A noite está acabando, olho pela persiana e vejo os primeiros raios de sol. Penso em voltar para cama e tentar dormir, estou cansado, mas sei que é uma tentativa inútil. O sono me escapa quando lembro das últimas doze horas, as mais loucas da minha vida.
Como poderia imaginar que algo usual, parte da minha rotina, modificaria completamente minha vida?
Sai do trabalho pontualmente as cinco horas. Normalmente eu fico até mais tarde, fui educado para acreditar que o olho do dono engorda o boi, mas nessa sexta-feira, em particular, fui dominado pelo tedio, não via a hora de ir para casa, tomar um banho, abrir uma cerveja e vegetar na frente da televisão.
Não pensem que sou sedentário, muito pelo contrário, amo a pratica de esportes, em especial as corridas de rua. Tenho 78 quilos distribuídos em 1,83 cm de altura. Graças a dieta e uma rotina de treinos rigorosa, mantenho a porcentagem de gordura corporal em 18%, algo de que me orgulho. Já corri inúmeras provas. Comecei com as de 10 km, depois evolui para as de 15 km, meia-maratonas e, finalmente as maratonas. Pois bem, durante a Maratona de Berlim machuquei o tornozelo, meu médico proibiu qualquer tipo de exercício com impacto.
Nada pior para quem pratica esportes que uma lesão. Perdi o sono, andava mal humorado, sem vontade para nada. O cenário perfeito para desenvolver o habito de assistir televisão acompanhado por uma cerveja!
Era tudo que queria naquele fim de tarde.
Entrei no meu carro e parti, torcendo para que o trânsito paulistano colaborasse. Por milagre cruzei as familiares ruas e avenidas sem encontrar congestionamento. Abri um sorriso imaginando o sabor da cerveja gelada.
Mas o trânsito paulistano é traiçoeiro. Exatamente no momento em que degustava mentalmente minha cerveja um carro desrespeita a preferencial me atingindo em cheio.
A violência da explosão do airbag me deixou desorientado. Por alguns segundos esqueci quem era e onde estava. Mas, rapidamente, a sequência de fatos voltou. Eu tinha batido o carro graças a irresponsabilidade de um motorista que, provavelmente, conseguiu sua carteira de habilitação pela internet.
Me desvencilhei do airbag, do cinto e com ideias homicidas sai do carro babando de raiva. Minha vontade era quebrar a cara do sujeito que destruíra meu carro e colocara minha vida em risco. Entretanto, como o imprudente motorista continuava dentro do seu carro, sem se mover, temi pelo pior. Imaginei passar horas na delegacia prestando depoimento e gastar uma pequena fortuna com advogados para provar que não fui eu que causei o acidente.
A emoção foi embora. Voltei a ser o pesquisador racional que propõe uma hipótese e examina sua pertinência na bancada do laboratório.
Circulei meu carro e, com o celular na mão, pronto para chamar o resgate médico, corri para verificar como estava o outro motorista e, se fosse o caso, administrar os primeiros socorros.
Por sorte não foi necessário, o motorista, ou melhor, a motorista saiu do carro logo que me aproximei. Vestindo um vestido indiano largo, daqueles vendidos em feiras hippies, a motorista desceu do carro de costas para mim, imediatamente reparei na enorme bunda que o vestido desenhava, marcando uma minúscula calcinha e nos longos cabelos loiros que terminavam em sua cintura. Quando ela se virou tive duas surpresas: a primeira foram os seios, lindos, eram médios, firmes, com os bicos duros; a segunda foi, ao olhar para o seu rosto, perceber que aquela mulher, dona de um corpo fenomenal, era uma velha.
Com os olhos cheios de lagrimas, borrando sua maquiagem, pediu desculpas por sua falta de atenção e prometeu pagar todos os meus prejuízos.
Sua atitude me desarmou, não tinha como ficar bravo com uma senhora de mais de sessenta anos chorando e pedindo desculpas. Busquei acalma-la, argumentei que acidentes acontecem, que faz parte do trânsito. Com a velhinha mais calma liguei para meu seguro e fiz o BO pela internet. Em menos de uma hora, os carros já tinham sidos guinchados e levados. Só faltava chamar um uber para encontrar minha loira gelada.
Mas o universo conspirava contra minha cervejinha. Dona Geni, (sim, eu pensei na música do Chico Buarque quando ela me disse seu nome), recebeu um telefonema e ficou transtornada, voltou a chorar, erguia os braços e pedia ajuda aos céus.
Assisti o espetáculo boquiaberto. O que levaria uma mulher fina, aparentemente equilibrada, a dar tal show?
Eu deveria ter pego meu uber e ido para casa. Dona Geni já tinha me causado muitos problemas. Entretanto, fui educado para ser gentil com os mais velhos, ajudar sempre que possível. Fiz a pergunta que ainda não sei se foi uma benção ou uma maldição:
- O que foi Dona Geni? Aconteceu alguma coisa? Posso ajudar?
Entre lagrimas ela me contou seu drama. Sua irmã mais velha tinha sido internada cinco dias antes por problemas respiratórios, os médicos desconfiavam de uma pneumonia. Todos os dias ela ia para o hospital pernoitar como acompanhante, era exatamente para lá que estava indo quando, “descuidou”, e atropelou meu carro.
Me prontifiquei a chamar um uber para ela ir ao encontro da irmã. Não via motivos para o desespero provocado pelo telefonema, a não ser se o quadro clínico da irmã tivesse piorado. Delicadamente perguntei se o telefonema foi do hospital.
Dona Geni me olhou fixamente, parecia que buscava na minha fisionomia traços do meu caráter. Por duas vezes tentou falar, mas se calou. Seus olhos demostravam medo. Imaginei, e mais tarde soube que minha percepção fora correta, que não sabia se podia confiar em mim. Em sua mente se questionava sobre a legitimidade de minha preocupação. Ela estudava os prós e os contras de confiar a um estranho um problema seu, da sua família.
Mas ela não tinha escolha. Como não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo, precisava da minha ajuda. Devia me contar o que a afligia, sem me assustar. Respirou fundo e começou a falar:
- Meu filho, não sei como te falar, mas preciso que você me ajude. Eu sei que sou uma desconhecida, que destruí seu carro, mas seu rosto me transmite confiança, acho que foi Deus que te colocou no meu caminho.
Fiquei mudo. Eu percebia o desespero nos seus olhos, mas não acreditava na ousadia daquela senhora. Seu descuido no trânsito foi o primeiro dominó que caiu, arruinou minha noite, na sequencia cairiam outros, vistoria do seguro, orçamentos em funilarias, inevitáveis discussões com o funileiro por desrespeito ao prazo. Eu não queria mais trabalho, minha cerveja continuava na geladeira me esperando!
Diante do meu silêncio ela suspirou e, com a voz tremula, voltou a falar.
- Por favor, não tenho o direito de te pedir nada, mas me deixe explicar o que está acontecendo. Se você não puder, ou não quiser, me ajudar, vou entender.
Sou pesquisador e, para quem não sabe, a principal característica de um pesquisador é a curiosidade. Dona Geni, sem saber, atiçou minha curiosidade.
- Tudo bem Dona Geni, vou ouvir sua história. Mas vamos sair da rua. Que tal um cafezinho com bastante açúcar para a senhora se acalmar?
Ela abriu um sorriso. Aceitou o café, mas com adoçante. Atravessamos a rua e fomos para um Starbucks.
A loja estava relativamente vazia, pedimos os cafés, esperamos chamarem nossos nomes e nos acomodamos em confortáveis sofás.
Enquanto esperava seu café esfriar, Dona Geni agradeceu minha disposição em ouvi-la, mas não foi direto ao assunto. Minha impressão foi que ela continuava me escrutinando, que ainda não tinha certeza se deveria confiar em um completo estranho. Minha curiosidade só aumentava, ao ponto de, quando ela começou a perguntar sobre a minha vida, eu não questionar. Passei alguns minutos falando sobre minha vida com a velhinha que bateu no meu carro!
Contei que sou divorciado a alguns anos, que não tenho filhos, que divido meu tempo entre o trabalho, os livros e o treinamento para maratonas. Perguntou se eu estava indo treinar quando ela descuidou do sinal de trânsito. Rindo, respondi que ela atrapalhou minha cerveja, pois não estou podendo treinar por ter lesionado o tornozelo em uma maratona.
Como minha mãe, tias e avós fazem sempre que me veem, perguntou se eu tenho namorada. Foi aí que perdi a paciência. Sem pensar, respondi que não tenho namorada, que tenho muitas amigas e sempre saio com uma ou outra para foder.
Ela abaixou os olhos, constrangida com minha resposta. Mas se a situação era ruim, ficou pior. Duas garotas, vestidas com o uniforme de um tradicional colégio paulistano, tomavam milkshake a menos de dois metros dos nossos sofás, ouviram meu comentário e começaram a rir. Dona Geni ficou vermelha, virou para as meninas e disparou:
- Estão rindo do que? Vocês não são amigas dele, não vão ganhar rola! Bando de putinhas!
Olhou firme para mim, levantou-se e pediu licença para ir ao banheiro.
Eu não aguentei, comecei a rir. As meninas ficaram loucas da vida, destilaram todos os palavrões que aprenderam em seus poucos anos de vida. Uma delas, morena com cabelos muito lisos até o meio da costa, seios grandes, com bicos que furavam a camiseta do seu uniforme, virou a cadeira na minha direção, subiu as saias até o meio das coxas, abriu as pernas mostrando uma calcinha branca, infantil, mas que desenhava uma buceta com lábios delicados, mas que nada tinham de infantil. Com sua intimidade a mostra conseguiu minha atenção!
A garota era esperta, quando percebeu meu olhar de macho querendo abater a presa, fez uma carinha de gatinha manhosa, olhou fixo para os meus olhos e começou a tirar a calcinha. Sua colega não acreditava no que estava acontecendo. Tentou intervir, mas a moreninha calou a amiga com uma frase. Qual? Não sei, eu estava olhando para uma das bucetas mais lindas que já vi na vida, minha audição parou de funcionar, eu era só olhos!
Ao sair do banheiro Dona Geni percebeu quando a moreninha, já sem a calcinha, dobrava a pequena peça e a usava para enxugar a umidade da sua rachinha. Percebeu, mas não falou nada. Voltou para o sofá, sentou-se no momento que as duas colegiais se levantaram. A moreninha veio até onde eu estava e, com uma voz cheia de tesão, falou:
-Oi, meu nome é Amanda, quero ser sua amiga.
Me deu um selinho e entregou a calcinha com o número do seu telefone escrito com batom rosa bebê.
Encantado pelo perfume de buceta nova que exalava da minúscula calcinha, imaginando o gosto daquela ninfeta, esqueci que não estava sozinho, pior, minha rola tem vinte centímetros, como uso calça social e cueca samba-canção é inevitável ter que ajustar o instrumento quando a ereção acontece inesperadamente. Exatamente o que fiz.
Na frente da velhinha eu enfiei a mão direita dentro da calça para arrumar a rola e deixa-la numa posição confortável, enquanto que a esquerda levava a calcinha até meu nariz.
Levantei os olhos e encontrei os olhos de Dona Geni. Ela tinha lavado o rosto e refeito a maquiagem, já não parecia uma velha, - ela tinha 58 anos, como fiquei sabendo depois - , mas seu olhar era de pouca amizade, ela estava brava.
- Você me pareceu um homem sensato, não imaginei que fosse um desses pervertidos que se excitam cheirando calcinhas.
Foi minha vez de ficar vermelho. Não sabia o que fazer. Guardei a calcinha no bolso, mas a ereção não tinha como esconder. Liguei a tecla “foda-se”. Peguei meu café e fui me levantando para ir embora. Não estava disposto a ouvir a história de uma velha e, provavelmente, ela já tinha repensado a possibilidade de tocar em assuntos particulares comigo.
Eu ainda não tinha acabado de me levantar quando Dona Geni fala bem baixinho:
- Não vá embora não! Você pode decidir não me ajudar, mas eu garanto que minha história vai te deixar de pau mais duro que o cheiro da calcinha daquela vadiazinha!
Obviamente, voltei a sentar no sofá.
Dona Geni sorriu vitoriosa, sorveu um gole de café e, quando estava para começar a contar sua história, eu a interrompi. Minha curiosidade era mais arrasadora que um tsunami, mas ela precisava entender com quem estava lidando.
- Você bateu no meu carro, pediu minha ajuda e me chama de pervertido? Pois bem, se quiser me contar sua história eu quero que você tire sua calcinha aqui, como aquela menina fez. Você tem cinco minutos.
Ela tentou argumentar que era um absurdo. Eu simplesmente olhava o relógio.
Quase terminando o prazo ela olha para os lados e, discretamente começa a subir o vestido. Rapidamente o vestido que ia até os pés se transforma em uma mini saia, mostrando um par de coxas grossas, com uma pele aveludada. Aquela mulher se cuidava, um corpo fantástico aos cinquenta e oito anos exigem tempo e dinheiro. Ao terminar de subir o vestido ela novamente olhou para o entorno e, percebendo que não era observada, começou a tirar a calcinha. Puxava um pouco de um lado, mexia a bunda, e puxava do outro lado.
Quando a calcinha já estava abaixo do vestido, pouco acima dos joelhos, ela levantou a bunda do sofá enquanto empurrava a minúscula peça em direção aos pés.
Justo nesse momento a garota da limpeza veio para perto do nosso sofá, Dona Geni pega a calcinha e, sem poder me entregar, a esconde no meio das pernas.
Ela transpirava, seus mamilos estavam mais duros. Definitivamente ela estava com tesão!
Me levantei e sentei ao seu lado. Escondendo seu corpo com o meu, levei a mão a sua buceta, peguei a calcinha e constatei que ela estava muito molhada. Cheirei a calcinha olhando nos olhos daquela mulher deliciosa.
Com a voz rouca de tesão ela me fala:
- Preciso da sua ajuda. Tenho que ir para o hospital, mas você tem que ir buscar uma pessoa no meu lugar e para isso tenho que contar algumas coisas, minha história.
Eu respondo que ainda não sei se vou poder ajuda-la. Primeiro eu tenho que saber do que se trata. Mas que vou ouvir sua história com carinho, sentado ao seu lado. Ela agradece, começa a arrumar seu vestido, mas eu não deixo.
- Vou ouvir sua história melhor com seu vestido transformado em mini saia!
Ela sorriu, tirou os sapatos e sentou em posição de lotus, apoiando os joelhos em minha perna. Colocou a bolsa entre minha perna e seu quadril, impedindo que alguém visse que estava sem calcinha. Eu, por outro lado, coloquei a mão em seu colo, puxei a saia e vi uma buceta com lábios carnudos, molhada, com um perfume de fêmea fantástico. Eu queria cair de boca naquela buceta, mas naquele momento não era possível. Eu tinha que ouvir a história e ajuda-la enquanto ela ia ao hospital.
Encostei a boca na sua orelha e disse que eu tinha uma última exigência antes dela começar a falar. Não dei tempo de ela perguntar qual a exigência, atolei dois dedos dentro daquela buceta cheirosa. Ela gemeu, deu uma leve rebolada na minha mão e, enquanto discretamente alisava minha rola, começou a falar.
Tudo começou em Santa Catarina.
(continua)
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