Era sexta feira, e eu acordei muito bem disposto. Peguei uma muda de roupa no guarda-roupas, e fui pro banheiro tomar um banho e me vestir pro café. Quando cheguei à cozinha todos já estavam sentados à mesa comendo. Quando me sentei pra comer também, Alex me lembrou de algo que estava totalmente alheio, e me surpreendi que havia esquecido esse fato importante.
- Hoje é lua cheia né pai? - perguntou Alex ao senhor Lucas.
- É sim, e ainda não sabemos pra onde vamos, sua tia Mariana vai nos comunicar assim que decidir. - respondeu meu pai.
- Mas espera, e o negócio de trocar de alfa? Isso não aconteceu? Desistiram? - perguntei com ar de expectativa. Nunca tinham feito uma troca de alfa antes na família, e queria saber como era feito.
- Não vai ter a troca, ela decidiu que vai comandar. Tinha falado aquilo porque estava abalada pela morte do Valter, mas já tá tudo resolvido. - esclareceu meu pai meio despontado, pois ele seria o alfa sucessor.
- Ah sim, de qualquer forma ainda devemos esperar ela falar onde será a reunião então… - refleti mais comigo mesmo do que com os outros. - E se fossemos pra mesma clareira? Seria muito sensato, eles esperam que troquemos de lugar não é? - disse pensativo.
- Eu acho que não. - disse Nessa. - Eles devem montar guarda na mesma clareira que daquela vez, aposto. - disse ela com firmeza.
- Sim, mas eu ainda acho que eles devem focar em outros lugares, escreve o que tô falando. Levando em consideração, também, que nas luas cheias de lá pra cá, a gente saiu da cidade, Tia Mariana vai nos levar pra mesma clareira de novo. - conclui em tom de aposta.
- De qualquer maneira vamos esperar ela. - falou meu pai. - Vou pra oficina, tchau gente, nos vemos no almoço. - despediu-se meu pai, deu um beijo em minha mãe e saiu porta afora.
- Eu vou trabalhar também. - disse Alex.
- Me dá uma carona até a faculdade? Preciso resolver o resto das coisas lá, último período veio cheio de burocracia. - disse Nessa se levantando e seguindo Alex. - Beijos, beijos. Volto pro almoço! - falou.
- Beijos minha filha, cuidem-se os dois! - exclamou minha mãe. - E você Eric, não vai fazer nada, vai ficar em casa? - perguntou curiosa enquanto a ajudava a tirar a mesa do café da manhã.
- Vou ficar por aqui sim, já que não tenho mais nada pra resolver na faculdade, além do que estou de férias oficialmente. - respondi sorridente.
- Que ótimo, então fica por aí que eu vou lá na casa da sua tia resolver uns assuntos com ela. E aproveita e recebe pra mim uma encomenda que tá pra chegar hoje, não sei a hora, mas chega. - disse minha mãe terminando de lavar o último copo e colocando-o no secador de louças.
- Okay então né! - respondi entediado. Ficar em casa hoje era o que tinha, de repente poderia ter sido uma boa ideia sair, ou não.
- Muito bem, estou indo daqui a pouco eu volto. - disse minha mãe me dando um beijo e saindo, logo em seguida ouvi a porta da sala bater.
Eu ainda pensava sobre onde seria a reunião de hoje. Tia Mariana era uma mulher bem decidida, seria uma boa alfa não tinha dúvidas. Os Bragança ainda me causavam certo desgosto enorme pela morte do tio Valter, não poderiam sair ilesos, claro que não queria a morte de nenhum deles apesar de eles quererem minha família inteira morta, mas uma punição eles mereciam sim, afinal de contas, mataram meu tio sem ele ter feito nada a eles.
Nicolas e sua viajem, será o que ele tá tramando? Pelo menos ainda posso desmarcar se quiser, como deixei claro pra ele. Por hora eu devo preocupar mais como será a lua cheia amanhã. Subi pro quarto e sentei na escrivaninha e peguei um livro qualquer pra ler, estava sendo bem tedioso ficar em casa até, o que é engraçado, porque nas férias a gente fica entediado, mas quando tá estudando não vê a hora de acabar o período.
Olhei pela janela e vi o filho do vizinho limpando o quintal deles. Um garoto magro, da minha estatura, não sabia a idade dele, mulato de cabelos encaracolados curtos e olhos castanhos. Eu acabei viajando olhando enquanto olhava pra ele arrastando as folhas secas pra um monte, que quando percebi, ele havia parado e estava olhando diretamente pra mim.
Balancei a cabeça quando voltei a mim, e como fiquei muito sem graça acabei acenando pra ele, acho que assim ele não me acharia tão estranho. Até que ele era bonitinho, eu pegaria… Espera o que eu estava fazendo? Ele é meu vizinho e além do mais nunca tinha falado com ele antes, e com certeza ele era hétero. Quando olhei pra baixo de novo ele acenou em resposta e continuou a tirar as folhas. Resolvi descer pra conversa com ele, estava sozinho mesmo.
Desci correndo e sai pro quintal, nem tinha notado, mas como hoje era lua cheia, estava “full of tesão”, gargalhei com isso. Subi numa escada que tinha porque o muro que separava nossas casas era meio alto. Cheguei no alto e o vi varrendo o quintal ainda. Resolvi falar com ele.
- Oi, como vai a varrição? - disse parecendo interessado, e estava.
- Olá, está ótima e você? - respondeu ele rindo.
- Tô bem, meio alone aqui nessa casa, geral saiu então… - respondi e já joguei um shade pra ele que entendeu bem rápido até. Ainda não entendia o porquê nesses dias de lua cheia ficávamos mais atraentes pro outros. Nossa voz, até nosso cheiro desperta o interesse de quem está perto.
- Mas como puderam deixar você sozinho? Que absurdo! - disse ele fingindo estar perplexo. - Se quiser eu posso ir aí… Quer dizer, se você quiser claro. - falou ele já se convidando.
- Seria meu sonho? - rimos juntos. - Vem sim, a gente pode jogar alguma e conversar, uma coisa que nunca fizemos, e é estranho já que somos vizinhos e nunca tinha te visto por aqui antes. - ponderei, já que conhecia os pais dele há pelo menos uns cinco anos, mas ele não.
- Eu morava com uma tia minha, mas mudei pra cá faz um ano, esse já é o segundo ano que estou por aqui. - respondeu ele me esclarecendo.
- Ah sim, bom vou lá pra dentro, quando acabar é só tocar a campainha. - respondi e desci daquela escada, minhas pernas já estavam doendo.
Entrei e fui arrumar alguma coisa pra comer, acho que ele deveria demorar um pouco até terminar aquilo lá. Peguei uns biscoitos amanteigados que minha mãe tinha feito e um pouco de suco de laranja, e me sentei pra comer. Depois de uns 10min a campainha toca, e fui atender já sabendo quem era. Abri a porta e deixei-o entrar pra sala.
- Fica a vontade, senta aí. - disse receptivo.
- Posso sentar em outra coisa também! - falou ele, e gargalhou quando me viu parar surpreso.
- Mas amada, já tá assim?! Me conheceu agora e já quer sentar na morena? - falei e caímos na gargalhada de novo.
- Ah para! E aí como se chama? - disse ele interessado.
- Eric, prazer todo seu, e você? - respondi solícito.
- Matheus, prazer todo nosso! - falou e deu uma risada alta. - Vamos jogar o quê? - perguntou.
- Não sei… - falei olhando em volta e notando um pacote de um baralho na estante. - Temos um baralho aqui, e mais nada por aqui. Posso dar uma olhada lá em cima e ver se encontro alguma outra coisa. - disse apontando a escada, mas ele ergueu a mão num gesto de “não precisa”.
- Um baralho é tudo que precisamos! - exclamou Matheus. - Sabe jogar pôquer? Gosto muito! - perguntou já embaralhando as cartas.
- Aham, sei sim! - respondi sentando no sofá.
- Perfeito, mas… - ele fez suspense. - Não vamos jogar só pôquer. - falou ainda fazendo mistério. - Que tal um strip pôquer pras coisas ficarem mais legais? - perguntou fazendo uma cara de safado.
- Mas gente, e eu que pensei que você fosse hétero. Só se for hétero de Taubaté! - gargalhamos da piada. - Okay, vamos jogar seu joguinho sim, quem perde a rodada tira tudo… er… tira uma peça de roupa, claro! - falei.
- Então lesgo! - disse ele dando a primeira mão de cartas. O jogo prometeria ser bem intenso.
As primeiras quatro rodadas eu ganhei todas, estava com uma cara de triunfo inimaginável. Ele já estava sem os tênis, meias, casaco e camiseta, estava somente vestindo os shorts com que veio para minha casa. Ele me olhava com uma cara de “você ainda vai tirar essas roupas aí”, eu ria e sorria pra ele porque estava prestes a ganhar de novo, só que então veio a surpresa.
- Full house, boy! Take off your clothes! - disse ele, e aquilo só fez aumentar meu tesão.
- Alright! - respondi apertando os olhos pra ele. Levantei, pois estávamos jogando na mesinha de centro da minha mãe que era baixa, e tirei minha camiseta. Estava em forma, já que dançava regularmente, e ele olhou pra mim com uma cara voraz.
Continuamos a jogar, e ele ganhou mais uma vez de mim. Levantei novamente e tirei meus chinelos sob os protestos dele, mas como bom advogado que era argumentei que estava com muito menos roupas que ele, logo seria válido tirar os chinelos. Seguiu-se o jogo com outra vitória minha, e ele tirou os shorts, ficando de boxe preta, muito sexy pelo visto. Quando achei que fosse ganhar a próxima, outra supresa.
- Full house again, man! - disse ele rindo da minha cara de “oq tá com te seno?”. Mas não tinha muito jeito, levantei e tirei meus shorts, ficando de boxe branca, e ele me varreu com os olhos, aquilo esquentou todo meu corpo.
Eu ainda estava de pé, quando de repente ele jogou as cartas em cima da mesa, e se atirou pra cima de mim. Caímos no sofá, segurei ele no meu colo e nos beijamos forte, sua mão estava segurando meu cabelo atrás na nuca, e minha mãos firmes em seu quadril. Enquanto beijava meu pescoço sentia sua respiração perto da minha orelha, então ele falou:
- Who needs play cards, when we can do a better thing? - disse ele.
Mordi sua orelha e beijei seu pescoço, enquanto sentia seus pelos dos braços eriçarem. Nos beijamos mais uma vez, então, ele foi descendo beijando meu pescoço, minha clavícula, meus mamilos, e foi descendo pela minha barriga, enfiou a língua no meu umbigo e o que me fez contorcer, por causa do nervoso que sentia no umbigo, e num movimento rápido não estava mais vestindo minha cueca.
Ele segurou meu pau duro e chupou com vontade, soltei um gemido de prazer. Minha mão foi como que com vontade própria pra trás da cabeça dele, e agarrei seus cachos, seu cabelo era curto, mas deu pra eu segurar com firmeza. Ele sabia o que estava fazendo, porque cada vez mais eu não conseguia reprimir os gemidos de prazer que me vinham à tona.
- Yeah, suck it. Suck this cock. That way, don’t stop now. - falei.
- Oh yeah? Do you like this way? - perguntou ele, e continuou.
Não demorou muito e cheguei ao orgasmo e ele como bom menino engoliu todo gozo. Depois disso, foi minha vez, ele se levantou e tirei sua boxe preta, e como ele fez, segurei seu pau duro e chupei com vontade também, ouvi seu gemido de prazer, e sua mão veio parar segura nos meus cabelos. Como antes, não demorou muito pra sentir o gozo quente na minha boca.
Ele empurrou meus ombros pro encosto do sofá e sentou no meu colo. Enquanto nos beijávamos, segurei seu quadril e posicionei sua bunda acima do meu pau. Como não tinha nenhum lubrificante ali de pronto, eu cuspi na mão mesmo e passei na cabeça do meu pau, aquilo não foi o ideal, mas pra circunstancia não tínhamos outra opção.
- Are you ready? - perguntei e senti sua cabeça balançar no meu pescoço.
Fui descendo seu quadril de vagar, enquanto o penetrava. Ele solto um gemido de prazer junto comigo, e começamos os movimentos de vai e vem. Quem diria que a minha estadia em casa seria tão produtiva, e eu que achei que teria me dado bem se tivesse saído, me enganei. Ele cavalgava no meu pau com vigor, e tive que segurar seus quadris pra controlá-lo.
Em meio a beijos e gemidos de prazer, pensei comigo que se alguém chegasse ali naquela hora, não seria nada agradável. Imagina o escândalo que minha mãe não faria, fora que de alguma forma iria parar no ouvido dos vizinhos, pais dele, o que aconteceu na sala da minha casa. E com certeza, o mandariam de volta correndo pra casa da tia dele.
- I am almost there! I’m gonna cum! - anunciei no ouvido dele enquanto minha respiração ia acelerando.
- Inside me, cum inside me, do it! - respondeu ele com a voz também acelerada, ele teria um orgasmo a qualquer momento também.
Continuamos nos beijando e atingimos o ápice juntos. Eu gozei dentro dele como ele pediu, enquanto sentia seu gozo quente no meu abdômen. Paramos aos poucos, porém ainda nos beijávamos. Aquilo sem dúvida foi ótimo. De repente me ocorreu que ele poderia ser menor de idade, já que disse que veio pra cá pra logo depois de terminar o fundamental.
- Vem cá, quantos anos você tem mesmo? - perguntei desconfiadorespondeu ele e riu quando fiz cara de espanto.
Muito bem, agora vou ser taxado de papa anjo. De qualquer forma já estava feito mesmo, alô polícia federal. Rimos da situação da idade, quando de repente ouvimos o portão bater. Arregalamos os olhos e só tivemos tempo de pegar nossas roupas pelo chão e sair correndo pro meu quarto no segundo andar. Minha mãe chegava da casa da minha tia, e o pior, com ela junto. Subimos escada acima, depois arrumaria uma desculpa pras cartas espalhadas.