Regina e a Irmandade - O Sumiço de Regina III

Um conto erótico de Paulo_Claudia
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 1809 palavras
Data: 10/06/2020 14:10:40

O caso entre Roberto e Karen, aparentemente, estava resolvido. Mas Regina continuava desaparecida. E eu, não sabendo onde estava o meu corpo original, não conseguia retornar. Então uma dúvida me assaltou: - E se meu corpo original tivesse morrido? E se Roberto tivesse morrido envenenado, e daí meu corpo astral tivesse incorporado nele?

O fato é que ali estava eu, naquele corpo Alto e musculoso. Embora morando na mesma cidade, não fazia ideia de como encontrar minha esposa. Eu teria que forçar a memória para tentar rememorar os fatos que antecederam à minha projeção para o corpo de Roberto.

Para conseguir isso, eu precisava ter um local tranquilo para poder realizar minhas técnicas de meditação, que eram o passo inicial. E isso eu não iria conseguir em casa. Karen ainda estava transtornada e chorando muito. Não sei se pela morte de Conti – ainda não estou a par da relação entre os dois, se puramente financeira ou envolvia sexo – ou se por arrependimento. E ainda não estava claro se ela havia me envenenado ou não. Apesar de que , segundo o policial, os exames não mostraram veneno ...

Pesquisando sobre os bens de Roberto, vi que ele tinha várias propriedades. Uma delas era em um lugar meio afastado, com um escritório e um depósito para os equipamentos negociados pelas empresas dele ( no momento, minhas). Resolvi ir para lá. Achei que lá teria condições de meditar. Peguei o endereço exato, e fiquei sabendo que a entrada era por acesso digital. Eu não precisaria de chaves. Ao dirigir para lá, fiquei pasmo! Era o mesmo caminho para a fábrica abandonada onde minha esposa havia sido levada antes ( ver o episódio “Perigo à Vista”).

Só que a propriedade de Roberto era um pouco adiante. Talvez ele fosse dono da outra também, mas eu não iria ficar verificando justamente agora.

Cheguei lá . O portão possuía um sensor digital, e se abriu quando coloquei o dedo, fechando-se logo após eu entrar com o carro na garagem. Ao entrar, as luzes se acenderam automáticamente. Seguindo à direita, havia o que parecia ser um conjunto de salas, dava para ver pelas janelas de vidro. Mais ao fundo, parecia haver um apartamento. Fui para lá.

Abri a porta, o interior do local contrastava com a parte de fora. Era um apartamento luxuoso, com móveis de alto padrão, luminárias que deixavam o ambiente claro como o dia, um sofá confortável, uma tevê com tela enorme, um magnífico aparelho de som , condizente com seu dono milionário. Fui inspecionar o local. Banheiro luxuoso, com banheira de hidromassagem, cozinha muito bem montada. Também havia um quarto. Era um quarto com espelhos nas quatro paredes. Uma cama erótica em um canto, uma cama bem grande no meio, um grande armário embutido, frigobar.

Alguma coisa parecia estranha ali, e resolvi sair do quarto para dar uma nova olhada. O quarto parecia ser maior por fora do que por dentro. Suspeitei que pudesse haver um outro espaço, escondido atrás do armário embutido. Então, fui batendo na parede dos fundos do armário. Em um certo ponto, houve um som mais oco. Apalpei as bordas do fundo do armário, e achei uma porta que corria para o lado. Abri a porta, e em vez de um outro armário, havia uma escada escondida, que dava para um porão !

O porão era completamente diferente. Era um tipo de masmorra oculta, com paredes de pedra. Havia uma mesa, com um gaveteiro embaixo. Fui olhando tudo. Em uma das gavetas, havia uma pilha de fotos. Vária fotos com rituais parecidos com os da Irmandade, mulheres amarradas e sendo penetradas ritualmente. Reconheci o Negão em uma delas! E, em outra foto, minha esposa , Regina, totalmente nua, no colo do Negão, naquele primeiro ritual de Iniciação que passamos. Então, Roberto esteve lá! Ou alguém passou a ele essas fotos...

Eu ia olhar o quarto em cima, mas um cheiro forte me chamou a atenção, vinha de uma área mais ao fundo. Parecia água sanitária. Indo para lá fiquei atônito: havia uma peça toda com ladrilhos, que mais lembrava um açougue. Isto porque tinha ganchos, facões, serras, coisas que se vêem em açougues ou em algumas churrascarias. Ou “eu” gostava muito de churrasco, ou havia algo realmente estranho por ali. Mas o lugar estava limpo, haviam lavado muito bem. Fui olhar mais cuidadosamente, me pareceu ver alguns respingos que pareciam ser sangue seco em alguns cantos. Coisa mínima. Então fui ver os latões de lixo. Havia rolos e mais rolos de sacos plásticos pretos em uma prateleira, mas os latões estavam vazios, exceto por um pequeno pedaço do que parecia ser... PELE HUMANA (!!) na tampa de um deles.

Imediatamente me veio à mente um seriado de tevê que eu havia assistido, sobre um “Serial Killer” que cortava suas vítimas, depois colocava os pedaços em sacos plásticos e jogava no mar. Não havia mar por perto, mas havia uma olaria nos arredores, o forno poderia acabar com restos... era algo pavoroso de se pensar. Seria Roberto ( no caso, eu) esse “Serial Killer”? Eu não podia acreditar! Mas explicaria a negligência dele em relação ao trabalho, suas constantes ausências e a negligência com Karen.

Ouvi um ruído, parecia que vinha de uma outra peça, mais à esquerda.. Fui até lá, e a cena que vi me deixou mais chocado do que tudo o que havia me acontecido desde que acordei neste corpo: Era um cubículo de pedra, a porta tinha grades de ferro, e dentro havia uma mulher totalmente nua, deitada de bruços, em uma cama! Estava amarrada com as pernas e mãos abertas, a buceta exposta, amordaçada com uma daquelas bolas na boca, vendada! A coitada havia urinado, o corpo estava sujo, talvez estivesse ali por dias!

Isto só podia significar uma coisa: eu, Roberto, havia capturado essa mulher, e quando entrei no corpo dele, obviamente não sabia de nada disso. Ela ficou abandonada durante todo o caso com Karen e Conti!

Ela parecia desmaiada, respirando mal. Corri para soltá-la. Soltei os braços, as pernas, tirei a mordaça da boca e a venda. Coloquei ela no colo e a levei, o mais rápido que pude, para o banheiro no andar de cima, colocando-a na banheira e ligando a água, procurando deixá-la morna. Se eu fosse o culpado e ela morresse, eu nem sei o que faria! Peguei um copo d’água na cozinha e voltei correndo. No início, não dava para ver o rosto dela, os cabelos desalinhados não deixavam ver sua face, e eu estava apavorado. Afastei os cabelos e só então a reconheci: era minha amada esposa Regina!!!

Regina estava quase irreconhecível.

Com lágrimas nos olhos, segurei seu rosto e lhe dei a água, ela bebeu com vontade, de olhos fechados. Ela parecia não querer ver o que estava acontecendo. Fui lavando seu corpo com delicadeza, eu queria beijá-la e acariciá-la, mas lembrei que naquele momento eu era outra pessoa.

Devagarinho, ela passou a respirar melhor. Então, ela abriu os olhos, e me fitou com uma expressão de horror!!

“- Aaahhh!! Por favor!! Por favor!! Onde está meu marido? O que você fez com ele?”

“-Calma, Regina! Por favor...”

“-Aaahhh! Não! Não! Eu sei que você vai me matar! Mas eu quero saber o que você fez com meu marido!”

Eu não tinha outro jeito. Ela estava em choque, acho que já sabia que ele era um serial killer, então falei, em voz alta:

“- Regina, sou eu, seu marido!! Estou no corpo dele !”

“- Nãooo!!Nãooo!”

“- Por favor, acredite! Lembra do Lobo lá na masmorra? E do Castelo em Londres?”

“- Você...você pode ter feito ele contar essas coisas...antes de...”

“- Regina...!” Eu precisava de alguma coisa que só nós dois soubéssemos.

“- Lembra quando nos conhecemos? Preste atenção! ” Ela estava apavorada, não sei se iria lembrar...

“- Eu te mandei flores, mas um cara que trabalhava com você tinha o nome parecido , você pensou que fosse ele, e o panacão se aproveitou disso pra namorar você, atrasou nosso primeiro encontro por quase um ano!”

“-Aimeudeus!! Aimeudeus!!! É você mesmo!!” Ela pegou no meu rosto, nos meus ombros...

“-É você mesmo? O jeito de falar é diferente dele, é você mesmo?”

“-Sou eu mesmo, querida... só que nem sei como vim parar nele. Acordei de manhã e era ele. Não sei como aconteceu, nem onde meu corpo está...”

“-Ai meu amor... você...ele...”

“-Eu vi algumas coisas pra lá... parece que ele...” Regina tampou o rosto com as mãos.

“-É horrível!”

“-Você acha que ele ... me matou?”

“- Não sei... acho que não... acho que ele só mata mulheres. E... corta em pedaços... ” Ela soluçava enquanto tentava falar.

Ajudei minha esposa a terminar o banho, e a enxuguei com uma toalha felpuda.

Regina, com certeza, precisava também se alimentar. Ela ficou enrolada na toalha, e peguei na geladeira alguns frios, queijo e presunto, havia pão fatiado, fiz um sanduíche.

“-Você precisa se alimentar. Faz ideia de quanto tempo faz que foi capturada?”

“-Não sei.. ele me drogou! Ai meu amor... que coisa horrível!”

“-Tente se controlar, coma um pouco. Tenho que achar suas roupas. Ou algo para você vestir”.

Levei-a até o quarto luxuoso, espelhado, e a coloquei sentada na cama. Fui procurar as roupas dela...

“- Se suas roupas estiverem aqui, devem estar em algum armário ou gaveta...”

“-Ele cortou tudo com uma faca. Rasgou algumas partes, parecia raivoso. Me deixou pelada.

Depois me bateu, ficou me xingando, ameaçava me cortar com a faca, parecia alucinado.

Pegou minhas roupas e ficou retalhando na minha frente. Ficaram em pedaços. ”

“-Então, vamos ver se achamos alguma roupa que sirva em você.”

Eu vasculhava as gavetas do quarto, ao abrir uma delas, foi um choque, algo surpreendente! Havia sacolas plásticas, dessas com fecho , dentro delas , tornozeleiras e coleiras douradas, iguais às da Irmandade! E, junto com cada uma, uma foto de uma moça.

“-O que é? O que é isso?”

“- Você não vai querer saber!” Mais para o lado, reconheci a tornozeleira e a coleira que Regina havia recebido de Bernard , o Francês.

Peguei as jóias e coloquei nas mãos de minha esposa.

“- Quantas...quantas antes de mim?”

“- Regina”, eu disse, abraçando-a, “-Ele falou alguma coisa? Quando te pegou? “

“-Ele...ele disse que todas as mulheres que usavam isso eram putas, vagabundas, e que ele tinha um jeito de resolver isso!” Ela estava com lágrimas nos olhos.

Eu não ousava entrar em estado de meditação para tentar captar alguma memória dele, eu podia retornar ao meu corpo e então minha esposa estaria perdida. A bolsa de Regina estava jogada em um canto do quarto, com os documentos e o celular dela dentro, desligado.

Encontrar minha esposa foi pura sorte. Ou será que não? Será que acessei o subconsciente de Roberto ao tentar localizar Regina? O fato é que , ao procurar um local para fazer a meditação, fui parar exatamente ali.

CONTINUA

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