MEU MELHOR AMIGO HETERO (História Real) — Parte 1.

Um conto erótico de ...
Categoria: Gay
Contém 1768 palavras
Data: 28/07/2020 22:33:04
Última revisão: 29/07/2020 21:11:15

Com 17 anos, ainda imaturo para ingressar na faculdade e deixar a vida de farra de lado, recebi uma notícia que mudaria minha vida pra sempre: meu pai havia alugado um apartamento pra mim, no Rio, e eu teria que me mudar. Recusei, de início, porque não estava pronto para deixar minha casa, meu irmão menor, minha mãe e meus amigos. Mudar para a capital seria mudar completamente de vida, se adaptar a outra realidade. Mas tive que fazer, assim que recebi meu resultado do ENEM: aprovado em Educação Física na Federal. O choque de cara, a ansiedade fazendo o coração bater mais rápido... situações foda que a gente passa um aperto... Quando recebi minha nota, demorou um tempo para a ficha cair. Lembro que fui à praia, meu lugar preferido de todos, sentar na areia e refletir um pouco em como minha vida ia mudar. E mudou.

Em janeiro, na formatura de ensino médio da escola, eu ainda não havia contado para ninguém sobre o meu resultado nem que eu teria que me mudar. Só foi diversão a festa toda. Dancei, comi, brinquei e, de tanto que bebi, pedi Gabi em namoro, que até então era minha ficante. Ela aceitou, todos comemoraram. Talvez eu tenha me arrependido de ter feito isso, mas por causa dela, e com ela, aprendi muito sobre a vida. Lucas, meu melhor amigo, comemorou bastante também. Além de torcer muito por mim, ele achava que fazíamos um ótimo casal — e realmente fazíamos.

Lucas era aquele tipo de cara que tá contigo em toda e qualquer situação. Sem frescura, daqueles que segura a barra que for contigo, até mesmo a mais pesada. Lucas era nota 1000. Minha amizade com ele surgiu quanto tínhamos 11 anos, na escola, por acaso. Crescemos juntos e viramos irmãos. Sempre admirei muito aquele cara. Além de inteligente, era bonito. Na verdade, ele era lindo. Pele morena, cabelo baixinho, lábios carnudos, sorriso matador e brilhante, corpo tanquinho bem definido, braços fortes mas sem exagero, e pernas grandes. Além de tudo, claro, era galinha, e doido pelas coisas da vida no estilo Cazuza. O cara era foda demais. Encantava qualquer pessoa com seu jeito de ser. Eu tinha muito orgulho de ter aquele cara como melhor amigo. E não, se você estiver se perguntando se eu sentia atração por ele, a resposta é Não. Até meus 18 anos eu nunca senti atração por nenhum cara, nunca tive interesse ou algo do tipo. Mas aconteceu.

Depois das festividades de encerramento da escola, me vi perdido ao olhar para frente e ver todo aquele mar de responsabilidade me encarando. Mas enfrentei. A parte mais difícil foi dizer para meus amigos que eu estava de mudança para o Rio. O que mais ouvi foi 'Ah, Pedrinho, aqui tem facul, fica por aqui', 'Porra menor, não vai não, a gente vai sentir tua falta'... era bem difícil de dar um tchau, mas o que quebrou meu coração foi dizer tchau para Lucas. O cara chorou bastante, como uma criança, e no meu ombro ainda. Foi bem difícil. Estávamos acostumados a todo dia ir na casa do outro ficar de bobeira, ir à festas juntos, fazer tudo juntos. E não teríamos mais tanto contato assim. Confesso que pensei em desistir de tudo, mas era meu futuro, eu precisava abrir mão de algumas coisas.

Em fevereiro minhas aulas começaram. Eu tava morando sozinho, num apê pequeno de apenas um quarto, um banheiro, uma cozinha minúscula e uma varanda, onde botei minha rede. Me cabia, era o que importava. Senti um pouco de dificuldade para aprender algumas coisas, como cozinhar, lavar etc. Acabou que deu tudo certo. Na faculdade fiz "amizades" de cara. Mas aquelas pessoas não brilhavam como meus amigos de minha cidade. Não eram especiais nem engraçadas, e eu não me sentia tão a vontade perto deles. Nenhum dos caras era como Lucas, o cara mais foda de todos.

Uns meses se passaram. Eu não tinha me adaptado 100% a minha nova realidade. Gabi, minha namorada, estava querendo terminar o namoro por causa da distância, nos víamos uma vez a cada 2 meses, e isso porque o pai dela a trazia pro Rio. Lucas e eu nos falávamos pouco pelo Whatsapp, e era tudo muito diferente. Ele estava diferente, eu sentia isso. Tive a certeza quando vi uma foto dele no Instagram com uma garota chamada Dani. A foto acompanhava um texto romântico que terminava com 'Feliz 0.2' e um coração. O cara tava namorando fazia dois meses e eu não tinha ideia de como tinha acontecido, nem quem era a garota. Custei para acreditar que meu melhor amigo e eu estávamos nos afastando...

Em outubro, com uma justificativa de que as aulas estavam muito adiantadas, a faculdade deu férias coletivas. Falei com meu pai e ele foi me buscar. Eu quis passar cada minuto das minhas férias com minha família, amigos e namorada.

Minha mãe fez uma festinha de chegada para mim, com toda a família reunida. Parecia até que eu tinha ido para outro país... Mas foi lindo de ver meus avós, primos, tios, todos reunidos. Deu chance até de apresentar a Gabi à eles... E todos a amaram.

Mandei mensagem pra cada amigo e amiga marcando uma saída praquele sábado para tomarmos um chopp e conversar. Todos toparam. Só que esqueci de chamar Lucas. Não foi proposital, eu apenas esqueci. Como disse, estávamos um pouco afastados, fazia muitos dias que nós não nos falávamos pelo Whatsapp.

Ainda na sexta, depois que toda a familia foi embora, peguei minha bicicleta já velha e esquecida da garagem e fui dar uma volta pela cidade. Esse tipo de coisa eu nunca poderia fazer no Rio. Estava morrendo de saudades. Passeei pela orla, pelas pracinhas, até que parei na praia, aquele lugar maravilhoso que eu tanto amava. Deixei a bike de lado e sentei na areia. Era por volta das 17h, o sol estava se pondo, vista linda. Ali, agradeci por estar de volta naquela cidadezinha, e pelas coisas que me tinham acontecido. Até que, do nada, escuto "Caralho, Pedrão!!!" vindo de trás de mim. Nem precisei olhar para reconhecer a voz, era o Lucas. Fiquei feliz demais em vê-lo, estendi a mão e ele me levantou, já me abraçando.

— Porra cria, que isso em? Saudades que eu tava de tu, moleque...

— Também tava, irmão.

Rimos, felizes. Abraço longo aquele.

— Tava de mal daqui, né?

— Nada, sem tempo mermo. Tô estudando feito um louco. Como tu me achou aqui?

— Fiquei sabendo que tu tinha voltado, fui na tua casa e a tia disse que tu tinha saído. Só podia ta aqui, né?

Realmente. Lucas me conhecia como ninguém. Sentamos na areia para conversar.

— Como que tá lá na facul?

— Tá de boa. — Falei meio desapontado. Não que estivesse ruim, mas por algum motivo Lucas não me passava toda aquela confiança de antes.

— Papo reto?

– Papo reto viado. Tá bem de boa, tô curtindo o curso. Era o que eu queria.

— Muita gatinha? — Lucas deu um leve riso safado como sempre fazia.

— Tenho olho pra isso, não, irmão.

— Ah, para de graça, tu lá sozinho sem a Gabi, só se estressando com estudo, vai aliviar como?

— Porra quando tô no tédio, bato uma punheta, papo reto.

Rimos. Eu tinha falado a verdade mesmo.

— É só punheta? Puta que pariu, Pedro, não te conheço assim. — e riu.

Realmente eu não era quieto assim. Mas eu estava namorando, tinha que respeitar minha namorada. Engraçado que, antes de namorar, eu toda vez que ia para uma festa ficava com alguma garota diferente, transava, fazia competição de quem pegava mais etc.

— Mas e tu, cara? Vi no Insta que tu tá namorando... Nem disse nada.

— Não disse pra ninguém, Pê.

— Porra, nem pra mim... Pra mim viado...

— Tô ligado que eu vacilei contigo nessa, mas foi ela que pediu pra ser sigilo sabe? Eu respeitei a vontade dela.

— O foda é que tu nunca escondeu nada de mim, daí achei mó bagulho estranho...

— Foi mal mermo. Na moral, se fosse por mim tu era o primeiro a saber...

— Fica de boa.

Fingi que fiquei de boa. Entre mim e Lucas não existia segredo nenhum, mas a distância havia abalado um pouco a nosa amizade.

— Aí, deixa eu te falar, tô com uns planos meio doidos na cabeça...

— Quê que tá pegando?

— Tu tá ligado que eu não quero fazer facul, tô nem aí pra isso... to vendo se entro no exercito. Ou marinha. Aeronáutica sem chance, muito difícil.

— Tu tá falando sério? — confesso que dei uma risada em seguida. Não imaginava Lucas, o cara mais despojado, bagunceiro e largado que eu conhecia, servindo o exército, um lugar cheio de regras.

— Tá rindo de que viado? Papo reto mermo, tô pensando em ir. Tenho que tomar um rumo. Além disso, meu pai também ta pedindo pra eu servir. Acho que é uma boa.

— Não te vejo servindo, não, na moral. Mas se é isso que tu quer, tem meu apoio cria.

— Tenho mermo?

— Papo reto.

— Então, eu ia falar contigo. Se eu for chamado, vou me mudar pro Rio. Rola de eu ficar contigo lá por um tempo? Só até eu arrumar um canto pra ficar.

— Mano, até dá, mas lá é bem pequeno, tem que dormir no sofá.

— Tenho frescura não, papo reto. Mas na moral, eu posso ir mermo né?

— Pode viado, é tudo nosso.

Conversamos muito. Botamos todos os assuntos em dia. Ele me contou das aventuras sexuais dele com a Dani, eu contei sobre meus problemas de distância com a Gabi. Horas de conversa, já era de noite quando saímos. Levei Lucas em casa no quadro da minha bike, zoamos muito pela rua. Eu estava com saudades de fazer aquilo. Em casa, jantei com meus pais e irmão, botei os assuntos em dia. Joguei videogame com Paulinho, meu grude caçula, e fui tomar um banho pra dormir. Já no quarto, meu pai bateu a porta, disse que queria conversar.

Pra resumir, meu pai desabafou que provavelmente entraria em crise financeira, já que sua empresa estava demitindo alguns funcionários, e isso podia acontecer com ele a qualquer momento. Meu pai pediu para que eu arrumasse um emprego para me manter, já que ele poderia ficar sem renda para sustentar nossa casa e o apê. Fiquei meio abalado, eu mal tinha tempo para estudar, já que a faculdade era integral. Mas entendi, assim que ele me deu mais uma opção: mudar para um apê maior e dividir aluguel com algum colega de sala, pra cortar gastos.

De repente, tive uma ideia que mudaria o rumo da minha vida pra sempre.

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Comentários

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Por enquanto tou gostando.. mas nem vou elogiar muito pq sempre acabo me decepcionando 😅

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Bom começo. Oxalá não seja mais um para ficar pelo meio.

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PRONTO, SÓ DIVIDIR AP COM O LUCAS. VIVEREM COMO MARIDO UM DO OUTRO E ESTÁ TUDO RESOLVIDO.

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Muito bom esse início, promete. Aguardando os próximos.

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