Silmária tem 45 anos, com um corpo de... 45 anos! Aliás, ela odeia esse nome – e com razão. Prefere Sil, e é assim que passei a chamá-la, e é assim que a tratarei aqui. Conhecemo-nos no Messenger, logo após eu aceitar sua solicitação de amizade no Facebook. Começamos a conversar despretensiosamente. Conversa diferente, com conteúdo – interessou-me. Em pouco tempo, sabia quase tudo sobre ela.
Fora casada durante dez anos com um bem sucedido comerciante de veículos, mas raparigueiro e cu de cana irrecuperável. Não conseguia entender como entrara naquela canoa furada. Ele tinha nada a ver com ela – cabeças diametralmente opostas. Ela era graduada em Psicologia – sem, no entanto, jamais ter exercido a profissão, porque ele dizia que sustentava a casa, e que não a queria ouvindo segredos dos outros, trancada numa sala, com um divã à disposição. Ele, analfabeto funcional, abandonara o segundo grau depois de três reprovações. Vangloriava-se de ser pegador, garanhão. Sil, cansada de tentar consertá-lo, meteu-lhe um belo par de cornos no confortãvel sofá da bela casa que ele provia, e posteriormente aplicou-lhe um glorioso chute na bunda. Viu-se plena dona de sua casa e de sua vida. Não quis mais casar, só gozar com quem escolhesse: homem ou mulher... “Na faixa dos ‘enta’, melhor correr atrás do preju”, dizia a si mesma.
Conhecera o Naturismo e se tornara adepta. Descobriu a felicidade na natureza. A distância e a grana curta não lhe permitiam frequentar praias ou fazendas para nudistas. Praticava em casa, conhecia vários companheiros de filosofia pela internet. Até já trepara com alguns. Ninguém de sua família sabia muito da renovada Sil – até porque ficaram putos com o fim do relacionamento de uma década: “Como se deixa escapar um homem tão bom?! Jamais vai encontrar outro igual!” Ela somente sorria da ingenuidade dos parentes, mandava-os silenciosamente à puta que os pariu, e se afastava gradativamente de todos – era “a ovelha negra da família”, como costumava cantarolar.
Mantinha contato apenas com o sobrinho Jucandir (outro nome infame), filho de sua irmã Silméria (ô família para desgraçar os parentes na certidão de nascimento!). Aproximaram-se pela internet, que Mery não podia nem imaginar os dois de conversê... Sil convertera Juca ao Naturismo in-door; apesar de muito tímido, foi se abrindo, relaxando, e, num dia em que a tia o convidou para passarem a tarde juntos, ele a encontrou completamente nua, ao atender a porta. Quis recuar, ficou embaraçado – Sil não perdeu tempo:
– Entra logo, Juca! Quer que a vizinhança toda me veja pelada?!
Ele se sentou, meio ressabiado, procurando disfarçar o pacote que se formava sob sua calça. A tia agia com naturalidade, simpatia, falando sobre aquela forma de nudismo. Trouxe caipiroska e, ao final da segunda, Juca, já sem camisa, ria ao tentar se equilibrar para tirar o restante da roupa.
Foram várias visitas, a troco de qualquer eventualidade, qualquer comemoração. Ela estava feliz em viver aquela experiência, como tanto queria. Lógico que, por vezes, desejava sentir a rola do sobrinho penetrando-lhe as carnes, mas temia espantá-lo, e perder o companheiro naturista. Os seios rígidos e a xoxota encharcada ela tentava disfarçar como podia, da mesma forma que procurava não dar bandeira, ao flagrar a pica dura de Juca, tremulando no ar...
Até que foram se aproximando, assistindo aos filmes e séries no quarto, sobre a cama dela, roçando-se “distraidamente”, rindo e comentando, exaltados, alguma cena mais forte, mãos soltas tocando o corpo um do outro. Certo dia, certo filme, um cara fodia a buceta da mulher, que gemia obscenidades e se rebolava sensualmente, sobre a amurada da varanda de uma casa de fazenda... a cena deixou-os em brasa incontrolável: atracaram-se “como dois animais” em reprimido cio.
Juca finalmente fodeu a buceta da tia com que tanto sonhava, e que tanto servira de inspiração a inumeráveis punhetas; Sil enlaçou as pernas sobre o corpo moreno-chocolate do sobrinho, numa avidez jamais sentida, arreganhando-se para receber completamente a pica dentro de si, entregando-se com desvario àquela loucura. Gozaram violentamente, aos impulsos incontidos dos corpos.
Após a descarga hormonal mútua, pausaram o filme para conversarem sobre o que acontecera. Inteligentes e em busca das justificativas que acalmassem suas consciências, concordaram que era a manifestação natural dos seus corpos, e que Naturismo não era apenas nudismo, mas principalmente seguir os clamores da mãe Natureza, sem constrangimento, vergonha ou culpa.
Passaram a viver mais aquela faceta do Naturismo indoor, e foram descobrindo os diversos segredos do prazer, as diversas formas de saciarem seus corpos; devoravam-se mas não se pertenciam além da cama (ou de onde se comiam), cada um levando sua própria vida, lá fora, sem cobranças nem ciúmes. Assim viviam felizes e secretamente há pelo menos dois anos.
Tudo isso me contou ela, numa madrugada inteira de mensagens trocadas. Falei também um pouco das minhas experiências naturistas, da minha prática indoor, da minha bissexualidade, das minhas vivências sexuais pouco ortodoxas; enviamo-nos fotos genitais, falávamos sem qualquer escolha de palavras mais requintadas – parecíamos amigos de muitos anos. Também não era uma conversa vulgar, de quem queria apenas e tão somente comer o outro, mas um diálogo inteligente - embora sensual -, de duas pessoas que tinham modos muito parecidos de viver e de encarar a vida.
Eita porra! Essa história está ficando muito longa. Ainda estou no nosso primeiro contato... Melhor dar uma paradinha no relato, e voltar depois, para contar o que rolou entre nós.