podemos gravar na semana santa. — Rey me pediu.
Quando conversei com a minha mãe naquela noite, ela me contou que já estava tudo acertado com o Francisco que no dia seguinte mesmo, alguém da equipe já iria para a cidade conhecer a escola, fazer divulgação da gravação do filme, selecionar coadjuvantes. Ela imaginava como a aquela pacata cidade iria ficar ouriçada.
— Já que você não terá aula, bem que podia trazer a sua namorada pra gente conhecer. — Minha mãe disse.
— Vou falar com ela. — Eu respondi. — Não sei se ela vai animar, ela não é muito de mato.
Quando falei com a Estela ela animou na hora. Seu interesse maior era ver a gravação do filme. Quando disse para o Rey que minha mãe convidou a Estela ele não se importou.
No final de semana antes da viagem, saímos eu a Estela e o Samu. Contamos para ele que iriamos viajar.
— Vocês não vão me deixar aqui. — Samu reclamou.
— Até parece que você não consegue viver sem a gente. — Eu disse.
— É claro que não. — Samu respondeu sorrindo.
— Que gracinha. — Estela disse rindo de sua cara e apertando a bochecha do garoto.
— Vou ficar sozinho, o Daddy vai viajar com a família. — Samu disse.
— Então vai ficar liberado a semana inteira? — Estela perguntou.
— Sim. E vocês sabem que desde que começamos com isso. — Samu disse fazendo um círculo com a mão. — Eu nunca mais fiquei com outras pessoas, nem saído para a balada sem vocês.
— Só o daddy. — Eu disse.
— Só o daddy. — Samu concordou. — Deixa eu ir com vocês.
— Tudo bem. Mas vocês têm que se comportar lá. Não quero que o Rey saiba desse nosso envolvimento. E o Francisco não pode nem sonhar que você curte homens. — Eu disse.
— Tudo bem princeso. — Estela disse me beijando.
— Tudo bem princeso. — Samu disse imitando a Estela e também me beijou.
— Lá você será apenas um amigo. E você somente a minha namorada. — Eu disse com cada um.
— Então vou aproveitar de vocês agora já que lá me deixarão na seca. — Samu disse rindo puxando a mim e a Estela para um beijo triplo.
Nos despimos e começamos a pegação. Samu chupava a boceta da Estela ao mesmo tempo que me masturbava. Eu mamava nos seios perfeitos da Estela que gemia como uma vadia. Ela sabia que tanto eu como o Samu tínhamos muito tesão nos seus gemidos. Hora ou outra o Samu invertia, chupava o meu pau e dedilhava a boceta da minha namorada.
Sempre fazíamos a Estela gozar primeiro nas preliminares antes de partimos para a penetração. Samu não havia sido passivo pra mim, mas quando ele estava comendo a Estela eu comecei a chupar a sua bunda e enfiar os meus dedos dentro dele. Ele gostou, encapei o meu pau e me encaixei dentro dele.
Eu ditava o ritmo, metia no Samu que metia na Estela, ficamos em uma posição confortável e prazerosa. Gemíamos muito e gozamos praticamente juntos.
— Caralho, nunca foi tão gostoso ser passivo. — Samu disse.
— Eu também senti tesão de mais. — Eu disse.
— Eu adorei isso meninos. Nós três sendo um só. — Estela disse.
— Podíamos ter feito isso antes, mas você não libera essa bunda pra gente. — Samu disse para a Estela.
— Eu não dou conta, meu cuzinho é muito apertado pra receber essa rola de vocês. — Estela disse.
— E acha o quê, que o meu, não é? — Samu disse com uma falsa irritação, nos fazendo rir. — Pode se preparar que você também vai ter que dar o cu pra gente.
Rimos ainda mais. Estela ficou de pensar e se preparar para um dia liberar.
— Quem sabe na fazenda do Edu. — Ela disse.
— Boa, no quarto do Francisco. — Samu disse.
— Lá não, estão loucos? — Eu fiz uma pergunta retórica. Eles estavam apenas me zoando. E eles já sabiam da minha história com o Francisco.
Liguei para o Rey naquela noite e percebi que ele estava acompanhado.
— Te atrapalho? — Perguntei.
— Você nunca me atrapalha Edu. — Ele disse.
— Rey, queria saber se pode ir mais uma pessoa no carro com a gente. — Eu disse.
— Pode sim meu filho, quem? A Jéssica? — Ele me perguntou.
“A Jéssica vai me matar por não convidá-la”, pensei.
— Não, o Samu. — Eu disse.
— O Samu? Por que você o levaria? — Rey me perguntou.
— Ele é um amigo. Queria conhecer a minha cidade. Disse que não terá aula e eu disse que ele podia ir. Se tiver algum problema ele vai de ônibus.
— Sua mãe sabe disso? Onde ele vai ficar?
— Sabe, vai ficar lá em casa. — Eu disse.
— E o Francisco autorizou isso? — Rey me perguntou.
— Acho que sim. — Eu disse. Se Samu souber se comportar não teríamos problemas com o Francisco.
— Tudo bem. — Rey respondeu, percebi que não estava muito feliz.
— Obrigado Rey, você é de mais.
— De nada Edu. Eu amo você.
— Eu também.
Estela encontrou comigo no meu prédio, era domingo pouco antes das 8 horas da manhã. Pouco tempo depois, Rey estava lá. Estranhei quando vi que ele estava acompanhado. Rey saiu do carro e Anderson também. Rey guardava a mala do Samu e Estela enquanto Anderson veio me cumprimentar com um aperto firme nas mãos. Não gostei quando ele voltou a se sentar no banco da frente.
— Ele também vai? — Perguntei para o Rey.
— Sim e não. — Rey me respondeu, me deixando confuso. — Vou deixa-lo no aeroporto.
— Só vou encontrar com vocês no final de semana. Vou a trabalho. — Anderson disse.
Eu sabia que o Anderson morava no Flamengo, o que era bem perto do aeroporto, Rey não precisava dar carona para ele. “A menos que eles estivem dormido juntos na casa do Rey”, pensei. Eu já sabia que algo estava rolando, mas ainda assim, morri de ciúme. Só voltei a abrir a boca para despedir do supersimpático Anderson, quando o deixamos no aeroporto.
— Quem vai vir na frente comigo? — Rey perguntou olhando para trás. — Bom, não vou separar o casal. Passa para frente Samu.
Samu deu a volta no carro e se sentou ao lado do Rey. Foi uma viagem tranquila, Rey e Samu conversaram bastante durante a viagem, como estava no banco de trás não escutei muito. Estela deitou no meu colo e dormiu praticamente toda a viagem. Paramos apenas uma vez, para ir ao banheiro e um lanche caprichado. Enquanto Estela e Samu foram no banheiro, Rey me puxou e me deu um forte abraço, aqueles de lado, de forma que caminhávamos ainda abraçados.
— Está tudo bem? — Ele me perguntou.
— Está sim. — Eu disse.
— Achei que ficou estranho depois que viu o Anderson. — Ele disse.
— Nada a ver. — Eu respondi.
— Ele é um bom amigo, uma companhia agradável. Tem sido bom passar um tempo com ele.
— Vocês estão namorando? — Perguntei na lata. Rey sorriu sem graça.
— Não, prefiro a definição de um bom amigo, um bom companheiro. Ele está saindo de um divórcio e eu não quero compromisso. — Rey disse.
— Entendi. — Eu disse ainda enciumado, queria que o Rey tirasse os braços do meu ombro, mas ele não tirou. Rey parou de caminhar e me segurou para virar de frente pra ele.
— E você tem algo pra me contar? — Ele perguntou. Eu o olhei como se não soubesse do que ele estava falando. — Sobre o Samu.
Não consegui escutar o que eles conversaram durante a viagem. Talvez Samu tenha dado com a língua nos dentes. Eu não queria mentir para o Rey, eu não iria mentir para ele.
— Ele é um bom amigo, um companheiro. E a Estela se dá muito bem com ele também. — Eu disse e voltei a andar em direção ao banheiro. Não olhei para trás. O Rey era um cara inteligente, ele entendeu o recado, entendeu o que estava acontecendo e entendeu que eu não queria falar sobre aquilo.
A segunda metade da viagem seria toda em silêncio, se não fosse a Estela acordada conversando o tempo todo. Ela perguntava sobre o filme, sobre as gravações, eu e o Rey dávamos respostas curtas sem dizer muito sobre o filme. Não seriam muitas cenas a serem gravadas na minha cidade. Maioria delas na escola e algumas outras em outros locais que o pessoal da produção gostou e que queria aproveitar a viagem. Como as cenas eram fora de ordem e nenhuma delas rolaria algo de incesto, tudo que dizíamos era que o filme se tratava de um drama familiar.
Ao chegar na cidade percebi a movimentação, a chegada da produção nos dias anteriores atraíra curiosos até de outras cidades. Na porta da pousada, havia um grande ônibus que levou parte da equipe e um caminhão com equipamentos.
— Vou deixar vocês na casa da sua mãe. — Rey disse.
Assim que chegamos, minha mãe foi nos receber. Foi muito simpática com a Estela e com o Samu. Francisco ficou na porta apenas observando.
— Venham, entrem. — Minha mãe disse. — Venham almoçar.
Minha mãe deu o braço para o Rey e o fez entrar. Francisco olhou para o Samu de cima em baixo, apertou forte a sua mão. Em seguida abraçou a Estela.
— Muito linda a sua namorada Dudu. — Ele disse.
— Obrigada. — Estela agradeceu.
— Obrigado pai. — Eu disse. Fui em direção a ele e o abracei. Francisco sem graça retribuiu o abraço. E eu fiquei feliz com isso.
Já na mesa durante o almoço entre vários assuntos, minha mãe contava das filas dos jovens que queriam ser figurantes no filme.
— Sua equipe vai ter muito trabalho. — Minha mãe disse para o Rey.
— Todo mundo querendo aparecer no filme. — Francisco disse como se os criticassem.
— Isso é bom. — Rey respondeu.
— O Edu me falou que a senhora era atriz quando jovem. — Estela disse.
— Uma das melhores que eu já vi na minha vida. E olha que sou bem rodado. — Rey respondeu. Francisco deu um sorriso no canto de boca, levando para o outro lado a frase do Rey.
— Não era tão boa assim. — Minha mãe respondeu sorrindo na sua modéstia, mas ela gostava de ser elogiada.
— Você bem que podia fazer parte da figuração mãe. — Eu disse.
— A sua mãe não nasceu para ser figurante. — Rey disse. — Por isso tenho um convite pra te fazer Ana. Quero que atue no meu filme, um papel importante para a trama, escrevi essa personagem pra você. De uma professora que irá orientar o nosso protagonista.
Aquilo nos pegou todos de surpresa. Rey não havia me contado nada daquilo, que havia incluído uma nova personagem e muito menos onde se encaixaria na história.
— Para com isso Rey. — Minha mãe disse, achando que o Rey estivesse brincando.
— Estou falando sério. Escrevi pensando em você. Uma mulher forte, batalhadora que vai possuir o seu próprio drama no filme. Você não pode recusar. — Rey disse.
— Claro que ela não vai. Rey você não me contou nada. — Eu disse.
— Era uma surpresa meu filho, tanto para você como para a sua mãe. — Ele disse.
Minha mãe olhou para o Francisco como se buscasse a sua aprovação.
— Por que está me olhando? — Francisco disse carrancudo. — Desde quando o que eu digo faz você deixar de fazer aquilo que você quer.
Todos rimos, e Francisco não gostou nada daquilo. Ignoramos a cara emburrada dele.
— Tudo bem, eu aceito. — Minha mãe disse feliz. — Me conta mais Rey, me fala dessa personagem.
— Uma professora, bastante malvista por ser lésbica.
— Uma lésbica? Sapatão? — Francisco perguntou.
— Adorei. — Minha mãe respondeu.
— Você não vai beijar outra mulher. Isso não. — Francisco disse.
— Para Francisco, isso não seria a primeira vez. — Minha mãe disse dando uma piscada.
— Isso era antes de você ser casada. — Francisco disse.
— Não precisa ter beijo se você não quiser. — Rey interviu. — Mas vai ter cena de sexo.
— Sexo? — Francisco quase pulou da mesa. Nos fazendo mais uma vez rir dele.
— Pai relaxa, não é um filme pornô. Maioria das cenas de sexo são mais jogadas de câmera. — Eu disse e o Francisco se acalmou um pouco. Samu, Estela e Rey seguravam o riso, mas acabaram explodindo mais uma vez. Achei que Francisco iria socar a mesa e sair xingando todo mundo, mas por fim até ele começou a sorrir. O restante do almoço foi bem agradável.
— Tenho que ir, vou ver como todos estão instalados. Ana, assim que eu chegar no hotel, te passo o roteiro e as suas falas. Você terá uns dois ou três dias para decorar, sei que é tempo mais que suficiente para uma atriz talentosa como você.
— Enferrujada né Rey. — Minha mãe disse.
— Claro que não, linda, talentosa, maravilhosa. — Rey disse enquanto beijava as bochechas da minha mãe.
— Só você mesmo pra me colocar para cima assim. — Minha mãe disse. Olhei para a cara do Francisco que estava inconformado. — Volte para jantar, Rey.
— Agradeço, mas não posso. Vou jantar com a equipe. Vocês podiam ir, estão todos convidados. — Rey disse olhando para o Francisco, Samu e Estela, e se virou pra mim e para a minha mãe. — Vocês não têm escolha, são parte da equipe.
Rey me abraçou, me deu um beijo no rosto e partiu.
— Eu não vou. — Francisco disse.
— Vamos pai, você vai conhecer o pessoal com quem eu trabalho. — Eu disse.
— Já sei da fama desse povo de cinema. — Ele disse.
— Francisco! — Minha mãe o censurou e indicou a Estela com os olhos, afinal ela também estudava cinema.
— Desculpa minha filha. — Francisco disse. Estela ficou meio perdida, ela não havia entendo.
— Vamos lá, vai ver quem a Ana vai pegar no filme. — Samu disse. Meu pai não gostou, levantou e foi para o quarto. Minha mãe colocou a mão na boca e tampava o sorriso. Estela deu um tapa no Samu. — Ixi, foi mal, mandei malzão né? Eu só queria incentivar.
Mais uma vez disparamos a rir. Minha mãe preparou o meu quarto para mim e para a Estela e o quarto de hóspedes para o Samu. Minha mãe foi para a cozinha enquanto nós três entramos no quarto. Estela começou a se despir para trocar de roupa.
— Garota tá louca? Trocando de roupa com o Samu aqui no quarto? — Eu disse.
— O que tem de novidade? — Samu disse. Eu o empurrei para fora do quarto. Soube que eu teria que redobrar a minha atenção com aqueles dois ali.
Estela colocou uma roupa simples e saiu do quarto enquanto eu estava jogado na cama.
— Aonde você vai? — Perguntei.
— Ajudar sua mãe na cozinha. — Ela disse rindo.
— Você não é disso, desde quando sabe lavar uma louça? — Eu disse. — Achei que ia deitar comigo. Estrearmos a minha cama.
— Vou mostrar para a sua mãe que sou a nora que ela pediu a Deus. Depois dou um trato em você. — Estela disse saindo do quarto.
Não passou muito tempo, minha mãe entrou no meu quarto sorrindo dizendo que Estela a expulsou da sua própria cozinha.
— Meu Deus, ela vai quebrar tudo. — Eu disse rindo.
— Eu gostei dela, seu pai também. Ele ficou bem feliz que você arrumou uma namorada. Tem falado disso a dias. — Minha mãe disse.
— Percebi como ele está diferente comigo. — Eu disse.
— Eu te falei que aquela marra dele iria passar. Ele te ama Dudu. — Ela disse.
— Do jeito dele né. — Eu concordei.
— E você e o Rey? Está tudo bem? — Ela me perguntou.
— Está sim. Não parece? — Eu perguntei.
— Eu conheço muito bem tanto você como ele. Sei que é isso que vocês querem que pareça. — Ela disse.
— Está tudo bem mãe. Eu tô namorando, ele também. Vida que segue. — Eu disse.
— Vocês fizeram a coisa certa Dudu, mesmo que agora ainda não esteja tudo bem, vai ficar, você vai ver. — Ela disse. Eu forcei um sorriso enquanto ela me beijava. Escutamos o barulho de algo quebrando na cozinha. — Aí minhas louças.
— Eu disse que ela iria quebrar tudo. — Eu disse rindo.
Por sorte Estela quebrou apenas um copo e não se cortou. Mas já tinha deixado grande parte das louças lavadas. Estela voltou para o quarto e passou um hidratante nas mãos.
— O que vai fazer com essas mãos todas meladas? — Eu perguntei. E ela sorriu de volta.
— O que você quer que eu faça? — Ela me perguntou.
Eu não respondi, apenas tirei o meu pau para fora e ela o tocou. Meu pau foi ganhando vida em sua mão enquanto ela o massageava. Estela me beijava enquanto batia punheta para mim. Depois de gozar, ficamos na minha cama e acabamos pegando no sono. Fomos acordados horas depois com o Samu batendo na porta do quarto.
— Sua mãe disse para acordarem, tomar banho que daqui a pouco vamos encontrar com o Rey. — Samu disse.
— Onde você estava Samu? Levantei e não te vi por aqui. — Estela perguntou.
— Fui dar uma volta. Até montei em um cavalo. Fui com o Francisco na fazenda. — Ele disse.
— Vou tomar banho. — Eu disse ainda sonolento.
Tomei banho e quando voltei para o meu quarto, Samu e Estela ainda estavam lá. Percebi que eles cochichavam. E fiquei na porta prestando atenção.
— Claro que não tem que contar pra ele. Isso deve ser coisa da sua cabeça.
— Estelinha, né não. Eu conheço o tipo esqueceu? — Samu disse.
— Não fala nada. A gente não tem certeza de nada. — Estela disse.
— Acha que eu devia testar? — Samu perguntou.
— Claro que não, você está louco? — Estela disse.
Entrei no quarto e eles me olharam sem graça.
— O que está acontecendo? O que não querem me contar? Testar o que? — Perguntei.
— Não é nada. Viagem do Samu. — Estela disse. — Samu vai lá tomar banho.
Samu se levantou a caminho da porta, mas eu parei em sua frente.
— Hum, que delícia. — Samu brincou passando a mão no meu peito.
— Pode falar, o que está pegando? — Eu pedi. Samu e Estela se entreolharam.
— O seu pai é gay. — Samu disse, na lata. Eu sabia que ele estava se referindo ao Francisco.
— Claro que não. Está louco? Por que está dizendo isso? — Eu perguntei.
— Foi mal Edu, mas é. — Samu disse.
— Aconteceu alguma coisa entre vocês? — Perguntei gaguejando.
— Não, claro que não Edu. É viagem do Samu. — Estela interveio.
— Deixe-o falar. — Eu a interrompi. — Eu não acredito que rolou algo entre você e o meu pai?
— Não Edu, claro que não. — Samu disse percebendo o meu nervosismo.
— Então por que está dizendo isso? — Perguntei.
— Por que eu senti. Senti a forma que ele me olha, como ele tocou no meu braço, o medo e o desejo tudo junto. Eu conheço homens assim. Sem contar a revolta que ele ficou com você, mais uma prova que ele é um enrustido. Não tô dizendo que ele trai a sua mãe, mas ele tem esse desejo dentro dele. Isso eu não tenho dúvida. — Samu disse.
Eu sentei na cama e abaixei a cabeça. Samu me olhava sem graça. Estela sentou ao meu lado e passou a mão em meus cabelos.
— Ainda acho que pode ser viagem do Samu. — Estela disse.
Quando olhei para a porta o Samu já tinha saído. Aquilo não fazia sentido. Meu pai ser gay, desejar outro homem, ele que sempre foi contra. Talvez o Samu visse gay em todo lugar. Achasse que todo homem mais velho e com dinheiro é um potencial sugar daddy. Mas aquilo ainda me deixou mal. O Francisco não é gay. Eu dizia para mim. Ele não pode ser. Não depois de tudo que ele fez comigo. Não, a forma que ele sempre desprezou o Rey por ser gay. Não, pela minha mãe.
— Não, de jeito nenhum. Viagem do Samu. — Eu disse rindo.
— É claro meu amor. — Estela disse me beijando.
Fiquei chateado com o Samu pelo que ele insinuou com o meu pai. E passei a olhar o Francisco desconfiado. Depois de todos prontos, partimos para o restaurante na praça da cidade. Era um pequeno restaurante que foi fechado naquela noite para atender apenas ao pessoal da equipe do filme. Achei aquilo um exagero, mas me contaram que curiosos estavam entrando no restaurante apenas para tirar fotos e pedir autógrafos. Não havia ninguém muito famoso no filme, mas para o pessoal da minha cidade isso não importava.
— Chegou quem faltava. — Rey disse. — Quero que conheçam a Ana, que irá dar vida a uma nova personagem no nosso filme.
— Obrigada. — Minha mãe disse depois de calorosos cumprimentos.
Nos sentamos à mesa quando um homem sentado na outra ponta me chamou atenção. Samu também havia reparado nele e não parava de olhar. Um cara negro de cabelo bem aparado. Usava uma camisa social e uma calça jeans.
— Quem é aquele? — Perguntei para o Rey. Afinal eu conhecia toda a equipe e aquele homem estranhamente familiar eu não me recordava.
— Marcondes Matos. — Rey respondeu. Samu teve uma crise de riso. — Estava esperando vocês chegarem para apresentar outro novo integrante do elenco. Marcondes por favor se levante.
Marcondes olhava com cara feia para o Samu que não parava de rir. Aquele olhar feroz era familiar, mas não poderia ser. Não era a mesma pessoa. Mas não tinha outro motivo para o Samu rir tanto.
— Mama? — Eu perguntei. Foi Samu que respondeu concordando a cabeça.
— Marcondes fará parte de algumas cenas com dois personagens. Será um aluno da escola que irá brigar com o Serginho. — Rey disse. Serginho era o ator que faz o papel do filho. Serginho era muito bonito, já tinha feito participações em novelas, algumas propagandas e alguns filmes quando era criança, ele tinha 22 anos, mas no filme passaria como se tivesse 18.
— Mas Rey, ele não parece um garoto de 18 anos. — Alguém da equipe disse.
— Isso será um trabalho para a equipe de maquiagem. — Rey respondeu.
— E qual será o outro papel? — Eu perguntei.
— Será uma mulher, a esposa da professora que será interpretada pela Ana. — Rey disse.
— Será uma trans? — Outra pessoa perguntou.
— Uma trans, uma mulher. Vai ficar livre para interpretação de cada um. No filme ela terá uma... — Rey não disse vagina, mas juntou as duas mãos, segurando indicador com indicador e polegar com polegar. Fazendo o formato de uma vagina com a mão.
— Por que não uma atriz trans? — Outro membro da equipe perguntou. Rey revirou os olhos e antes de responder, Maia começou a aplaudir.
— Alguém realmente não entendeu a jogada o que o Rey está fazendo? — Maia perguntou. Ninguém teve coragem de responder. — Quer representatividade maior do que um ator como a Mama, homossexual, afeminado, fazer uma personagem hétero, machista, violento e homo fóbico e ao mesmo tempo fazer o papel de uma mulher ou de uma trans?
— Gays não precisam fazer apenas papel de gays na TV ou no cinema. — Rey disse.
— Um gay, mesmo que afeminado, pode fazer qualquer papel. Eu agradeço muito ao Rey e ao Maia que confiaram isso a mim. Prometo não os decepcionar. — Mama disse.
— Por que não me disseram nada? — Eu perguntei olhando para a Mama e para o Rey.
— Ainda não estava nada certo. Tem quase um mês que o Marcondes está fazendo o curso de teatro com o Maia. Queria ter certeza que ele estaria preparado. E só tive a ideia dessa personagem feminino, quando fechamos a locação. — Rey disse.
Era estranho ver alguém chamando Mama de Marcondes. Há meses morando com ele eu não tinha ideia do seu verdadeiro nome. Samu sabia tanto que começou a rir quando o Rey disse o seu nome. Também me surpreendi ao saber que ele estava fazendo teatro, e acho que mais ainda por vê-lo sem as tranças que ele tanto amava. O Jantar correu tranquilo, conversamos sobre o filme como sobre outras coisas aleatórias. Marcinho também apareceu por lá e eu pude matar a saudade do meu melhor amigo.
Voltamos para casa e Francisco nos esperava na sala. Minha mãe estava radiante e mesmo Francisco se corroendo de ciúmes, parecia feliz por ela. “Ele ama a minha mãe”, pensei, com certeza o Samu estava enganado. Entramos para o meu quarto e Samu veio junto. Eu o olhei com a cara fechada.
— Vocês vão mesmo me isolar? — Samu perguntou.
— Eu sinto muito. Aqui não rola. — Eu disse. Samu ignorou o que eu disse e me beijou. Estela se levantou e se juntou ao beijo.
— Talvez quando seus pais estiverem dormindo o Samu pode voltar. — Ela disse.
— Hoje não. Eu queria muito. Vocês sabem o quanto gosto de vocês e o tesão que eu sinto quando estamos todos juntos. Mas vamos nos comportar hoje. — Eu disse.
— Realmente você sente muito tesão. — Samu disse segurando o meu pau que estava duro. — Só um boquetinho, vai.
Estela foi até a porta do quarto e a trancou. Samu abaixou as minhas calças e começou a me chupar. Estela se ajoelhou ao lado dele e ambos dividiam o meu pau. Levantei os dois e me sentei na cama. Samu veio na minha direção colocando o pau para fora e me dando para chupar. Estela sentou-se ao meu lado e me beijou com o pau do Samu ainda na minha boca. Nós o chupamos até ele gozar.
Samu estava satisfeito, mas queria me fazer gozar também. Eu o beijei e pedi para que ele fosse dormir.
— Pode deixar que eu vou cuidar do nosso princeso. — Estela disse ao Samu lhe dando um beijo de despedida. Ela me jogou na cama e veio engatinhando para cima de mim. — Vou te deixar bem relaxado para você acordar bem-disposto para o trabalho amanhã.
Estela era gostosa e boa de cama. Sem dúvida melhor garota que eu já namorei. Transamos e dormimos abraçados. Mesmo com Estela e Samu me dando prazer e me fazendo muito feliz eu ainda sentia um vazio, um buraco no peito. Eu sentia falta do meu verdadeiro amor, sentia falta do meu verdadeiro pai, sentia falta do Rey.
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Capítulo 9 – Rey
Com o Edu namorando, decidi me afastar. Iria passar bastante tempo com ele nas filmagens e nossos almoços na segunda. Não o chamava para me visitar, nem para passarmos algum tempo sozinho juntos.
Após o nosso primeiro encontro, Anderson me ligou e disse que gostou muito. Me perguntou quando eu estaria disposto a repetir.
— Quando você quiser. Já sabe onde eu moro. — Respondi.
— Que bom que disse isso. Porque estou aqui em Ipanema há mais de meia hora pensando se te ligava ou não. — Anderson disse.
Cheguei até a varanda do meu apartamento e vi Anderson sentado em um banco de concreto de frente para o meu prédio.
— Sobe aqui. — Eu disse, desligando o telefone. Vi Anderson atravessando a rua vindo em direção ao meu prédio. Esperei já na porta de casa.
— Oi Rey! — Anderson disse sem graça.
— Oi Anderson, entra. — Eu disse e ele entrou. — Aceita uma cerveja?
— Não obrigado, sem cerveja durante a semana. — Ele disse.
— Um vinho então. — Eu disse, como ele não recusou, peguei um vinho e fui até a cozinha para abrir e buscar taças. Anderson me seguiu. — Por que demorou meia hora para me ligar?
— Não foi só meia hora. Estou pensando em te ligar desde o fim de semana. — Ele disse.
— E por que não ligou antes, ou melhor por que resolveu ligar agora? — Eu perguntei.
— Não sei Rey. — Ele respondeu sem graça. — Cara curti muito o que rolou. Fico de pau duro só de lembrar. Mas estou me divorciando, você acabou de sair de um relacionamento. Não sei se é uma boa hora pra gente se envolver. Apesar de querer muito.
— Você tem razão Anderson, em partes. — Eu disse. Anderson me olhou com dúvida. Eu lhe entreguei a sua taça de vinho e dei um gole na minha. — Tudo que rolou realmente foi muito bom. E não é um bom momento pra nenhum de nós dois se relacionar. Mas nada impede que possamos resgatar a nossa amizade, contar um com outro e satisfazer um ao outro.
Anderson sorriu.
— Somos homens, por mais que estamos em situações complicadas, temos necessidades e porquê não contar com os amigos.
— Apensa sexo? — Anderson disse.
— Não, amizade. — Eu disse levantando a taça.
— Amizade. — Anderson disse brindando comigo. Bebemos a taça inteira e nos beijamos.
Fomos direto para a minha cama. Eu precisava de sexo, Anderson também. Eu precisava parar de pensar no Edu. E o Anderson precisava parar de pensar nos seus problemas. Nos ajudamos.
Anderson sentia falta de pau, por isso ele foi logo segurando o meu. Tirou a minha calça com vontade e caiu de boca. Ele me chupava pedindo para eu gozar na sua boca.
— Goza pra mim Rey, quero sentir o seu gosto de novo. Quero engolir cada gota que sai desse pau. — Ele disse.
Deixei-o me chupando por um tempo, ele gostava, chupava também as minhas bolas e passava o dedo no meu cu. Com tanto estimulo eu gozei em sua boca e ele engoliu tudo. Foi a minha vez de chupá-lo. Pouco tempo depois que eu comecei a chupar o seu pau ele me tirou, me virou de bruços na cama e chupou a minha bunda. Eu lhe entreguei uma camisinha e um segundo depois ele já estava dentro de mim me fodendo com vontade.
— Que delicia Rey. Gosta do seu macho te fudendo assim? — Anderson me perguntou.
— Gosto sim. Meu amigão, meu macho. Vai ser sempre meu macho? — Eu perguntei.
— Vou, sempre. — Ele respondeu.
— E eu vou ser sempre o seu também? — Perguntei.
— Vai... — Ele responde gemendo.
— Então assim que você acabar, vai ser a minha vez de ser o seu macho, não é? — Eu perguntei.
— É... — Anderson respondeu gemendo novamente.
— Então me fode, me fode do jeito que você quer que eu faça com você. — Eu disse.
Anderson metia ainda com mais força, gemia alto, bateu na minha bunda e puxou os meus cabelos. Ele queria uma pegada bruta e eu daria isso a ele. Em poucos segundos o Anderson gozou. Eu já estava com o pau duro novamente. Deixei-o deitado de bruços se recuperando enquanto eu chupava o seu cu. Não demorou Anderson soltava gemidos baixinhos. Quando seu cu começou a piscar eu peguei a camisinha e passei um gel no seu cu. Entrei todo de uma vez. Socava forte, lhe dava tapas na bunda e puxava o seu cabelo. Anderson gemia, gemia muito e o melhor como homem, como macho. Cheio de tesão eu me empolgava, ficamos muito tempo naquela foda gostosa até que ambos gozamos.
Foi o Anderson quem me ensinou sobre a reciprocidade na hora do sexo. E o bom de transar com alguém verdadeiramente versátil como eu era que no final você sairia completamente satisfeito. Você come e dá na mesma noite e muitas vezes goza em ambos os momentos.
Depois da nossa foda, fomos a uma lanchonete perto de casa e fizemos um lanche, conversamos como dois bons amigos e nos despedimos sem nenhum tipo de afeto, além da amizade restaurada e sem marcar o próximo encontro que ambos sabíamos que poderia acontecer a qualquer momento.
Na mesma semana me surpreendi com uma nova visita. Marcondes estava na portaria e o porteiro me ligou perguntando se poderia deixa-lo subir. Eu autorizei. Me surpreendi ainda mais quando Mama entrou no meu apartamento vestido como um homem.
— Oi Rey, desculpa aparecer assim, mas queria que você me visse. Eu sou capaz de ser quem eu quiser. — Ele disse com uma voz mais máscula.
— Eu não tinha dúvidas. — Eu disse. Mama sorriu revelando o seu jeito afeminado.
— Eu acho que posso ser um artista, despi de quem eu sou e atuar. — Ele disse sendo a Mama de sempre apenas com roupas masculinas.
— Então façamos um teste. — Eu disse o convidando para sentar. — Você é um homem hétero. Eu sou seu amigo e estamos em um bar. Você vai me contar de uma transa que você teve com uma mulher muito gostosa.
— Mas eu nunca transei com mulher. — Mama disse.
— Não quero que a Mama me conte. Eu quero que essa personagem me conte. — Eu disse.
— Você tem algum texto, algo que possa usar? — Mama me perguntou.
— Não, tem de ser no improviso. Já está demorando. — Eu disse.
— Ai meu Deus. — Mama disse nervoso.
— Vou te dar uma dica, pense em alguém, alguma personagem que já existe, ou até mesmo em alguém que você conheça. — Eu disse.
— Tudo bem. — Mama sorriu. Se endireitou no sofá e começou. — Finalmente comi aquela gostosa.
— É mesmo? Me conta aí como foi? Como ela era por baixo daquele biquinho? — Perguntei.
— Então, conheci ela na praia? — Mama disse sendo Mama.
— Não saia da personagem Mama, vai seguindo. — Eu disse.
— É uma delícia cara, toda durinha, toda natural, aquela bunda firme. —Ele disse gesticulando como se estivesse pegando na bunda, e fez o mesmo para falar dos seios. Mama interpretava perfeitamente um macho escroto que até se levantou para fingir que comia a garota de quatro segurando em seus cabelos.
— Perfeito. — Eu disse. Mama sorriu. — Conseguiu até me deixar excitado.
— Sério? Se falando eu consegui fazer te deixar assim, imagina o que mais eu posso fazer. — Mama disse, passando as mãos pela minha perna. Ele olhava para o meu pau e via o volume, via que eu realmente estava excitado.
— Calma aí Mama. Foi essa personagem que me excitou. — Eu disse.
— Eu posso ser ele pra você. — Mama disse voltando a falar com a voz máscula. — Você pode pensar que não, mas eu já fui muito ativo.
— Eu não pensei em nada. — Eu respondi. — É isso que você quer? Transar comigo?
— Desde a primeira vez que te vi. — Mama respondeu.
— Então você terá que escolher. Uma transa comigo ou que eu te ajude na sua carreira de ator? — Eu perguntei.
— A carreira. — Mama respondeu depois de alguns longos segundos pensando. Eu tirei a sua mão que já repousava sobre o meu pau.
— Você fez a escolha certa. — Eu disse. — Você vai entrar para o curso de teatro do Maia. Você tem talento.
— Eu não posso Rey.
— Como não? Não é isso que você quer?
— É, mas eu não tenho condições. Não posso pagar um curso desse.
— Você não vai pagar. Vou te colocar no curso. — Eu disse.
— Ainda assim, eu preciso trabalhar, tenho contas a pagar, o meu aluguel e não posso perder a minha bolsa na faculdade. — Ele disse.
— Você terá que escolher. O que achou, que entraria aqui, mostrasse que possui talento e automaticamente já seria uma estrela? — Eu perguntei.
— Não, mas...
— Então você tem que escolher. Sem fazer o curso eu não posso fazer nada por você. — Eu disse.
— Você não está fazendo um filme. Me coloque nele. — Mama disse.
— Você ainda não está pronto. Você tem talento, mas precisa ser lapidado. É uma oportunidade Mama, poucas pessoas têm essa chance. É pegar ou largar.
— O que você faria? — Mama me perguntou.
— Você tem dúvidas? Eu sempre fui atrás dos meus sonhos. Se eu fosse você, tentaria conciliar tudo, o que não conseguir jogue para o alto. — Eu disse.
— Eu posso pensar? — Mama perguntou.
Não respondi. Liguei para o Maia.
— Maia preciso que coloque uma pessoa no seu curso. — Eu disse.
— Já fechei uma nova turma Rey, as aulas acabaram de começar. — Maia disse.
— É uma pedra bruta Maia, sei que você irá se encantar. Coloque ele pra dentro. E pode colocar os custos na minha conta. — Eu disse.
— É tão valiosa assim? — Maia me perguntou.
— É, você vai ver. — Eu disse.
— Mande me procurar na escola na segunda. — Maia disse.
— Obrigado Maia. — Eu disse me despedindo. Me virei para Mama. — Você tem alguns dias para pensar. Se aceitar o procure na escola na segunda.
É claro que Mama aceitou, saiu do seu emprego, trancou a faculdade e se dedicou ao curso. Maia o reconheceu como um diamante bruto, tanto que nem me cobrou pelo curso da Mama. Maia disse que no primeiro dia, Mama brigou com ele e com os colegas. Se sentiu rejeitado e que todos o olhavam de forma estranha. Uma típica mania de perseguição, um altíssimo complexo de inferioridade e uma alta agressividade. Maia teve que colocar Mama no seu lugar e pensou que ele nem voltaria no dia seguinte. Mas por fim deu tudo certo.
Eu e Anderson passamos a nos encontrar até mais de uma vez por semana. Tinha dias que ele me mandava mensagem perguntando se eu estava livre, outros dias era eu quem o procurava. Nem sempre ambos estávamos disponíveis, mas não ficávamos muitos dias sem sexo. Com Anderson quase sempre disponível eu não procurei por mais ninguém.
Estava sempre com o Edu, e cada segundo que eu passava com ele eu o desejava. Mas me mantinha firme em deixá-lo seguir com a própria vida. Eu fazia um bom papel de pai, e um bom papel de chefe. Para que o Edu não perdesse aula eu mantinha a maioria das gravações nos períodos da tarde e noite. E quando tínhamos que estender pela madrugada eu deixava para os fins de semana. Isso não agradava muito a produção, mas todos estavam apaixonados pelo filme.
Tivemos um problema com uma das locações, a escola onde se passaria algumas cenas dos filmes. Precisou passar por uma reforma de última hora e não estaria mais disponível para as filmagens. Eu e Maia chagamos ao acordo de construir um novo set, era um custo não previsto no orçamento. Mas Edu veio nos salvar, sugerindo a escola rural na propriedade do seu padrasto.
Maia pediu as fotos da tal escola e Edu ficou de conseguir um acordo com o Francisco. Naquele mesmo dia já estava tudo fechado. Na semana seguinte partiríamos para a cidade em que a Ana morava e isso me deu uma ideia que imediatamente fui discutir com o Maia.
— Quero fazer uma pequena mudança e incluir uma nova personagem. — Eu disse.
— Agora? — Maia me perguntou.
— Não vai interferir em nada. Apenas algumas cenas a mais com o Serginho. Quero dar uma vida maior para a professora. Interagir mais com o protagonista, e uma ou duas cenas da vida privada dela. Eu já tenho a atriz e ela já está lá onde vamos gravar.
— Tudo bem Rey. O que pensou? — Maia me perguntou.
— A professora ser lésbica e casada com outra mulher. Ela seria discriminada na cidade, mas seria a personagem com a moral mais elevada. —Eu disse.
— Gostei. — Maia respondeu.
— Outra coisa, quero colocar o Marcondes no filme. Acha que ele está pronto? — Eu perguntei.
— Ele tem talento já evoluiu muito. — Maia disse. — Qual personagem?
— Não seria apenas um. — Eu disse. Maia me olhou com espanto. — O aluno que irá agredir o Serginho. Seria um figurante qualquer, pensei em colocar o Marcondes.
— Ele consegue. — Maia disse. — E qual seria o outro?
— A esposa da professora. — Eu disse.
— Quer que o Marcondes seja uma mulher? — Maia me perguntou.
— Sim, se você me disser que ele está pronto, ou que você consegue deixá-lo pronto. — Eu disse. Maia sorriu, ele gostava de um desafio.
— Quando terá essa parte do roteiro. — Maia me perguntou.
— Amanhã eu te passo. Já tenho tudo na minha cabeça. — Eu disse.
Maia ficou de dar a notícia para Mama. Preferi não contar para o Edu, queria fazer uma surpresa para ele e para Ana. Ela seria a minha atriz, a professora.
Animado, liguei para o Anderson, perguntei se ele podia me encontrar naquela noite.
— Queria fazer algo diferente, uma brincadeira e queria a sua ajuda. — Eu disse.
— Isso parece bom. — Ele respondeu. — Eu passo na sua casa então.
Passei num sexshop, comprei alguns brinquedinhos e deixei sobre a cama. Quando Anderson chegou o levei até o quarto. Ele riu quando viu aqueles brinquedos.
— O que é isso Rey? — Ele disse pegando em um vibrador de duas pontas.
— Vibradores, para duplas, o mais usado por lésbicas, segundo a mulher que me vendeu. — Eu disse. Andersom me olhou com dúvida. — Tenho que escrever hoje sobre uma nova personagem para o filme. Uma lésbica. Quero fazer um sexo lésbico com você.
Anderson sorriu, mas entrou na onda. Acho que nunca nos beijamos tanto, dedicamos os mamilos, que mordíamos e chupávamos. Chupei também o dedo do Anderson e ele o meu. Usamos os brinquedos um no outro. Um brinquedo não era tão bom como um de verdade, como sentir o peso de um macho por cima. No final, largamos os brinquedos e transamos como só dois homens sabem fazer.
Após gozarmos, liguei meu notebook e fui para a varanda, ascendi um cigarro e comecei a escrever. Notei que Anderson estava ao meu lado, parado com duas taças de vinho na mão. Olhei achando graça, pareceu que ele estava parado ali já algum tempo.
— Não queria te desconcentrar. — Anderson disse me entregando a taça e me deu um beijo. Estranhei, não éramos de trocar carinhos depois do sexo. — Hoje você estava mais carinhoso.
— Você é que está. — Eu disse. — Me trouxe vinho, ficou me vendo escrever, me beijou.
Anderson sorriu e ficou admirando a vista. Contei para ele sobre a visita à cidade em que Ana mora para as gravações e a minha ideia para incluí-la no filme.
— Posso te encontrar lá no final de semana. Tenho que passar uma semana trabalhando da filial da empresa. Já emiti até as passagens para o domingo. — Anderson disse. — Se eu soubesse que você estava indo iria com você, te faria companhia.
— Não tem problema, o Edu vai comigo. — Eu disse.
— Tudo bem, nos vemos essa semana? — Andersom me perguntou.
— Não sei, será bem pesada. — Eu disse.
— Tudo bem, mas reserve o sábado para mim. — Anderson disse me dando mais um beijo como despedida.
“Acho que o sexo lésbico o deixou mais sentimental”, pensei rindo de mim mesmo.
Edu me ligou naquela noite, me perguntou se a Estela poderia ir com a gente. Disse que Ana queria conhecê-la. Eu deixei, Estela era uma garota legal, bem para frente, eu podia ver que ela fazia bem para o Edu. E o meu objetivo era fazê-lo feliz e quando não conseguia, vê-lo feliz já me bastava.
A semana antes da viagem foi tumultuada, parte da equipe indo para o interior, outra parte gravando nos estúdios. Preparando equipamentos para a viagem. Não consegui encontrar com o Mama, queria passar algumas informações para ele. Eu havia pedido para ele não contar nada para o Edu e disse que se ele quisesse a personagem masculino teria que cortar as suas tranças, mas poderia ficar com elas se quisesse apenas a personagem feminino. Mama foi firme em dizer que tiraria as tranças para a viagem. Ele ficou de viajar com o resto da equipe. Enquanto eu, Edu e Estela iriamos de carro.
Anderson chegou na minha casa no sábado à noite. Disse que não era para bebermos já que eu pegaria estrada cedo no dia seguinte. Ele veio com dois DVDs de filmes de super-heróis, Anderson sabia que eu ainda não tinha assistido aqueles filmes. Não tenho preconceito com nenhum tipo de filme, mas esses com orçamento bilionário e arrecadam 1.000 vezes mais, eu prefiro esperar passar na TV do que dar lucro para eles. Estávamos deitados na minha cama vendo o filme, comendo pipoca quando Edu me ligou. Parei o filme e Anderson aproveitou para ir ao banheiro.
Edu queria saber se ele poderia levar mais uma pessoa no carro com a gente. Me espantei quando ele disse que seria o Samu.
— O Samu? Por que você o levaria? — Eu perguntei. Acho que impliquei com aquele rapaz desde que o Edu me disse que já havia ficado com ele.
— Ele é um amigo. Queria conhecer a minha cidade. Disse que não terá aula e eu disse que ele podia ir. Se tiver algum problema ele vai de ônibus. — Edu respondeu.
Samu iria de qualquer jeito, Ana e Francisco já tinham autorizado, vi que eu não podia fazer nada.
A noite havia perdido a graça para mim. Já tinha mais de um mês que o Edu namorava a Estela e eu estava me dando bem com isso. Tenho certeza que eu não aceitaria tão bem se o Edu tivesse um namorado e não uma namorada.
Anderson percebeu que eu não estava tão legal, acabei pegando no sono no final do segundo filme. Acordei pela madrugada e vi que o Anderson estava lá, ao meu lado na cama. Ele já tinha recolhido o balde de pipoca, arrumado a cama e me deixado apenas de cueca. Levantei, fui ao banheiro, escovei os dentes e voltei para cama. Assim que deitei o Anderson me abraçou. Foi a primeira vez que dormimos juntos desde que começamos com nossos encontros.
Acordamos cedo no dia seguinte, tomamos um café e fomos para a casa do Anderson, ele pegou a mala que já estava arrumada e eu fiquei de deixa-lo no aeroporto. Mas antes teria que pegar o Edu, a Estela e o Samu.
Edu não ficou contente ao ver o Anderson no carro. Perguntou se ele também iria. Eu disse que apenas o deixaria no aeroporto.
— Só vou encontrar com vocês no final de semana. Estou indo a trabalho. — Anderson disse.
Fomos em silencio até o aeroporto, despedi do Anderson com um aperto de mão e o vi piscar de um jeito sexy para mim que me fez sorrir.
— Quem vai vir na frente comigo? — Perguntei. — Bom, não vou separar o casal. Passa para frente Samu.
Samu deu a volta no carro e se sentou ao meu lado. Foi uma viagem tranquila, fui conversando com o Samu já que o Edu não estava de muito papo e Estela dormiu logo no início da viagem.
— Então você queria conhecer a cidade do Edu? — Perguntei ao Samu.
— Sim. — Ele respondeu.
— Eu não sabia que vocês eram tão amigos. — Eu disse. Pelo sorriso do Samu percebi que eles eram mais que amigos.
— Ficamos, sabe como é, somos vizinhos de quarto. — Samu respondeu.
— Só achei estranho, logo agora que ele começou a namorar. — Eu disse. Samu não teve resposta.
Depois de um tempo calados, falamos sobre a temperatura, como era fresca na saída do Rio, já em Petrópolis. Algumas horas depois paramos, saímos do carro em direção ao banheiro, mas segurei o Edu para que pudéssemos conversar a sós.
Percebi que meu filho estava estranho após ver o Anderson e perguntei se estava tudo bem. Edu disse que sim, e me perguntou se estávamos namorando.
— Não, prefiro a definição de um bom amigo, um bom companheiro. Ele está saindo de um divórcio e eu não quero compromisso. — Eu disse.
— Entendi. — Edu disse tentando tirar os meus braços do seu ombro, mas eu não o soltei.
— E você tem algo pra me contar? — Perguntei, Edu fez-se de desentendido. — Sobre o Samu.
— Ele é um bom amigo, um companheiro. E a Estela se dá muito bem com ele também. — Edu disse usando os mesmos adjetivos que eu descrevi o Anderson.
Era fato, algo estava rolando e pelo visto a Estela sabia e talvez até participasse. Edu partiu se desvencilhou do meu braço e caminhou para o banheiro, demorei um tempo para absorver tudo aquilo.
Na segunda parte da viagem, Estela já não dormia e com isso foi conversando a viagem inteira. Chegamos na cidade e ela estava cheia, a Equipe já estava lá. Muitos foram na noite anterior e até mesmo naquela manhã ainda mais cedo.
Assim que chegamos Ana foi nos receber. Ela insistiu que eu almoçasse com eles. Aceitei apesar da presença do Francisco. Eu tinha outros interesses com a Ana e vi aquele almoço como uma oportunidade.
Falamos sobre o filme e a movimentação na cidade. Francisco não parecia feliz com isso. Preferi não dizer nada, mas foi a autorização dele que causou aquilo tudo.
— O Edu me falou que a senhora era atriz quando jovem. — Estela disse e eu percebi que era a minha deixa.
— Uma das melhores que eu já vi na minha vida. E olha que sou bem rodado. — Eu disse.
— Não era tão boa assim. — Ana disse.
Edu sugeriu que Ana fizesse a figuração do filme.
— A sua mãe não nasceu para ser figurante. — Eu disse. — Por isso tenho um convite pra te fazer, Ana. Quero que atue no meu filme, um papel importante para a trama, escrevi essa personagem pra você. De uma professora que irá orientar o nosso protagonista.
Todos me olhavam com surpresa. Edu não sabia se ficava feliz pelo convite que eu fiz a sua mãe ou zangado por eu ter escondido essa informação dele.
Ana achou que eu estivesse brincando, mas eu mostrei que estava falando sério. Ana olhou para Francisco que como Pilatos lavou as suas mãos. Por fim, Ana aceitou. Conversamos sobre a personagem e Francisco se assuntou quando eu disse que seria lésbica e que teria uma cena de sexo. Edu tentou amenizar a situação. Por incrível que pareça aquele fora um almoço de família até que agradável.
— Tenho que ir, vou ver como todos estão instalados. Ana, assim que eu chegar no hotel te passo o roteiro e as suas falas. Você terá uns dois ou três dias para decorar as suas falas, sei que é tempo mais que suficiente para uma atriz talentosa como você. — Eu disse.
— Enferrujada né Rey. — Ana respondeu.
Após enche-la de elogios, que eu sabia que ela gostava, Ana me chamou para voltar para jantar. Expliquei que não podia e que seria ela que teria que jantar comigo e com o resto da equipe.
Me instalei no hotel, liguei para o Anderson que já estava na capital e havia me deixando mensagens pedindo para retornar. Conversamos como dois bons amigos, mas Anderson estava diferente, carinhoso demais.
Tomei banho, descansei um pouco e quando me dei conta já estava na hora do jantar. Fomos para o restaurante que estava lotado. O pessoal do restaurante expulsou todo mundo que não iria jantar, com isso o restaurante ficou praticamente para a nossa equipe.
— Chegou quem faltava. — Eu disse quando Ana, Edu, Estela e Samu chegaram. — Quero que conheçam a Ana, que irá dar vida a uma nova personagem no nosso filme.
— Obrigada. — Ana agradeceu os aplausos que recebeu da equipe.
Edu e Ana se sentaram ao meu lado. Edu reparava em Mama, que havia retirado as tranças e estava vestido com roupas totalmente masculinas.
— Quem é aquele? — Edu me perguntou.
— Marcondes Matos. — Eu disse para que todos pudessem escutar. Samu teve uma crise de riso. Mama olhou pra mim. — Estava esperando vocês chegarem para apresentar outro novo integrante do elenco. Marcondes por favor se levante.
Mama se levantou e olhou para todos naquela mesa com um sorriso, exceto para o Samu que ele lhe deu um olhar feroz.
— Mama? — Edu perguntou
Expliquei quem Mama seria na trama. Um aluno da escola que irá brigar com o nosso protagonista e uma lésbica que será par da personagem da Ana.
— Por que não uma atriz trans? — Um membro da equipe me perguntou. Minha equipe, quer dizer equipe do Maia, afinal eu não tinha equipe no Brasil, era excelentes profissionais naquilo que faziam, mas não tinham visão.
— Alguém realmente não entendeu a jogada o que o Rey está fazendo? — Maia perguntou. — Quer representatividade maior do que um ator como o Mama, homossexual, afeminado, fazer uma personagem hétero, machista, violento e homo fóbico e ao mesmo tempo fazer o papel de uma mulher, ou uma trans?
— Gays não precisam fazer apenas papel de gays na TV ou no cinema. — Eu disse.
— Um gay, mesmo que afeminado, pode fazer qualquer papel. Eu agradeço muito ao Rey e ao Maia que confiaram isso a mim. Prometo não os decepcionar. — Mama disse sorrindo para mim e para o Maia. Acenamos de volta com a cabeça.
— Por que não me disseram nada? — Edu perguntou, não soube ao certo se era para mim ou para Mama.
Expliquei para o Edu que queria ter certeza que Mama estivesse pronto e que essa personagem feminino só nasceu quando mudamos a locação.
Jantamos, conversamos um pouco sobre o cronograma das filmagens, entreguei para Ana as suas falas, não eram muitas cenas e a maioria eram rápidas. Eu sabia que naquela mesma noite Ana as decoraria. Não ficamos até tarde, pretendíamos gravar nas primeiras horas do dia, fazer algumas tomadas com o sol nascendo.
Acordei cedo e fui com a equipe de fotografia fazer as filmagens da alvorada. Edu me encontrou no local. Horas depois, já estávamos gravando na escola. Estela, Samu e Ana nos encontraram lá.
— Edu, coloque o uniforme. — Eu disse. — Estela e Samu também. Vocês farão a figuração também.
— Sério? Vamos fazer parte do filme? — Samu perguntou.
— A não ser que vocês não queiram. — Eu disse.
— Claro que queremos. — Estela respondeu.
Fizemos gravações de cenas aleatórias. Pedi para o Edu e a Estela namorarem escorados em uma pilastra. Samu ficou junto com um grupo de outros figurantes. Eu também quis participar das gravações. Andei ao lado da Ana no corredor da escola em direção às salas de aulas, como um professor qualquer.
Samu era é um rapaz muito bonito, quis usá-lo um pouco mais. Gravei uma cena em que o Serginho, nosso protagonista jovem, o admirava de longe. Ficou muito boa a cena e o Samu muito feliz.
— Rey, podíamos gravar a cena do rio aqui também. — Edu sugeriu. — O rio daqui é bem legal, sempre ia com meus amigos.
— Eu não tinha pensado nisso. Não chamei o Emílio para essa viagem. — Eu disse, Emílio é o ator que faria o papel do pai. — Me mostra esse rio, quem sabe eu não ligo e o chamo para vir gravar.
Eu e o Edu fomos para o rio, era perto da escola, em menos de 5 minutos de carro estávamos lá.
— Já me diverti muito aqui. — Edu disse. — Como esses dias não está chovendo a água está transparente.
— Gostei. — Eu disse. Já pensando onde posicionar os atores e as câmeras. — Vou ligar para o Emílio. Vamos acrescentar essa cena para as nossas gravações.
— Pode deixar, já vou mandar mensagem para o pessoal. — Edu disse com o celular na mão.
Liguei para o Emílio que ficou de chegar em dois dias. Voltei para o hotel onde analisei o que gravamos de forma mais minuciosa naquele dia. As tomadas ficaram ótimas. Alguns figurantes olharam diretamente para câmera, mas era possível excluí-los.
Na terça-feira iniciamos as gravações de cenas, com falas e interação entre os personagens. Fizemos também a cena da briga entre Mama e o Serginho. Quem assistir ao filme nunca poderia imaginar que Marcondes na realidade é tão afeminado. Na filmagem, ele foi um perfeito machão violento. Inclusive foi aplaudido após eu gritar: “— Corta!”.
Na quarta-feira, gravamos as cenas com a Ana. Ela se saiu muito bem. Nas primeiras tomadas ela estava nervosa, um pouco confusa com as câmeras e posicionamento. Ana era atriz de palco. Mas assim que entendeu o funcionamento, suas cenas foram perfeitas, era nítida a sintonia em que ela e o Serginho tiveram. Francisco nesse dia acompanhou as filmagens, acho que ele estava mais curioso com a cena de sexo entre ela e a Mama. Mas essa cena ficou para o dia seguinte.
Na quinta-feira pela manhã, gravamos as cenas entre Mama e Ana. Já tínhamos uma casa onde seria a casa daquelas personagens. Gravamos o diálogo onde Ana falava dos problemas enfrentados por um aluno que era muito agressivo, enquanto cozinhava junto com Mama. Apenas quando elas iam jantar, demonstramos uma intimidade maior entre elas. E por fim, a cena da cama. Fizemos várias tomadas, apenas Ana na cama como se estivesse sendo chupada. Depois apenas Mama. Depois os dois deitados um sobre o outro. Não teve nudez da Ana. Mas Mama exibiu a sua bela bunda. A equipe de maquiagem fez um belo trabalho em Mama, até os seios ficaram perfeitos. Já tínhamos todas as cenas necessárias para fazer uma ótima montagem.
— Foi muito bom. — Eu disse. — Muito mais rápido do que eu imaginei. Próxima gravação será no rio. Apenas o pessoal necessário, os outros estão dispensados.
Ana estava radiante, Francisco que estava junto o tempo todo ficou calado, respondeu apenas quando Ana o perguntou o que ele achou.
— Precisava mesmo daquela cena? — Ele perguntou.
— Você viu que mal nos tocamos meu amor. — Ana respondeu.
— Isso eu vi. Mas quando isso tiver no filme, o que vão pensar. — Francisco disse.
— Que somos grandes atrizes. — Mama respondeu.
— Você é ótima, ou ótimo. — Ana disse um pouco confusa. — Vestida assim fica difícil de dizer. Você foi excelente brigando ontem, fiquei até com raiva de você. E hoje, foi tão delicada.
— Eu escolho bem meus atores. — Eu disse. — Ana tem razão Mama, você foi excelente. Já pode tirar essa roupa.
— Posso ou devo? — Mama me perguntou sorrindo.
— Pode, mas é melhor a gente ir almoçar sem ela. Não vamos correr o risco de estragar o figurino. — Eu disse.
— Tudo bem, eu vou me trocar. — Mama disse.
Depois que as minhas atrizes da última hora voltaram, fomos almoçar todos juntos. Descansamos um pouco e fui apenas com o Edu para o rio. Já estava tudo montado, as câmeras especiais para gravação noturna.
— Não vamos conseguir gravar dentro d’água como eu gostaria. Podemos fazer isso depois em uma piscina. — Eu disse para o Edu. Já era esperado.
— É uma pena. — Edu me respondeu.
— Sabe o que não é uma pena? — Eu disse.
— O que? — Ele me perguntou.
— Que não serei eu quem irá dirigir essa cena. — Eu disse.
— Mas isso é uma pena. O Maia não podia pegar essa cena de você, logo essa, que foi tão... nossa. — Edu disse lamentando.
— Não será o Maia. — Eu disse, já não conseguia esconder o meu sorriso.
— Quem então? — Edu perguntou. — Não, você não está falando sério. Eu?
— Isso mesmo, como você disse, essa cena foi tão nossa. — Eu disse.
— Eu não me sinto pronto Rey, é o ponto chave do filme. Eu não consigo. — Edu disse.
— É claro que consegue, é o meu sangue que você tem nas veias. E esse ambiente é seu, você conhece esse lugar, sabe o que eu espero para cena. E eu estarei aqui. — Eu disse.
Edu emocionado me abraçou. Eu senti o seu corpo colado ao meu. Já tinha muito tempo que não nos abraçávamos desse jeito. Foi inevitável ficarmos excitados e isso não nos afastou. Continuamos colados, sentindo nossos corpos e nossos paus duros. Eu me emocionei, não pelo filme, não por Edu dirigir, mas por saber que aquele abraço era o máximo que eu teria dele, se é que eu tivesse algo assim novamente.
Nos recompomos e começamos a gravar, Edu foi muito bem, estava inseguro e olhava para mim a cada decisão que tomava. Era normal, eu também fui assim com o Maia na primeira vez que gravei um episódio sozinho do seriado que ele dirigia na época.
— Excelente. — Eu disse. Pedi para que os atores saíssem da água e fui ver as gravações na tenda onde o Maia estava. Chamei o Edu.
— O que achou Maia. — Eu perguntei.
— Diferente. — Maia respondeu. — Bem diferente.
— Quer fazer de novo. Rey você que devia ter dirigido. — Edu disse, se sentindo fracassado.
— Você ainda é um estudante, não é? — Maia perguntou.
— Sim, estou no primeiro período ainda. — Edu respondeu quase cavando um buraco no chão para se esconder.
— E acha que tem capacidade para gravar um filme? Uma cena dessa? — Maia perguntou. Eu conhecia bem o Maia, já tinha passado por isso. O Edu também merecia.
— Não, eu sei que não. Desculpa. É que Rey me pediu — Edu disse em lágrimas, mas o Maia o impediu de continuar.
— E o que o Rey disse quando terminou? — Maia perguntou.
— Que foi excelente. — Edu sussurrou segurado o choro.
— Você devia confiar mais no seu pai. — Maia disse sorrindo. — Eu disse que foi diferente, eu não faria dessa forma, provavelmente nem o Rey, mas ele está certo, foi excelente.
Eu sorria, puxei o Edu para um abraço meio de lado. Ele limpava os olhos.
— Então vocês gostaram mesmo? — Edu perguntou.
— Mas é claro. — Eu disse.
— Quero que vocês façam a montagem. Eu acredito que não vamos precisar gravar mais nenhuma cena aqui no rio amanhã. Mas isso é com vocês.
— Combinado. — Edu disse feliz.
Fomos para o hotel, Edu avisou que não teria hora de voltar para a casa, deixando a Estela triste. Começamos a trabalhar e ficamos até o sol nascer. Realmente ficou perfeito, não precisaria de nenhum complemento, claro que o que montamos não era definitivo, mas já podíamos afirmar que tínhamos todo o material necessário.
— Vamos descansar um pouco. — Disse chamando o Edu para a cama.
Deitamos um ao lado do outro, sem nos tocar.
— O Maia é mesmo um filho da puta. — Edu disse sorrindo.
— Eu já te contei que ele fez isso comigo né? E comigo foi pior. — Eu disse.
— Contou, mas na hora nem imaginei que poderia ser algo assim. — Edu disse.
— Eu sabia. — Eu disse.
— E mesmo assim me deixou passar por aquilo? — Edu me perguntou.
— Sim, você não acreditou quando eu disse que estava excelente.
— Mas foi o Maia que me fez duvidar. — Edu justificava.
— Então, não confiou em mim e nem em você. E outra, quando o Maia fez isso comigo foi uma transição em minha vida. Me senti confiante depois daquilo e espero que o mesmo aconteça com você. — Eu disse o abraçando. — Eu te amo tanto.
— Eu também Rey. Nunca pense que não. — Edu disse. Nos olhamos, eu queria beijá-lo mas não o beijei.
— Te digo o mesmo meu filho. — Eu disse.
Edu deitou sobre o meu peito e eu acariciava os seus cabelos. Minutos depois estávamos dormindo. Fomos acordados com o telefone do Edu tocando. Estela ligou, queria que o namorado voltasse para a casa para almoçar com ela.
Na sexta-feira, teve mais algumas gravações pela cidade, com os figurantes, deixei para os assistentes de direção cuidar de tudo. Mais tarde fui até a casa da Ana, queria passar mais tempo perto do Edu. Ana me disse que os amigos dele que estudam na capital haviam chegado na cidade e que foram todos nadar no Rio.
Peguei o meu carro e fui até lá. Escutava risos e me aproximei. Eles estavam se divertindo e fazendo sexo. Haviam dois grupinhos, Edu Estela e Samu em uma margem, os três se beijavam e pelos movimentos se masturbavam dentro d'água, enquanto na outra margem Marcinho dava de quatro para o Afonso e ao mesmo tempo chupava o Candinho.
Ver aquilo me deixou excitado. Eu me tocava por cima da minha calça. Claro que eu queria participar daquela brincadeira, transar com todos aqueles jovens lindos e principalmente ter o Edu mais uma vez dentro de mim. Mas eu não avancei, fiquei apenas assistindo. Meu celular vibrou dentro do meu bolso. Era o Andersom dizendo que havia chegado na cidade, que estava na casa da Ana e que ela nos chamou para jantar lá.
Voltei para o carro e segui em direção a casa da Ana. Ficamos conversando amigavelmente. Francisco estava bem sociável naquela noite. E Ana parecia feliz. Com certeza aquela felicidade vinha de um sexo bem feito.
Não demorou muito todos os rapazes chegaram. Mais um tempo depois Mama também apareceu por lá. Ana estava preparada para alimentar toda aquela turma. Jantamos no quintal, em uma mesa rústica muito bonita que eu fiz questão de elogiar. Francisco que havia feito e me deu detalhes da sua construção.
— Rey, depois quero conversar com você. — Edu disse.
— Quando quiser meu filho. — Respondi. Imaginei que devia ser sobre a cena da noite anterior ou sobre o filme, ou sobre a volta para o Rio, que estava marcada para domingo, mas que conseguimos antecipar e toda a equipe já voltaria no sábado pela manhã.
— Pode ser depois do jantar. — Edu disse com um sorriso angelical.
A comida estava deliciosa, acabamos de jantar e continuamos naquele quintal, conversando e bebendo, Francisco até ligou o seu rádio e colocou uns vinis antigos para tocar.
— Estou oficialmente divorciado. Assinamos os papéis ontem. — Anderson me disse.
— Você não me disse que assinaria essa semana. — Eu disse.
— Não estava previsto, mas eu preferi agilizar. Não te contei porque eu queria te fazer uma surpresa. Um pedido na verdade. — Anderson disse. — Rey, quer namorar comigo?
No exato momento em que o Anderson fez o seu pedido a música havia parado de tocar. Não estávamos falando alto, mas o silêncio que se fez naquele lugar permitiu que todos escutassem o pedido.
Ana sorria olhando para mim esperando a minha resposta, acredito que ela já sabia que o Anderson faria aquela proposta. Francisco fechou a cara, não concordava com aquilo em sua casa, apesar de receber Mama e Marcinho naquela noite.
Apenas um olhar me importava, e não era o Anderson sorridente na minha frente. Era o do Edu, um olhar vago e ao mesmo tempo triste.
“Devia abrir mão de um cara bacana como o Anderson, para ficar esperando o Edu? Mesmo ele me amando e sabendo que eu o amo, decidiu que seria melhor ficarmos separados. Ele que já estava seguindo a sua vida com a Estela e com o Samu. Devia esperá-lo?”
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Paco Katib
Escritor de Contos, Livros e Romances Eróticos Gay (Bi).