Mas rapidamente Renato me empurra com força me fazendo cair sentado sobre o tapete da sala. Seu olhar muda. Ao mesmo tempo que me olhava assustado com tudo aquilo, algo mais acontecia. Fiquei assustado com o empurrão. Nossos olhos cruzaram... Percebi a burrada que tinha cometido. Ele não tinha gostado do que tinha feito. Levantei correndo e tentei explicar, mas só conseguia pedir desculpas.
EU: Desculpa Renato, me desculpa. Por favor...
Sinto um soco no meu olho. Caí no sofá. Na hora comecei a chorar....
EU: Me desculpa, por favor, me desculpa, desculpa.... (aos prantos) por favor, me perdoe.
A dor interna era insuportável, maior que a dor do soco que acabava de levar. Não tinha coragem de encará-lo. Com os olhos fechados continuava a chorar e pedir desculpas. Só saía isso da minha boca. De Renato apenas escutei seus passos indo embora e a porta da sala batendo.
Ali fiquei no sofá, totalmente acabado, destruído por dentro. Como fui burro!! Destruí nossa amizade. Só queria chorar.
EU: Me desculpa.... Desculpa...
Eu não parava de pedir desculpas, mesmo ele não estando mais ali. Me enfiei em meu quarto novamente, na minha cama. Como doía, estava estraçalhado....
Na manhã seguinte (segunda-feira) acordei tremendo. Minha cabeça doía muito, não tinha controle sobre meu corpo. Me levantei com dificuldade e fui até o banheiro. Me olhei no espelho e estava horrível, meu olho estava roxo e inchado. Sentia muito frio e uma dor física terrível. Estava fraco, afinal não tinha comido nada no dia anterior. Por um instante minha vista ficou um pouco escura e senti tontura e ânsia. Tentei voltar para o quarto, mas acabei desmaiando antes mesmo de lá chegar.
Não sei quanto tempo fiquei desacordado. Abri o olho e estava caído no chão. Ainda continuava a tremer, com dificuldade voltei para cama. Me cobri. Não sei se dormi ou se desmaiei novamente. E assim aconteceu por diversas vezes. Numa das vezes que acordei senti uma ânsia terrível e passei mal ali mesmo ao lado da cama. No meio de tudo isso a imagem do Renato me batendo, o seu rosto sempre vinha na minha mente.
Tremia, tremia tremia. Peguei o meu telefone e tentei ligar para alguém. Não estava bem! Liguei para o último número que tinha ligado, pois não tinha força para discar. Tocou e não atendeu e ouvi a caixa de mensagens. Era a voz de Renato!! “Deixe seu recado após o sinal”.
EU: Por favor me ajude. Não estou bem...
Minha voz saiu fraca, não consegui falar mais. Novamente dormi ou desmaiei. Acordei com um baralho na minha porta, ouvi vozes, alguém entrou no quarto... como assim?.... Quem era?... várias vozes. Eu estava molhado na cama, tremia, tremia, doía tudo, não entendia nada.
EU: Renato, me desculpa, cadê você.
Tentava falar. Por instante escutei a voz da minha mãe. Estava sonhando? Também escutei a voz do meu pai e alguém me sacudindo e tentando me levantar. Acho que vi o vulto do Renato. Desmaiei.
Acordei num outro lugar. Estava confuso. Olhei para o lado e vi meu irmão Fabiano ao meu lado. Ele se levantou e falou comigo.
FABIANO: E aí Fer? Como você está?
EU: Onde estou? O que aconteceu?
FABIANO: Você está num hospital faz dois dias. Um dos seus amigos nos ligou e disse que não conseguia falar com você e estava preocupado. Eu, o pai, a mãe e a Samantha (minha irmã) viemos para cá correndo, preocupados. Chegamos na sua casa, estava tudo trancado, batemos e nada. Chamamos um chaveiro que abriu a porta . Te encontramos no quarto muito mal, tremendo, sujo, falando coisas sem nexo. O que aconteceu Fer?
Eu não sabia o que falar. Fechei os olhos e toda a história, desde o momento da festa do Renato reavivou em minha mente. Uma tristeza indescritível tomou conta de mim. Meu irmão saiu do quarto para avisar a minha família que tinha acordado. Era quarta-feira, passei dois dias naquele hospital e não sabia o que falar para eles. O médico entrou no quarto e me examinou, falou algumas coisas.... Minha mãe entrou sozinha, pois só podia entrar um de cada vez.
MÃE: Oi meu filho, você está bem? Ficamos preocupados com você. Que susto nos deu!! O que aconteceu?
EU: Não sei mãe, não me lembro direito.
MÃE: Alguns amigos vieram aqui. Sua amiga Heloísa falou que você estava numa festa no sábado e de repente saiu correndo, que provavelmente deveria estar passando mal.
Ainda bem que Heloísa deu essa desculpa. Minha mãe disse “amigos”. Será que Renato também veio? Lembrei da mensagem que deixei na caixa de mensagens do celular.
EU: Isso mesmo mãe, lembrei. Quem tanto veio?
MÃE: Essa Heloísa, o namorado dela e um outro amigo.... Como é o nome dele? Ah, Marcos.
O Renato não tinha vindo... Deveria estar com raiva de mim ainda... Minha mãe perguntou do olho roxo e dei a desculpa de uma queda quando passei mal. O médico disse que a reação que tive era de alguém com fraqueza, junto com um princípio de pneumonia.
Passei mais três dias naquele hospital, sempre acompanhado da família. Meus amigos foram me visitar, menos o Renato. Perguntei para a Heloísa sobre ele e ela disse que ele tinha escutado a mensagem do celular e tinha pedido para ela ir lá. Contei toda a história para ela e Arthur, que escutaram e apenas lamentaram como tudo aconteceu. Também contei tudo para minha irmã Samantha. Eu sempre contava tudo para ela, era minha confidente. Me deu o maior apoio, me abraçou e apenas me aconselhou para seguir a vida, confiar em Deus.
Voltei para casa e minha família tentou me levar para o interior de SP. Disse que não podia, pois tinha que voltar para meu curso, afinal tinha as provas do final do primeiro semestre que logo chegariam. Já tinha perdido uma semana de aula. Minha família me vendo melhor resolveram ir embora. Minha irmã me deu um abraço forte e disse que tinha contado tudo para minha mãe, que me olhou e apenas disse que me amava muito. Chorei neste instante. Sabia que elas não contariam para meu pai e irmãos, pois seria mais difícil deles entenderem. Mas quem sabe um dia... Me senti aliviado delas me apoiarem e saberem. Precisava disso....
Quarta-feira, 12 de abril de 1995. Retornava para a aula depois das minhas faltas. Estava com medo de encontrar Renato. Como seria a sua reação ao me ver? E a minha? Cheguei na universidade e a primeira que vejo é a Heloísa que veio me receber com um abraço e logo depois o Arthur. Perguntei do Renato.
HELOÍSA: Ele está lá na lanchonete, junto da Bianca e outros.
Preferi não ir lá e fui direto para a sala. Na hora do intervalo achei melhor também não sair afim de evitar o encontro e uma situação desagradável. Na hora de ir embora todos eles estavam no portão. Todos olharam e falei um oi tímido, perguntaram se eu estava bem e falei que estava melhorando. Fizeram uma brincadeira qualquer de amigos. Renato olhou para mim e apenas abaixou a cabeça. Não falou nada, preferindo ficar aos beijos com Bianca. Acho que todos sacaram a situação toda, porém preferiram não tocar no assunto. Eu deveria ter dado muita bandeira nos últimos tempos. Se Heloísa e Arthur perceberam, os outros também. Mas uma dúvida pairava sobre mim. E Renato? Será que ele, antes da situação do beijo, tinha sacado algo da minha parte? Preferi não levar esse pensamento muito adiante. O melhor era esquecer de tudo, continuar a vida, o curso...
Eu chorava todos os dias. Se arrependimento matasse.... O que doía mais era a indiferença do Renato. O deboche no olhar da Bianca... Doía ver os dois juntos. E assim passou o mês de abril e estávamos no final do mês maio. As provas finais se aproximando. Na aula de terça, que tinha junto com o Renato, ou ele faltava ou ia e sentava longe de mim. Muitos perceberam a situação, porém ninguém tocava no assunto. Nós dois, em algumas vezes e situações, nos olhávamos. Apenas abaixávamos a cabeça... Eu de vergonha e tristeza. Numa certa terça de junho, após a avaliação final da aula da tarde, quando saía da classe e estava no corredor, deixei meu material cair sem querer. Renato estava atrás, ele pegou o material e me entregou, olhando nos meus olhos. Eu agradeci e continuei parado na sua frente, também olhando em seus olhos. Mas ele não manteve o olhar. Não era de indiferença, mas eu senti uma tristeza vindo dele, ou uma vergonha. Ele abaixou mais uma vez a cabeça e saiu. Acompanhei com o olhar ele distanciar. Ele olhou para trás, me observando, e seguiu o seu caminho.
Aquela situação não podia mais continuar assim. Eu tinha que fazer algo? Precisa achar uma oportunidade e conversar com Renato como dois homens adultos, precisava colocar para fora a minha tristeza, me entender com ele, nem que fosse a última conversa que tivesse com ele..
Último dia de aula, poucas pessoas na Universidade. Bianca e Renato estavam lá, na lanchonete, juntamente com mais um amigo. Aproveitei um momento que Bianca saiu e me aproximei dele.
EU: Renato, posso falar com você? (Ele olhou para mim admirado e também assustado) Por favor, será rápido, mas preciso conversar com você. (Olhei para o outro rapaz que entendeu a situação e saiu de perto, nos deixando “sozinhos”).
RENATO: Pode falar!
EU: Renato, preciso conversar contigo, pois não estou aguentando mais essa situação, este clima que ficou entre nós desde aquele dia que.... desde aquele dia. Quero me explicar e pedir mais uma vez desculpas. Me dói muito ter feito aquilo e perdido a sua amizade. Dói muito estar longe de você.
RENATO: Vamos deixar quieto Fernando. Será melhor para nós.
EU: Não Renato, eu preciso me explicar. Quando vi você reatando com a Bianca aquilo me doeu muito, pois eu estava.... eu.... (respirei) eu estava apaixonado por você e não conseguia mais controlar esse sentimento.
RENATO: Por favor Fernando, não precisa continuar. (Renato falou isso, pois viu Bianca se aproximando por trás de mim).
EU: Me desculpe, me desculpe mesmo. Só fiz aquilo lá em casa, pois não conseguia mais esconder esse sentimento, eu precisava...
BIANCA: (Me cortando) O que tá acontecendo aqui?
Olhei assustado para ela. Renato olhou para nós dois, fixando o olhar na Bianca.
BIANCA; O que foi Renato? Ele está te importunando de novo? Será que ele te agarrará de novo e te beijará aqui na frente de todo mundo?
Ela falou as últimas palavras aumentando o volume de voz. Algumas pessoas próximas nos olharam. Olhei para o Renato, incrédulo. Não podia acreditar que ele tinha contado para ela. Ele olhou para a Bianca, segurando em seu braço e elevando a voz. Nessa hora Heloísa chegou.
RENATO: Para Bianca!! Pare com isso!
BIANCA: E aí Fernando, vai tentar roubar mais um beijo do meu namorado? (Eu estava sem reação).
RENATO: Vamos sair daqui Bianca (puxando ela pelo braço).
HELOíSA: Leva ela daqui Renato.
BIANCA: Queria ver se fosse com você Heloísa, se ele (Apontando para mim) desse em cima do Arthur. O que você faria?
RENATO: Já falei para parar! (Renato elevou mais a voz) Vamos sair daqui.
Puxou Bianca, levando-a para longe dali. Eu ainda não estava acreditando no que estava acontecendo. Olhei para as pessoas ao redor que me observavam e comentavam algo que eu não escutava. Estava morrendo de vergonha, queria sair dali, mas não conseguia me mexer. Graças a Deus era o último dia de aula.
HELOÍSA: Venha Fer, vamos sair daqui. Melhor ir embora.
Cheguei em casa ainda chocado com a reação da Bianca. Por que ele contou para ela? Mais uma vez estraçalhado por dentro. Mais uma vez me acabei no choro. Só quem já sofreu por amor sabe o que estou falando.
No sábado acordei, após uma noite mal dormida, decidido a ir para casa dos meus pais, afinal já estava de férias. Queria colocar minha mente em ordem, meu coração precisava de sossego. Chovia muito lá fora, e o tempo estava um pouco mais frio. Arrumei algumas coisas na mala, levei para o carro, mas estava com receio de pegar estrada com aquela chuva que caía. Liguei para minha mãe que me aconselhou a ficar no Rio e somente ir para o interior de SP no dia seguinte, caso a chuva parasse.
Comecei a preparar algo para comer. Era por volta das 20hs e ainda chovia muito lá fora. Lembro muito bem a música que tocava nessa hora na rádio: “Bryan Adams - Have You Ever Really Loved A Woman? (do filme Don Juan de Marco) – Pensando agora, é engraçado como alguns momentos de nossas vidas são marcadas por certas músicas.
A música rolava na rádio. A campainha toca.. Deixei de lado o que fazia o fui atender.
Ali estava ele em pé, na minha frente. Renato estava ali, todo molhado da chuva que caía lá fora, com a cabeça baixa. Eu não disse nada, pois ainda estava tentando entender o que ele fazia ali, daquela maneira. Dei um passo para trás.
Ele entrou e fechou a porta. Olhou para mim e também não disse nada. Seus olhos verdes estavam inchados, como se tivesse chorado. Sem dizer nada deu um passo e se aproximou de mim. Me segurou forte pelos braços, com as suas duas mãos. Me assustei e dei um passo para trás, pois pensei que iria apanhar novamente. Novamente ele me segurou e encostou sua cabeça, com seus cabelos molhados em meu ombro. E ali começou a chorar. Isso mesmo, ele começou a chorar...
Fiquei sem reação ao ver aquele homem chorando. Ele soltou meu braço e me abraçou e continuou a chorar. Sabe quando somente a pessoa te abraça e você fica com os braços para baixo, sem saber o que fazer? Eu estava assim... ele chorava como criança.
RENATO: Me desculpa, eu não queria ter te batido, me desculpa Fernando. Eu fui um idiota, me perdoe, não queria ter te magoado.
E chorava. Escutando aquelas palavras eu o abracei também. Ao fazer isso ele me olhou ainda chorando. A música ainda rolava na rádio. E sem que eu esperasse ele encostou seus lábios aos meus. Isso mesmo, ele me beijou. Eu não estava acreditando. O homem que eu amava estava ali abraçado comigo e me beijando. Ele estava ofegante. Senti sua língua invadindo a minha boca e ali, sem mais pensar, me entreguei ao seu beijo. Nossas línguas se encontraram, senti seu hálito quente, passei minha mão pelo seu rosto e seu cabelo. Nos beijamos como se fosse o último dia de nossas vidas, nos entregamos naquele beijo.
Enquanto nos beijávamos ele levantou minha camisa, passando a mão pela minha cintura, pelas minhas costas. Ele passou a beijar meu pescoço e aquela sensação de calor tomou conta de mim. Me arrepiei inteiro. Num movimento rápido ele tirou a minha camisa e aproveitei para tirar a dele também. Caímos sobre o sofá, ele sobre mim. Seu beijo estava cada vez mais intenso, mais quente. Ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo. Seu tórax peludo encostava sobre o meu. Sua mão explorava meu corpo e a minha o corpo dele. Do sofá caímos para o tapete, ficando eu por cima. Ele passou a mão pela minha cintura. Desci minha boca pelo seu pescoço, minha língua explorou sua orelha fazendo ele se contorcer. Passei a língua pelo seu mamilo, dando leves mordidas. Suas mãos estavam nos meus cabelos. Passei a mão sobre os seus pêlos do peito e olhei para ele:
RENATO : Eu te quero!!
Voltei a beijá-lo abrindo o botão da sua calça. Podia sentir o seu pau duro sob o jeans. Abaixei o zíper e puxei sua calça, vindo sua cueca junto, deixando-o nu naquele tapete. Seu pau era lindo!! Por volta de 18 cm, com pêlos em volta, extremamente duro de tesão, escorrendo o líquido do desejo. Olhei em seus olhos e sorri. Aproximei meu rosto próximo ao seu pau e senti o seu aroma, cheiro de homem, de macho. Não resisti ao tesão e engoli todo. Renato se contorcia totalmente, entregue ao desejo. Enquanto chupava tirei minha bermuda. Renato se levantou, me deixando deitado. Pousou seu corpo sobre o meu e me beijou novamente. Nossos corpos se uniram, nus, pernas entrelaçadas, peito com peito, mãos dadas, bocas unidas num beijo ardente. A chuva continuava a cair forte lá fora.
EU: Te amo!!
Me beijou novamente, mais quente ainda. E quando menos esperava lá estava ele sugando o meu pau que estava extremamente duro com tudo aquilo. Ele passava a língua na minha virilha, descendo para minha bunda. Me entreguei totalmente. Lá estava ele com a boca enfiada na minha bunda. Virei de bruços e ele passou a beijar minhas costas, subindo para a pescoço e minha orelha. Virei meu rosto e nossas bocas, mais uma vez, se encontraram. Seu corpo pousou sobre o meu e senti seu pau encostando na minha bunda. Enquanto me beijava senti que ele se movia até sentir seu pau abrindo o caminho. Com muito carinho ele foi me invadindo com o seu desejo, com o seu tesão. Não demorou muito e lá estava totalmente dentro de mim.
Ficamos de lado e ele começou a bombar em movimentos ritmados. Enquanto ele me comia, ele me abraçava e beijava minha nuca. Fiquei de quatro e ele novamente encaixou deliciosamente e ali se movimentava fortemente. Seus movimentos e ritmos se aceleraram. Pedi para que ele me penetrasse olhando para mim. Virei de barriga para cima e ele entrou com aquele pau de uma só vez, fortemente. Começou a me comer em movimentos rápidos enquanto me masturbava. Seu ritmo acelerou. Ele estava prestes a gozar e eu também. Sua respiração ficou ofegante, seu pau cresceu de volume e senti ele gozando dentro de mim. Eu não aguentei tudo aquilo e acabei gozando também lançando jatos sobre os pêlos do meu peito, da minha barriga, lambuzando a sua mão. Ele desabou sobre mim. Nossos corpos tremiam de prazer. Ele levantou sua cabeça que estava pousado sobre meu peito, olhou para mim e me beijou.
RENATO: Também te amo!
Não podia acreditar que ele disse aquilo. Retribuí com um beijo ardente. E ali ficamos abraçados sobre o tapete, nus, um entregue ao outro, escutando o barulho da chuva que caía lá fora, numa completa felicidade.
(Continua...)