Reparei que a maioria dos contos desse site começam com uma descrição dos envolvidos. O mais importante aqui é o prazer e a paixão, acho que posso falar isso, por esse dj serem extremamente reais. Minha pele ainda arrepia quando me lembro, vontade de me masturbar lembrando de todos os detalhes.
Sou o que os gays chamam de jovem urso, na faixa dos 30 anos, peludo, gordinho e já com um mooonte de histórias para conta depois. Ele, o Dj, um pouco mais novo, está na fronteira de um filhote e um gay padrão (acho que ele não ia gostar de ser chamado assim), talvez um filhote com menos pelos é uma barba linda para roçar no pescoço.
Estava numa festa na cidade grande. Era próximo ao Natal de 2019, todas estavam super colocadas, curtindo a festa mais do que o devido. Já tinha passado o deslumbre em ver tanto homem bonito em comparação com a minha uma cidade, só me restava mais algumas selfies bêbado, drinks de procedência duvidosa e as mesmas bocas de sempre. Vou embora. O dia não estava dos melhores para realizar aventuras.
Nem duas da manhã, era cedo para uma festa grande.
Talvez, por isso, não havia fila nos caixas e nenhum funcionário acordado ali para fazer a minha conta.
Esperando impaciente por alguém, sou interrompido:
- Você está indo para onde? – disse o Dj da festa (um dos djs, na verdade, mas nenhum outro importa para essa história, só ele). Talvez fosse importar dizer que ele é desses que tem mil seguidores, que já sigo a tempo suficiente de ter dado like em todas as fotos ejá ter desistido de rolar alguma coisa.
- Bem... estou tentando ir embora.
- Mas, já?
- Não me apareceu nada melhor para fazer aqui...
- “Tem certeza que não?” Ou “posso te mostrar muitas coisas” ou “deixa eu te mostrar uma bem melhor”
Confesso, não sei o que ele falou, se é que falou alguma coisa, mas sei que já estávamos aos beijos. Era tanto desejo naquele beijo. Parecia morada para a minha língua. Suas mãos não eram tímidas. As minhas garantiam que não íamos parar. Beijos passeando em toda parte visível do corpo. Suas mãos na tentativa de deixar outras partes dos nossos corpos disponíveis para os beijos. O segurança não sabia se pedia para pararmos ou se deixava acontece tudo naquele calor, afinal o Dj era um dos promoters da festa. Se bem que se aquele beijo não fosse tão bom, eu adoraria ter o segurança com a gente.
Posso descrever como nossas línguas se encaixaram, posso falar como era sua mão na minha cintura, a pressão do seu corpo fazia no meu contra a parede, o riso que vinha ao beijar seu pescoço, posso falar do seu olhar decidido em me conquistar, talvez até falar de como sua língua me dominava e me fazia esquecer que já estava na pista dos solteiros tinha dez anos, nada do que eu descrever vai falar do quanto ele me marcou. Mesmo com toda a minha experiência, com aquele beijo, parecia que tudo era novo. Ele estava ali para demarcar lugar no meu corpo, sem nem saber que eu era presa fácil, já o desejava há muito tempo. Entre beijos, faltas de ar, mãos por dentro das roupas, barbas na nucas, risos, pernas bambaleando:
- Hey, você já viu o que ainda falta resolver.... – interrompeu um dos outros djs da festa, sem nem olhar para mim e sem perceber no que estávamos metidos ali.
Sei que eu disse que os outros djs não interessavam para a história, mas é importante para frisar que fomos interrompidos. Talvez, se não fosse por aquele cutucão tão decidido, a gente não lembrasse que estávamos em um ambiente público e teria concluído o ato ali mesmo, mas calma não ainda.
Já tinha gente pagando suas contas.
A vida continuava fora do nosso beijo.
Não sei quanto tempo ficamos ali, paramos.
Os dois conversaram algo que eu não ouvi.
Entendi que era minha hora de partir.
Eu estava curtindo e ele trabalhando.
Antes mesmo de que eu pudesse falar qualquer coisa:
- Você pode me esperar um pouco? Desculpa.
Eu não consegui responder, nem consegui olhar ele saindo.
Fiquei olhando para o teto e tentando entender onde eu estava e como que o desejo me dominava por completo.
Se você abriu esse texto esperando um relato sexual, seu desejo não é maior do que o meu.
Queria a pele dele roçando a minha por inteiro.
Sim, passamos dos beijos e das mãos, mas não vou dar spoilers...
- Quer? – o Dj me perguntou com uma skol beats na mão.
Antes que eu pudesse dizer sim ou não, antes até que eu pudesse dar um gole na bebida levemente fria, voltamos a nos beijar. Se tínhamos parado alguma vez, naquele momento já tinha esquecido. Continuamos como se não tivéssemos parados. Não tinha mais espaço do meu corpo que sua mão faltava conhecer. Minha língua passeava naquela pele como se quisesse cavar, achar algum lugar escondido por dentro. Quando um puxão nos faz parar:
- Hey, ainda não vimos a questão do....
Os dois voltaram a discutir. O dj que eu estava beijando estava visivelmente com raiva por ter sido interrompido, por ter sido lembrado de que havia problemas para resolver além do meu desejo. Quando terminaram de falar qualquer coisa:
- olha, desculpa... – ele disse para mim
- Eu estou indo embora, preciso ir.
- Não, fica, me espera, só mais um pouco, juro que você não vai se arrepender.
- Não?
Mais um beijo de resposta. Seu corpo já estava saindo, quando eu puxei e falei:
- Preciso continuar isso com você em algum lugar. Vamos comigo?
- Vou fazer melhor, me espera um minuto.
Não sei se foi um minuto, se foram muitos. O tempo realmente não importa nessas horas, né? Quando minha consciência já estava voltando ao normal ele reaparece e me puxa. Atravessamos a festa inteira. Paramos no bar enquanto ele pegava outra bebida, eu nem tinha me tocado que a minha garrafa estava vazia.
- Desculpa o meu marido, ele não consegue relaxar quanto está trabalhando.
Huuuum... então os dois são casados. Interessante, adoro curtir um pouco com mais de uma pessoa, com mais de uma boca, mas não naquele dia. Recebendo a bebida, ele me entrega e continua a me puxar. Vamos desviando de todos os conhecidos e todas as conversas sem propósito. Ele abre uma porta e entramos em uma cabine.
Escura, mas dava para ver uma parte da festa dali. Por essa pouca luz que vinha da pista de dança, percebi que havia um sofá e algumas mochilas largadas no canto. Não consegui olhar muita coisa além disso, a mão dele já tirava a minha blusa e sua boca me roubava a razão.
Antes mesmo que eu pudesse fazer qualquer pedido, sua língua já ia me molhando e, ao mesmo tempo, me aquecendo. Cada pedaço do meu corpo ia sendo experimentado e, com muito prazer, eu me dissolvia naquela boca. Eu estava lá misturado com sua saliva. Minha bermuda já estava aberta e abaixada até o chão. Não precisei pedir nada e aquela boca já me engolia. Eu não conseguia ver meu pau, não só por aquela pouca luz, mas ele se acostumou muito bem a estar latejando ali, dentro dele. Meu olhar desorientado, não sabia se tentava enxergar algo naquele escuro ou se admirava a festa e os corpos sem roupa na pista de dança. Nunca tinha feito qualquer ato sexual de uma maneira tão exposta e também sem ser visto. Aquele dj sabia como chupar um pau. Parecia que eu estava inteiro escorregando naquela língua. Ter a festa como cúmplice era só o tempero a mais naquele fetiche.
Mesmo com a música muito alta, ouvi uma leve risada de fundo. Era o fotógrafo da festa que tinha entrado sem ser percebido e pedia licença para ir até o palco. Confesso que em outros momentos tudo que eu desejaria era fazer uma putaria a três. Aquele fotógrafo já tinha me chamado atenção e adoraria sentir sua barba roçando no meu corpo. Contudo, não queria nada além de ficar dentro daquela boca, me fazendo pulsar mais e mais.
Sem cerimônia e sem se incomodar, o dj, me puxa para perto e deixa o fotógrafo passar. Ele não para de me chupar, não tinha como parar. Alias, o desejo era grande e precisávamos continuar em outra posição. Sem que eu pedisse ou combinássemos nada, o dj parou e se encostou no sofá. Enquanto eu me ajoelhava, sua mão abria o zíper e colocava para fora seu pau.
Não sei se o fotógrafo passou de novo, nem quantas músicas eu fiquei ali de quatro chupando aquele pau, saboreando um dos paus mais gotosos que eu já tinha provado – e não foram poucos. Sua mão me acariciava a nuca com suavidade sem perder a força de quem quer mais. Parecia que o mundo estava em silêncio e só ouvia os seus gemidos.
Acho que ambos gozamos na boca um do outro. Confesso que o orgasmo não morou no gozo nessa noite e não lembro muito bem dessa parte. Sei que tinha experimentado um dos melhores beijos da minha vida, um dos melhores boquetes, uma das mais saborosas rolas e um dos fetiches mais incríveis – transar em um lugar público, se exibindo sem se expor. Ele saiu para ver o problema que estava esperando. Eu recolhi minhas coisas e sai sem me despedir, não tinha como falar qualquer coisa depois daquilo. Ainda bem que as redes sociais estão aí para nos conectar.
Sai sem falar com mais ninguém ou ver o marido. Comentei dele nesse conto porque não ficamos em apenas uma noite, e o marido vai ser personagem importante para a continuação dessa história. Agora o meu gin acabou e preciso ir fazer mais para continuar escrevendo.
Até já.