Richard tinha saído um pouco de sua casa.
Mesmo as matérias estando o matando, ele teria que ter um tempo para si mesmo. Ele ficou esperando alguma noticia do professor, de sua tarefa, já que o famoso clube dos otarios ninguém se falava entre si, até mesmo Benjamin, não tinha o procurado por esses dias.
Sua mente estava indo e vindo sobre aquela madrugada. Sobre o que aconteceu naquele retiro que seus pais o mandaram. Deuses, ele tinha pensando que tudo ia sumir, que nada iria voltar e que ele era apenas uma criança.
Ele se convenceu que era apenas um pesadelo, que sua mente estava o pregando uma peça. E que o garoto era apenas uma ilusão da sua mente, que ela estava brincando e que aquele garoto, aquele maldito garoto foi para na sala branca. Por causa dele. A sala branca, que ele sabia que naquele retiro, se fosse para lá, seria dopado. E não sairia tão cedo dali.
Ele odiou aquilo. Seus pais não tiveram outra escola.
E ele se culpava por isso.
O garoto puxava peso, e treinava mais rápido. A cada lembrança que voltava em sua mente. Ele olhou para o vislumbre e viu o garoto gordinho que tentou se suicidar, ele estava na academia, tentando se matricular. Ele estava com os documentos e de longe ele viu a carteira em cima da mesa. Ele começaria a malhar ali.
Agora na luz do sol ele poderia ver melhor o rapaz, ele era gordo, baixinho. De cabelos alisados, de roupas grandes e pele morena. Ele andava naquele lugar desconfortável, ate mesmo com seu corpo. O garoto era bonito, aos olhos de Richard, ele chegou mais perto e viu a barba rala. O aparelho em seus dentes. Ele era moreno e seus olhos eram verdes, suas pernas eram grandes e ele tinha uma bunda bonita. Sua voz era grossa e ele usava as roupas um pouco grande, e a camisa da arlequina.
Ele não sabia como chegar próximo ao garoto. E quando ia chegar próximo. Ele se virou e viu Richard o encarando.
O garoto não falou nada. Olhou e apenas e chegou próximo. Richard estava com seu celular ligado o seu rock alto.
- Você está bem? Ou tá precisando de algo? – A pergunta do garoto o fez cair em realidade. – Perdeu alguma coisa?
Richard encarou o maior e sacudiu a cabeça para voltar a realidade. Ele sorriu sem jeito.
- Não é que você me parece uma pessoa familiar. Mais acho que me confundi. – Comentou Richard tentando soar despreocupado ao invés de envergonhado.
- Há bom. – comentou o garoto que entrou na sala. Mais antes disso Richard pegou seu pulso, fazendo o rapaz o encarar. – O que você..
- Você e o garoto que iria se jogar da torre do relógio. Não é?
O garoto encarou Richard e se soltou. Seus olhos não passavam medo, como daquela noite e sim desconforto.
- Você quer um obrigado ou o que? Diga logo. Não posso ser visto com você.
Richard gargalhou.
- Porque você não pode? Você é louco ou o que? Que eu te salvei e queria apenas um obrigado. Ou sei lá. Um “eu estou bem, me tratando.” – Richard comentou sendo sarcástico com o rapaz, que torceu o nariz – Não uma pergunta ignorante.
O garoto soltou o ar dos pulmões e rolou seus olhos.
- Eu estou bem. Obrigado! Feliz? Agora me solta que vou precisar resolver alguns assuntos.
Foi naquele momento que Richard percebeu que ainda forçava o braço do garoto, para enfim houve uma conversa. Ele soltou o pulso do garoto e ele se virou deixando um Richard pensativo.
O garoto saiu da academia e foi para sua casa tomar um banho. Ele pensava ainda no rapaz que tinha salvado, e em como ele tinha sido bastante ingrato. O que deixou o garoto, muito irritado.
Ele tinha acabado de descer do banheiro e ido sentar em sua sala, ele gostava de ficar nu. Andando pela casa, o que ajudava o garoto a ser mais natural. E sempre ser visto como bonito demais.
Ele pegou o controle de sua tv e tentou ligar. Mais a Tv não estava ligando, ele tentou os botões da mesma e não ligava. Até que um barulho disparou em seu celular e logo em seguida a Tv ligou. Mostrando uma Foto de Richard quando jovem tirado no último dia do Sanatório. Ontem ele tinha saído.
“Lembranças. Como elas podem se boas ou dolorosas. O que você acha disso? Dessa lembrança em?”
Richard ficou em silêncio. Se ele ficasse imóvel, o professor poderia desligar a Tv. Ele encarou a foto que estava sendo mostrada na tela da Tv.
Ele tinha nove anos, e seus cabelos estavam arrumados. Ele estava vestido sua camisa favorita, do Batman. Sua bermuda caqui e suas sandálias. Seus olhos estavam abatidos, e seu sorriso era forçado. Devido ao que aconteceu na última noite naquele lugar. Aquilo assombrava o garoto.
A forma com seu amigo o olhou, de como ele disse aquelas palavras. De como Daniel foi tratado, e jogado naquela sala. Assumindo um error que Richard comentou. Por amizade.
Richard se tremeu. Sua pressão estava caindo rapidamente. A tv ligou em uma imagem de Richard, em tempo real.
“Coisa feia não responder a uma pessoa. Aprendeu isso no seu retiro? A ser mal educado. Porque não acredito que seus pais ensinaram isso a você. Eles sabem esconder bem seu lado negro, pelo visto você é realmente a ovelha negra.”
- Seu filho da puta, o que voce quer? Me diz. Porque se isso for apenas uma brincadeira. Você realmente não vai gostar do que vai acontecer.
“Não vou? Será mesmo? Ou eu vou gostar do que vai acontecer com você e seus amigos Otarios?”
- Eles não são meus amigos.
“Mais Benjamin é. E se ele descobre que você tem um fraco por traições e passar a perna, em seus amigos? O que ele viria de você? O que seria do mundo se todos descobrissem o que sua família fez para encobri algo que você fez?. Sabe que aquele suicido que teve foi culpa sua. E que o garoto levou a culpa, para te salvar.”
- Quem e você? Para saber disso! Você quer dinheiro ou o que?
Houve uma pausa. Como se o professor pensa-se bem na resposta que daria.
“Sou a pior pessoa que deveria saber disso. Mais eu já tenho sua tarefa. Você juntar todos os Otarios. Quero todos como amigos, trabalhando juntos. E você juntará para o quinteto. O novo namorado de Dominik. Sua tarefa começa agora.”
Um relógio começou a contar as horas, aparecendo na Tv de Richard.
A tarefa de Alison era simples. Se torna amigo de Benjamin. O que para uma pessoa seria normal. Mais para Alison, ele preferia ter seus segredos revelados ou ser torturado pelo Professor, até que não resta-se mais sanidade.
Alison teria que ser o melhor amigo de Benjamin, seu confidente. Roubar Benjamin de Richard e ainda por cima, roubar Benjamin de sua namorada, filha do presidente.
Alison quando recebeu a tarefa do professor, ele quase vomitou. Sua cabeça ia estourar e seu corpo ferveu. Ele não faria aquilo e por Deus, ele juraría que não.
Mais ele foi advertido. Se ele não começa-se logo. Um por um de seus empregos seriam tirados, e ele não ficaria a Merce de nada.
O ódio subiu por seu corpo, mais ele respirou fundo. Se sentou e viu que a única alternativa, seria jogar. Por enquanto ser um peão nesse jogo. Até ele ser um dos grandões.
Ele saiu do seu trabalho, já era quase noite. Naquele dia, ficaria apenas algumas horas trabalhando. E quando saiu, ele avistou Benjamin andando de mãos dadas com Bruna, sua namorada e filho do Presidente.
Alison teve que aguentar o refluxo. Mais tomou coragem.
- Oi. Oi. - Gritou Ele. Chegando correndo perto dos dois. – Oi...
Benjamin encarou o garoto com um carranca. Bruna era uma garota simpática, ou se esforçava para ser.
- O que você quer? – Perguntou Alison atravessado.
Alison teve que se lembra do porque estava fazendo aquilo. Respirou fundo e deu seu melhor sorriso, para o casal a 22.
- Eu queria falar com você Benjamin. É algo que preciso dos seus serviços. – Alison encarou o maior e cruzou os braços.
- Acho que você...
- Ele vai falar com você. – Bruna Cortou pela raiz aquela discursão que daria ali mesmo. Ela sabia como o namorado era. E o controlava, com punhos de ferros. Vá agora.
Alison deu um pequeno sorriso, não de gentileza. Mais de prazer, ele adorou ver aquilo e como Benjamin cruzou os braços e obedeceu a garota. Ele andou tempestuosamente até Alison, mais foi parado por um garota que o beijou.
- Depois se falamos. – Ela sorriu e saiu andando mexendo em seu celular.
A universidade Getúlio Vargas, era grande demais, as câmeras e o sistema de segurança era eficaz demais. O que não deu para eles falarem em particular.
Alison levou o playboy para um local a céu aberto, naquele dia, o dia estava nublado e estavam no tempo de chuva em Manaus.
- O que você quer?
A pergunta do loiro foi logo ao sentar naqueles bancos de concreto com mesas quadradas, onde se poderia jogar uma partida de damas ou xadrez ao céu aberto. Naquela parte do campus não tinha movimentação.
Os olhos azuis e gélidos de Benjamin encararam os de Alison, seu corpo estremeceu com um formigamento, como se alguém tivesse respirando em sua nuca. Ele massageou a mesma.
Ele não poderia contar a verdade, não poderia dar uma brecha para ter o seu inimigo. Ele tinha que saber quem era o professor e precisava descobrir quem era.
- Preciso de uma ajuda com meu projeto para esse semestre. – Ele mostrou a foto de um projeto que estava realmente criando para uma amostra da Faculdade. – Não tenho ideia de computação para fazer funcionar e só um gênio poderia ajudar um outro.
Benjamin encarou o projeto e sorriu de escárnio. Aquilo para ele era como uma criança brincando com Lego. Era fácil demais.
- Era isso que queria minha ajuda? Eu te ajudo. Mais tenho um preço.
Alison olhou para um poste a uns cem metros, a câmera do Segurança Vargas, rodou e parou em cada um deles e Alison olhou para a câmera. É uma mensagem em seu celular apareceu.
“Me convença”
Ele sabia que era do professor.
- Você sabe que sou bolsista é preciso ganhar essa bolsa cem por cento. Então eu não tenho como te pagar agora... eu... posso fazer uma faxina na sua casa. Ou...
- Meu preço ainda não vou cobrar agora. Eu vou deixar para mais à frente. – Ele pegou o seu celular e digitou algo. – Se você estiver afim. Eu posso pensar e te respondo se te ajudo.
- O que você quer? Fala logo. Já não basta termos o professor agora, e ainda vou te dever. Não somos amigos e não seremos...
- Você fala de mim, como se eu fosse apenas um demônio a sua frente. Te assombrando e perturbando. – Benjamin olhou para frente e sua expressão se tornou sombria com o que via - Se fosse mesmo um anjo como minha mae pensa de você. Não estaria na mira desse Professor.
Benjamin se levantou e deixou um papel com seu número na mesa de concreto. Até que a chuva caísse e molhasse Alison.