Casei com a irmã e o cunhadinho veio de brinde

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Contém 10926 palavras
Data: 25/05/2020 16:09:15

Casei com a irmã e o cunhadinho veio de brinde

- Amorzinho, acabei de conversar com o Pedro e ele me disse que queria vir para São Paulo para cursar uma faculdade e, me pediu se podia vir morar conosco. Eu disse que sim, que íamos ficar muito felizes de tê-lo com a gente. Você concorda, não é amorzinho? – comunicou-me a Lurdes, minha mulher.

Ultimamente as coisas se davam assim, ela decidia, sem me consultar previamente, dava seu aval ou fazia o que pretendia e, depois, vinha com esse ‘amorzinho’ para cá, ‘amorzinho’ para lá, tipo é o que vamos fazer e, se tiver alguma objeção, vamos discutir. Sem muito o que fazer, apenas balancei a cabeça concordando com ela, pois se pusesse algum empecilho na vinda do irmão para cá, a briga seria certa. Ao menos esse ‘amorzinho’ me daria a oportunidade de foder a buceta dela, onde eu não entrava há pelo menos dez dias. Se dissesse que não, que as finanças andavam curtas, que mais uma pessoa dentro de casa invadiria nossa privacidade, que as demandas com os garotos já nos davam trabalho suficiente, ela viraria uma fera e, adeus buceta por algumas semanas, enquanto durasse seu mau humor.

Eu havia me casado com a Lurdes há pouco mais de seis anos. Não conheci a família dela antes do casamento, à exceção de uma tia viúva com a qual ela tinha vindo morar depois de deixar a pequena Lagamar, no noroeste mineiro, para trás em busca de melhores oportunidades, e onde havia nascido e sua família residia. A única vez em que tive a oportunidade de estar com seus pais, sua irmã e o irmão, ambos adolescentes, foi quando nos casamos na igreja matriz da cidade por vontade da minha sogra.

Eu não lembrava da fisionomia do garoto, mas a Lurdes logo o reconheceu quando desceu do ônibus na rodoviária e acenou para ele. Ele agora estava com dezenove anos, alto e esguio, abriu um sorriso tímido, daqueles de gente do interior, quando se aproximou de nós e abraçou a irmã que há tempos não via. Estendeu-me cordialmente a mão num aperto resoluto antes que eu também o puxasse para um abraço, o que o fez retrair-se um pouco, talvez pela falta de intimidade que tínhamos. No carro, a caminho de casa, pude notar que era simpático, falava com desenvoltura, sorria com facilidade e tinha o mais lindo par de olhos que eu já tinha visto. Eles eram negros como duas jabuticabas maduras, contrastando com a pele muito alva do rosto imberbe. Acrescentavam um charme extra às feições bem delineadas de sua face e, sem dúvida, funcionavam como um chamariz para sua simpatia. Os senões que eu havia deduzido por conta dessa hospedagem forçada, logo caíram por terra e, acabei concluindo que estabelecer uma amizade com ele seria um bom negócio.

Nossa casa num bairro simples não era grande, mas permitia que um casal com dois filhos vivesse confortavelmente nela. Há menos de um ano havíamos terminado de colocar os últimos acabamentos e a mobiliado, juntando o meu salário e o da Lurdes. Acomodamos o Pedro no quarto dos meninos, onde colocamos uma cama extra na véspera de sua chegada. Meus filhos, Henrique de seis anos e Julinho de três, adoraram a novidade e, embora sem conhecer o novo inquilino, já faziam planos para brincar com ele, pensando tratar-se de alguém de sua idade. Ao virem que se tratava de um adulto, não demonstraram nenhum desapontamento, se é que houve algum, e logo o levaram para conhecer onde ia dormir, e cada um mostrar os brinquedos que tinham. O Pedro os ouvia como se realmente tivesse a idade deles, fazendo observações sobre o que lhe mostravam e entabulando uma conversa que deixou os garotos fascinados.

O que a Lurdes e eu só conseguíamos depois de algumas ameaças e, em certas ocasiões com um bom tapa no traseiro dos garotos, que era trazê-los para a mesa nas refeições, o Pedro conseguiu naquele primeiro almoço em família sem o menor esforço. Eles não apenas o seguiram sem reclamar, como lhe lembraram que era preciso lavar as mãos antes de ir à mesa, ao que ele riu e se empenhou em fazer diante da vigilância dos dois. Quando o Julinho disse que não conseguia alcançar a pia, o Pedro o segurou pelas coxas e o alçou até a torneira, dizendo que ele não estava lavando as mãos, e sim, fazendo um ‘vrap-vrap’. O garoto caiu na risada.

- O que é um ‘vrap-vrap’, tio Pedro? – questionou gargalhando.

- É essa muvuca que você está fazendo aí! – devolveu o Pedro, enquanto o balançava no ar de um lado para o outro de modo que, ora suas mãozinhas tocavam a água que descia da torneira, ora não. Se o Julinho procurava por um novo amigo, tinha acabado de encontrar.

Em menos de um mês, o Pedro tinha conseguido um trabalho por meio período numa imobiliária a pouca distância de casa, onde o contrataram para atualizar o site e para dar apoio aos corretores, além de outros serviços internos que vinham saturando as funções da única secretária e recepcionista. Aprovado no vestibular, começou a cursar ciências da computação à noite numa faculdade pública. Esse arranjo foi providencial não apenas para ele, mas também para a Lurdes e para mim, pois os garotos ficavam na escolinha pela manhã, o Pedro os buscava ao sair do trabalho e lhes dava o almoço, cuidava deles à tarde até que eu ou a Lurdes regressássemos para que ele pudesse ir à faculdade.

O carinho com o qual o Pedro cuidava dos meus filhos colocando-os na cama ávidos por ouvi-lo contar uma história, coisa que minha mulher e eu só conseguíamos depois de muita luta, dava suporte em casa, era prestativo ao se pôr a conservar qualquer coisa que eventualmente quebrasse e, o fazia sempre com um sorriso no rosto, me fez sentir remorsos por ter pensado que ele seria um estorvo e um prejuízo em nosso reduzido orçamento doméstico, com o qual ele contribuía, a despeito de eu ter dito que não seria necessário.

- Já se convenceu de que o Pedro não é uma pedra nos nossos sapatos? – questionou-me a Lurdes certa noite quando fomos dormir.

- Eu nunca mencionei que ele seria uma pedra nos nossos sapatos, de onde você tirou essa ideia? – retruquei.

- Da cara que você fez quando eu te contei que ele viria morar conosco! – revidou ela ligeiro.

- Pois concluiu errado! – exclamei. A desgraçada parecia conseguir ler a minha mente, o que me deixava puto.

- Eu precisava não te conhecer para acreditar nisso!

- Porra, Lurdes! Agora você vai me dizer o que é que eu penso, o que se passa pela minha cabeça. Virou adivinha, virou? – questionei exaltado.

- Se eu precisava de uma resposta para a minha primeira pergunta, já a consegui. – respondeu ela, com aquela soberba que me tirava do sério.

- Já te mandei à merda hoje? Então vá! – devolvi, pois de uns tempos para cá ela tinha começado a se especializar em me infernizar.

Não sei se nosso casamento tinha virado uma rotina de obrigações para os dois, ou se havíamos chegado à crise dos famosos sete anos com alguns meses de antecedência, uma vez que em certos dias mal podíamos trocar meia dúzia de palavras sem iniciar uma discussão. Talvez também fosse a maneira pela qual eu a enxergava agora. Depois do parto do Julinho ela não voltou ao mesmo corpo de antes, não que estivesse gorda ou feia, mas ao tocá-la parecia que havia um acúmulo de água, ou algo macilento sob sua pele que tinha lhe roubado as curvas, acrescentado algumas saliências e, junto com isso, desaparecido com um bocado do tesão que eu sentia por ela. Outra coisa que eu notei, foi o desinteresse dela pela minha pica, isso logo após o nascimento do Henrique. Para conseguir dar uma trepada semanal com ela eu precisava me munir de uma porção de artifícios e, ao consumar o coito, era como se eu tivesse sonhado com uma feijoada e precisasse me contentar com um suflê. Acaba sempre com aquele gosto de quero mais, sem que houvesse uma perspectiva de melhora para isso. Em conversas com amigos, também casados, ouvia relatos e queixas semelhantes, portanto, acabei me conformando.

Algumas vezes pensei em levar um papo a esse respeito com o Pedro, uma vez que estávamos nos dando muito bem, mas temendo que minhas preocupações chegassem aos ouvidos da Lurdes, acabei desistindo da ideia. Por outro lado, percebi que ele pouco podia me ajudar nesse quesito. Uma porque era solteiro, duas porque não me pareceu que os problemas do mundo masculino despertassem seu interesse. Levei-o algumas vezes junto com outros amigos ao estádio de futebol para assistir a uma partida, apesar de aceitar educadamente o convite, ele parecia mais um peixe fora d’água acompanhando o jogo do qual não conhecia nem os princípios básicos. O mesmo acontecia quando eu acompanhava uma partida pela televisão, quando ele geralmente tirava os meninos da sala e os distraía para que não me perturbassem.

Foi num domingo de final de campeonato, quando convidei uns amigos para um churrasco, que uma observação de um deles me chamou a atenção e, a partir daí, mudou a visão que eu tinha do Pedro.

- Esse teu cunhadinho tem um toba que é de pôr fogo no caralho de qualquer um, hein Carlão? Tem certeza que não é boiola? Com uma bunda dessas não duvido que não deixe a macharada babando! – observou, secando as nádegas prodigiosas do garoto. Na hora, atribuí a brincadeira às cervejas que ele já tinha entornado, mas mesmo assim, foi a primeira vez que botei um olhar mais analítico em cima daquela protuberância roliça.

Para enfiar ainda mais caraminholas na minha cabeça, depois que o pessoal foi embora, e a Lurdes preparava uma torta salgada para a janta, é que passei a examinar o Pedro com outra lupa. Para ajudar a irmã nas tarefas, enquanto ela se dedicava à torta, ele foi à lavanderia recolher as roupas do varal, coisa com a qual a Lurdes vinha me aporrinhando desde antes do almoço. Dobrava-as com selo e carinho, montando pilhas com as pertencentes a cada um, seus dedos longos e finos ajeitavam as dobraduras. Em instantes, havia cinco pilhas sobre a tabua de passar. A última a ser formada foi a minha e, enquanto eu a observava atentamente a crescer, tendo cada peça alisada por suas mãos, comecei a sentir minha rola endurecer. De onde eu estava, dava para ver a silhueta do Pedro e, realmente, a bunda do garoto era um espetáculo à parte, projetando-se empinadinha dentro da bermuda. As coxas que emergiam pelas aberturas das pernas não ficavam para trás, grossas e musculosas, não tinham um único pelo a esconder a pele lisinha. Sempre fui tarado por um par de coxas tipo aquelas, bem torneadas e gostosas de acariciar, bem como por uma bunda carnuda, daquelas que parecem feitas para agasalhar um cacete.

A Lurdes nunca foi boa de bunda, não era de se desprezar, mas não se destacava pela sensualidade. Logo no início do casamento tentei algumas vezes meter o pinto do cuzinho dela, zangada ela me deixou na secura dizendo que não era puta para eu ficar fazendo esse tipo de sacanagem. Outra coisa que também deixou bem clara, ainda nos tempos de namoro, é que achava nojento as vadias chuparem a pica de um macho. A menor menção ao desejo que eu tinha de ela me fazer um boquete, acabava numa briga.

De repente, me vi ali olhando para o meu cunhado, sentindo um puta tesão por aquele corpo, aqueles olhos que desde a primeira vez me enfeitiçaram e, a maneira carinhosa com a qual ele cuidava dos garotos e de cada um de nós, embora ele não me parecesse o tipo que se interessa por machos. Filho da puta do Humberto, tinha que encher minha mente com suas putarias?

Comecei a bater umas punhetas pensando naquele rabão, toda vez que a Lurdes não me deixava fodê-la. Debaixo do chuveiro frio onde ia procurar alento para meus desejos insaciados, ficava conjecturando em trai-la com o próprio irmão, como forma de puni-la pelo descaso com as minhas necessidades. Uma vez que ela me liberava a buceta esporadicamente só para manter suas obrigações de esposa, não me pareceu que procurar alento no cuzinho do irmão seria um pecado ou um crime pelo qual eu devesse ser apedrejado. Isso foi se materializando em mim e, me induzindo a deixar os temores de lado e a investir na abordagem do garoto. Ou eu punha tudo para foder, ou acabava tendo aquele carinho todo do moleque só para mim. A tentação só fazia aumentar.

No Natal, fiz questão de procurar eu mesmo um presente para o Pedro. Percorri três shoppings à procura de uns shorts que tivessem aberturas bem generosas nas laterais, sonhando em conseguir contemplar aquela dobrinha entre as nádegas e as coxas, que deveriam ser de alucinar e, que talvez o fizessem perceber com que intenção eu o presenteava com esse tipo de mimo. Comprei logo três, isso aumentaria as chances de eu vê-lo trajando um deles, o azul colocaria um céu de estrelas na minha imaginação, o branco a possibilidade de ficar transparente quando molhado deixando ver aquela pele sedosa e, o vermelho incitando meu tesão como um morango pronto para ser degustado. Precisei esconder minha ereção quando ele abriu o pacote e olhou para os shorts um pouco acanhado. Não sei o que se passou por sua mente, mas na minha só havia espaço para a luxúria. Ele me agradeceu com aquele seu sorriso recatado, o que me levou a melar a cueca com a baba do meu cacete.

Um colega do trabalho havia proposto dividirmos o aluguel de uma casa de temporada na praia durante o Ano Novo, a fim de darmos às crianças e a nós mesmos, uns dias de folga a beira mar. Quando o Pedro chegou à varanda com os dois garotos nos braços, usando um dos shorts com o qual o presenteei, eu mal consegui segurar a pica dentro da bermuda. A cada passo que ele dava a fenda se abria, a dobrinha imaculadamente branca aparecia pedindo para ser desvendada, beijada e pervertida. Não me lembro de ter sentido tanto tesão nem da primeira vez que me vi na iminência de foder minha primeira buceta. O pior, foi notar que o Humberto parecia estar sentindo a mesma coisa, pois o desgraçado ajeitava o pinto a toda hora dentro da bermuda. Estava lá o que eu nunca tinha sentido antes, ciúmes de alguém que eu julgava ser apenas meu. O mais irônico disso tudo, é que o Pedro nem devia suspeitar desses meus sentimentos por ele.

Junto a orla, brincando de construir castelos de areia com os garotos, percebi que o interesse pelo Pedro trajando uma sunga azul marinho, que evidenciava toda a formosura daquelas nádegas e dele como um conjunto primoroso e atraente, não se limitava a mim e ao Humberto que o observávamos sob o guarda-sol tomando umas cervejas. Garotas na flor da idade com seus corpos sedutores paravam a todo instante ao lado dele e dos meninos para puxar conversa e se fazerem notar por ele. De onde estávamos, dava para ver os sorrisos se formando, a sedução rolando solta, o flerte acirrado acontecendo sob o pretexto de acharem os meninos uma fofura. O interesse das mulheres parecia aumentar quando viam um homem acompanhado de crianças, talvez pela cena as convencer de que é um bom macho reprodutor. Eu mesmo já tinha sido abordado diversas vezes enquanto passeava com os meninos sem a presença da Lurdes. Contudo, não eram apenas as garotas e mulheres que se punham a admirar o Pedro, de velhos assanhados, já grisalhos, a garotões bombados, passando por uma miríade de casados, ninguém perdia a chance de pousar os olhos sobre aquela bunda enfeitiçadora, capaz de despertar aquele instinto primal que todo macho tem. Eu só conseguia pensar, num ciúme que só fazia aumentar, que eu o tinha diariamente quase ao alcance das minhas mãos e nunca tinha tido a coragem de tocá-lo, de lhe confessar meus desejos, de tê-lo em meus braços enquanto me saciava em seu cuzinho.

A primeira chance surgiu quando a Lurdes precisou fazer uma cirurgia no períneo. Havia meses que ela, ao retornar de uma consulta com o ginecologista, me lançou na cara suas frustrações causadas pela transformação que seu corpo sofreu após o casamento.

- Eu aqui preocupada com a cirurgia, como vou dizer ao meu chefe no trabalho que preciso me ausentar por três semanas que é o período que a médica me deu para eu me restabelecer quando só se fala em demissões na empresa, como vai ser com os meninos, especialmente o Julinho que ainda depende muito de mim, e você só está interessado em enfiar esse cacetão no meio das minhas pernas. Foi depois que você começou a meter essa monstruosidade em mim que meu corpo só foi indo ladeira abaixo. Para me engravidar do Henrique você detonou minha vagininha, o que me levou àquela gravidez complicada e aquele parto que terminou de me rasgar toda. Eu mal havia me recuperado e você já estava montando em mim como se eu fosse uma égua. Depois aquela insistência para que tivéssemos mais um filho, claro não ia ser você a pari-lo! E lá recomeçou o meu calvário, oito horas de trabalho na empresa, mais meia jornada em casa até tarde da noite, o barrigão crescendo e eu sem um único segundo disponível para cuidar de mim mesma. O pouco que havia restado das minhas entranhas, o parto do Julinho terminou de rasgar. Agora estou mais uma vez tendo que passar por um procedimento cujo resultado meu corpo só vai mostrar dentro de alguns meses. Nem se aproxime de mim! Mal consigo sentir seu cheiro sem enjoar. – despejou ela, culpando-me por todas suas mazelas. Desde então eu estava semanas sem enfiar a pica nalguma coisa que me tirasse daquele sufoco, e onde eu pudesse reencontrar um prazer há muito perdido.

O queixume da Lurdes sensibilizou o Pedro quando ela disse que precisava ser operada, embora ela não o tenha despejado sobre ele com a mesma intensidade e riqueza de detalhes com os quais fez comigo.

- Não se preocupe com nada, maninha! Cuide de você pelo tempo que for preciso. Eu levo as crianças para a escolinha antes de ir para o trabalho, como você faz todos os dias, vou buscá-los como sempre faço, fico com eles até o Carlão chegar. Fica tranquila, tudo vai se arranjar. – garantiu, naquela sua voz que convenceria até um monge a praticar um desatino.

- Obrigada! Eu sei que você vai dar conta, os meninos te adoram, nem vão sentir a minha falta. Ainda bem que você está aqui, se eu dependesse do Carlão estava fodida! Aliás, é por culpa dele que estou nesse estado deplorável, horrorosa e acabada! – sentenciou.

- Não diga bobagens, mana! O Carlão é um homem maravilhoso! Te deu uma família linda, uma casa confortável, é atencioso e amoroso, bom pai, o que você quer mais? Deixe de besteiras e vá cuidar de si, vamos nos virar. – devolveu o Pedro.

A Lurdes não precisava mais do que três dias de internação, e eu não conseguia ver oportunidade melhor para abordar o Pedro, especialmente depois de tê-lo ouvido dizer a irmã que eu era um homem maravilhoso. Aquelas palavras não saíam da minha cabeça tanto a de cima quanto a debaixo. Será que ele sentia alguma coisa por mim? Essa possibilidade me deixou mais atrevido do que nunca.

O Pedro regressou da faculdade pouco antes da meia-noite. Eu havia conseguido fazer os meninos dormir há pouco, mais por estarem exaustos do que propriamente pelos meios que empreguei. Mesmo assim, ele conferiu se estavam cobertos, pois o Henrique tinha a mania de atirar o cobertor para longe e acabava pegando friagem durante a madrugada, colocou um beijo na testa de cada um, pegou o pijama e foi tomar uma ducha. Eu estudava cada um de seus passos, procurando a brecha para abordá-lo. Minhas mãos suavam, minha pica estava a mais de uma hora à meia-bomba e já começava a doer, meus culhões estavam tão cheios que até o resvalar das minhas coxas no saco me incomodava. A noite estava abafada, com aquele ar quente parado, num prenúncio de que uma chuva estava se aproximando. Eu já havia tomado duas duchas para afastar o calor que não deixava meu corpo, sem me dar conta de que esse calor nada tinha a ver com a temperatura ambiente e, sim, com o tesão que não parava de aumentar. Deixei a porta do meu quarto com uma fresta aberta para que pudesse ver quando ele sairia do banho. Quando ele passou, usando apenas a bermuda do pijama em direção à cozinha, eu estava pronto. Encontrei-o junto ao balcão da pia servindo-se de um suco. O tronco nu, a pele ainda bronzeada daqueles dias na praia, as espáduas salientes se movendo junto com seus braços enrijeceram meu caralho sob a cueca boxer. Se me visse assim, ele provavelmente se afastaria com um movimento brusco, a indignação estampada no rosto e a minha chance afundando no repúdio. Por isso, aproximei-me tanto dele que um leve roçar de suas costas no meu peito se fez sentir. Ele virou o rosto na minha direção e sorriu, oferecendo-me o suco. Eu precisava dele, e como precisava, minha garganta estava seca e eu não conseguiria articular nenhuma palavra daquele jeito. O Pedro pegou outro copo e despejou o suco nele, antes de me estendê-lo. Fiquei pensando no que falar se ele se virasse e visse minha ereção, enquanto engolia o suco. Mas ele não se moveu.

- Cansado? – perguntei, inebriado com o perfume que vinha de sua pele.

- Um pouco! Tanto na imobiliária quanto na faculdade as demandas aumentaram. – respondeu ele. A minha localização às suas costas, tão próximo, pareceu não incomodá-lo.

- E nós ainda te dando mais trabalho! Obrigado pela força, Pedro! – agradeci. Pronunciei seu nome da forma mais sedutora que consegui.

- É a melhor parte do dia, adoro ficar com os garotos. – devolveu ele. Eu lancei cuidadosamente o corpo para a frente para que tocasse no dele.

- Estou muito feliz por você estar conosco. – sussurrei, com a voz repentinamente rouca por conta do suco gelado. No entanto, ela pareceu fazê-lo estremecer, ou seria esse apenas o meu desejo?

- E eu de ter sido tão bem acolhido, especialmente por você. – retrucou ele. Era o que eu precisava ouvir, ele não me rechaçaria, eu podia jurar. Encoxei-o suavemente, mas com a firmeza necessária para que ele sentisse minha ereção.

- Minha vontade vai muito além de apenas te acolher! – sussurrei junto à orelha dele, e dei mais uma encoxada naquela bunda que se encaixou perfeitamente na minha virilha.

- Minha irmã é uma mulher de sorte por ter se casado com você! Você é um homem maravilhoso! – Essas palavras voltaram a confirmar minha suspeita, ele não era indiferente a mim.

- Você também pode ter essa sorte, como diz! – exclamei, pondo o copo vazio sobre o balcão e envolvendo meus braços ao redor de seu torso nu. Ele inclinou a cabeça para o lado e eu beijei aquela nuca perfumada, sem me conscientizar que estava roçando deliberadamente a rola naquela bunda carnuda.

Girei-o lentamente até ficarmos frente a frente, ele corou levemente, deixando transparecer o desejo que meu corpo exercia sobre ele. Tomei seu rosto entre as mãos e fui aproximando minha boca da dele. Beijei aqueles lábios rubros e úmidos com os quais eu vinha sonhando há meses. Eram tão macios e delicados, com um sabor excitante, que me deu vontade de mordê-los. Não me contive e os mordi avidamente, extravasando meu tesão naquele beijo que ele retribuía com a mesma intensidade de sentimento. Meti a língua em sua boca o mais profundamente que pude deixando-o sentir o sabor da minha saliva, para ver se aquilo o faria ceder à minha próxima investida. Ele ia se entregando ao toque das minhas mãos que passeavam sobre seu corpo, penetravam em sua bermuda, se perpetuavam em movimentos carinhosos sobre seus glúteos quentes. Abri aquele rego e fui buscar meu tesouro, o cuzinho quente dele se contraiu ao toque do meu dedo lascivo. Ele gemeu, o gemido da rendição, o gemido da aceitação, o gemido mais pecaminoso que já ouvi. Encarei-o com firmeza e determinação no olhar, enfiando o dedo compulsivamente no meio das preguinhas para que soubesse que estava me apossando dele. Não houve nenhuma reação de rejeição, apenas aquele par de olhos fixados nos meus e suas mãos pousando suavemente sobre os pelos do meu peito. O Pedro não precisava fazer quase nada para me enlouquecer de tesão. Beijei-o mais uma vez, como se fosse devorá-lo, e recebi como prêmio o dele, que chupava receptivamente minha língua promíscua. Aos poucos, fui chupando e mordiscando seu pescoço, que ele franqueava inclinando-se ligeiramente. A gana com a qual eu o devorava ia crescendo à medida que minha excitação aumentava, deixando aquela pele branquinha marcada com meus chupões gulosos.

- Ah, Pedro! Chupa minha caceta, chupa. – consegui grunhir, enquanto o mordia e apertava seus mamilos enrijecidos entre o polegar e o indicador. Ele soltou um gemido contido, excitante e permissivo.

Forcei-o a ajoelhar-se aos meus pés e tirei a rola melada da bermuda, esfregando-a no rosto dele. Ele abriu os lábios e a colocou na boca, pouco além da cabeçorra. Meu desejo foi de gritar, tamanho o tesão que senti, porém só deixei eclodir um urro preso na garganta, temendo acordar as crianças. Ele me mamava percorrendo meu pau com seus lábios úmidos enquanto a verga babava descontroladamente. Eu tirei a mão do pau para que ele assumisse o controle. Aqueles dedos longos e finos seguravam meu caralho pesado, movendo-o carinhosamente à medida que ele ia percorrendo sua superfície com a boca. De tempos em tempos, ele dedicava umas lambidas e umas chupadas aos meus culhões, sem se importar que alguns pentelhos ficassem aderidos aos seus lábios. Nem uma vadia experiente chupava uma caceta tão generosamente quanto o Pedro, eu estava nas nuvens. Sem falsa modéstia, fui muito bem dotado pela natureza. Constatei que meu instrumento fugia, em muito, dos parâmetros quando prestei o serviço militar obrigatório, onde era comum observarmos um ao outro nos vestiários devassados. Afora um cabo mulato, dono de uma jeba de cerca de vinte e oito centímetros, porém fina como uma salsicha, eu podia me orgulhar do meu caralho, poucos centímetros menor, mas taludo e grosso, o que não só deixava os outros com inveja, mas até os inibia. Devido a isso, o Pedro se concentrava basicamente na minha cabeçorra, porém meu tesão pedia mais. Agarrei sua cabeça entre as mãos e a forcei na minha virilha, ao mesmo tempo em que fodia aquela boca macia metendo a rola em sua garganta. Ele batia com as mãos espalmadas nas minhas coxas onde se segurava, para não sufocar. Ele se debatendo, sem deixar de mamar minha rola por um instante que fosse, fez aflorar minha vontade de gozar. Eu queria gozar naquela boca e ia fazê-lo com ou sem a permissão dele. Não há nada mais lúdico e prazeroso do que despejar a gala numa boca submissa. Deixei-o respirar quando notei seu rosto vermelho e as lágrimas brotando daqueles olhos encantadores. Ele me agradeceu com um sorriso, antes de me abocanhar novamente. Foi impossível segurar o tesão, e eu despejei minha porra nele. Ele mal dava conta de engolir os jatos de creme espesso que jorravam da minha pica, mas se empenhava nisso como um cão faminto devoraria o alimento que se lhe pusesse a frente. O contorno de sua boca ia se melando do excedente de porra que ele não dava conta de engolir. Eu o observava embevecido por seu empenho e deixava o leitinho sair para aliviar meus culhões. Ele me sorriu quando terminou de lamber meu pau, ainda com os lábios cheios de porra. Guiei-a com o polegar para dentro de sua boca, e ele lambia meu dedo sorvendo até a última gota. Ajudei-o a colocar-se em pé e o puxei para o meu peito, tudo o que eu queria era guardá-lo ali junto do coração que batia tão acelerado que podia ser ouvido ressoando, abrigá-lo de qualquer ameaça, protegê-lo como se fosse um bebê indefeso. E foi ali, entre meus braços, que a respiração acelerada dele foi se acalmando, como se ele soubesse que tinha encontrado seu porto seguro.

Mas eu precisava mais do que uma mamada na verga para satisfazer todo aquele desejo que o Pedro me fez acumular. Eu precisava foder aquele cuzinho que ficou chuchando meu dedo quando o explorei, mas não queria perpetrar minha lascívia no balcão da cozinha, eu queria aquele corpo languidamente deitado à minha disposição, para que pudesse explorá-lo lenta e impudicamente como aquela escultura moldada pela natureza exigia. Levei o Pedro apressadamente para cima, ele hesitou ante a porta do meu quarto, talvez se lembrando de que ele era o templo sagrado da irmã. Porém, eu o puxei para dentro e fechei a porta. Deitei-o sobre a cama onde fiz os filhos na irmã. Não cheguei a sentir nem uma ponta de culpa por profanar o leito conjugal, pelo contrário, achei que a Lurdes merecia isso pelo tanto de vezes em que me rechaçou sem nenhum remorso aparente. Despi-o, expondo sua nudez tão perfeita quanto o Davi de Michelangelo, ele dobrou uma perna sobre a outra, empinando recatadamente a bundinha tesuda como que me convidando a explorá-la. Parti sobre ela feito um garanhão ensandecido pelo cheiro de um cio, abrindo aquelas nádegas carnudas e desguarnecendo de qualquer proteção o diminuto orifício rosado, que piscava no fundo do rego. Fui mordendo os glúteos aos poucos, rondando a fenda lisinha onde estava a portinha do cu, extraindo gemidos libidinosos que o Pedro sufocava nos travesseiros temendo acordar os meninos no quarto ao lado. O putinho sabia ser discreto, excitantemente discreto. Se não fosse um putinho, era assim que eu o via agora, era assim que eu queria foder aquele rabo, desprezando qualquer vestígio de moralidade. Enfiei minha cara naquele reguinho e comecei a lamber o cuzinho rosado do Pedro. Ele gemia de tanto tesão, permitindo que o frenesi que acometia seu corpo fosse perceptível, o que só fazia aumentar o meu. Eu precisava deixá-lo o mais excitado possível para que aceitasse levar meu cacete no cu, a despeito do estrago que ele ia fazer naquelas preguinhas apertadas. Ele se contorcendo na cama, agarrado os travesseiros, indicava que estava no ponto para levar vara. Abri suas pernas e ajoelhei-me diante de sua bunda. Pincelei o caralho úmido algumas vezes dentro do reguinho, ele empinou a bundinha evidenciando o desejo de ver enrabado. Ajustei a cabeçorra à portinha do cu e comecei a forçar. Ele parou de respirar, ansiando pela penetração, e gemeu ao sentir o cu chegar ao limite da capacidade de se distender. Aquilo me deixava cada vez mais maluco. Eu sabia que ia estourar aquele cuzinho. Forcei mais algumas vezes, o anseio dele se repetia. Eu já não aguentava mais. Coloquei um travesseiro sob seu ventre o que o manteve empinado e estabilizado. Fui me deitando lentamente sobre ele ao mesmo tempo em que minha mão guiava o cacete para dentro daquele cuzinho. O Pedro ganiu, precisei tapar sua boca com a outra mão e sussurrar em seu ouvido que ficasse calado. Ele obedeceu. Fui metendo devagar, progressivamente, enquanto ele se contorcia e gania cada vez mais desesperadamente na minha mão. Embora eu não o quisesse machucar, sabia que aquele cuzinho não estava preparado para encapar uma rola como a minha. Contudo, o Pedro foi valente, ia deixando a agonia lentamente de lado, para usufruir do prazer de sentir eu entrando nele. Quanto mais a confiança dele crescia, mais ele empinava a bundinha, me oferecendo seu casulo acolhedor. Eu não pensava noutra coisa senão mergulhar com tudo naquele anelzinho que havia encapado meu caralho de forma tão abnegada. Meu saco comprimido contra a portinha do cuzinho do Pedro me deixou alucinado. Ele aguentou levar o cacetão inteiro. Bombei o rabo dele não pensando em nada além da minha satisfação, mesmo ele ganindo feito uma cadela desesperada. Na posição em que estávamos, eu não conseguia ver as expressões de seu rosto, a agonia, a dor e o prazer misturados. Por isso, arranquei a pica do cu, girei-o na cama, coloquei suas pernas sobre meus ombros e o encarei. Ele sorriu, ergueu a pelve tão prontamente que eu soube que já sentia falta do meu cacete atolado em suas carnes. Meti de uma só vez, fazendo a pica desaparecer naquele cuzinho. Ele gritou. Eu o beijei como se disso dependesse a minha vida. Ele chupou minha língua e foi fechando as pernas ao redor da minha cintura, enquanto seus dedos afundavam nas minhas costas. Ele estava me acolhendo muito mais afetuosamente do que eu havia imaginado, e eu comecei a bombar aquele cuzinho com todo meu furor de macho. Beijei aqueles lábios provocantes tantas vezes que eles ficaram arroxeados, ele os retribuía cada vez mais carinhosamente.

- Você está me matando de tesão, Pedro! – rosnei afogueado. Ele acariciou meu rosto e me sorriu.

Quando ouvi seus gemidos se intensificando, pensei que o estava machucando com a gana em que o fodia, mas o putinho estava gozando abundantemente através daquele pintinho castiço. Todo meu tesão migrou para o meu cacete, que começava a ficar tão sensível que precisei diminuir a intensidade das estocadas, um calafrio desceu pela minha coluna obrigando-me a contrair a musculatura, o rosnado de prazer emergiu antes que eu pudesse colar minha à dele, sufocando tão somente o rugido que teria acordado os meninos, mas não o prazer concentrado na minha pica. Esporrei o cuzinho dele feito um cavalo, enquanto ele travava o anelzinho esfolado ao redor do meu falo. Eu estava suado e arfava à semelhança de um cavalo depois da disputa de um dérbi, ele apaziguava meu coração acariciando meu rosto. Dessa vez fui eu quem lhe sorriu, grato pelo prazer que me fez sentir, embevecido por meu desempenho e, satisfeito como nunca me senti. Deixei a pica ir amolecendo no ritmo dela, que se mostrou vacilante ante aquela maciez que a envolvia. Os biquinhos dos mamilos do Pedro também continuavam deliciosamente duros, mostrando que o tesão dele também não havia cessado, lambi-os delicadamente fazendo-o gemer, enquanto ele afagava meus cabelos enrodilhados em seus dedos. Extenuado, peguei no sono. Não sei como ele fez para tirar minha rola do cu e sair debaixo de mim. Quando despertei, algumas horas depois, ele continuava enrodilhado em mim, dormindo feito um anjo. Eu precisava mijar e, com todo cuidado, fui tirando seus braços do meu tronco, ele se virou para o outro lado procurando uma posição confortável. O quarto estava às escuras, para não tropeçar em nada acendi o abajur da cabeceira e, a primeira coisa que chamou minha atenção, foi a mancha de sangue no lençol onde eu o havia quilhado. A Lurdes, embora virgem quando a deflorei ao ficarmos noivos, nunca sangrou. E esse putinho me dá essa felicidade. Voltando para o quarto depois de aliviar bexiga, meu pau endurecia à medida que eu me aproximava da cama. O Pedro acordou com o meu movimento.

- Continue dormindo, é cedo demais para levantar! – afirmei.

- Preciso ir ao banheiro! – devolveu ele, sonolento e exaurido.

- Vem, que eu te levo! – depois de ter judiado tanto dele, era o mínimo que eu podia e, estava louco para fazer.

- Sou pesado! – exclamou sorrindo, permitindo que eu o levasse no colo. Enquanto urinava ele se deu conta do filete de sangue que desceu por sua coxa.

- Me perdoa se te machuquei! – exclamei desastrado.

Depois de acionar a descarga ele pegou na minha mão e me levou até o box. Não disse uma palavra, apenas olhava docemente para mim, fazendo-me sentir um crápula por ter sido tão bruto. Lavou-se deslizando o sabonete pelo corpo, me fazendo desejar ser aquele pedaço perfumado composto de lipídeos, álcalis e essências. Aquilo me enfeitiçou e minha pica endureceu.

- Quer que eu te ajude a se limpar enfiando a duchinha no seu cuzinho? – perguntei, ávido por um sim.

- Não! Assim você tira teu sêmen de dentro dele, e eu quero deixá-lo aqui pelo tempo mais longo possível. É uma maneira de ainda sentir você aqui dentro. – balbuciou. Que macho consegue manter a lucidez diante de uma revelação dessas?

Agarrei-o tão vorazmente que ele nem teve como reagir. Grudei minha boca na dele e apertei sua nádega.

- Sente como teu macho está pronto para te fazer senti-lo aí dentro. – grunhi ao ouvido dele, enquanto esfregava minha jeba dura como pedra naquela bundinha arrebitada. Meti e ele ganiu, bombei e ele gemia, gozei e ele me beijou. Quando tirei a rola do rabão dele, ele a ensaboou tão delicadamente como se plumas o estivessem alisando.

Pelo tempo que a Lurdes permaneceu internada o Pedro e eu dormimos juntos. Eu acordava abobado e assobiando como um passarinho com a chegada da primavera. Não via a hora de chegar em casa, de encontrá-lo, de levá-lo para a cama e de esvaziar meus culhões naquele rabinho.

A Lurdes voltou mais caturra do que antes. Atribuí seu mau humor às dores e ao desconforto das suturas que talvez ainda estivesse sentindo. Ledo engano. Os meses passaram e ela continuava rabugenta, não com todos, mas comigo. Ao retomar seu trabalho, teve a notícia de que havia sido promovida a gerente de marketing. Fui o último com quem ela partilhou a novidade. Tornou-se mais vaidosa, como se a cirurgia lhe houvesse devolvido o amor próprio. Não demorou a anunciar que faria uma lipoaspiração, induzida por aquelas conversas com as esposas dos nossos amigos. Não parou na primeira, mais duas subsequentes foram realizadas ao término de um ano. Eu não passava daquele estorvo com quem se via obrigada a dividir o quarto, embora a cama já não dividíssemos mais, desde o dia em que acariciei sua buceta enquanto dormia, tentando fazê-la me deixar enfiar o cacete nela, e sua reação foi me enxotar do quarto.

Com a volta dela, eu achei que ia continuar enrabando tanto o Pedro, que me fazia tudo o que ela sempre se recusava a fazer, quanto a xana dela, só para me fazer sentir que ainda era o macho da casa. Não fosse o Pedro eu teria enlouquecido. Ele parecia adivinhar todas as minhas necessidades, realizando-as sem que a irmã suspeitasse de nada. Eu o esperava à saída da faculdade, levava-o a um motel e me deixava saciar ou, fazia-o dentro do carro, num lugar ermo. Quando não conseguia conter meu tesão, ia ter com ele no quarto dos meninos, sob o risco de sermos flagrados, eu gozava como um touro, excitado com a possibilidade da Lurdes me pegar engatado no cu do irmão. Porém, esse privilegio não foi concedido a ela. Eu estava bombando o cuzinho do Pedro, deitado de bruços, quando a excitação de nossas respirações acabou por acordar o Julinho.

- O que você está fazendo aí, papai? – perguntou sonolento, e ainda perdido no espaço e no tempo.

- Volte a dormir, filhão. O papai só veio ver se vocês estão cobertos. – inventei.

- O tio Pedro estava descoberto?

- Estava sim. Agora dorme, senão amanhã você não vai querer acordar. – ele me encarou engolindo a desculpa. Eu torci para que ele se esquecesse do episódio, antes de deixar escapar um comentário que teríamos dificuldade para explicar.

Numa tarde de sábado o Pedro levou os garotos ao shopping, como sempre, para que eu e a Lurdes pudéssemos respirar um pouco. Ao atender a campainha, dei de cara com um rapagão numa Honda CBR650R reluzindo de nova, bermudão e camiseta por onde emergiam os músculos avantajados das coxas e dos braços, perguntando pelo Pedro, e se dizendo colega da faculdade. Fui seco ao receber o envelope onde ele dizia estar um material do qual o Pedro ia precisar para um trabalho da faculdade. Não sei se ele tinha mesmo aquela cara de arrogante ou, se foi o fato de eu descobrir que o Pedro tinha amizade com um sujeito como aquele, um macho cheio de testosterona que ciscava no meu território.

- Quem é, Carlão? – perguntou a Lurdes, intrometendo-se no que já estava difícil de digerir.

- Olá, boa tarde! Sou o Joca, amigo do Pedro, vim trazer um material para ele. – respondeu o sujeito, fazendo-se de gentil. Há pouco era colega da faculdade, agora já era amigo.

- Não quer entrar e tomar um café? Talvez o Pedro já esteja a caminho de casa. Ele levou os meninos ao shopping. São fissurados no tio coruja. – declamava minha mulher com uma voz irritante.

- Não, obrigado! Tenho que ir. Talvez noutra ocasião. – respondeu o moleque, acelerando a motocicleta e dobrando a esquina.

- Que porra de assanhamento foi esse, Lurdes? – como não tinha acesso ao Pedro, descontei minha raiva nela.

- Deixa de ser cretino, Carlão! O garoto é amigo do Pedro não há porque não ser bem recebido aqui em casa. O Pedro mora conosco e nunca trouxe um amigo do trabalho ou da faculdade para cá. Deve pensar que vamos nos sentir incomodados com isso. – argumentou a infeliz, para cuja cara eu já não conseguia olhar.

Fui cauteloso ao sondar o Pedro ao lhe entregar o envelope. Eu precisava descobrir quem era aquele sujeito sem dar muita bandeira do ciúme que estava me corroendo. Ele foi natural e despretensioso ao confirmar tratar-se apenas de um colega da faculdade. Apesar da sinceridade do Pedro, não consegui aceitar aquela súbita amizade. Outra coisa que me assolou dias depois, com aquela visita ainda em mente, foi que eu precisava voltar a frequentar a academia que, por demandas em casa e na empresa, havia deixado de frequentar. Eu tinha um corpo em cima, sem aquela barriga que já formava uma saliência na cintura dos amigos, com pernas que os encontros semanais na quadra de futebol de salão mantinham musculosas e, com bíceps que preenchiam completamente as mangas das minhas camisas. Mas, o Pedro merecia mais. Ele merecia vigor, ele merecia um macho transbordando hormônios, ele merecia a energia de um garanhão e seria eu a lhe dar todas essas coisas. Na mesma semana voltei a puxar ferros, dois dias por semana, após o trabalho, nos mesmos em que ele e eu nos encontrávamos para ir ao motel. Mais uma prova de que eu tinha um significado em sua vida, ele me deu quando não me deixava tomar banho antes de transarmos. Ele me desejava com o corpo suado, com o cheiro quente e almiscarado que envolvia minha virilha, numa demonstração de total comunhão, a que se perdia, dia a dia, com sua irmã.

- Você não acha que já levou essa besteira de dormirmos na mesma cama, sem nos tocarmos, longe demais? – questionei a Lurdes, ainda reticente em me dar a buceta.

- Foi bom você tocar no assunto. Esses dias passei com a Laura por uma casa à venda aqui no bairro e fui dar uma olhada. Ela tem três dormitórios bem espaçosos, o que seria providencial para a gente. Eu quero que você vá dar uma espiada, e veja o que acha. O preço está ótimo. – aquilo me deixou pasmo.

- Escute aqui! Nós somos casados, você tem obrigações para comigo, não foi isso que jurou no altar diante dos teus pais? – questionei enfurecido.

- Ainda somos casados, você quer dizer! Se bem que não sabemos por quanto tempo. – revidou ela. Desisti de levar a conversa adiante, pois me conhecendo, sabia que se explodisse ali, perderia a cabeça e, muito provavelmente, assentaria aquela minha mão que coçava no meio da cara dela. Também foi o momento em que percebi que não havia mais nada entre nós, nem da parte dela, nem da minha.

Que todas aquelas cirurgias, a mudança no corte de cabelo, a reformulada no guarda-roupas, tinham uma razão, eu já desconfiava. O que atribuí à elevação de sua autoestima não passava de um ensaio para um divórcio. Mesmo não sentindo mais o mesmo que antes por ela, eu não concebia o fato de me afastar dos meninos, eles eram tudo na minha vida. Vê-los sendo criados num lar desfeito era tudo o que eu, como pai, não queria que acontecesse, mesmo que para isso eu precisasse aniquilar minha vida, ao menos enquanto eles dependessem de mim. Foi com isso em mente que compramos aquela casa que a Lurdes mencionou.

Como tudo na vida tem seu lado bom, eu ter um quarto exclusivo favorecia meus encontros com o Pedro. Diante daquele clima tenso, embora ainda respeitoso e cordial entre sua irmã e eu, ele me dava tudo que eu precisava, desde seu ombro amigo, até aquele cuzinho apertado que me deixava lanhar envolto em sedução.

- Está chegando o aniversário do Pedro, eu pensei em darmos uma festa surpresa para ele. Assim ele pode trazer os amigos o que é bom para sabermos com quem ele anda. O que você acha? – perguntou-me a Lurdes.

- Claro! Já devíamos ter pensado em algo assim antes, afinal ele parece não se divertir muito. – respondi. – No entanto, se o deixarmos convidar os amigos, não será mais uma festa surpresa. – esclareci.

- Tem razão! Aquele rapaz, o Joca. Ele deixou um telefone numa papeleta anexa àquele envelope, eu acho que a vi esses dias no quarto dos meninos. Podemos contatá-lo e ele se encarrega de convidar os amigos, mesmo porque ele sabe com quem o Pedro tem mais amizade. – retrucou ela.

- Não vou com a cara daquele sujeito! – exclamei de pronto. Só me faltava trazer aquele macho para dentro de casa, para perto do Pedro.

- Tem outra sugestão? Se não tem, é o que vou fazer. – precisei ceder ou, não haveria festa, que o Pedro mais do que merecia. Depois, pensando bem, nada como ter o sujeitinho sob minhas vistas para ver até onde ia aquela amizade entre os dois.

Durante a festa, que ele recebeu com muita gratidão, presenteei o Pedro com duas camisas, sussurrando em seu ouvido que ainda tinha um presente especial para quando a festa terminasse esperando por ele no quarto. Ele sorriu, e me sussurrou que era pelo qual mais ansiava. O tal Joca parecia mesmo apenas mais um dos amigos do Pedro. Não tomou liberdades que não fossem as mesmas dos demais, não se manteve próximo do Pedro como se fosse um cão de guarda, enfim, não levantou nada de suspeito. Por que então eu não respirava aliviado? Certamente foi aquela jaqueta de couro cara, semelhante às usadas por motoqueiros, com a qual ele presenteou o Pedro e, a maneira acanhada como este lhe agradeceu o mimo. Aí tem! Sentenciou aquele ser maquiavélico que habitava minha mente, querendo que eu não tivesse mais nenhum minuto de sossego.

Por duas semanas, apressei-me a sair do trabalho mais cedo para ver se o fulaninho vinha buscar o Pedro em casa para irem à faculdade. Decepcionantemente, mas para meu alívio, o Pedro seguiu sozinho até a estação do metrô e, chegou à porta da faculdade, onde eu o aguardava encostado à fachada chanfrada de uma construção do outro lado da rua que me mantinha escondido. Entre a galera que se juntava ali antes das aulas, o Pedro chegava distribuindo abraços efusivos entre os garotos, dando e recebendo beijos das garotas, algumas se aproveitando da ocasião para apoiarem suas cabeças em seus ombros, suas amizades mais próximas. Nada do tal Joca. Apenas na segunda semana de vigília, vi-o entrando com a motocicleta no estacionamento que ficava próximo de onde eu estava atocaiado. Ele passou pelo grupo onde estava o Pedro, deu um aceno rápido e entrou na faculdade. Comecei a me sentir um tolo. A que ponto eu havia chegado para tentar flagrar a traição do Pedro que, provavelmente, só existia na minha mente doentia de paixão, uma vez que ele continuava tão carinhoso e generoso comigo durante o sexo como sempre? Retomei minhas idas à academia, cujos resultados já eram bem visíveis e tinham despertado a atenção do Pedro, que acariciava meus bíceps mais rijos, com um encantamento no olhar. Posso desanuviar minha cabeça, não há mais ninguém na vida do Pedro além de mim, concluí. Conclusão apressada, fez me crer a tarde de sábado quando eu voltava da pelada de futebol de salão, no exato momento de ver o Pedro chegava na garupa do Joca. Reduzi propositalmente a velocidade para entrar na garagem e vê-los se despedirem. Enquanto minha mente via amassos libidinosos, beijos de luxúria, meus olhos apenas contemplaram um breve aceno e um sorriso de ambas as partes. Passei o final de semana remoendo a cena. Não consegui levar o Pedro para um canto isolado para prensá-lo contra a parede e pedir explicações sobre aquela carona fora de contexto. Porém, a casa cheia de visitas que tardaram a se despedir e, uma febre alta que acometeu o Julinho obrigando-me a levá-lo a um Pronto Socorro, adiaram essa questão. Mas, na segunda-feira, eu estava de plantão na sala esperando seu regresso da faculdade, quando todos já dormiam. Sentei-me na bergère de couro que, junto com um pufe, uma mesinha lateral e um abajur de pé, formavam um canto de leitura num dos quadrantes da sala. As horas não passavam. Por vezes, meus punhos furiosos estavam tão cerrados que chegava a sentir os dedos adormecidos. A sala estava mergulhada no silêncio e na penumbra produzida pela infiltração das luzes da rua pelo janelão da fachada e, por uma lua em quarto crescente brilhando através de uma placa de vidro incrustada na parede próxima de onde eu estava sentado. As chaves tilintando na fechadura acabaram com a minha espera. O Pedro ia subindo as escadas sem ter me notado ao passar pelo vestíbulo.

- Pedro!

- Oi Carlão! O que faz perdido aí? Já é tarde! – respondeu ele, caminhando até mim e beijando o canto da minha boca, depois de se assegurar que eu estava sozinho.

- Você pode me explicar o que foi aquilo de você estar na garupa daquele sujeito no sábado a tarde? – nem a umidade doce de seu beijo deixada nos meus lábios permitiu que meu tom de voz saísse agressivo.

- Fui levar um livro de Sistemas Digitais na casa da Débora, que havia lhe prometido, para que se inspirasse para um trabalho. Lembra-se, eu comentei com você? Acabei encontrando o Joca na casa dela e ele me ofereceu uma carona. – esclareceu ele, em sua voz tranquila.

- Hã! – de repente, eu estava desarmado. – Encontrar esse sujeito foi mesmo tão casual assim?

- Claro! Ou você acha que estou me encontrando com ele às escondidas? – questionou ele, tão displicentemente como se fosse uma brincadeira.

- Você pode não ter planejado esse encontro casual, mas quanto a ele tenho as minhas dúvidas! – exclamei, ainda com a fisionomia contraída de raiva, embora a raiva não fosse dirigida ao Pedro, mas àquela situação que me obrigava a manter nosso relacionamento em sigilo.

- Está com ciúmes do Joca? – ele não devia ter perguntado isso.

- Não me provoque! Estou há mais de três horas te esperando para resolver essa questão. – rosnei, por ele não estar dando a mesma importância que eu àquele assunto.

- Não quer mesmo que eu te provoque? – questionou, começando a se despir.

Jaqueta, calça, camiseta, cueca iam deixando seu corpo e parando sobre o pufe diante do meu olhar paralisado naquele corpo sensual. O Pedro se aproximou de mim, puxou minha camiseta até acima dos meus mamilos, espalmou as mãos sobre o meu peito e se inclinou para beijar minha boca. Mordi seus lábios. As mãos desceram lentamente pela minha barriga, que orgulhosamente estava rija e musculosa, ao lado do trajeto de pelos que ia desembocar na minha região pubiana. Foi nela que seus dedos mergulharam puxando minha bermuda até os joelhos, libertando meu cacete que endurecia devassamente. Ele abriu as pernas e sentou-se sobre as minhas, tornando a se inclinar em direção a minha boca, onde mais um beijo sutil ia se intensificando à medida que minha rola terminava de endurecer, transformando-se num pino ereto sobre o qual ele foi se sentando, tão devagarinho que minha respiração se acelerou. Ele segurava os gemidos mantendo a boca selada à minha. A contração de seu rosto indicava que aquela sentada não se completava sem dor. Agarrei-o pela cintura e estoquei minha vara em seu cuzinho, uma, duas, três, infinitas vezes, obrigando-o a se segurar nos meus ombros e a engolir seus ganidos para não acordar a casa. Minha braveza ia sumindo junto com a cavalgada dele em cima da minha pica, com o sabor de seus mamilos, onde eu cravava os dentes sabendo que ele carregaria as marcas do meu desatino por uma semana, com a ternura das carícias de seus dedos na minha nuca.

- Me leva para cima, Carlão. – sussurrou ele, mordiscando o lóbulo da minha orelha.

Relutei alguns minutos antes de tirar meu cacete daquele cuzinho. Ele entrou direto na minha cama, como uma rês caminhando para o lugar de ser abatida. Era o que eu pretendia fazer, até seus braços envolverem meu tronco e ele me puxar para outro beijo, enquanto suas coxas deslizavam sobre as minhas abrindo-se como as pétalas de uma flor, para expor suas preguinhas. Meti o caralho no cuzinho dele de uma vez só, fazendo-o sufocar outro ganido de dor. Ele ergueu a pelve para receber as estocadas, me encarando sem nenhuma objeção, sem nada que me indicasse que ele não me queria. Eu bombava com firmeza e até brutalidade.

- Vou te inseminar, meu putinho querido, como nunca te inseminei! Você é meu, Pedro! – grunhi açodado, lanhando o rabinho dele.

Ele me beijava e me acariciava, fazendo com que todas as minhas dúvidas desaparecessem. Ao mesmo tempo em que eu enchia o cuzinho dele de porra, ele gozava gemendo feito uma cadela.

- Ainda tem dúvidas se sou realmente seu? – perguntou, enquanto meu cacete ia esmorecendo em suas entranhas feridas. Sorri feito um adolescente bobo que acaba de foder sua primeira buceta.

Segurei-o junto ao peito até ele adormecer, eu sabia que não pregaria o olho naquela noite. O Pedro com aquele seu jeitinho sutil, sem a necessidade de alterar a voz, sem se exaltar, sem fazer ameaças, conseguiu mais uma vez o que queria, ter-me a seus pés, fazendo de tudo para não parecer um ingrato por todo aquele zelo que ele tinha para comigo. Era exatamente como ele agia com os meninos, que acabavam por obedecê-lo para fazer jus ao amor que ele sentia por eles; enquanto a Lurdes e eu precisávamos nos engalfinhar com eles para que seguissem nossas determinações. Era essa magia que me encantava no Pedro, essa leveza de conduzir questões delicadas, esse afeto dedicado às pessoas que era inerente à sua personalidade. Apertei-o com mais força, ali deitado sobre meu peito, na cama onde eu o fodi, eu sentia que ele era meu.

Os anos que se seguiram iam dando outros contornos ao meu casamento. O amor da paixão havia acabado, mas restava uma amizade, uma cumplicidade que era só minha e da Lurdes, um desejo comum de criar nossos filhos num ambiente de harmonia. Aos olhos dos outros formávamos um casal perfeito e, até éramos, pois cada um respeitava os limites do outro tão fielmente que não chegávamos a ter atritos. Certo dia o Julinho questionou por que dormíamos em quartos separados desde a mudança para a nova casa, a Lurdes prontamente esclareceu que ela gostava de dormir cedo e que eu gostava de ficar assistindo televisão até tarde. A resposta o satisfez e o assunto nunca mais voltou à baila.

Minha vida profissional tinha ganho um novo impulso com a mudança de emprego e um salário maior, o que aumentou minha autoestima e, garantiu melhores condições dentro de casa. O lado sentimental não podia ser melhor, um Pedro dedicado aos meus caprichos e, à minha compulsiva necessidade sexual, os meninos crescendo ativos e despreocupados, era tudo que eu podia desejar para ser feliz.

Findo o curso de ciências da computação após quatro anos, o Pedro ingressou numa pós-graduação por mais um ano. A proximidade do fim do curso havia me deixado apreensivo temendo sua partida e, com ela, meus prazeres sexuais. Mais um ano conosco, adiou o que eu sabia um dia ser inevitável. Mantê-lo comigo sob que argumentos? Declarar meu amor por ele e conseguir o desprezo e o ódio de sua irmã traída, significaria deixar de conviver com meus filhos, estar com eles poucos finais de semana, deixar de acompanhar sua evolução. Além do que, o que eu tinha a oferecer a ele; uma pica cujas necessidades eram insaciáveis, um caralhão que machucava suas preguinhas a ponto de elas sangrarem, um macho que não podia sentir a presença de outro próximo a ele sem atormentá-lo com seu ciúme doentio? Eu o amo tanto que não posso prendê-lo a uma vida de clandestinidade, mas também não saberia como lhe conceder a alforria.

Mais um final de ano se aproximava e, com ele, o retorno da minha angústia. Sondei a Lurdes para saber se ela sabia o que o Pedro ia fazer de agora em diante. Diante da negativa dela, fiquei sem saber como agir, pois questioná-lo pessoalmente era uma forma de pressioná-lo e, estava fora de questão. Já havia se tornado um hábito alugarmos uma casa de veraneio logo após o Natal com aquele casal de amigos, cujos filhos se davam muito bem com o Henrique e o Julinho. O Pedro hesitou um pouco antes de concordar em nos acompanhar, por insistência dos garotos. Fiquei tenso, pois sempre havia sido ele a instigar os garotos. Algo o prendia e, tal qual das outras vezes, minha suspeita recaiu sobre um macho, embora ele nunca tivesse dado motivo para isso. Já no segundo dia, eu mesmo não via a hora de voltarmos para São Paulo. Não consegui relaxar, não conseguia enrabar o Pedro com toda aquela gente em volta, a porra se acumulando em meus culhões e a impaciência transbordando no meu mau humor.

O almoço de domingo transcorria com a falação e as discussões entre o Henrique e o Julinho, a Lurdes tentando pôr panos quentes sem obter resultados, o Pedro intervindo e obtendo uma trégua temporária, e eu imerso em meus pensamentos, quando, an passant, a Lurdes resolveu questionar o irmão.

- O que pretende fazer agora, maninho, com o término dos estudos? Vai continuar na imobiliária? Sua qualificação excede em muito a função que está exercendo, pode conseguir algo muito melhor. Tanto o Carlão quanto eu podemos levar seu currículo até a empresa e tentar uma vaga para você, o que acha?

- Foi bom você tocar no assunto. – devolveu ele. Eu imediatamente foquei meu olhar sobre ele, lá vem o que eu tanto temia. – Uma multinacional instalada aqui no interior, está querendo terceirizar parte de suas atividades da área de TI para uma empresa cujo business core seja apenas esse. Um colega do curso e eu resolvemos abrir essa empresa para conseguir o contrato, as tratativas estão praticamente concluídas e devo me mudar em duas ou três semanas. Estamos esperando apenas o registro da empresa ser concluído para darmos início ao trabalho.

- Você não pode fazer isso! – a exclamação saiu como um grito. A Lurdes me encarou com algo entre estupefata e recriminadora.

- É uma oportunidade única para mim, Carlão! Tenho que agarrá-la com unhas e dentes. – retrucou o Pedro, num tom de voz apaziguador.

- Claro, Pedro! É uma chance imperdível. Dou a maior força! – disse entusiasmada a irmã. Tive vontade de mandá-la calar a boca. Você não sabe que não consigo mais viver sem esse putinho gostoso do caralho? Pensei comigo mesmo.

- E esse colega que vai entrar no negócio com você, por acaso é o Joca? – perguntei. A Lurdes voltou a me fuzilar com seu olhar de corna.

- É! Ele tem muito talento, foi um dos melhores alunos do curso. – respondeu o Pedro, olhando-me como se a resposta fosse exclusivamente para mim.

- O importante é que você está encaminhado! Vamos sentir muito a sua falta, mas você tem sua própria a vida a construir. – alegou a irmã.

- Você não vai mais morar com a gente, tio Pedro? Por que? – questionou o Julinho que, apesar de seus oito anos, continuava apegado ao tio como um carrapato. O Henrique estava triste, seu olhar cabisbaixo e seu silêncio falavam mais alto, mas ele já sabia não demonstrar sua desolação.

- Não, Julinho, não vou. Mas, eu venho todas as vezes que puder, prometo. E você também vai me visitar. – respondeu o Pedro com o coração aos pedaços por se separar deles.

Precisei sair da mesa e dar uma caminhada, ou ia explodir. Que talento, além da mesma habilidade que eu tinha para disfarçar o tamanho do meu caralho aquele fedelho podia ter? Naquela festa surpresa de aniversário que demos para o Pedro eu o fiquei observando. Quando se é dotado pela natureza com uma pica do tamanho das nossas, é preciso desenvolver um malabarismo para camuflar o instrumento de modo que não se transforme no único ponto destacado de nossos corpos e, nem seu contorno se transforme num acinte para quem o vê sob as roupas. E aquele moleque passava pelo mesmo perrengue que eu nesta questão. Assim como, não deixou de avaliar todo o potencial do Pedro, seu carisma, sua inteligência, seu sorriso fácil, aquela infinidade de carinho que transbordava em cada um de seus gestos, e aquela bunda avantajada onde sua verga encontraria tudo de que precisava para ser feliz.

Eu não o procurei, mas o Pedro veio ao meu quarto na véspera da partida, quando todos dormiam.

- Você está zangado comigo? – perguntou, sentando-se na beira da cama

- Não!

- Você é o homem mais maravilhoso do mundo! Mas, você tem sua mulher, seus filhos, a família dos sonhos de qualquer um. Meu lugar não é aqui, apesar de todo o amor que sinto por vocês. Nunca vamos perder o vínculo que construímos, ele é o que de mais valioso eu levo daqui. Procure se entender com a Lurdes, eu sei que ela pode ser um pé no saco quando quer, mas ela gosta de você, te tem como uma referência. Vocês vão encontrar o melhor jeito de viverem felizes, e isso vai ser mais fácil quando eu não estiver mais aqui. – dava para sentir que ele segurava o choro enquanto tentava me consolar.

- Há quanto tempo ele vem metendo a pica no teu cuzinho? – foi tudo que consegui articular.

- Até esse momento a única pica que eu conheço é a sua! Ele já tentou, mas eu disse que era precipitado, que devíamos esperar para ter certeza do que sentimos um pelo outro. Ele disse que segurava seu amor há quatro anos, mas que me daria todo o tempo que eu precisasse para descobrir meus sentimentos. Faz um tempo que eu os descobri, porém você precisava mais do meu afeto do que ele, até então. – respondeu ele. Eu seria um mau caráter se duvidasse de suas palavras, o Pedro não merecia essa dúvida, sua integridade superava a de qualquer santo.

- Me perdoe por ser tão cafajeste. – balbuciei.

- Você não é um cafajeste! É um homem lindo, que quis ficar ainda mais lindo quando achou que tinha concorrência, é um homem másculo e gostoso, cada gota de sua virilidade me comprovou isso, é o exemplo de homem que eu espero o Joca seja um dia para mim. – Apertei-o contra meu peito, quase o sufocando e, pela primeira vez, precisei de todo meu autocontrole para não chorar. Eu estava abrindo mão de todo o meu futuro naquele momento, pelo menos do meu futuro de felicidade.

O Joca veio buscá-lo na manhã seguinte. A Lurdes e os meninos choravam, enquanto o Pedro se fazia de forte mantendo um sorriso tímido, e não deixava que as lágrimas vertessem de seus olhos marejados. Fui o último a quem ele veio abraçar antes de entrar no carro. Aqueles braços que tantas vezes acolheram meu tesão, acolheram meu sexo devasso, acolheram minhas preocupações, estavam me enleando pela última vez. Eu o apertei e tive vontade de gritar para tirar todo aquele peso do meu peito, mas só consegui sussurrar em seu ouvido um terminativo – EU TE AMO – então ele chorou.

Hoje, passados alguns meses, a Lurdes e eu tínhamos um acordo sem nunca precisarmos colocá-lo em palavras. Ele deu novo rumo ao nosso casamento. Ocasionalmente, até voltou a rolar um sexo sem tempero entre nós, cuja única finalidade era a de suprir carências fisiológicas de nossos corpos. Não sei, e nunca quis saber, com quem ela resolvia essa questão quando não comigo. Eu resolvia a minha com uma estagiária ambiciosa querendo alçar voo à frente dos outros e que, para isso, não hesitava em abrir a buceta para qualquer um dos gerentes da empresa. E ainda, com um analista de sistemas, discreto e excelente mamador de pica.

Muitas vezes me pergunto se o Pedro não fez tudo o que fez para salvar o casamento da irmã que o acolheu, que sem sua presença provavelmente teria ruído há muito. Posso ser um crápula ao me deixar inundar por essa dúvida, e tenho certeza que sou. Ninguém que não sentisse nada por mim teria sido tão generoso em todos os aspectos, especialmente o sexual. Ninguém que não tivesse um mínimo de carinho por mim levaria uma vara como a minha no cu, até os esfíncteres estarem dilacerados, e me cobriria com aqueles beijos amorosos que nunca mais alguém colocou em mim. Do fundo de minha alma eu desejo que o Pedro encontre naquele pilantra tudo o que eu não lhe proporcionei, pois ele merece um macho que o faça, uma vez que amá-lo mais do que eu o amo, eu sei que não encontrará.

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Comentários

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ele nunca mais será feliz ,pois não era só sexo era amor, fiquei triste ,mas ao ele ten os os filhos ! Abraçao

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Gostei da história itals mas odiei esse Carlos maluco é muito escroto muito Chernobyl.

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Sou suspeita para falar amo os seus contos fiquei surpresa ao ver esse totalmente diferente dos demais, concordo com alguns dos leitores devia ter tido um espaço que desse ao personagem homossexual a chance de sabermos sobre os sentimentos dele como no conto ( A mentira) não é uma crítica meu querido apenas uma observação mas adorei o conto ficou incrível você e um ótimo escritor imagino um livro escrito por vc, ficaria incrível como sempre sou uma chorona e como em todos os seus contos acabo me emocionando parabéns mais uma vez por esse don maravilhoso que vc tem 😘 no coração.

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Mais uma vez muito obrigado por esse conto. Adorei sua nova abordagem sendo o ativo como narrador, bem diferente dos outros, sei que tem um anterior que também é assim, mas não nesse nível, muito obrigado e grande abraço na alma...

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***CORREÇAO*** NUNCA LI UM CONTO SEU QUE NAO ME DESSE VONTADE DE CHORAR, CHORO EM TODOS ELES, EM MUITOS OU QUASE TODOS ME IDENTIFICO PELOS SENTIMENTOS E PELA VONTADE DE DIVIDIR MINHA VIDA COM ALGUEM...

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Olha so vou dizer uma coisa!!! Nunca li um conto seu que me desse vontade de chorar, cara seu conto nem sei como descrever, maravilhoso?? Muito mais que isso. Por favor nao deixe de postar ok, um grande abraço e um beijo no seu coraçao...

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Adorei esse conto. Uma pena que não terminou junto

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UM CONTO GIGANTESCO, PODERIA TER SIDO DIVIDIDO EM TRÊS OU MAIS PARTES E AINDA SIM SERIA GRANDE. PARÁGRAFOS GIGANTESCOS TB. MAS,,, FOI UM DOS MELHORES CONTOS QUE LI POR AQUI, MAS UM FINAL UM POUCO DECEPCIONANTE, EXPLICO. IMAGINEI UM FINAL FELIZ ENTRE OS DOIS. MAS PARA ISSO ALGUÉM TERIA QUE SAIR EXTREMAMENTE MACHUCADO E NO CASO SERIA LURDES. DE MANSINHO PEDRO FOI CONQUISTANDO SEU LUGAR E SE IMPONDO ORA COMO TIO, ORA COMO AMANTE. ISSO FOI MUITO BOM. MAS UMA OUTRA COISA ME CHAMA A ATENÇÃO. É A TRAIÇÃO. IRMÃO TRAINDO IRMÃ E MARIDO TRAINDO ESPOSA. NÃO SOU MORALISTA MAS NÃO CONCORDO. CREIO QUE QUANDO UMA RELAÇÃO NÃO ESTÁ BOA O MELHOR DE FATO É CADA UM SEGUIR SEU RUMO. ESSE LANCE DE NÃO SE SEPARAR POR CAUSA DE FILHOS É UMA OUTRA COISA JÁ ULTRAPASSADA. MAS ESSE É O MEU PENSAMENTO E ISSO NÃO DESMERECE EM NADA AO CONTO. PARABÉNS E CONTINUE NOS PRESENTEANDO COM CONTOS MARAVILHOSOS ASSIM.

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Apesar de o título ser muito chulo para a história, esta foi a melhor das narrativas que li entre todas as tuas anteriores. Seria perfeito uma narrativa em que Pedro narrasse tua paixão com o Joca. Pense nisso.

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Perfeitoooo!! Adorei a perspectiva no ponto de vista do ativo!

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Normalmente odeio romances gays aqui na CdC. Mas esse seu conto me prendeu, e lí até o final (pena que não continuaram juntos), mas a culpa foi sua (já que escreve na primeira pessoa), de não ter ido buscar tua felicidade com ele. Pena...

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