A Sociedade Secreta do Sexo - Parte 16

Um conto erótico de Paulo_Claudia
Categoria: Grupal
Contém 1459 palavras
Data: 19/05/2020 07:08:10
Última revisão: 04/12/2024 16:35:11

PARTE XVI

( Para quem segue alguma doutrina ou filosofia, há uma história – ou histórias - dentro da história, distribuída em partes ocultas, por vários segmentos dos contos; se puramente alegórica ou verdadeira, cabe ao leitor dar sua interpretação. )

Minha esposa, após terminar a “Dança dos Sete Véus”, teve um orgasmo muito intenso e prolongado, tão prolongado que permaneceu nesse estado por várias horas, deixando o seu parceiro sexual daquele momento, o Árabe, preocupado, procurando com os olhos ver se havia alguém por perto.

Então aparece o Francês, que pelo jeito não havia se afastado muito. Ele pediu licença para entrar, e se sentou junto aos pés dela, passando a acariciar as solas e os dedos. Isto aumentou as minúsculas contrações que perpassavam o corpo dela. Bernard disse que esse era um estado raro, mas não trazia risco para Regina.

Eu também não achava perigoso, ao menos no momento, mas queria ficar perto dela para verificar melhor. Parecia que eu tinha sido esquecido, ninguém aparecia, eu estava sozinho naquele corredor escuro. Resolvi sair, porém na direção contrária à de onde vim, para ver se achava alguma porta lateral que desse em uma sala ou corredor mais próximo de onde minha esposa estava. Andei um pouco, e vi uma porta estreita. Deveria ser ali. Abri a porta, e o que vi foi algo absurdo. Tão absurdo que minha mente não podia aceitar ou entender o que meus olhos viam. Fiquei paralisado. O que era aquilo, o que poderia ser? Mas eu tinha que ver Regina, precisava ver minha esposa, então fechei a porta, não sem antes perceber um par de olhos que me fitavam curiosamente. Gelado, fechei a porta e voltei correndo, tropeçando devido à escuridão. Choquei-me com alguém, era um membro que, pelo jeito, lembrara de mim e ia me buscar. Claro que ele estava curioso em saber o que tinha acontecido para eu correr como um louco, mas seu voto de silêncio prevaleceu. Aquela cena ficaria impressa em minha mente enquanto eu vivesse. Então veio a pergunta novamente: O que poderia ser aquilo? Eu não conseguia conceber nada tão...tão... mas Regina era mais importante, eu precisava vê-la, saber que ela estava bem, nada mais importava no momento.

O homem que me acompanhava me levou exatamente onde Regina, o Árabe e Bernard estavam. Ela estava em seu transe orgásmico. A face avermelhada, pálpebras tremelicando, pequenos espasmos musculares passeando por seu corpo. Ela sorria levemente. Nguvu chegou, com uma expressão de surpresa, porém falou calmamente: “-Ela está vibrando neste e em outros níveis além do corpo físico, não temos o direito de interromper isto”. Vamos levá-la cuidadosamente a um local sagrado, onde ela poderá permanecer neste estado até que retorne espontâneamente”.

Os três, então , a carregaram cuidadosamente. O Árabe segurando a cabeça e os ombros, o Negão as costas e a bunda ( esperto) e o Francês, claro, as pernas e os pés. Eu queria ajudar, mas pelas regras, só estava autorizado a observar. Quando chegaram a um determinado setor, me pediram para aguardar. Era uma sala com uma porta totalmente diferente, de madeira maciça, muito antiga. Tinha uns adornos , cheios de hieróglifos, me pareceu com alguma coisa que eu havia lido em um livro de John Dee, um ocultista inglês do Século XVI. Segundo o que li, ele dedicou boa parte da sua vida a tentar se comunicar com anjos. Estaria este grupo, de alguma maneira, através de Magia Sexual , tentando comunicação com o mundo angélico?

Lá fora, já estava amanhecendo. Após algum tempo, a porta se abriu. Regina estava nua, suspensa no ar, através de cordas e suportes de couro, como em um balanço suspenso desses para jogos eróticos, porém que a deixavam numa posição deitada de costas, com braços e pernas abertas. Era como se estivesse deitada em uma cama, porém estava no ar. Ela permanecia no mesmo estado, com pequenos tremores por todo o corpo, num orgasmo característico. Havia incenso no ambiente, e círculos mágicos no teto e no piso abaixo dela. Como que para fazer uma demonstração, eles foram diminuindo a iluminação da sala, que ficou quase na escuridão. O Francês tocou no meu ombro e apontou para um ponto acima do corpo de minha esposa. De início foi difícil distinguir, mas logo vi uma imagem flutuando acima do corpo dela, como se fosse seu corpo astral, que também vibrava. Então, seria um orgasmo em dois planos... ou mais?

A um sinal, todos foram saindo lentamente do local. Deixaram uma música suave tocando. Então era isso? Agora apenas esperar? Parece que não. Bernard chegou mais perto e sussurrou ao meu ouvido que todos, inclusive eu, deveríamos nos preparar para um ritual que seria feito a uma determinada hora da noite.

Fui à biblioteca, eu queria pesquisar mais sobre John Dee. Em uma prateleira que tinha o nome dele, havia dois livros, que estavam, porém, fechados, com um vidro na frente e um cadeado. Na capa, escrito “Aldaraia sive Soyga vocor”. Com um gesto, chamei o guardião da biblioteca e apontei o livro. Ele arregalou os olhos e me disse que não deveria sequer tocar nele, poque era chamado “O Livro que Mata”. Como eu não estava muito a fim de morrer, e sim de entender o que acontecia com Regina, passei para outros livros.

Sobre John Dee, li que ele, segundo orientações dos anjos que diziam que os homens deveriam compartilhar tudo, inclusive as mulheres, havia praticado ménage e swing ( claro que os termos da época eram outros). Então, havia uma relação entre o que acontecia aqui e os estudos de Dee e P.B. Randolph. E talvez todos eles tenham vislumbrado os mesmos fenômenos, só que por portais diferentes, e com objetivos diferentes. Deduzi que, no decorrer dos séculos, talvez milênios, a humanidade tenta encontrar um meio de acessar e controlar a tremenda energia gerada durante a atividade sexual. As horas passaram, e eu cada vez mais preocupado. Qual seria a essência do tal ritual?

Já era noite, e nada ainda. Eu resolvera ficar em jejum, acho que rituais esotéricos em geral funcionam melhor após algum preparo. Lá pelas tantas, fui chamado para presenciar o ritual. Quando lá cheguei, a cena era impressionante. Deitado no piso do salão, estava o Negão, Nguvu, com seu caralho ereto, como um obelisco. O Viking, o Francês, o Àrabe e Meister estavam em pontos específicos. Lentamente, através de um sistema de roldanas, Regina foi abaixada muito lentamente. Uma música diferente começou a tocar, a fumaça do incenso perfumava o ar. O corpo de minha esposa foi massageado lentamente com aquele óleo especial, com cuidado para não interromper aquele estado orgásmico. Na verdade, o que ocorria era que as contrações do orgasmo se amplificavam com essas carícias. Em seguida, ela foi baixada mais um pouco, e Nguvu começou a penetrar o cuzinho dela com seu caralho. O Àrabe, a bucetinha dela, enquanto estimulava seu clitóris.. Meister se encarregou de colocar o membro dele nos lábios de minha esposa. O Viking acariciava os seios dela e Bernard, os pés. Ela estava com cinco machos estimulando seu corpo, que passou a estremecer com mais intensidade. As luzes foram diminuídas lentamente. A “Regina astral” aparecia de maneira tênue cerca de um metro acima do corpo dela. O Negão e o Árabe sincronizavam seus movimentos, na bucetinha e no cuzinho. Meister esfregava o membro nos lábios dela, mas não conseguia introduzir com a boca entreaberta. O corpo de Regina, parece, passou a vibrar mais intensamente. A forma astral de minha esposa começou a brilhar com mais intensidade. Os homens aumentavam seus movimentos, e aquele orgasmo crescia. Em determinado momento, uma outra forma começou a aparecer, acima o corpo astral. Era uma forma feminina, com certeza. Seria um outro corpo, acima do astral? Ou alguma entidade espiritual? Uma voz de mulher soou dentro de minha mente: “-Sou tudo que já foi e será; e nenhum mortal jamais levantou meu manto”. Quando olhei para baixo, vi Meister beijando calorosamente Regina, como se estivesse tentando sugar alguma coisa, talvez sugar a energia dela ou a que estava sendo gerada por aquela interação entre ela e aqueles homens. Não aguentei e gritei”-Ei!”. Imediatamente, Bernard se lançou em direção a Meister, que, exposto, revelou uma face pavorosa, como se houvesse uma máscara demoníaca sobreposta ao seu rosto. Bernard fez um gesto cabalístico, e saiu como que um facho de luz de suas mãos. Meister, nesse momento, desapareceu um meio a uma nuvem de fumaça escura e que cheirava a enxofre.

Nota do autor:

Esta série de contos foi transformada em uma série de livros, que podem ser adquiridos no "Clube Dos Autores".

https://clubedeautores.com.br/livro/a-irmandade-secreta-do-sexo

https://clubedeautores.com.br/livro/a-irmandade-secreta-do-sexo-2

As edições são ilustradas, o que torna a leitura muito mais interessante.

P.G.Wolff

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