Extra Curricular: Fazendo amigos a base da porrada.

Um conto erótico de Duque Chaves
Categoria: Homossexual
Contém 2275 palavras
Data: 28/07/2020 01:50:01

Grindr On.

AtbUber: Voce está aí?

Exodia: Sim estou, o que houve?

AtvUber: eu queria saber como você está! Sabe, já faz alguns dias que nos falamos e te contei mais coisas que conto para meus amigos ou clientes.

Exodia: Sempre esqueço que você é um uber garoto de programa. Rsrs

AtvUber: É o que eu faço para sobreviver, infelizmente. Mais eu gosto de você sabia, você é bem diferente de muitos que já atendi.

Exodia: Pena que nunca me enviou uma foto, estou me apaixonado por um cara desconhecido. Rsrsrs isso é muito triste para minha psicóloga.

AtvUber: e os remédios está tomando? Está indo para as consultas? Você sabe que precisa tomar.

Exodia: Remédios eu estava, mais eu parei, o dinheiro que consegui cantando e trabalhando tem que ser divido para comida, uma roupa nova da escola e a dívida do meu pai. Mais tudo bem, eu dou um jeito.

AtvUber: Você tem coragem, eu admiro isso sabia? A pessoa que vai ficar do seu lado, tem sorte de ter você como um parceiro.

Exodia: Poderia ser você, mas não colabora. Me deixa aqui vagando em pensamentos. Já disse a você, que não faria você escolher sair dessa vida. Mais aceitaria. E te ajudaria a ver um outro ângulo, respeitando sua opinião.

AtvUber: Você é perfeito, eu gosto de você. Eu abro esse aplicativo te procurando.

Exodia: Espero que não seja casado ou um louco psicopata, aí sim eu teria que voltar a falar com minhas psicóloga.

AtvUber: Jamais faria mal a você, sabe disso. Eu só não quero que você entre nesse mundo.

Exodia: entendo, deixa eu ir dormi, estou cansado e aconteceu algo estranho hoje.

AtvUber: zzzzzzzzz beijos.

Eu sou uma pessoa com depressão, ansiedade e baixa auto estima, é isso eu vou contar para vocês do porque, mais não agora.

Não dormi direito por saber que Beto estava estranho, bem ele era estranho, mais não daquele jeito. Era uma surpresa ele ser gay, mais não me contar. Pois ele veria uma coisa.

Peguei no sono me forçando a dormir, já tá mente por causa do dia seguinte que seria muito corrido, estava entrando na semana mais odiada por mim. Semanas de provas.

A semana de provas na escola era a pior de todas, eu via gente tomando café e pirando por causa de provas, porém não era apenas provas. Se você reprovasse em uma delas, os professores fariam um conselho com você e te ferrar mais ainda.

Você está muito tranquilo para alguém que não é bom em Humanas. - Comentei baixando o livro de física.

Você sabe que sou bonito e inteligente, e vou me sair bem, só não posso zerar a prova. - Yan comentou folheando um livro de história.

A biblioteca estava lotada, o que não era de se esperar muito, já que a semana de provas fazia todos correrem pra ela como se fosse formigas para o açúcar. Eu e Yan estávamos sentados numa mesa bem nos fundos da biblioteca, onde ele mesmo ficava com os meninos e meninas, era seu lugar sagrado.

Espero que ninguém apareça aqui, por estou realmente querendo estudar. - disse para Yan me referindo ao seu celular que não parava de tocar.

Claro, que não vai, não quero atrapalhar o meu amor estudando. - Disse o mesmo ao pé do meu ouvido e isso me fez arrepiar, mas logo me toquei do porque ele fez isso, um rapaz franzino e delicado encarou Yan com seus livros na mão. - Eu quero ficar sozinho.

O garoto de cabelos azuis e olhos castanhos, com um corpo magro, se encolheu com sua farda bonita e chique, seus olhos ficaram murchos, as orelhas ficam mais fundas, ele respirou bem fundo e deu meia volta.

Porque você faz isso com o Nicolas? Se não gosta dele é só falar. - Respondi ácido para Yan, que revirou os olhos. - Me fala, porque você faz isso? Está virando um babaca e esqueceu de me avisar?

Yan ficou calado por alguns segundo e não respondeu o que deixou a biblioteca ainda mais silenciosa, apenas os ruídos das folhas de livros ao serem lidas, os papéis amassados, e murmúrios delicados.

Você sabe que eu fiz um trabalho com ele a um tempo atrás? Lembra?

Sim, lembro. E eu amei a apresentação de vocês dois, ele estava se divertindo. Eu via isso nele. - Comentei lembrando da apresentação que eles fizeram, os dois fizeram a peça de romeu e julieta, onde Romeu era Yan e a julieta foi escolhida como Nicolas. Eu me diverti demais. - Então, a gente saiu algumas vezes, ele me disse certas coisas que aconteciam com ele e com sua família, e de como tratavam ele. Eu me peguei várias vezes pensando nele, e em como eu fazia um bem para ele. Mas depois da apresentação, eu resolvi esquecer ele, eu não sei o que eu sinto por ele e não estou afim de descobrir, não quer ter uma responsabilidade maior.

E porque não diz a ele? Nicolas pode ser daquele jeito, mais sei que isso machuca o rapaz, que destrói o garoto, como te falei se não gosta dele da mesma forma que ele gosta de você fala. Não seja um babaca, eu não tenho um melhor amigo assim, e não vou aceitar isso.

Eu também não quero ser um babaca com ele, eu não sei o que eu sinto, a gente ficou uma vez e foi muito bom, eu realmente gostei, eu praticamente tira a virgindade dele. - Yan respirou e ajeitou o cabelo para trás. - Mas sabe quando você tem medo do que pode acontecer? Eu não quero que me julge Dan, quero que me ajude, não sei como falo isso para ele.

Não vou te julgar, ou vou? - eu sorri para meu amigo que me encarou de uma forma estranha. - Sou seu amigo e você está sendo um grande filho da puta, por ser seu amigo eu falo isso, não quero ver ele sofrer, já não basta o bullying idiota que os meninos fazem aqui com ele, ainda tem essa de coração partido? Se fosse você, gostaria disso? Gostaria de estar no lugar de Nicolas? Não, se pergunte o que seu pai fez com sua mãe, se pergunte como o coração dela ficou congelado. Então quer ser uma cópia do seu pai?

Yan não me encarou e ficou pensativo. Seus olhos percorreram a biblioteca, atrás do garoto de cabelos azuis, e quando avistou ele, senti que ele queria ir lá, só que a ironia de tudo foi Beto ter entrado na biblioteca, meus olhos percorreram por onde ele iria, eu estava curioso, para saber o que tinha acontecido com Beto. Ele agora tinha um centro de gravidade, um vagabundo, com roupas descuidadas e cabelo bagunçado, mas mesmo assim era bonito nele.

O que você esconde Beto?

A pergunta saiu bem mais alta do que eu queria. Yan me encarou e não saiu mais da mesa.

O que aconteceu com Beto? - A pergunta de Yan me trouxe para seus belos olhos azuis.

Nada, eu apenas queria saber do porque ele está estranho. - Desconversei com um sorriso amarelo. - Nunca mais se falamos e isso me deixa encucado com muita coisa.

Eu também ouvi certas coisas na família que me deixaram tristes. - Comentou Yan encarando Beto, que agora sentava na mesma mesa que Nicolas. - Desde de quando eles são amigos?

Eu não sei desde de quando eles são amigos, mais fiquei bastante curioso em saber dessa história do Beto. Me conta, Yan.

- Sim, e porque você quer saber? Eu posso até te contar, se me contar do porque está interessado.

Respirei fundo e vi os dois conversando baixinho, Nicolas estava rindo, não tanto quanto eu gostaria de ver, mais Beto estava sendo menos babaca do que ele era. E isso era bom, não era?

Peguei um uber ontem..

Sim, e o que isso tem haver?

Tudo. - Mostrei a foto de Beto no meu celular - Ele era meu uber, estava dirigindo e ainda por cima com o grindr e uma conversa estranha.

Yan me encarou de uma forma estranha e logo após ele fechou a cara preocupado.

Eu ouvi minha mãe falando que os pais de Beto descobriram que ele é gay, e o expulsaram de casa, o jogando. Acredita nisso, em pleno século 21 existindo isso? Meus tios podem ser o que for, mais não esperava isso deles, minha mãe tentou conversar com o meu tio, mas não deu em nada. Até eu tentei conversa com Beto para ir dormir e ficar conosco mas não quis. - Yan respirou. - Ele disse algo sobre mim e sobre você e foi embora. Desde daí não sei do seu paradeiro e minha mãe está muito preocupada.

Nossa, é porque ele não disse isso para a gente? O que fizemos de mal a ele? Que eu saiba a escola toda não gostava dele. E defendíamos. - Bufo de raiva e as mesas perros me encaram. Fecho meu livro com raiva e vou até Beto.

Beto estava conversando com Nicolas, eles se davam bem pelo visto, isso ferveu meu sangue, não por causa de Nicolas, eu gostava do garoto de cabelos azuis, eu tinha raiva do garoto problema.

Meus pés faziam um barulho no chão e joguei os livros em cima da mesa dos dois, trazendo os olhos curiosos de grande parte da grande biblioteca. Beto me encarou como se olhasse para um animal selvagem, estreitando os olhos e se preparando para se defender, Nicolas travou e se encolheu com o barulho.

Vamos conversar, agora!

Você está atrapalhando minha conversa com o rapaz. E os estudos dos outros alunos. - Rebateu seco e querendo voltar a falar com Nicolas.

Eu disse agora. - Coloquei uma mão em seu ombro e a outra em seu pulso o puxando.

O que aconteceu a seguir foi muito rápido. Beto pegou meu meu braço e me tirou rapidamente por cima de seu corpo e cai em cima da mesa, com ele nem ao menos ofegante.

Eu disse que estou conversando. Viu agora?

Meu coração começou a palpitar mais rápido, meu corpo tremeu e não tinha noção do que realmente aconteceu, apenas ouvi uma voz ao longe de alguém brigando com Beto e me levando para longe.

Eu então desmaiei com a pancada na cabeça.

Acorda com alguém do seu lado, era algo estranho. Nicolas estava olhando para mim sentado na maca, com aqueles olhos de panda, com as olheiras marcadas, com os cabelos bagunçados e com as roupas um pouco grande para ele.

Calma, você se machucou muito. Eu acho.

Onde estou? - A luz em meus olhos se incomodaram.

Está na enfermaria, Yan e Kaio teve que tira Beto de voce, depois do que aconteceu. - Nicolas me deu água para tomar. - Você está bem?

Eu estou. Cadê o Yan? Beto o que aconteceu? - meus olhos tentaram focar na enfermaria.

Fazia tempo que não ia, a sala era grande com algumas maçãs separadas por cortinas verdes claras, grandes janelas davam para fora e uma vista boa do segundo andar da escola. Mesmo sendo climatizado as enfermeiras gostavam de que o sol e o vento entrasse pela sala em tons de azul.

Yan estava aqui comigo. - Ele disse isso de uma forma tão triste que partiu meu coração. - Kaio e ele foram para as aulas e estou aqui, disse que fiquei muito abalado com o que vi e fiquei aqui com você. Beto está na diretoria.

Aquele imbecil, eu vou socar a cara dele. - Eu estava me sentido bem constrangido por está ali na frente de Nicolas. Tentei me mexer, mais meu corpo estava dormente.

Calma, você recebeu uma pancada na cabeça, tem que ficar calmo. - Respondeu Nicolas pegando em minha mao. - Daniel, eu queria fazer uma pergunta para você, antes de sair matando alguém.

O que seria Nicolas, eu posso ter um tempo para você, mais se me ajudar a andar e socar a cara de Beto.

Nicholas riu nasalado, o que o deixou constrangido.

Você é muito amigo de Yan, e queria saber se vocês dois estão namorando. Yan conversou comigo sobre uns assuntos e fiquei tentando a pergunta para ele.

Nao, Nao, tire isso da sua cabeça. Eu e ele somos apenas amigos. - Comentei apressadamente. - Nicolas, o que ele conversou com você, posso até imaginar. Eu conversei com ele sobre o assunto e pedi para ele ser sincero com você. Não quero que se machuque. Yan e muitas coisas, mais babaca ele não é.

Eu sei disso, ele me disse o que sentia e que não queria nada por agora, e que também, ele não sentia o que eu sentia por ele…. isso Machuca Dan….

Nicolas se controlou para não chorar, mais as lágrimas começaram a descer o que destruiu o meu coração de gelatina.

Você e incrível Nicolas, deve se amar mais. Se for um dos meus amigos, vou te ajudar nisso. Que acha?

Nicolas soluçava, eu poderia saber como era aquilo. Gostar de alguém que não gostava de você, que não tinha o mesmo sentimento por você, eu sabia muito bem como era, mais eu superei isso. E poderia ajudar ele. Por alguns segundos eu vi seu braço descoberto enquanto tampava seu rosto, as marcas profundas de cortes.

Seja meu amigo Nicolas, o que acha? Assim vou te ajudar.

Nicolás me encarou de uma forma gentil e sorriu. Seus olhos brilharam e eu fiquei ali sorrindo para o nada. Eu realmente deveria pra com isso, mais não poderia deixar ele passar por isso sozinho.

Amigos?

Amigos!

Bem, agora me ajuda aqui, que vou ter um acerto de contas.

Você vai bater mesmo nele? - Perguntou Nicolas me ajudando a se levantar.

Eu sou um demônio quando mexem comigo, e ele está me devendo muita coisa. Vamos.

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