Acordei meio atordoado e vendo pouco, os minutos se passaram e pude recuperar totalmente meus sentidos. Estava preso numa árvore por cordas bem firmes, fiz força pra tentar me livrar delas, algumas arrebentaram, outras não. Logo ouvi um som vindo da mata, me virei rapidamente e vi surgir a figura de um homem, o céu estava claro, sem nuvens, e a lua crescente iluminava todo ambiente satisfatoriamente.
- Você precisa de ajuda! - disse uma voz familiar.
- Branco? Branco filho do prefeito lá da cidade? - perguntei.
- Sim, sou eu. - Branco respondeu, e num aceno rápido e curto de sua mão as cordas se soltaram. - Eles levaram o Nicolas, estou indo pra lá, posso te ajudar a resgatar ele. - ele fez uma pausa. - Se quiser vem comigo.
- Tá vamos! - nem pensei duas vezes. - Mas por que você está aqui?! - perguntei curioso enquanto seguia o de perto que já voltava pra trilha.
- Não temos muito tempo, vamos logo. - disse e começou a correr numa velocidade que nem eu sabia que ele era capaz.
Seguimos floresta adentro, e em determinado ponto ele entrou pela lateral da trilha. Andamos mais uns minutos até que ao longe podíamos ver luzes artificiais, chegando mais perto e mais cautelosamente, uma grande formação surgia. Um galpão no meio da floresta se erguia com aspecto movimentado, porém sem muito barulho, parecia um galpão madeireiro.
- Espere! - disse ele e se virou pra mim. - Eric, não posso explicar nada pra você agora, quem sabe um dia, mais pra frente. Meu alvo não é Nicolas, espero que consiga libertá-lo. Eu quero que faça absolutamente tudo que eu ordenar, sem questionar. Entendeu? - perguntou ele.
- Tudo bem, faço tudo que pedir! - respondi.
- Então vamos, a gente vai entrar pela porta da frente mesmo! - disse ele muito certo de si, já seguindo para frente do galpão. Segui-o.
Ele só poderia estar muito louco, mas loucura é algo questionável no mundo que eu conhecia e fazia parte. Não havia ninguém na porta da frente do lado de fora, somente do lado de dentro. Continuamos nos aproximando, e um burburinho começou a se formar de dentro pra fora. Gritos de “Afaste-se”, “Vão embora” eram ouvidos, porém continuamos seguindo.
O portão foi aberto e quatro homens armados saíram, eu hesitei com o susto, mas Branco segurou meu braço e continuou andando. Quanto mais perto mais os homens gritavam, ele soltou meu braço e continuamos seguindo com passo mais rápido. Eles disparavam, mas as balas não nos acertavam, Branco com um aceno de sua mão jogou os homens contra as paredes ao fundo.
Aquilo foi algo impossível de acontecer, o que Branco era? Um tipo de bruxo das trevas? Achei que isso só acontecia no mundo de Harry Potter. Entramos no galpão e mais homens nocauteados pelos gestos das mãos de Branco. Chegamos num corredor curto e ele então falou:
- Eric, o Nicolas está na porta da direita, eu vou seguir pra da frente, por favor, saia daqui o mais rápido possível, pega o Nicolas e vai embora. Não vou me ater a proteger vocês, fujam! - disse ele que seguiu em frente, enquanto fui à sala da direita.
Entrei nela e vi que Nicolas estava amordaçado e amarrado numa cadeira. Corri até ele para tirá-lo daquela situação. As cordas estavam muito bem presas, e não havia nada cortante pra facilitar, então tive que usar a força mesmo, algumas puxadas e elas se desfizeram. Tirei a mordaça de Nicolas, quando alguém entrou na sala e avancei sobre nocauteando.
- VAMOS SAIR DAQUI AGORA! - disse pro Nic segurando sua mão.
- Espera! - ele me puxou. - Por aqui! Por aqui tem um corredor que leva direto a lateral do galpão, dá pra sair pra floresta direto. - fomos correndo.
No final do corredor tinha uma porta e parecia ser muito bem reforçada. Nicolas tentou abrir a fechadura, mas nada dava jeito.
- Espera um pouco, acho que consigo. - disse colocando as mãos na porta pra fazer força. - O barulho vai ser muito alto a gente vai ter que correr.
- CALMA AÍ! - disse ele me parando. - Virou super-homem agora? - disse ele fazendo cara de que era maluquice aquilo.
- Observe! - respondi, e novamente me posicionei, reuni toda força de lobo que poderia ter e empurrei, a porta rangeu violentamente e saiu do batente me lançando ao exterior junto, caí.
- Rápido vamos sair daqui! - disse Nic, percebendo que vinham três homens atrás da gente.
Saímos para a escuridão da floresta seguidos pelos caras, ouvimos alguns disparos, e galhos acertados em nossa direção. Aceleramos. Como senão bastasse eles também vinham a toda velocidade atrás de nós. Não tinha como mantermos por muito tempo, estávamos ambos cansados. Alcançamos a trilha e eles também, Sem alternativas me lancei no ar virando lobo, derrapando no chão, dei meia volta e avancei sobre eles nocauteando dois.
O terceiro desviou, mas caiu no chão, o que o retardou tempo suficiente pra parar perto de Nicolas, ele entender que era pra subir em mim, e sairmos pela floresta muitas vezes mais rápido que antes. Conseguimos alcançar a casa da vovó pelos fundos. Nicolas saiu de cima de mim, entrei de novo nas árvores e apaguei uns minutos, reapareci sem nenhuma roupa como de praxe.
- Acho que precisamos entrar, mas como eu vou entrar assim? - falei pro Nic que procurava alguma solução.
- ALI! - ele viu umas roupas, por sorte minhas, penduradas no varal na lateral da casa. Buscou-as no maior silêncio, e eu as vesti.
Entramos na casa pela porta da frente e encontramos uma vovó extremamente preocupada, acompanhada de umas 10 garotas no mesmo estado. Quando nos avistaram muitos “Graças a Deus” foram ditos. Vovó se precipitou pra nós já nos abraçando e agradecendo por estarmos bem e vivos. Quando nos largou foi logo tratando de dar a bronca.
- Vocês somem por horas sem dar notícia! Levam telefone, mas sem sinal! Ninguém os viu mais cedo! Entraram na floresta, e sem absolutamente nada pra comer ou beber! - disse uma vovó muito brava, um lado que não conhecia dela. - Bom, graças a Deus que vocês estão bem. Ouvi no rádio que 3 jovens entraram na floresta e não saíram faziam horas. Pois bem, dois deles são vocês, ainda bem meu Deus, ainda bem! - disse.
- Desculpa a gente vovó, a gente perdeu noção de tempo, e acabou que fomos vítima de assalto. - tentou explicar Nic mudando um pouco a história.
- Também, quanta imprudência de vocês dois. - disse ela.
- Eric até está sem os tênis, esses ladrões precisam parar, esta cidade é muito segura, só na floresta pra acontecer essas coisas. - disse uma das meninas que estava no sofá.
- De qualquer forma, estão bem, vão ficar na linha o resto de dias que falta, e eu nem vou precisar pedir não é mesmo? - ela advertiu olhando pra nós. - Venham comer, banho vocês tomam quando forem dormir.
Seguimos vovó de perto e calados, a gente sabia que ela não estava sendo severa, pois não era exatamente nossa culpa, mas concordava que a falta de prudência foi extrema, ainda mais depois que a gente, na verdade eu, resolveu seguir aquele disparo floresta adentro. Na cozinha todas as preocupações sumiram quando o cheiro de sopa entrou minhas narinas.
Todos sentamos à mesa, e pude notar uma coisa, o relógio marcava onze e quarenta, ficamos foram por quase vinte horas. Mas no final ainda bem que tudo deu certo. Esse dia iria ficar marcado com certeza, e no final ainda tinha a aparição de Branco que foi algo muito aleatório, e mais ainda o fato dele ser capaz de fazer magia, isso estava muito fantasioso pro meu gosto. Todos em seus quartos, quando comecei a conversa com Nic.
- Olha o que aconteceu hoje foi muito louco. Eu tô devastado ainda! - falei. - E advinha quem me levou até você?! - perguntei.
- Branco, não foi? Eu ouvi a voz dele do lado de fora quando conversava com você! - respondeu e sorriu quando eu bati palmas.
- Pois é, e ainda mais ele sabe fazia magia, tipo Harry Potter mesmo. Ele lançou os homens no ar com um aceno da mão. Fiquei chocado. - disse.
- Não duvido de mais nada na verdade. Acho que a gente deve analisar esse dia com mais calma amanhã, ou outro dia, tem coisas que a gente precisa conversar, coisas que eu ouvi os caras falando. - falou ele misterioso. - Mas isso a gente deixa pra depois, eu quero só descansar mesmo. - falou e correu pro banheiro na minha frente, esperto ele.
Enquanto ele tomava banho tive uma ideia muito boa, e uma coisa que sempre quis fazer. Coloquei uma cadeira em frente à cama, liguei as luzes sobre a cama, e desliguei as outras. Arrumei a caixinha de som com o bluetooth ligado, e a coloquei sobre o criado mudo, esperei ele sair do banho.
- Senta na cadeira e me espera, vou fazer uma coisa que tava querendo há um tempo, mas não tive a oportunidade ainda. - e entrei pro banho.
Terminei meu banho e coloquei uma cueca boxe vermelha, e uma regata cavada vermelha que nem tinha conhecimento que havia levado, mas serviu em pra ocasião. Abri a porta do banheiro e com o telefone na mão coloquei a música pra tocar, Bilingual - Jose Nunez. Então surgi na porta e fui andando lentamente ao som da música pra mais perto dele.
Ele estava sentado na cadeira com uma regata larga e boxe ambas brancas. Ele me olhou com olhos maliciosos me fazendo sentir um calafrio na espinha. Deixava a música levar os movimentos do meu corpo, e ia dançando cada vez mais perto dele. Quando a distância foi vencida, virei de costas e continuei a lap dance, rebolando e movimentando.
Virei-me de frente pra ele e passei as pernas penas suas coxas de modo a ficar em seu colo, e continuei dançando ali. Rebolava e tocava em seus cabelos e continuava a dança sensual. Subia e descia minhas mãos pelos seus ombros, peito, barriga, pescoço. E ia cada vez mais me envolvendo na música e me permitindo os movimentos que ela me trazia.
Saí de cima dele e continuei dançando em sua frente pra ele me ver. Ele varria meu corpo com seu olhar de desejo e podia ver a excitação dele, a vontade selvagem que ele tinha de me agarrar ali mesmo, mas se controlava com dificuldade. Ele se levantou e me virei pra ele, olho no olho continuei dançando, entrelacei minhas mãos em seu pescoço.
Desci deslizado minhas mãos por todo seu corpo, subi e me virei de costas continuei rebolando e dançando, descrevendo movimentos com as mãos e as pernas. Ele entrou no jogo da música e num verso que dizia sobre a excitação de quando as mãos tocavam no corpo, ele me puxou pra perto colando nossos corpos e inspirando na minha nuca uma boa quantidade de ar.
Continuando a interpretar a musica fazia cada coisa que ouvia, e puxou meus cabelos, arranhou minhas costas. E eu estava explodindo de excitação, e cada vez mais só aumentava, até que embalado pela música ele sussurrou meu nome, e de novo, e de novo, e de novo. E noutro verso eu podia senti-lo, duro e pulsando na minha bunda, estávamos explodindo de tesão.
Virei me e ele sentou na cadeira e eu sentei sobre ele, ainda dançando, mas agora com mais corpo no corpo, olhava ele dentro dos olhos, pedindo, implorando, querendo, ele entendendo e retribuindo com os olhos, e mais uma vez sussurrando meu nome, e de novo, e de novo, e de novo.
Até que a música acabou, e ele me segurou forte pelas coxas me ergueu no ar, virou em direção a cama e me jogou nela. Tirou a regata fora, e contemplei aquele corpo perfeito, ele veio sobre mim e passando as mãos pelas minhas coxas, subiu e segurou minha camisa tirando-a e atirando-a pra longe. Beijou meu pescoço, gemi. Mordi sua orelha, ele gemeu.
Não sabia como, mas nossas energias voltaram e nos entregamos novamente um pro outro, e a lap dance só melhorou as coisas. Dizem que você faz sexo como dança, se isso for verdade acho que então estou bem. Dormimos juntinhos, e antes de mergulhar na escuridão do sono, eu senti que não poderia mais viver sem esses momentos, não poderia sem a presença de Nic mais.