Chamava-se Mila. Não vou descrevê-la, que, além de ser uma perda de tempo, vocês podem imaginá-la com o rosto, o sorriso, os seios, a buceta da mulher mais gostosa que já comeram ou com que sonharam. Namoramos cerca de um ano. Também não vou contar como nos conhecemos, as loucuras que fizemos e as milhares de fodas que gozamos: vou acelerar a fita de nossas vidas em comum e focalizar um passeio que fizemos a um hotel-fazenda, num final de semana prolongado.
Igualmente não perderei tempo contando nossa chegada, as trepadas extraordinárias, as mais loucas fantasias postas em realidade. Vou continuar acelerando a fita, até chegar ao ponto que foi, para mim (creio que para ela também) o pico de nossa safadeza, de nossa sem-vergonhesa, de nosso prazer.
Era muito cedo, o sol ainda se misturava com a névoa e os pássaros pareciam estar latejando a garganta com seu canto. O hotel dormia, que a noite anterior fora de uma festa de arromba. Literalmente: músicas e motivos da Jovem Guarda, com muito som, muita bebida, beijos, bolinações e trepadas disfarçadas, alguma droga e muito rock’n roll.
Saí com Mila, para receber o sol pelo meio do mato. Queria ir nua, mas lembrei-lhe de que não estávamos num ambiente naturista, como outros tantos que visitamos antes. Depois de teimar o necessário para se fazer charmosa, concordou em se cobrir, mas não mais do que com uma grande camiseta, que lhe chegava quase aos joelhos – nada mais por baixo.
Distanciamo-nos da sede do hotel, embrenhando-nos pelos caminhos matinais. Dávamos carreirinhas de adolescentes, mãos dadas e sorrisos plenos. Estávamos chapados, embriagados de Natureza, de orvalho e de começo de sol – esta era nossa droga e nossa bebida. Os seios de Mila decalcavam-se, impetuosos e pontudos, sob a malha da blusa branca. Sem a menor preocupação com o decoro ou o pudor, ela trepava em pedras, pulava no chão, subia em galhos baixos de árvore, exibindo sua bunda perfeita e sua xoxota depilada aos meus olhares gulosos – eu nunca me cansava de comer aquela guria, e ela sabia disso. O tempo todo provocava-me e deixava meu pau querendo foder. Mas o prazer daquele final de madrugada vinha muito mais da Natureza do que mesmo das estrepolias da minha namorada.
Até que Mila cansou da correria e resolveu relaxar um pouco. Encontrou uma pedra, sobre a qual nascia uma grama macia e verde, fria e úmida, extensa o bastante para acolher seu corpo. Deitou-se, rosto virado para o céu, olhos fechados – parecia uma ninfa em sacrifício ao deus Sol. Aproximei-me daquele quadro divino e, do chão onde estava, passei a admirar aquela oferenda humana, como disposta sobre um altar.
Adivinhando que eu a contemplava, Mila abriu lentamente as pernas, e foi me mostrando uma buceta cujos lábios acompanhavam a abertura das coxas – a lubrificação fazia fios de líquido se estenderem ao longo da entrada da caverna, enquanto esta se expunha gradativamente aos meus olhos.
Cheguei junto. Meus dedos passeavam a milímetros da pele de suas coxas, sem as tocar, mas arrepiando-as sensivelmente. Aproximei-me da sua buceta, primeiro aspirando o delicioso cheiro de cio, emanado daquela caverna santa e lasciva, e expirando de propósito sobre o botãozinho, fazendo Mila gemer e remexer os quadris, languidamente, ansiosa pelo toque.
Demorei o quanto pude, a torturá-la em sua ansiedade. Até que a minha própria inquietação foi maior que meu desejo de carrasco, e toquei, de leve, com a ponta da língua, a rígida protuberância que emergia da junção dos lábios. Ela como que teve um choque, sacudindo o corpo, em êxtase.
Passei, então, a fazer passeios marginais com a língua, sobre os lábios, explorando cada reentrância, mergulhando em cada recanto encharcado. Os gemidos de Mila (que nunca foram discretos) estavam elevando-se em competição ao canto dos pássaros. O priquito, cuidadosamente depilado, mostrava-se tenro e suave ao toque de meus lábios.
Ao fechar aquela buceta com minha boca e penetrar minha língua o quanto conseguia alcançar, observava que minha namorada respirava com violência, requebrava-se impaciente sobre a pedra, as mãos crispadas sobre a blusa, sobre os seios, gemendo incontidamente.
Foi quando divisei, à distância, meio escondidos por entre pedras, dois garotos admirando a lúbrica cena, as rolas armando suas bermudas e as mãos acariciando-as. Tentei não dar bandeira que os tinha descoberto, para não constrange-los nem a nós. Quis parar com aquilo, avisar a Mila sobre os voyeurs, e continuarmos, rindo, nosso passeio. Quis. Mas não o fiz. O tesão multiplicou-se numa proporção geométrica; saber que havia plateia deixava tudo ainda mais sensual. Nada lhe falei.
Passei a chupar a buceta de Mila, utilizando-me de todas as técnicas que aprendera no exercício desse ato, acrescentando os improvisos, que deixavam minha fêmea louca. Ela já não mais se continha e gritava descontroladamente, dizendo putarias em meio aos gritos. Eu levantava os olhos de vez em quando, e via os garotos numa ansiedade louca, as varas já nas mãos, em vigorosas punhetas.
Aos poucos, fui percebendo a lubrificação encharcar ainda mais a buceta de Mila, a temperatura aumentar... Senti que o orgasmo se aproximava. Acelerava e desacelerava as lambidas e chupadas, para garantir mais demora, mais prazer. Mila, com a mão na minha cabeça, apertava-a contra si, principalmente nos momentos de desaceleração das chupadas, fazendo-me afundar o rosto naquele banho de tesão, naquela fonte de prazer.
Até que o corpo todo se retesou (“– Ai, caralho, estou gozando!”), ela se remexia febrilmente, crispava as mãos no tecido da blusa... gritou e seu grito ecoou por entre as árvores, espantando pássaros que bateram asas, no momento triunfal do gozo, enquanto fechava suas coxas, prendendo minha cabeça entre suas pernas, como a me querer dentro dela.
Meu rosto estava lambuzado de Mila, enquanto ela arfava, sobre a pedra, os seios subindo e descendo, ao ritmo da respiração ofegante. Os olhos fechados, lábios entre os dentes, braços abertos sobre o altar, ria solto, em êxtase; parecia receber a fecundação do próprio deus Sol. O coração estava aos pulos.
Levantei os olhos, agora menos discretamente, e encarei os meninos; um deles já gozara, que a rola, a meio pau, pendia para o chão, mas o outro estava em plena atividade, gozaria em segundos. O fato de sentirem-se descobertos fê-los assustarem-se; levantaram as bermudas – o que não gozara teve certa dificuldade em agasalhar a rola – e dispararam por dentro do mato. Eu dei uma risada.
– Que foi, meu bem? Está rindo de quê? – Mila perguntou-me, com a voz rouca.
– Nada, amor. Estava rindo do seu semblante de quem acabou de gozar na minha boca e pela minha língua.
– Safado!
E colheu minha boca com a sua, deliciando-se com seu gosto de fêmea no cio.
O sol começava a esquentar...