BESTEIROL BRASILEIRO ? 13

Um conto erótico de Felipe
Categoria: Homossexual
Contém 2490 palavras
Data: 22/06/2020 21:46:19

Já tinha se passado 1 semana desde a morte de Victor, e infelizmente a vida tinha que continuar, eu não podia mais faltar escola e tinha que sair da bad em que estava.

- filho, eu sei que você passou por coisas difíceis mas você não pode ficar assim, abatido e triste. - falou meu pai sentando na minha cama. Era um dia de domingo e pra variar estava deitado, como no resto da semana desde o enterro de Victor.

- todo mundo que eu amo acontece algo. - falei chorando. Já nem passava pela minha cabeça o fato de Augusto, que agora só chamava de pai, saber que eu era gay. Eu só queria Victor de volta.

- as vezes as coisas acontecem por que deveriam acontecer! Você é muito jovem e tem muito pra aprender e viver! Entendo que você passou por momentos difíceis porém você não pode ficar assim! Estamos preocupados. Eu, Paula e suas irmãs estamos aflitos com seu estado. -fiquei o olhando.

- e você não perdeu todo mundo que ama, você tem a mim, paula, suas irmãs e seus amigos. Você não pode continuar nesse quarto. Amanhã quero te vê diferente. -falou me olhando.

- tá bom pai. Me desculpa por ser fraco e deixar vocês preocupados. - falei chorando.

- você não é fraco, é muito forte. Mas todo mundo tem seus delizes. - falou beijando minha testa e saindo do quarto.

Realmente eu deveria agradecer a Deus por ter uma família tão boa. Ainda estava me sentindo péssimo e não parava de pensar no meu último aniversário, mas ia tentar melhorar afinal meu pai estava certo e eu não podia ficar assim pra sempre. Victor também não ficaria feliz em me vê assim. Na segunda feira acordei 5:30 e fui encontrar Augusto na academia, que se assustou, a princípio, mas sorriu. Depois da nossa rotina de exercícios, que quase me matou, fui me arrumar pra ir pro colégio. No café da manhã percebi que todo mundo fazia de tudo pra me agradar e para me paparicar, Julia só faltou me dá comida na boca. Confesso que dei um pouco de risada. Paula ainda disse que eu teria acompanhamento médico e psicólogico durante um tempo, isso iria me ajudar a ter uma saúde mental boa. Ainda tentei negar, por achar que não estava precisando, afinal de onde eu vinha esses médicos eram pra doidos. Acabou que teria minha primeira consulta já na terça com uma amiga sua.Não teve como não aceitar.

Indo pro colégio as meninas foram me atualizando de como estavam as coisas por lá. A escola ficou fechada 3 dias, por luto, mas abriu na quinta e funcionou no sábado. Eu tinha faltado esses dias.

- o clima lá tá um pouco diferente, as pessoas estão levando. Infelizmente não podemos voltar no tempo. - falou julieta.

- infelizmente mesmo. - falei querendo chorar.

- irmão, quando ia me contar que você era gay e namorava o Victor ? - perguntou Julia me deixando vermelho. Será que todo mundo já sabia ?

- ainda estavamos descobrindo as coisas. - me limitei a dizer.

- e também se ele não contou era por que não estava preparado, não acha ? - perguntou Julieta a olhando de um jeito diferente.

- todo mundo já sabe sobre isso ? - perguntei tímido.

- não, mas vendo agora sempre esteve tão na cara. -falou Julia.

- você não consegue esconder muito bem as coisa, e também....

- Julia para de falar! - interrompeu Julieta brava

Depois disso elas pararam de conversar e eu fiquei pensando sobre mim. Acho que todo mundo na minha família já sabia e aceitava que eu era gay. Pelo menos não teria problema com isso, como imagina que teria. Mas acho que deveria falar com eles sobre isso, deixar mais claro. No colégio, assim que cheguei, vários colegas e pessoas vinheram falar comigo e se lamentar em como as coisas não deviam ter acontecido da forma que aconteceu. Confesso que isso me deixava muito triste, porquê me fazia lembrar do Victor e eu não queria pensar muito nele. Só que era difícil pois eu dava um passo e alguém falava sobre o assunto e lamentava eu ter perdido meu "amigo" no dia do meu aniversário. Ficava triste e tinha vontade de chorrar, mas as pessoas não tinham culpa, estavam apenas sendo gentis! Outra coisa que me fazia ficar péssimo era lembrar que a última vez que tive no colégio me aconteceu todas aquelas surpresas de aniversário, que Victor tinha feito. Pelo visto realmente o psicológico era necessário.

- que bom que você veio hoje lipeh, estava com saudades. - falou Lúcia.

- eu também estava. - falou um dos meninos.

- nem preciso falar né ? - falou Matheus me abraçando.

Me sentir acolhido na sala e chorei um pouco. Mas logo o professor chegou e começou a dá a aula, o que me fez ficar concentrado e esquecer os dilemas, tristes, da vida. Na hora do intervalo fiquei com meus amigos da sala e ficamos conversando amenidades e rindo. Eles me faziam esquecer o acidente e isso era muito bom. Na saída, enquanto esperava o carro vi meus amigos do terceiro ano e entre eles estava Rafael. Confesso que fiquei surpreso, pelo visto ele tinha retornado.

- lipeh, estava com saudades. -falou amando vindo me abraçar e me beijar.

- nem fala, não aguentava mais essa menina falando sobre você, parece uma piscopata. - falou Kelly rindo deixando Amanda vermelha.

- também estava com saudades. -falou Bruno me abraçando.

- por que não veio ficar com a gente no intervalo ? - perguntou Jonatas.

- estava estudando com meus amigos, recuperando alguns assuntos -menti.

- isso aí. - falou Julia.

- você voltou pra cá Rafael ? - perguntei o olhando.

- sim, votei na quarta. Acho que não consigo ficar sem vocês e esse colégio.-falou rindo.

- conta outra que aí tem! Até agora estou achando estranho você ter saído do colégio. Acho que você voltou por que Victor não está mais aqui- falou Bruno rindo.

Bruno riu mas ninguém fez o mesmo, na verdade todo mundo ficou olhando pra ele e o mesmo se tocou do que tinha falo e ficou vermelho. Me parece que falar sobre Victor não era um assunto que se deveria falar, pelo menos por agora. Logo um a um foi indo e ficou apenas Rafael e minhas irmãs. Ele me perguntou como eu estava e disse que sentia muito por essas coisas todas. Fiquei o olhando e lembrei que tinha desmaiando em cima dele no dia do enterro do Victor.

- obrigado por ter me ajudado naquele dia. - falei olhando seus olhos azuis.

- eu sempre o ajudarei! Espero sempre está perto pra poder fazer tudo por você. - falou correspondendo minha olhada.

- vamos Lipeh ? Carlos chegou. - falou julieta interrompendo o silêncio que tinha se formado entre nois dois.

Era incrível como Rafael, as vezes, me deixava sem graça e como também não conseguia parar de olhar aqueles olhos malditos! Acho que depois do meu aniversário eu não conseguia ter sentimentos ruins por ele, mesmo ele tendo sido um filho da puta eu não tinha mais raiva dele. Acabei me lembrando do presente que ele tinha me dado.

- onde ficou os presentes que recebi no meu aniversário ? - perguntei para as meninas no carro.

- pre, pre, pre, sen,sen, te ? - perguntou Julia branca e gaguejando.

- sim, os que ganhei! Queria abrir alguns. - falei.

- estão em um quarto lá em casa, quando chegar te mostro.- falou julieta me olhando desconfiada.

Estranhei Julia ter ficado tão pálida quando falei nos presentes mas não liguei muito, acabei me lembrando de algumas coisas e me perdir nos pensamentos. Quando cheguei em casa tomei banho e fui almoçar, logo após julieta me mostrou onde tinha ficado os presentes, que estavam em um quarto de hóspede e pelo que tinha visto tinha muitos presentes lá. Nesse dia, depois das aulas que tive com marcos, fiquei deitado refletindo e pensando no sorriso de Victor. Era inevitável não lembrar dele, eu sentia sua falta! Logo comecei a chorar e fiquei assim por alguns minutos! Só parei por que lembrei que tinha algumas fotos nossas em meu celular, que estava desligado desde do meu aniversário. Depois que coloquei ele pra carregar fui vê os presentes que tinha ganho e fiquei abrindo vários por horas. Lá tinha de tudo, desde roupas a aparelhos tecnológicos! tinha ganhado 2 notebook e 5 tabletes, rsrsrsrs. Fiquei tão encantado com os presentes que esqueci o fim trágico que essa festa teve. Já com sono, decidir ir pro meu quarto ir deitar, mas antes peguei o presente que Rafael tinha me dado e resolvir abrir ele no meu quarto. Só que quando entrei no quarto vi que meu celular tinha carregado e resolvir ligar e assim perdi o resto da noite! Tinha muita mensaguem no WhatsApp e no Instagram, eu nem li todas. Não imaginava que tanta gente tinha meu número. Depois de checar as mensagens, mais importantes, fui na galeria e vi as fotos que tinha com Victor! Comecei a chorrar na hora, ele não está mais vivo era muito triste, deus não poderia ter feito isso com ele. Fiquei nessa lamentação até que acabei dormindo.

No outro dia minha rotina foi a mesma, com a diferença que fui pro psicólogo naquele dia, o que foi extremamente diferente do que imaginava. A psicóloga me fez falar tudo que estava sentindo de um jeito natural e leve! Contei tudo que sentia até a morte do meu avô. Ela decidiu que deveríamos ir por etapas! Saí do consultório mas leve e já estava ansisoso pra próxima consulta, que seria na quinta-feira. Quarta feira Lúcia me fez um convite surpreendente.

- que tal ir passar a tarde comigo hoje lipeh ? Você já saiu e aprendeu com todo mundo, menos comigo! Acho que tá na hora de se desligar um pouco desse mundo. -falou rindo, não entendi muito o que ela disse, mas resolvir aceitar o convite, afinal Lúcia chamar alguém pra algo era muito difícil. E também resolvir ir por que gostava dela.

- vou pedir ao meu pai e se ele deixar eu vou. - falei olhando ela.

- tá bom lipeh. - disse rindo.

- agora vamos compra algo pra comer que estou com fome. -Falou, ainda era intervalo e dava tempo.

Acabou que meu pai deixou me passar a tarde com Lúcia e essa ficou bem feliz. Quando a aula terminou comecei a seguir ela.

- não vamos esperar seus pais ou o motorista ? - perguntei quando percebi que estávamos saindo da escola.

- não, vamos de ônibus. Não tenho motorista. - disse rindo.

- tá bom. -Falei acompanhando ela.

Andamos uns 2 quarteirões e chegamos um ponto de ônibus levemente cheio.

- se você não tivesse me falo tinha pedido pra alguém levar a gente pra sua casa. - falei rindo.

- relaxe, já estou acostumada! Faço isso todo dia! Algum problema pra você ? -Me olhou.

- não, só nunca andei de ônibus. - retuquei.

- esqueci que você é milionário. - riu.

- Na minha antiga cidade não tinha! E quando eu andava era no ônibus pra ir pra outra cidade, é diferente desses que tem aqui. - falei.

- sim, imaginei! o que disse antes foi uma piada, que não deixa de ser verdade. - falou rindo. Realmente ela estava certa mesmo, eu só andava de carro, seja com Carlos, o motorista, ou com minha família e amigos.

- como vou pagar ? Não tenho dinheiro, só cartão. - perguntei, notando o ônibus chegar.

- eu pago, agora seja rápido e peça a Deus pra não tá cheio. - falou.

O ônibus parou e não estava tão cheio, tinha lugares pra sentar e eu e Lúcia sentamos um do lado do outro. Era diferente está em um ônibus por que era menos confortável, e balançava um pouco. Só que era legal e a rota que ele fazia tinha paisagens diferentes da que eu estava acostumado a vê. Também era bom vê como as pessoas conversavam e dormiam nele. Lúcia foi me contando um pouco mais sobre ela. Até então era a primeira vez que ela falava sobre sua vida pessoal pra mim, ela era bem reservada. Ela tinha me falado que morava perto de uma comunidade, favela, e que estudava no colégio por meio de uma bolsa que tinha conseguido, eu nem imaginava que o colégio tinha bolsas e nem sabia o que era e como funcionava, rsrsrs, mas ela explicou. Ela também falou que vivia bem, porém seus pais estavam longes de poder bancar algo como aquela escola, que como eu já imaginava era bem cara. Seu pai era policial e sua mãe era concursada pela prefeitura. Eles viviam bem, mas a realidade dela era diferente da de quase todo o colégio. Aproveitei e contei um pouco mais sobre como era minha antiga vida na fazenda. Cerca de 30 minutos depois ela me disse que íamos pegar um metrô e rapidinho estaríamos em sua casa.

- nossa, não acredito que vamos andar de metrô. -falei ansioso, eu sempre quis andar em um.

- hahahah, vamos vê se essa alegria vai continuar depois que você entrar. - falou andando e fazendo sinal pra seguir ela.

Esperamos alguns minutos e logo o metrô chegou, só que era muita gente e quase não entrei, se não fosse Julia ter pego em minha mão tínhamos nos perdido. O metrô estava lotado e eu estava quase espremido, percebi que tinha uns lugares pra você segurar e fiz isso. O metrô começou se movimentar e meu coração começar a disparar. Era muito bom a sensação, ele andava muito rápido. 10 minutos depois chegou a estação, que íamos descer, e Lúcia me puxou pra saímos do metrô.

- pronto, agora só vamos andar um pouquinho e chegamos. - falou rindo.

- tá bom. - falei encantado por ter andando de metrô.

A bairro em que estávamos não era bonito e glamurozo como os que eu já tinha ido! Era sujo, tinha muitas pessoas e muito comércio por perto! Era uma visão diferente da qual estava acostumado. Também tinha muito barulho e acho que eu deveria está parecendo um retardado, por que percebia os olhares que as pessoas me davam. Até me encomodou um pouco. Por fim, depois de descer uma ladeira, chegamos em uma rua tranquila e que tinha um morro com várias casas atrás. Entramos em sua casa, que tinha um portão de grade na frente. A casa era grande e tinha uma garagem, bem grande na frente e logo depois a entrada. Lá tinha 3 quartos, 1 sala, 1 cozinha, 2 banheiros e um pequeno quintal. Era uma casa aconchegante e normal.

- minha humilde residência. - falou rindo.

Correspondi o sorriso e sentir o meu estômago roncar. Fiquei com vergonha.

- minha irmã também já deve ter chegado do colégio, ela já deve ter esquentado a comida. - falou Lúcia e logo depois gritou, alguns segundos depois sua irmã apareceu de pijama.

- demorou hoje. - falou ficando vermelha ao me vê.

- Felipe essa é minha irmã Carol. Carol esse é meu amigo Felipe. - Lúcia me apresentou a sua irmã.

- prazer Carol. - falei rindo notando a vergonha da menina.

- prazer. - disse ela com dificuldade.

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Tenho mais 3 escritos e vou postar eles até a amanhã. Os 2 próximos capítulos vou tentar fechar o ciclo Victor. Espero que gostem e comentem

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Comentários

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Não demora para postar não por favor, muito ansioso pelos próximos capítulos e pela história. Amando

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sigo com fé que uma hora isso tudo vai fazer sentido!

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