A TRADIÇÃO - PARTE II
No capítulo anterior, contei como eu e minha esposa conhecemos tivemos contato com uma estranha tradição no interior do México. De como essa tradição supostamente ajudaria minha esposa a engravidar e como de fato isso aconteceu. Agora contarei como as coisas ocorreram depois que confirmamos que iríamos, de fato, ter um filho.
Faiza quase uma anos que havíamos voltado do México, voltando do trabalho encontrei Viviane chorando copiosamente no banheiro e ao me mostrar o exame de fármacia com os encantados dois tracinhos que significava que uma nova vida pulsava dentro dela, eu mal podia acreditar, mal pude balbuciar uma única sílaba. Apenas nos abraçamos e celebramos.
No dia seguinte fomos ao hospital onde obtivemos através de exames de sangue a confirmação de que Viviane estava realmente grávida.
Ao sair do hospital mal me contendo de felicidade, durante o trajeto de carro de volta para casa, Viviane de repente fala:
Então amor, precisamos ver as passagens para o México. o Festival é daqui a 11 meses mas se nos anteciparmos poderemos economizar nos preços.
México, festival? Do que você está falando?
Estou falando do festival, temos que pagar a prenda para a Santa Muñeca
Você realmente acredita que nosso filho foi uma dádiva da Santa Mexicana?
Claro sim, afinal porque fomos até lá o mês passado se não para pedir essa dádiva.
Olha eu fui, porque não queria quebrar suas esperanças amor, mas confesso que não posso acreditar nessas coisas místicas, eu sou céptico por natureza, você sabe bem disso.
Você viu os exames Pedro, não posso engravidar, ou melhor não por meios naturais.
Os exames talvez estivessem errados, agora sabemos, não consigo acreditar nessa história.
Acreditando ou não, vamos ao México e pode se preparar para se montar de mulher como nosso amigo Miguel.
Epa, como assim, me montar de mulher.
Ora, não se faça de desentendido. Miguel nos explicou muito bem que a dívida cobrada pela santa é essa, você tem que participar do festival vestido de mulher por cinco anos seguidos.
Essa é que não, não vou me vestir de traveco coisa nenhuma.
Pedro, você tem que fazer, é pelo nosso filho. Se não o fizer temo que a Santa nos castigue tirando ele de nós.
Que bobagem sem sentido Viviane.
Você prefere arriscar.
Caramba amor, terei que pagar esse mico sem tamanho.
Faça isso por nós amor, por mim e por nosso filho. E não é nada demais, faz de conta que é carnaval.
Não tive remédio senão concordar, não queria que Viviane pensasse que eu não amaria nosso filho a ponto de não aceitar pagar um mico por ele. Além do mais eu adorei o México, a comida e a cultura e poderíamos rever nossos amigos Miguel e Luna.
Planejamos a viagem, os dias passaram voando e chegou a semana do festival.
Nessa ocasião Viviane estava com 4 meses de gravidez, então ainda era seguro fazer a viagem de avião.
Entramos em contato com Miguel e Luna e contamos o que ocorreu, eles ficaram muito felizes a mais ainda quando os convidamos para serem padrinhos de nosso filho. Eu e Viviane concordamos que apesar de serem amigos que vimos apenas duas vezes ele tinham uma forte conexão com essa gravidez.
Chegamos na véspera do festival, a noite encontramos Miguel e Luna para jantarmos.
Então quer dizer que terei uma “amiguita” esse ano no festival. - disse Miguel ao me ver.
Pois é, pelo menos não estarei sozinho nesse mico, terei sua parceria compadre, ou melhor comadre. - Respondi, e rimos.
Mais uma vez o jantar foi bem agradável, rimos muito e tivemos uma conversa bem agradável como das outras vezes. Fomos dormir logo após o jantar, teríamos que acordar cedo para o festival.
Acordei com Viviane abrindo as cortinas e o sol quente do México iluminado todo o quarto e me cegando.
Acorda bela adormecida, hora de virar princesa.
Estou mais para sapo. - Respondi com a voz rouca de quem acabara de acordar.
Levante-se que eu preciso te preparar.
Não vamos tomar café primeiro.
Vamos tomar depois que você se vestir.
Ei, não quero aparecer no restaurante do hotel vestido de mulher.
Mas é melhor para você ir se acostumando com os saltos.
O que? Saltos? Não tínhamos combinado nada de saltos.
Tínhamos combinado que eu escolheria sua roupa e assim será, eu escolho saltos. Vá tomar um banho, e aproveite para tirar os pelos das pernas, axílas e peito além da barba.
Tá maluca vi? Quer que eu me depile? Não acho isso necessário.
Miguel nos disse que o sentido do ritual é sentir como é ser uma mulher durante um dia, então tem que ser completo, tem que passar por tudo que uma mulher passa.
Mas depilação é demais, como vou aparecer no futebol de domingo com as pernas raspadas?
Você inventa uma desculpa, diz que está fazendo natação. Vamos, se apresse, não temos o dia todo.
Não tive remédio senão fazer o que ela me pedia, ou melhor ordenava. Por um instante cheguei a suspeitar que Viviane estava curtindo aquela situação.
Ao sair do banho devidamente depilado, Viviane me mandou sentar em uma cadeira que havia no quarto. Disse que iria me maquiar. Abriu uma maleta de metal enorme que ao abrir se desmontava em vários compartimentos cheios de todo tipo de maquiagem
Começou o trabalho em meu rosto, várias camadas de pós e cremes. Passou sombra em minhas pálpebras, senti quando colou enormes cílios postiços sobre meus cílios originais, tive que abrir a boca em forma de “O” para que ela passasse o batom. Eu não via nada, ela não me deixou olhar no espelho. Quando terminou a maquiagem me ofereceu um espelhinho pequeno. Fiquei assustado ao ver meu rosto, estava assustadoramente feminino. Não parecia um homem maquiado e sim uma mulher de cabelos curtos
Calma aí moça minha obra só está começando. Vista sua roupa íntima.
Viviane me ofereceu uma conjunto de calcinha e sutiã brancos com detalhes em renda.
Peraí Vi, calcinha não.
Calcinha sim, o propósito é ser mulher por um dia e mulheres usam calcinha.
Mais uma vez me vi convencido. Vesti primeiro a calcinha, senti um arrepio diferente ao sentir o tecido passar por minhas pernas e um calafrio, quando tocou minha bunda, inevitavelmente entrando pelo rego. Estiquei os braços e Viviane passou as alças do sutiã por ele, passou para minhas costas fechou.
Coloque isso dentro do sutiã.
Eram duas bolsas de gel em formato de seios que ao colocar fez parecer que eu tinha seios de verdade.
Onde você arrumou essas coisas.
Internet meu amor. Até urânio é possível encontrar.
Em seguida me pediu para vestir a roupa. Uma saia rodada de tecido leve e estampado de flores que ia até o meio das coxas, uma blusinha branca de malha transpassada na frente que me deixava com um leve decote era levemente caída nas mangas o que me deixava com os ombros de fora.
Viviane me pediu para sentar para que colocasse os acessórios, brincos de argola, um colar de prata com pingente de coração. Após isso os saltos, uma sandália vermelha, com salto médio e prendia na canela com um delicado laço.
Sempre achei bonitas sandálias femininas mas nos pés das mulheres, nunca imaginei usar uma.
Agora o detalhe final
Colocou uma peruca de cabelos pretos sobre minha cabeça, e a penteou e prendeu de com uma presilha sobre minha nuca de maneira que eu ficava com uma franjinha e largas mechas caiam sobre os ombros vindo de trás da nuca.
Venha se ver no espelho grande. - Disse Viviane.
Me levantei com a ajuda de Viviane, com muita dificuldade para ficar em pé sobre os saltos. Parei em frente o espelho grande que havia no quarto e ao olhar quase caí de costas.
Não me vi no reflexo do espelho, a única coisa que via era uma bela mulher morena de cerca de 30 anos, alta, delgada com uma bela cintura, seios médios, coxas bem torneadas. Me senti como se minha alma houvesse se hospedado em outro corpo.
Então como se sente?
Estranho demais, eu ….eu…..virei…..mulher…..
Sim meu amor, hoje será mulher por um dia. Agora precisamos escolher um nome. Deixo você escolher, como quer se chamar?
Nunca havia pensado em tal coisa, ter um nome feminino, pensei um pouco e o nome surgiu em minha mente brilhante em letras maiusculas.
Será…..Thalita.
Continua…….