HenrySou: neh, o Caio está mudado
Gordinha: não sei quem vale menos, Matheus ou o Bruno
Enriqueaz: desculpa mesmo pela demora, mas olha essa capitulo pra compensar é enorme.
Eai galera, tudo bem com vocês? Mas um capitulo ai neh, espero que goste pois particularmente adorei escrever ele porque meio que fugi-o do ambiente do conto, antes o Caio era o protagonista, nesse capitulo ele é o personagem secundário da história, que por sinal conta partes esquecidas de pessoas fazem parte do passado do Caio mas que tinham sido esquecidos. Boa leitura, espero que gostem
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IMPROVAVEL – Capítulo 45
Durante o voo fiquei pensando no que esperar dessa viagem pelo fato de não ver à um bom tempo o Charles, ou melhor o Levy Charles, conheço desde criança, estudava na minha escola, era todo descolado e estiloso usando as melhores grifes, e já morou em meio mundo. Faz 4 anos que não nos vemos e não faço ideia de como ele pode estar. Cheguei no destino da última escala, Sinop, peguei um ônibus de 2 horas pra uma cidade vizinha, era por volta das 5 da tarde quando desembarquei, peguei a mala e fui pro saguão, ele estava me esperando com uma plaquinha toda colorida que dizia “viúvo”
- Viúvo, muito engraçado - falo
- Ah qual é, poderia ter sido pior
- Não poderia, nem precisava da placa porque você não está tão diferente assim
- Mas eu quis fazer essa placa, ficou um charme
- Um arco-íris com muita purpurina
- Cala a boca Caio – ele me abraçou sorrindo, foi um abraço apertado e com muito calor – vem, te ajudo com a mala – ele pegou a mala e levou pro carro – vamos pra casa, minha mãe está doida pra te ver
- Também estou
- E como foi de viagem?
- Boa porem longa, uma vida pra chegar, sai de lá cedo e olha só, já são cinco e meia da tarde
- Realmente, você deve ter pego o voo com mais escalas – fiquei olhando pela janela
- Você realmente mora no interior
- Nem me fale, não acredito que você veio
- Ficou me amolando tanto que resolvi dar o ar da graça
- Na verdade já tem um tempo que não te chamo, você que me perguntou se o convite ainda estava de pé
- Isso não deixa de ser verdade – chegamos na casa, quando entrei já veio a mãe dele me abraçando
- Caio querido
- Oi tia
- Tudo bem anjo?
- Tudo sim e com a senhora?
- Ótima como sempre, dá uma voltinha pra mim te ver melhor, nossa como está lindo, o tempo só te fez bem
- Obrigado tia, a senhora também está ótima
- Vamos subir, vou te mostrar o quarto que você vai ficar, já deixei tudo pronto, ajuda ele com a mala Charles
- Claro mãe - chegamos ao quarto
- Esse é o quarto meu bem
- Obrigado tia
- Não é muito pra alguém como você, mas acho que vai servir
- Que isso tia, sabe que comigo não precisa dessa frescura toda – dei um beijo nela
- Que bom meu anjo
- Mae está cheirando a queimado, tem alguma coisa no fogo?
- Ah, o arroz, deixa eu ir, Caio estou fazendo uma comida maravilhosa pra você
- Espero porque estou morto de fome
- Melhor assim, deixa eu ir antes que o arroz vire um tição, fique à vontade meu filho – e ela se foi
- O tempo passa, mas tua mãe não muda, um doce de pessoa
- Pois é tenho sorte, não é todo mundo que tem uma mãe como essa
- Não é mesmo – abro a mala e começo a tirar as roupas e pôr no guarda roupas enquanto ele se sentava na cama – onde estão o resto da família?
- Papai está viajando a trabalho, a Avery – irmã dele – está morando em Londres e o Elliot entrou na Universidade de Montreal
- Não sabia que teus irmãos estavam morando fora
- A gente quase não se fala e quando fala não toca nesses por menores, agora é apenas eu a Juliinha - irmã dele de 5 anos - mas e você?
- Estou na mesma, morando com meus pais só que agora em Curitiba
- Acho que no final das contas não se pode se livrar deles, está rabudo Caio! – ele disse olhando a minha bunda
- Impressão sua
- Não, está com uma bundinha maior sim
- Vou considerar isso como um elogio, mas a princípio mudei muito desde ensino médio, pelo menos eu acho
- Também achei, mas não muito - virei pra ele que ainda estava sentado na cama, ele também tinha mudado, estava mais encorpado, Charles era pardo bem mestiço da pele parda castanha cor de terra, tinha não mais que 1 e 70, cabelos castanhos escuros e olhos pretos, magro, mesmo top que o meu, até me lembra o Matheus porem mais escurinho.
- Bom, acho que você não cresceu, mas com certeza pegou corpo também, está todo lindinho Charles
- Culpa do meu ex, me fez ir pra academia e não consegui largar
- Onde tem toalha?
- No armário do banheiro, vou te deixar sozinho, depois desce pra gente jantar
- Beleza – ele saiu e eu tomei aquele banho, vesti uma roupa e desci pra comer, o jantar estava ótimo, a mãe dele arrasa na cozinha caseira. Me arrumei com uma roupa básica porque o Charles queria ir tomar um sorvete, pegamos uma carona com a mãe e fomos, pedi de brigadeiro, e sentamos na frente da sorveteria
- Foi uma surpresa saber que você vinha
- Porque?
- Pelo fato de ser tão de repente, tu quiz vir de supetão
- Verdade, nem sei o que o me deu só lembrei de você e resolvi de última hora
- E os teus pais?
- Vivos e bem
- E o Thiago?
- Vivo e safado como sempre
- É o Thiago neh, mas e você?
- Eu estou... levando, mesma coisa com meus pais, de vez enquanto vejo os meninos, além de estar pegando um chifre
- Quem nunca arrastou um? Olhe pelo lado bom, é um território familiar pra você
- É verdade, mas dessa vez é diferente, antes quando eu sabia já ia lá jogava na cara, gritava, terminava, caia em cima dando porrada, e agora...
- E agora...
- Não sei o que eu faço, pela primeira vez não sei o que eu faço, porque agora é diferente de tudo, não estou dizendo que é melhor nem pior, só que é diferente
- Gosta mesmo dele?
- Gosto sim
- Explicado, você veio pra esfriar a cabeça e deixar as coisas em ordem
- Dentre outras coisas sim, também vim ver como você está, tua mãe e afins
- Sinceramente estão todos bem, sem muitos sobressaltos, aqui quase não acontece nada
- Imagino, as vezes fico me pergunto como você veio parar aqui
- Vivo me pergunto isso, mas logo me lembro – ele falou com um tom de seriedade, Charles era um menino super feliz e animado que tinha a vida perfeita em todos os sentidos, é sério, a vida dele era perfeita, a família perfeita (os pais e os irmãos dele são ótimas pessoas), o namorado perfeito, o estilo perfeito (a mãe dele trabalhava com logística no fornecimento de grifes famosas então ele sempre esteve bem vestido, sempre, era a única pessoa na escola que conhecia sapatos mais do que eu), passava temporadas no exterior além de ser uma pessoa muito bem quista pelos outros (não tanto quanto o Luka mas bem popularzinho rsrsrs), super educado e uma ótima pessoa. Resolvemos voltar pra casa a pé
- O que andou fazendo todos esses anos aqui? Digo não sente falta da cidade grande?
- Às vezes sinto, mas me acostumei com essa vida no interior - comecei a rir – Que foi?
- É que pra quem te conheceu chega a se impensável a ideia de escutar uma frase dessas saindo da tua boca
- Também não é pra tanto
- É sim, pra alguém que já morou em Toronto, Londres, Sydney, Paris, do nada se ver em uma cidade do interior de 100 mil habitantes, é quase irracional
- Na verdade 70 mil – rimos os dois
- Fora que tu era todo metidinho, detestava mato ou qualquer coisa do gênero, você nunca disse, mas todos sabiam que tu não vinha pro Brasil por saudade, como você dizia quando ia pra fora “preciso respirar a civilização”
- Verdade, faz tanto tempo que não me lembrava desse meu lado, muita coisa mudou desde que sai do Rio. Naquela época meu pai tinha recebido uma proposta de trabalho oportuna aqui, com um alto salário, não reclamei porque eu precisava me afastar de tudo. Minha mãe queria se fixar em algum lugar por mais de 1 ano e papai trabalhando aqui nos proporcionaria tudo isso. Cheguei, fiz o terceiro ano sem nenhuma grande aventura, pelo menos nada comparado a nossa escola, namorei um cara que ainda mora em frente lá de casa, mas não deu certo, depois me envolvi com um colega de sala e até hoje estamos juntos, fiz novas amizades e o tempo foi passando, passando, e fui me acomodando, hoje já são 4 anos aqui
- E a faculdade? Não pensou em sair pra se formar?
- Até pensei mas como disse fui ficando acomodado, então deixei isso pra escanteio, meus pais também não fizeram pressão pra mim entrar na faculdade, somos muito apegados um ao outro, então pra mim sair de casa e me afastar deles é difícil, além do mais a Avery e o Elliot já se foram e agora é só eu e a Julinha, posteriormente pretendo sim fazer um curso, talvez no próximo ano quem sabe, mas e você?
- Depois do ensino médio fui pra Curitiba, fiz outras amizades, arrumei um boy
- O boy da Suelen
- Isso mesmo, o boy dela, ainda estou com ele, basicamente é isso. Não tem muita coisa pra contar
- Acho que depois do médio a vida de todo mundo dá uma parada
- Verdade – chegamos em casa, fui pro quarto e dormi, estava morto de cansado. No outro dia por volta das 10 eu e o Charles pegamos o carro e fomos pra uma fazenda visitar o namorado dele, o boy é filho de um fazendeiro da região, andamos por mais ou menos uma hora e no fim chegamos na casa, era arborizado e bem bonita, saímos do carro e vi que tinha algumas pessoas na varanda
- Bom dia – o Charles fala quando chegamos
- Bom dia- os dois homens e uma mulher respondem
- Bom dia – eu falo, escorado na bancada da varanda tinha um rapaz moreno claro, 177 al, uns 70 kl, de short jeans e camisa xadrez, tipo assim, o homem era lindo, lindo, lindo, daí o Charles depois de cumprimenta o senhor e a senhora, foi lá e deu um beijo nele
- Moh esse aqui é o Caio, meu amigo
- Eai beleza – ele fala de supetão,
- Caio esse é o Moises meu namorado, e esses outros dois são meu sogro e sogra, Merisia e Reginaldo
- Muito prazer – cumprimentei a todos
- Muito lindo você
- Muito obrigado, a senhora também – retribui o elogio a dona Merisia
- Vocês se conhecem de muito tempo?
- Desde crianças - eu respondo ao Moises – Porque?
- Porque o Levy (se referindo ao Charles) não parava de falar nesse amigo misterioso
- É que tinha tempos que não nos víamos neh Charles
- Ele estava com ciúmes Caio, pensando que nós tínhamos algum
- Nos? Jamais
- Agora que eu te vi, acredito – ele fala se referindo a essa minha cara de passivo – duas fêmeas não se pegam
- O pensamento é esse boy – os pais do Moises apenas riram, eles foram pra dentro e ficamos os três conversando, meia hora depois aparece um homem montado em um cavalo, ele desse e amarra o cavalo em uma arvore próxima e vem até nos, não vou mentir eu já estava excitado com o Moises, mas a cada passo desse homem eu piscava, era alto 183, 75 kl, bem magro, de botas e calça, sem camisa o que mostrou um tanquinho perfeito, detalhe, banhado de suor, pingando, escorrendo pelo corpo
- Cunhadin – ele falou todo alegre puxando o Charles pra um abraço - vem cá
- Sai Rodrigo, que nojo está todo suado, sai e não me toca – Charles se esquivou
- Porque? - ele tentou de novo, puxou ele pelo braço
- É sério, sai, credo, estou sentindo o cheiro de cavalo de longe – mas o Charles foi mais rápido e não deixou – que nojo
- E quem é esse? - ele pergunta virando pra mim
- Ah esse é o Caio, o amigo que eu disse que vinha
- Ah muito prazer, seja bem-vindo a minha humilde residência
- O prazer é todo meu – ele me puxou do nada e me abraçou, gente, que foi isso, meu corpo colado naquele homem todo suado com aquele cheiro de macho tesudo entrando no meu nariz, fiquei molhado na hora
- Viu cunhado, tu que é fresco, teu amigo é super de boas e não reclamou do abraço, o agoibado aqui é só você
- É isso ou ele está gostando do abraço
- Claro, quem é que não gosta dos meus abraços- ele não se tocou no duplo sentido do Charles, ele passa o braço em volta do meu pescoço, o sovaco suado e com cabelos, eu não respirava -Escuta, não é por nada mais eu pensei que tu era mais homem – o Rodrigo fala olhando pra mim, por pouco não respondo “sou muito menina, se tu quiser...”
- Eu também pensava isso – o boy do Charles complementou
- Como assim? - questiono
- É que do jeito que o cunhado falou de você, parecia que tu era mais macho, mais homem
- Eu falei apenas algumas coisas do ensino médio, algumas loucuras que tu fazia, então eles formaram a ideia que tu fosse mais másculo - eu sorri
- De certa forma eu já fui, hoje em dia estou de boas
- Só se for, porque agora tu tem cara de menininha – o Rodrigo joga na cara
- Você não tem ideia – respondi, ele me soltou e sentou no chão, pude enfim respirar novamente
- Por isso cheguei a pensar que vocês dois já tivessem algum
- Nunca neh Moises
- Ah não sei, vai que sim
- Dois passivos não se bicam Moises – eu falo, eles sorriram, escutamos a dona Merisia gritar avisando que o almoço estava pronto, a comida estava ótima, os sogros do Charles são muito gentis e receptivos, na verdade a família toda, tanto o Moises e o Rodrigo são igualmente gentis, ficamos em uma conversa bem anima até que por volta das 3 seguimos pra fora, Moises teve a ideia de damos uma volta cavalgando daí eles foram selar os cavalos, eu vendo que eles pegaram 4 falei
- Pra mim não precisa, não sei montar
- Putz, esqueci que você é moça da cidade – Rodrigo fala
- Pra ti ver, a princesa aqui não sabe ficar por cima de um cavalo
- Não tem segredo, é só ficar sentado puxando a rédea pro lado que você quer ir
- Nem vem com essa, eu não sei e não vai ser agora que vou aprender
- E eu pensando que tu não era fresco – ele fala revoltado
- Mas eu sou
- É mais não pensei que fosse tanto
- Não estou querendo levar uma queda, fora que não sou fá da ideia de sentar em cima de um bicho desse tamanho
- Qual é, aposto que tu já sentou em coisas piores e maiores – ele disse sorrindo
- Pior que errado tu não está
- Caio não se preocupa, vai comigo – o Charles fala terminando de selar o cavalo
- Tu sabe montar?
- Claro, eu praticava hipismo com o Daniel, esqueceu?
- Verdade, não lembrava mais – terminamos de se arrumar e fomos, os meninos um em cada cavalo e eu com o Charles, pra mim subir foi uma coisa, pior foi no começo porque o cavalo balançava muito então fiquei com medo de cair, agarrei na cintura do Charles que ria bastante, no fim acabei me acostumando. A fazenda era grande com um extenso pasto, o sol bem quente, muito quente, porem ventava muito, paramos em um riacho pra beber agua e se esticar, aproveitei pra tirar umas fotos e seguimos caminho, o sol já estava baixo e os meninos cavalgavam um pouco a frente conversando
- Agora eu sei porque tu passou todo esse tempo aqui – falei no ouvido dele
- Está falando de que?
- Do teu cowboy dos sonhos, ele é lindo – falei olhando ele pelas costas
- Verdade, sinceramente umas das coisas que me prendem aqui é ele
- Sabe que nunca imaginei você namorando um cara que nem ele, digo, do campo
- Bom, a tua surpresa não foi maior do que a dos meus pais quando o conheceram, eu, que sempre fui fresco, refinado e mimado, que fazia cara de nojinho pra qualquer coisa que tivesse associação com o nome rural, estava namorando um caipira com sotaque puxado
- Eles foram contra?
- Não, apenas estranharam no começo, afinal o Moh é totalmente diferente do ex genro deles
- E como vocês se conheceram?
- Éramos da mesma turma
- Ontem você comentou que eram colegas
- Pois é, não conversávamos muito na sala, ele fazia parte daqueles meninos sem noção do fundão, até que um dia teve um trabalho em trio
-Sempre tem um trabalho neh
-Sempre, o trio era eu, ele e outro amigo dele, marcamos de nos encontrar lá em casa, no dia o amigo dele não foi, então ficamos só nos dois, começamos a conversar e pegamos uma amizade
- E não se pegaram?
- Não, foi tudo na maior amizade, sem pretensão
- Isso foi sem graça, podiam ter logo se pegado e tals, pouparia tempo
- Você é muito apressado com essas coisas
- Ah esqueci, você é menino pra casar
- Que bom que você sabe
- Demorou muito pro primeiro beijo?
- Um mês
- Nossa, se demorasse mais virava um padre, e como foi isso?
- Eu tinha comentado com ele que queria assistir um filme no cinema porem o mais próximo fica em Sinop, ele se ofereceu pra ir comigo já que eu não conhecia bem a cidade
- Vocês já estavam de bromence nessa época?
- Acho que sim, eu sabia que tinha alguma coisa rolando mas não ia pra frente porque ninguém se manifestava, no meio do filme ele deixa a pipoca cair na minha perna e foi limpar, passou a mão pela minha coxa e apertou, no fim ele me beijou com ternura e paixão
- Ternura e paixão?
- Sim euh, ternura e paixão, problema?
- Tem como tu deixar isso mais meloso, cuidado que eu vomito no teu ombro
- Não enche Caio
- Ternura e paixão, juro que estou sentindo tua pele ficar pegajosa
- Affs, não dá pra falar sério contigo
- Ok, vamos voltar ao papo, mas e pra ele se assumir, tiveram algum problema?
- Muitos, deu a maior confusão na escola porque um dos amigos dele vivia dando em cima de mim descaradamente e ele também tinha um rolo com uma garota meio doida, no entanto sempre íamos pra outras cidades com medo de ser descobertos, cinema era um programa constante, então o pessoal demorou um pouco pra saber, nos descobriram um mês antes da formatura
- Que lindo, namoro as escondidas, e com os pais?
- Vou ser franco, foi barra no começo, mas depois que descobriram que o filho deles me comia e não o contrário foram aceitando melhor
- Sorte tua que teus pais te apoiaram em tudo
- Agradeço aos céus por eles. Minha mãe chegou a conversar com a dele pra ver se ela entendia melhor a situação
- Isso que é mãe rsrsrsrs
- Ela vale ouro
- Ainda bem que você sabe
- Ele também é um cara da hora, educado e gentil, nunca escutei conversa dele com outra pessoa e olha que aqui é cidade pequena
- Fico feliz por você de verdade, por que o meu, olha, me aprontou uma que foi pra acabar, pegou uma amiga de um amigo meu
- Ainda não sabe o que vai fazer?
- Não, por um lado eu quero terminar, por outro eu gosto dele, mas eu penso que não compensa ficar com um homem safado que te mete chifre, mas daí eu imagino os momentos que eu vivi e posso viver com ele, que isso é passageiro e vai passar, mas logo me entra a ideia que não vai passa e que ele sempre vai me iludir me fazendo de gato e sapato. Estou assim, totalmente perdido
- Entendo, quer um conselho?
- Claro
- Lembra quando o Kadu me traiu com a Suelen?
- Claro
- Então, ele ficou com outras meninas e meninos, sofri bastante mas não joguei a toalha, vi que ainda tinha chance e resolvi lutar pelo homem que amava, sabendo que sempre vai haver problemas na vida à dois escolhi lutar por ele, e no fim tudo deu certo, ele voltou ainda melhor do que antes, porém são situações e situações, antes de tudo você tem que saber se vale a pena o esforço
- Você ficou bem por baixo naquela época
- Claro, a Suelen jogava na minha cara toda hora que estava de rolo com o meu namorado
- Não se preocupa que ela teve o que merecia
- Te agradeço por isso – (a Suelen era a vadia na escola, dava em cima de todo mundo, mas principalmente de meninos que namoravam) os meninos param um pouco pra que nós pudéssemos os acompanhar
- Vocês estão com sede? - Moises pergunta oferecendo água
- Não, obrigado – respondo
- Eu estou – o Charles pegou a garrafa e bebeu
- Já é tarde, vamos apressar o passo – Rodrigo comenta
- Vocês dois andam muito devagar Levy
- Somos dois em 1 cavalo, o que você acha – Charles responde
- Mas poderiam andar mais rápido
- Eu pedi pra não correr com medo de cair, e não enche Moises – respondo
- Desculpa gatinho brabinho - ele falou com graça, o sol estava se pondo, muito bonito, resolvi tirar uma foto, procurei meu celular e não achei no bolso
- Que foi Caio? - Rodrigo pergunta ao ver meus movimentos
- Acho que perdi meu celular
- Tem certeza, procura direito – fala o Moises
- Certeza, não estou com ele
- Guri deve ter caído no pasto
- Não, está aonde paramos pra beber água, vi a garrafa com o Charles e lembrei
- Tem certeza? - Charles pergunta
- Tenho, tirei o celular do bolso pra bater umas fotos e deixei no canto, não me lembro de ter pegado de volta
- Vamos voltar
- Vocês vão demorar muito no passo que estavam, além do mais talvez tu não acerte cunhadinho
- Verdade, vire e mexe eu ainda me perco no pasto
- Faz assim, o Caio vai comigo, vou mais rápido e é mais seguro – Rodrigo se oferece
- Pode ser – concordo, desço do cavalo e monto com ele
- Já que está tudo certo, nos vamos na frente – Moises avisa
- De boas, alcanço vocês, vamos Caio?
- Vamos
- Pode agarrar na cintura pra tu não cair
- Com certeza querido – apertei os braços ao seu redor e ele colocou o cavalo pra correr, fiquei colado, gente o homem era todo durinho, e aquele cheiro dele de pião, Jesus, fiquei com medo dele sentir meu pau duro, íamos rápido, o cavalo voava, e eu é claro aproveitei pra ficar amassando o Rodrigo, chegamos ao local, desci e de cara achei meu celular
- Achou?
- Sim
- Então vamos - íamos indo correndo, mas ele percebeu que eu estava incomodado
- Que foi?
- Estou com bunda dolorida
- É por que não está acostumado a andar montado, está muito ruim?
- Sim
- Vou devagar então – ele diminuiu o passo, íamos bem devagar, ele deu uma gargalhada
- Que foi?
- Nada
- Fala ueh
- É que tu deve aguentar uma rola com gosto e sorriso na cara, mas não passa uma tarde montado
- Ah mais uma coisa é cavalgar a noite em um cavalo de 3 pernas, outra é um montar a tarde em um cavalo de 5 pernas – ele sorriu alto, o acompanhei
- Tu é cheio das graças
- Você também- estava adorando ficar andando bem devagar colado no meio do nada com aquele homem
- No fim, gostou do passeio?
- Muito, adorei, não imaginava que curtisse tanto
- Que bom, ainda bem que tu não é desses branquelos de apartamento todo fresquinho
- Acredite é a última coisa que um dia eu vou ser, mas se eu fosse, seria ruim?
- Seria, porque daí, hoje não seria da hora
- O Charles no começo, como ele era nessa parte?
- Nossa, aquele ali era um porre, é gente boa, mas era muito não me toque, tinha que ter visto a cara do meus pais quando conheceram ele, já é foda namorar um cara e fresco que nem ele era por deus
- Mas ele melhorou muito, muito mesmo, nem se compara com antigamente que ele era todo principezinho, todo lindinho, todo amorzinho, parecia que vivia num sonho de algodão doce
- Ele falou que você tirava sarro dele na escola, verdade?
- Claro, qual parte de “todo principezinho” tu não entendeu, e eu era meio mal então de vez em quando tirava umas com ele, lembrando agora as vezes chegava a ser idiota
- Pensei que vocês fossem amigos
- Não, a gente estava mais pra conhecidos, porem ele é amigo de um grande amigo meu
- Entendi, então um dia vocês se acertaram!
- É por aí, ficou com o pé atrás sabendo que teu irmão namorava um menino?
- Não, nunca liguei muito por ele ser um cara, mas confesso que estranhei no começo
- Achava que teu irmão gostava de outra coisa?
- Pior que não, sempre tive comigo que o Moises não era muito chegado em fêmea
- Porque?
- Ele não era muito namorador, as meninas davam em cima dele, vinham aqui em casa, ele ficava com elas, mas não era com aquela vontade que moleque novo tem quando experimenta da fruta, meio que já sabia que tinha alguma coisa errada
- Como tu soube dos dois?
- Teve um dia que fui na cidade ver uns produtos que faltava pro gado, estava passando por uma rua quando vejo o cunhado escachado no Moises na maior pega, pensei logo, que porra é essa, dei ré e buzinei
- Que situação
- O maior susto
- Imagino – ficamos andando por uns 10 minutos em silencio, no céu havia apenas alguns raios de sol e já se via a escuridão da noite, estava um pouco frio e tudo muito calmo, escutava apenas o galope do cavalo e uma cigarra cantando, nisso eu fui ficando mole
- Ficou com sono? - ele pergunta
- Um pouco, foi um dia cansativo, e nessa calmaria deu uma moleza no corpo – minha voz saiu sonolenta
- Relaxa, dorme um pouco que ainda tem um bom pedaço de chão pela frente
- Se eu pegar no sono de vez vou cair do cavalo literalmente
- Eu quis dizer pra tu pegar no sono de leve, e não entrar em coma
- Te odeio – falei bem leve
- Aperta mais um pouco pra tu não cair – meus braços estavam frouxos na sua cintura, fiz o que ele disse – isso, assim está bom, ainda me odeia?
- Um pouco – fiquei ali grudado apoiando meu rosto no ombro dele bem de boas, com os olhos fechados, as vezes abria as pálpebras e via o céu escuro com alguns vestígios de luz, chegamos na casa no maior silencio. Era tarde, então tratamos logo de nos despedir pra ir embora, me despedi do Moises e dos seus pais
- Vai voltar que dia? - pergunta o Rodrigo
- Depois de amanhã
- Então já vou me despedindo
- Porque?
- Amanhã vou dar uma viajada, não volto antes de 3 dias
- Então é um adeus?
- É sim – ele me abraçou
- Foi legal te conhecer e obrigado pela hospitalidade
- Não tem de que, mas volta sempre que puder
- Não prometo nada, porém vou me esforçar
- Certeza nenhuma neh – ele fala no meu ouvido
- Ueh, poderia ser o inverso, qualquer dia desse se tu for pra Curitiba me liga e fica lá em casa, vou ter o maior prazer em te abrigar
- Olha que eu vou
- Mas é pra tu ir! Se estiver passando por lá só me avisa, nem se preocupa que tu vai ter teto, comida e cama
- Opa, cama?
- Deixa de graça
- Tchau Caio
- Tchau Rodrigo – nos despedimos, pegamos o carro e fomos pra casa, eu estava morto. A mãe dele tinha feito uma janta deliciosa, mas comi pouco pelo cansaço, subir pro quarto e tomei aquele banho quente, pus uma cueca e um roupão, vou no quarto do Charles, ele estava olhando pela janela
- Está fazendo o que?
- Eu nada – ele virou pra mim – que cara é essa?
- Estou podre de cansaço - falei me jogando de costas na cama dele, olhei pra ele e o desgraçado estava me encarando com uma cara meio fechada – que foi?
- Sério?
- O que?
- O que foi aquilo?
- Aquilo o que?
- Aquilo ueh, eu vi
- Viu o que?
- Aliás todo mundo viu, não dava pra desfaçar?
- Afinal do que você está falando doido
- De você e do Rodrigo
- Que?
- Me conta como foi, ele beija bem, nossa, é meu cunhado, mas tenho que admitir, ele é gostoso
- A gente não ficou Charles
- Mentira
- É sério
- Mas eu jurava que vocês tinham ficado
- Porque isso?
- Porque vocês ficaram muito tempo sozinhos quando foram busca teu celular, e depois quando nos despedimos deles você não percebeu, mas a forma que vocês dois se abraçaram, maior química, além do abraço ter durado mais que o necessário
- Sabe que ele é hetero
- Eu sei, mas vai que rolou uma química, afinal tu é tu, o Caio, o pegador de heteros, ao menos tinha a fama – eu sorri quando ele disse isso
- Não rolou nada
- Mas tu tirou uma casquinha que eu vi
- E como tirei, mas não rolou, nem tentei, por mais que o cara seja hetero e não tenha experiencia no assunto, a gente sabe, a gente sempre sabe quando o outro está afim mas nesse caso ele não estava, e olha que tivemos todas as chances do mundo, ok ele foi educado comigo e tals e sinceramente no fim até ficamos próximos, mas ele não estava afim, o Rodrigo tirava graça e conversa muito porem sem malicia ou interesse
- Mas bem que você queria
- Com certeza, estou namorando, mas não morto
- Até porque bala trocada não mata ninguém
- Onde está aprendendo a falar assim? Antes você usava e abusava da língua culta
- Digamos que com o tempo, me verguei aos costumes do meu bom senhorio
- O que um homem não faz com a gente – bocejei
- Quer dormir?
- Muito
- Dorme aqui, também estou com sono – ele apagou a luz, nos cobriu com o coberto, e dormimos de conchinha.
Acordei, fui no meu quarto escovar os dentes, tomar um banho e me arrumar, encontrei os demais na mesa pro café, depois do desjejum, fomos fazer compras no supermercado, almoçamos num restaurante e a tarde fomos pra casa. O Moises deu uma passada por lá, ficamos sentados na frente de casa conversando
- O que o Rodrigo foi fazer que só vai voltar depois de amanhã? - pergunto
- Ele foi levar gado em uma fazenda que fica longe
- Entendi
- Você gostou dele?
- Um pouco
- Meu irmão faz sucesso
- Acredito, afinal ele é um ótimo espécime
- A namorada dele também diz isso – o Charles falou
- Ele namora? - questiono
- Sim – Chales afirma
- E porque tu não me disse antes?
- Ele não namora Caio – o Moises entra no meio – ele fica com ela, mas não namora
- Mas Moh, eu pensei que o Rodrigo namorava com ela
- Príncipe ela é a transa fixa dele, mas ele come outras por aí
- Entendi
- Teu irmão não vale nada Moises
- Eu sei
- Mas isso deixa ele mais gostoso – eu falo
- Eu sei também - ficamos assim até o fim da tarde, o Moises foi embora por volta das 5 e 30, o Charles tinha ido no banheiro e eu fiquei sentado no meio fio pegando na minha aliança, tirei ela do dedo e fiquei brincando com ela, olhei de perto e vi uma coisa que não tinha reparado antes, uma inscrição dentro que dizia “Bruno dono do Caio”, saiu um sorriso espontâneo da minha boca, achei tão fofo, desculpa vocês mais eu meio que curto esse sentimento de se sentir como posse de um homem, coisa de passivo, parei de olhar quando notei que na casa da frente sai uma mulher e um homem, eles ficaram conversando, não sei porque fiquei prestando atenção mas eles se despediram com um beijo e ela entrou no carro que estava na frente da casa e saiu, o rapaz deu tchau, quando o carro virou a esquina ele se virou pra mim, e ficamos no olhando por um tempo, ele era bem gato, 175 al, uns 70 kl, todo malhado, meio bronzeado, de barba rala e cabelos castanhos claros, 25 anos, beleza padrão.
- Ele é bonito – diz o Charles ao se aproxima
- Muito – voltei o olhar novamente, mas ele já estava entrando em casa
- Lembra que te disse que eu tinha um namorado antes do Moises?
- O que fazia academia? - ele acenou com a cabeça - É ele, está brincando?
- É sim
- Charles como tu consegue, ele é o maior gato
- E muito bom de cama
- E ele mora na frente da tua casa
- Essa era a melhor parte, agora é a pior
- Era ele que tu estava olhando pela janela ontem quando entrei no teu quarto – ele se senta do meu lado acenando a cabeça positivamente
- Quando nos mudamos pra cá, ele já morava aí só que com os pais dele, ele foi chegando de mansinho, puxando assunto até me convencer a ir pra academia malhar com ele, uma noite rolou um beijo, então começamos a namorar
- E porque não deu certo?
- Porque não era bem um namoro
- O que?
- Era um namoro as escondidas, tipo a gente se pegava e tals mas tudo no sigilo porque ele não é assumido, e pra mim que sempre namorou abertamente foi um grande problema, mas continuava com ele porque gostava, ele é gato me tratava super bem quando estávamos juntos então fui relevando, até que um dia descobri que ele estava namorando uma menina, e esse namoro já tinha 2 meses, tivemos uma briga feia, fiquei muito puto por ele está namorando um menina todo esse tempo e não me contar, me senti um lixo, tipo, eu era bom pro sexo, mas pra namorar serio não, e porquê? Porque eu sou um garoto, ela ele assumia, eu não, aquilo me deixou no chão, então terminei
- Fácil assim? - perguntei porque sabia que ele é do tipo que se joga de cabeça
- Não, mas foi ficando. Depois que terminamos descobri várias coisas, que me traia com outras meninas, e com outro menino, a mesma coisa que ele fez comigo ele fez com a namorada dele, tanto é que ela não durou muito, essa aí foi a terceira depois daquela
- É a mulher dele?
- Sim, com essa ele se casou, muito educada e gentil, mas ele não se remenda, até hoje ele mete chifre nela tanto com homem tanto com mulher
- Como tu sabe?
- Cidade pequena
- E porque você ainda olha pra ele pela janela?
- Porque ele é bonito, e sei lá, eu gosto de olhar pra ele, vez ou outra ainda nos encaramos, mas ficar com ele novamente eu não fico, sou feliz com o meu caipira – a noite fomos pra uma festa na casa de uma amiga do Charles, enchi a cara, fiquei doidao, 4 da manhã estávamos em casa, acordei por volta das 11, tomei aquele banho de agua gelada, desci o almoço já estava pronto
- Porque isso tia?
- Você vai viajar hoje, resolvi servi o almoço mais cedo
- Já falei que amo a sua comida?
- Já sim
- Cuida bem da tua mãe Charles, essa mulher vale ouro - já falei isso umas trezentas vezes no tempo que estou aqui
- Eu sei disso
- E o teu pai, pensei que ele fosse chegar agora pela manhã - pergunto
- O voo atrasou, ele vai chegar à tarde
- Então não será dessa vez que vou vê-lo, diz que mandei um abraço tia
- Pode deixar – por volta do meio dia pegamos a estrada, o Charles ia me levar até o aeroporto, dentro do carro conversamos um pouco
- Tua vida aqui não é tão ruim assim, uma família maravilhosa, um namorado e um ex gostoso, um cunhado mais gostoso ainda, aqueles teus amigos até que são da hora, acho que eu poderia viver assim
- Que bom que você entendeu, daqui tu vai pra casa?
- Vou pro Rio
- Vai fazer o que lá?
- Mesma coisa que vim fazer aqui, ver um amigo, o Antonny
- O parente do Gustavo?
- Ele mesmo
- Fiquei sabendo o que houve com ele, sinto muito
- Tudo bem, ele está bem, na medida do possível
- E você está bem? Digo em relação ao teu namorado, pensou o que vai fazer?
- Olha, pensar eu pensei, e apesar de ter todo um script pra conversar com ele, só vou saber o que fazer na hora
- Um chifre é sempre tão dolorido, mas alguns doem mais que outros
- Isso é verdade, mas sabe, pelo menos dessa vez a outra não é a Suelen – sorrimos
- É uma evolução, uma notória evolução, um agente novo na tua vida, enfim
- De certo modo sim, apesar de ela ainda ficar me rondando
- Até hoje, ela é a pessoa que eu mais odiei na vida, já passou, mas nunca pensei que pudesse sentir tanto ódio por alguém como naquela vez
- Suelen, a biscate da escola – na época o namorado do Charles se envolveu com a Suelen e deu o maior rolo, porque ela é do tipo de guenga que não se aguenta, pega o cara que é comprometido, e depois faz todo mundo saber, principalmente o corno, ela debochava do Charles, tirava onda, caçoava, e o Charles príncipe que era só chorava, ok, eu tirava onda com ele mas quando vi aquilo me deu raiva, ajudei com o Charles a recuperar o boy e pisar na víbora, no fim tudo deu certo, eles ficaram juntos e a Suelen foi pra escanteio. Ele ficou aguardando comigo no saguão do aeroporto, na hora do embarque nos despedimos
- Não esquece, vai com calma – ele me fala
- Pode deixa, mas acho difícil - respondo
- Tu me ensino uma coisa, as vezes é preciso deixar a pessoa ir, e as vezes elas vão sem dizer adeus – ele disse me olhando nos olhos, foquei no olhar, era melancólico, triste, solitário, e agoniante, aquele olhar me fez lembrar instantaneamente de uma memória esquecida, de uma noite apagada
Flash back
Charles e eu não éramos próximos, na verdade ele era amigo do Daniel, até que no aniversário do Gustavo de 16 anos, foi em uma balada do Rio, era por volta das 5 da manhã, a maioria das pessoas já tinham ido e não tinha muitas por perto, eu estava esperando meu taxi na frente junto com o Charles, ele aguardava o namorado vir busca-lo, não demorou muito e o boy dele chegou em uma moto.
- Desde quando você tem carteira? - Charles pergunta indo até ele com um beijo
- Relaxa, está comigo está com deus
- Eduardo... - Carlos Eduardo era o nome dele, rapaz alto 182 al, magro, meio branco, cabelo bem preto, rosto bonito, estilo boyzinho padrão, mas com um olhar de molekao sapeca, ele era um homem carismático que fazia amizade com qualquer um
- Calma amor, vai ficar tudo bem – ele disse isso dando um beijo entre as silabas - não vou te dar uma queda, a não ser na minha cama
- Safado – eu fiquei de longe apenas olhando o casalzinho perfeito
- Eai Caio
- Fala Kadu, tudo certo?
- Tudo sussa
- Festa foi boa?
- Deu pra da molhar a garganta
- Foi boa então, vamos bebê? - ele disse pro Charles
- Vamos – o Charles veio e me abraçou pra se despedir, naquele dia eu estava meio mal – Tchau Caio, ver se fica bem
- Igualmente – nesses segundos veio uma moto com dois rapazes encapuzados, um deles desceu e apontou uma arma pra cara do Kadu que levantou as mãos na altura dos peitos, ele saiu da moto deixando a chave no interruptor, Kadu deu 3 passos pra trás ficando na nossa frente, sem motivo nenhum o desgraçado foi lá e deu 3 tiros no peito dele, montou na moto e foi embora, o barulho seguinte foi ele caindo no chão, essa cena durou segundos, sem tempo de reação ou pra palavras, eu fiquei atônito, em transe, foi tão de repente que no primeiro minuto eu estava longe, bem longe, o cérebro não processava a informação, parecia tão longe, tão distante, acordei com o Charles gritando em cima do Kadu, pedindo pra mim ligar pro samu
- Eduardo, Eduardo, não faz isso comigo – ele dizia passando a mão no rosto dele
- Eu te amo – o Kadu falava com sangue saindo pela boca
- Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem – Kadu tentou falar alguma coisa, mas não conseguiu se afogando no próprio sangue - Não fala nada, nem precisa, vai ficar tudo bem - Kadu passou a mão esquerda no rosto do Charles e ficou alisando até perder a consciência, Charles se retraiu pra trás
- Eduardo, volta pra mim, Eduardo – dizia Charles passando as mãos no rosto dele, espalhando o sangue que saia da boca involuntariamente, no fim aconteceu, ele amoleceu e ficou imóvel parando de respirar, ele se foi com os olhos abertos – fica comigo, não vai, ficar Edu – vendo que não tinha reação Charles se debruçou no corpo dele o abraçando e chorando silenciosamente misturando as lagrimas com o sangue. O samu veio rápido, mais o Kadu já tinha partido, foi uma briga pra tirar o Charles de cima do corpo, quase uma hora com ele agarrando com força e não soltava de jeito nenhum, levei ele pra casa e dei um banho junto com o Daniel. Eu conhecia a dor dele, 1 anos antes tinha passado por isso com o Henrique, mas sempre achei que com o Charles foi pior, porque ele literalmente tinha uma vida com o Kadu, “namoravam” desde os 7 anos, na maior inocência, mas era namoro. Depois disso me aproximei dele, cuidei dele, não o deixei ficar sozinho, e foi assim que nos tornamos próximos, éramos viúvos, por isso ele me recebeu com aquela placa no aeroporto. Aquela cena dele morrendo me marcou muito afinal nunca tinha visto ninguém morrer, ainda mais de forma tão repentina, o instante que ele se foi, o momento que ele era o Kadu e depois passou a ser um apenas um corpo foi aterrorizante.
Fim do Flash Back
- Adeus Caio
- Tchau Charles, foi bom te ver
- Igualmente – peguei o voo, dormi a viagem inteira. Cheguei no Rio por volta das 10, fui pro hotel e dormi a noite inteira, pela manhã fui na casa dos pais do Guga, cozinhei aquele almoço com a mãe dele pra tirar o assunto do atraso, era por volta das 2 quando o Fernando, irmão do Guga veio falar comigo
- Caio
- Fala
- Vai ver ele hoje?
- Vou sim, vem junto?
- Não, vou estar ocupado, melhor tu ir sozinho
- E como esse está?
- Tu deu sorte, ele anda consciente
- Melhor assim
- Entrega isso pra ele – ele me entregou uma rosa vermelha
- É a preferida dele
- É sim – fui pra clínica psiquiátrica, abri a ficha de visita, me disseram que ele estava no pátio, o vi sentado todo de branco, me aproximo
- Antonny? - ele se vira e me encara
- Caio? É você mesmo?
- Sou eu sim – me sento ao seu lado e nos abraçamos - como tem passado?
- Bem na medida do possível, já tem um bom tempo que não nos vemos
- Tem sim – ele era branco pálido, 173 al, loiro, magro
- Você está diferente, com cara de adulto
- Está me chamando de velho?
- Não, apenas que cresceu um pouco
- Obrigado, você também não mudou muito
- Com a rotina que eu levo aqui com certeza não
- Não pode ser tão ruim não fazer nada, só ver o tempo passar, toma algumas balas de vez em quando, tem um surto vez ou outra, pode não ser a melhor, mas não é a pior vida do mundo
- Vem morar aqui e você vai entender – rimos, tirei a flor que estava dentro do meu moletom, não é permitido entrar com rosas aqui, então tive que esconder
- Trouxe pra você - dei a rosa a ele, que imediatamente cheirou seu perfume
- É do Fernando – ele afirmou – ele vem ao menos 3 vezes por semana, e toda vez que me traz uma tão perfumada como essa
- Ele ainda te ama sabia
- Sei sim, e apesar de tudo ele nunca esqueceu, nos nunca esquecemos um do outro
- E como está indo essa questão, digo, tu tem ficando acordado?
- Às vezes sim, as vezes não, tem tempo que perco a consciência, viajo e não volto, e as vezes fico normal como agora, essa semana tenho ficado consciente bastante tempo
- O Fernando me disse, vocês ainda se veem muito então
- Bom, ele conversou com o diretor da clínica que concordou em deixar ele comigo quando estou acordado, tipo uma visita estendida
- E isso é bom ou ruim? - ele disse com voz meio longe
- É bom por vários motivos, porém é péssimo pra ele, porque ele não tem vida, vive aqui dentro comigo e esquece do mundo lá fora
- O Fernando não está pronto pra te perder Antonny, ele te ama muito
- Eu sei mas isso não é vida, e eu queria que ele tivesse uma, pelo menos uma de verdade, ele me fala das coisas que ele faz, das festa, as vezes conhece uma garota, e até curte ela, mas no fim sempre acaba voltando pra cá, não estou reclamando, mas me sinto com um empecilho pra ele seguir em frente
- Vocês conversam sobre isso?
- Sobre tudo, ele me contou sobre a Fabiana
- Ele te disse? Vocês não têm segredos mesmo
- Fiquei muito feliz em saber que ele vai ser pai
- Sabe que se fosse possível o Fernando passaria a vida inteira contigo
- Eu sei, mas não vou sair daqui nós sabemos disso
- Não pensa muito nisso Antonny, se ele quer passar a vida contigo, mesmo que seja dentro de uma clínica psiquiatra, aceita, porque depois tudo vai se acerta, além do mais ele sabe o que faz melhor que você
- Isso é verdade, vamos pro meu quarto, aqui está muito quente – fomos pra dentro, no caminho fiquei pensando na história dele, e não era uma história feliz, o Anthonny é natural de Fortaleza, perdeu o pai cedo aos 11 anos de infarto, aos 16 perdeu a mãe em um acidente de carro, os pais eram filhos únicos e ele também, os avos já não estavam nesse mundo então ele era estava sozinho. A mãe era auditora do tribunal de contas do estado, e o pai era militar de alta patente, então ele recebe uma quantia considerável das pensões. Quando eles morreram, a guarda dele ficou com o pai do Gustavo que era um amigo muito próximo da mãe dele, se conheciam desde a faculdade, então tinham um laço íntimo, lembro que diversas vezes escutei o nome Antonny e de seus pais na casa do Guga, inclusive eles viviam viajando e visitando um a casa do outro, eram famílias próximas. Foi assim que ele foi parar morando com lá, o Antonny se matriculou na minha escola, estava um ano na minha frente, fez o segundo e o terceiro, muita gente fina, ele estudava com o Fernando (180 al, 70 kl, pardo, cabelos castanhos no ombro) que é todo sério, na dele, calado, olhar profundo e sombrio, braço fechado na tatoo, desses mulekão bem bonito que usar cotar vento da Oakley mas sem muito papo, o tipo de pessoa que tu não quer ficar de graça, totalmente o oposto do Guga, eu mesmo raramente falava com ele, e olha que eu já fui do bagulho irmão, o único ser que conheço que fala mais ou menos com ele é o Lyan, o Lyan, daí vocês já veem o tipo do elemento. Lembro quando o Antonny começou a delirar no meio do segundo ano, eram coisas bem aleatórias, tipo achar que estava apontando um lápis quando na verdade estava batendo na mesa, pensava dança bale mas estava em um jogo de vôlei ou chorava no meio de uma almoço de domingo, mas nada demais, só percebemos que a coisa era seria quando ele tentou escovar os dentes com um presto barba, a boca ficou toda cortada, naquele dia ele perdeu muito sangue e foi parar no hospital ficando de observação, de lá pra cá a coisa não melhorou, foi diagnosticado com um raro distúrbio mental, era como se ele vivesse entre duas realidades alternando entre elas, o médico explicou que ele criou uma realidade alternativa pra que a mente fugisse dos conflitos e tragédias que ele tinha passado, o problema é que isso evoluiu de tal forma que ele se assimilou esse mundo imaginário passando a maior parte do tempo criando e se perdendo ao mesmo tempo nesses pensamentos. Já conversei com ele sobre isso, me disse que quando “dorme” é real, ele consegue sentir tudo, toque, frio, calor, fome, dor, como se fosse a matrix, ele se lembra de tudo seja real ou não, e sabe que o mundo medieval que ele criou é imaginário, mas mesmo assim quando ele está lá, sente como se não fosse. No meio desse drama todo nasceu um romance entre o Fernando e o Antonny, a coisa mais improvável aconteceu visto que o Fernando era do tipo de cara hetero, que comia as meninas, e apenas isso, zero romance. Quando a situação ficou feia de vez tiveram que internar ele nessa clínica, e aqui ele ficou, o Fernando ainda continua com ele. Chegamos no quarto, era grande e arejado, muito bonito por sinal
- Quarto da hora – sentei na cama dele, fiquei quicando – cama macia, tu tranza com o Fernando aqui?
- Caio!
- Que foi, você disse que ele tem visita estendida, nunca se sabe neh
- Sim, às vezes ainda tranzamos, e a cama é ótima obrigado por perguntar
- Sabia, não tinha como não fuder com uma cama boa dessa por perto
- Só tu mesmo, e você está namorando?
- Estou, com um vagabundo aí
- Mostra a foto – tirei o celular e mostrei pra ele - Bem gato, muito gato, eu não curto brancos loiros que nem ele, mas esse aí é lindo
- Lindo é o teu, não é por nada, mas o Fernando é uma coisa bem gostosinha
- Isso ele é - ficamos sorrindo, e depois calados por alguns segundos em silencio – mas conta mais sobre você
- No geral sosseguei, estou fixo com esse já tem um tempo, lembra da Suelen? Então, roubei dela
- Nossa, a Suelen, como esquecer. E as armações que tu se metia com os meninos, ainda mesma coisa?
- Às vezes alguém de nós se mete em alguma roubada, mas com bem menos frequência que antes, eu particularmente a tempos que não apronto
- O Lyan me contava algumas, ria muito com ele, ficava me perguntando, como vocês conseguiam? Era karma
- Muita gente já disse isso
- Teu vicio no pó, ainda firme e forte?
- Estou limpo a 6 anos, mas assim o sangue esta álcool puro
- Whisky?
- Sempre – demos uma pausa nas palavras - Antonny?
- Fala
- Como tu levou a notícia que o Fernando ia ser pai de um filho da Fabiana?
- Pra mim foi normal, sinal que ele está tendo uma vida lá fora, queria que essa vida fosse comigo, mas tudo bem
- Você tem um coração muito bom Antonny
- Não Caio, é só que não vou perder nenhum segundo que passo com ele pensando em coisas como essa, tudo que preciso saber é que ele me ama, apesar de as vezes, querer que não amasse – isso parecer ser um daqueles amores cafonas mas não é, pra quem acompanhou o saga deles dois sabe a loucura que foi
- Cala a boca e não reclama, quando você vai achar um homem daqueles aqui dentro
- Verdade, isso não posso contestar – ele se deitou na cama e ficou olhando pro teto, fiz o mesmo – e o meu cunhado?
- O Guga, o que tem?
- Vocês estão morando em Curitiba, como ele está?
- Bem, afinal sou eu que cuido dele, de nada
- Resume pra mim
- Ele não te conta nada?
- Conta, mas eu não acredito muito porque o Guga é muito gaiato, e também acredito mais em você do que nele
- Olha, ele namorou um rapaz, amigo meu – mostrei uma foto do Matheus – esse aqui
- Bonitinho, o Guga sempre teve uma tara por moreninhos
- Pois é, ele pegou um chifre, depois voltou, depois pegou um chifre de novo e agora terminou de vez
- Esse teu amigo é dos bons
- O que eu posso dizer, e agora eu o vi de rolo com a Lina
- Tua prima? Eles voltaram?
- Ainda não, mas estão no caminho
- Gosto dela, uma moça bonita, recatada, de finos modos e doces gestos
- Nossa, tua memoria esta afiada
- Meu problema não é a memória, esqueceu? - rimos – e os teus amigos?
- O Daniel está bem, Lyan entrou em Harvard, e o Luka está foragido por assim dizer
- Como assim foragido? - contei a história, ele gargalhou
- Rindo de que? Não escutou que o Lyan usou teus documentos pra ajudar o Anjinho
- Disso tudo, aquele loirinho é fogo, sorte que tem vocês três por ele. Eu sempre soube o que o Lyan tinha feito com a minha identidade. Pra falar a verdade ele me contou a história toda e me ofereci pra ajudar.
- Não acredito nisso
- Pois acredite, eu sabia que ele ia fazer o Luka se passar por mim
- E pensar que algumas vezes cheguei a achar que você poderia ser melhor que a gente – sorrisos soaram pelo quarto
- Eu sou bom, apenas me desvio do caminho vez ou outra
- Posso te fazer uma pergunta, é indiscreta e já tem muito tempo que quero te perguntar
- Pode fala
- Como está o outro mundo de mentira? Digo a tua outra realidade
- O que você quer saber especificamente
- Sei lá, como é se ver em outro lugar que não seja real, tipo se tem whisky, se os homens são bonitos ou qual a cor do céu
- Bom, é mais ou menos como o mundo do senhor dos anéis, uma coisa meio medieval, com bruxos e elfos, tem magia e todo tipo de criatura possível, o céu é azul, whisky não tem mais tem outras bebidas bem doidas, e quanto aos homens, bom, não posso reclamar
- Alguém já te disse que talvez isso aconteceu porque você lia demais livros de alta fantasia?
- Já pensei na hipótese, mas se fosse assim os fãs do Harry estariam no mesmo barco que eu, falando em livro você já terminou de ler o que eu te dei?
- Ainda não
- Caio!
- O que? O livro é enorme, a história é longa e eu sou uma pessoa ocupada
- É bom você ter terminado aquele livro da próxima vez que vir me visitar
- Então vai demorar, mas voltando, o que acontece nesse teu mundo quando tu não está nele?
- Ah, é como se eu ficasse em coma, do jeito que fico aqui, porem quando passo uma semana aqui, quando voltou, se passou um mês lá, o tempo é relativo. Mas o tempo la não depende de mim, eu venho e quando volto sempre aconteceu alguma coisa nova
- Tua vida é que nem a matrix, nem sabe mais o que é real ou não
- Eu sei sim, quando eu estou contigo ou com qualquer pessoa que conheço, sei que é real, e do outro lado sei que é mentira
- Como?
- Dragões que soltam fogo pela boca e cavaleiros de armadura não é muito verossímil
- Bom saber que tua loucura não é plena
- Não sei se isso chega a ser verdade
- Nessa altura do campeonato isso é o que menos importa, já pensou em sair daqui?
- E ir pra onde?
- Sei lá, talvez dar uma volta em canoa quebrada
- Eu gosto daqui, pra falar a verdade já me acostumei com essa rotina, sempre tem uma visita
- E de vez em quando tu usa essa cama com o Fernando, tem razão, aqui é ótimo
- Isso também, além que na maioria do tempo eu fico viajando na maionese, então não me canso muito
- Acredito que no final, tudo vai ficar bem – vi que no fundo do quarto tinha um vaso cheio de rosas – aquelas rosas, todas elas são do Fernando? – ele não respondeu, dei uma cotovelada e nada, olhei pro lado e ele estava com os olhos fixos no teto, passei a mão por cima e não obtive resposta das pupilas, ele alucinou, deve estar longe agora. Dei um beijo no rosto dele, chamei o enfermeiro e fui embora. Voltei pra Curitiba naquela noite, cheguei por voltas 7, fui pra casa correndo, era noite de sexta, me arrumei e pus uma fantasia do boneco dos jogos mortais, de máscara e tudo, estava irreconhecível, chamei um taxi, e fui pra casa do Arthur. Deixe me explicar minha atitude, todo começo de semestre o CA organiza uma festa temática (dessa vez foi a fantasia) na casa de alguém pra levantar fundos, e hoje vai ser na casa do Arthur, essa festa das vezes que fui é a maior putaria, todo mundo se comendo, bebida e mais bebida, o curso de direito inteiro vai, é nessa festa inclusive que eles fazem os trotes com os calouros. Quando me despedi do Bruno no começo da semana disse que voltaria apenas no domingo à noite então não poderia ir com ele, fiz isso porque tinha certeza que ele iria levar ela, dito e feito, vi os stories dela mais cedo e ficou linda de vampira gótica. É hoje. Cheguei por volta das 11, estava lotado, gente pra todo lado, todos fantasiados, iria ficar pelos cantos pra não dar na vista, entrei e no quintal tinha um sofá enorme, e neles estavam todos, Arthur, Fabricio, Marcos, e em lugar de destaque, o Bruno com ela no meio das pernas, fiquei olhando aquilo e pensando, como é que pode, pior que ele estava lindo com aquela camisa vermelha, e eram beijos e tapas na bunda, via a intimidade que ela tinha com os amigos dele, tipo assim, muita, beberam e zoaram e eu só observando de longe naquela raiva, vagabundo. Por volta das 2 eles entraram pra dentro subindo a escada, fui seguindo e no caminho peguei uma garrafa de whisky, fiquei olhando de longe quando entraram em um quarto, a casa estava abarrotada de gente, galera se pegando geral no álcool então ninguém reparou muito em mim, fiquei uns 15 minutos encostado na parede olhando pra porta encostada tomando folego pra entrar, já dava pra escutar os gemidos
- No embalo Caio, no embalo – falei pra mim mesmo dando aquele gole no gargalo pra garantir a coragem, abri a porta e entrei, a luzes estavam apagadas mas pela iluminação que entrava pela janela deu pra ver, ela estava cavalgando lentamente, ele por sua vez estava com um dos peitos dela na boca e com os braços na sua cintura, quando eles perceberam que alguém entrou no quarto pararam os movimentos
- Oh irmão, sai fora, o quarto está ocupado – Bruno falou com a voz grossa, eu fechei a porta – Qual é irmão, vaza daqui, está atrapalhando – eu segui pra janela e fiquei encostado olhando pros dois, ele sai da cama vem até mim, me pega pelo braço - está ficando maluco irmão?– eu puxo o braço e coloco a garrafa na minha boca, ele para, e fica me olhando, ofereço a garrafa pra ele, que não a pega, apenas observa com o olhar fundo – whishy? - não me movo, ele se aproxima e cuidadosamente tira a minha mascara – Caio – a cara que ele vez, foi a mistura de medo e pânico, eu apenas o olhava com aquela cara de brabo – Caio, eu que... - interrompo ele pondo minha mão na sua cara
- Veronica, sai daqui, agora – falo com firmeza
- Caio, sem neura, vamos sentar e conversar ... - ela fala enrolada no lençol
- Agora Veronica
- Ok, entendi – ela veste as roupas e sai às pressas fechando a porta, o Bruno veste a cueca e se senta na quina da cama
- Podemos conversar?
- Devemos
- Eu posso te explicar tudo
- É o mínimo, uma explicação, e faça um favor a nós dois antes de mais nada, a verdade por favor – sento na soleira da janela que era enorme – ela é bonita
- Ela é sim, mas não é ela que eu amo
- Sem esse papo de homem arrependendo
- Não é papo de homem arrependido, é a verdade – olhei pra festa lá em baixo
- Quando vocês começaram? - ele puxou fundo o ar
- Lembra do dia que a gente brigou na chuva e tu jogou minha chave no quintal do teu vizinho?
- Lembro
- Tu me deixou fora de mim, a minha vontade era de te esganar e te rasgar em dois, então pra aliviar a cabeça fui em um barzinho com uns amigos, foi lá que fomos apresentados, ela jogou ideia e ficamos mas não passou de um beijo, fui pra casa mas ela conseguiu meu número e me mandou mensagem daí começamos a conversar e por ai foi
- E quando vocês tranzaram a primeira vez?
- Lembra do congresso que fui a Porto Alegre? Foi lá, comentei que ia passar uma semana fora em um congresso, ela disse que tinha uns parentes lá e conhecia a cidade, perguntou se podia ir junto, aceitei
- A gente já estava de boas quando tu fez aquela viagem
- Eu sei, e apesar e estar com uma puta dor na consciência, aceitei a companhia dela
- Ela sabia de mim?
- Sim, desde o começo, fiz questão de deixar claro que tinha um relacionamento sério contigo
- Quer dizer que toda vez de lá pra cá que tu não estava comigo, estava com ela, legal, gosta dela?
- Caio
- Responde porra
- Gosto, mas não como eu te amo
- Menos Bruno, bem menos
- Eu sabia que era errado, no começo a culpa me corroía, mas com o tempo fiquei cômodo com essa situação
- Claro, uma puta gostosa e um viadinho pra usar na hora que quiser quem não ficaria
- Nunca te vi assim, flor eu te amo, o que eu tenho com ela é puro prazer, apenas sexo, mas contigo é diferente – começo sorri nessa hora
- Se for pra falar essas merdas cala a boca – ele se levantou e veio até mim e me abraçou
- Você acha que era mentira, tudo, os momentos que tive contigo era mentira? Que tudo não passou de uma fase pra mim?
- Bruno – ele pegou no meu rosto com as mãos e ficou alisando
- Tu pode ficar com raiva de mim, me bater, espancar, dizer que sou um cachorro, que não presto, e tudo bem é verdade, mas nunca me odeie por não te amar – estava difícil mas não me rendi aqueles olhos azul mar
- Não estou com raiva, pelo menos não pelo motivo que tu está pensando – ele fez cara de atento – sempre imaginei que um dia você ia me trair, sempre soube – ele fez cara de confuso, eu sai dos seus braços e fui pro outro lado do quarto
- Como?
- Bruno, eu sou rodado nesse mundo e já levei alguns chifres, sei como é e como funciona, então quando comecei a namorar com um boizinho machista que nunca tinha ficado com outro homem, é obvio que em algum momento tu ia me trair, ou com outro, por curiosidade, ou com outra pra lembrar os velhos tempos – ele olhou pra baixo e depois pra mim
- É por isso que ainda estou vivo, não fez nenhum escândalo e nem veio pra cima porque já esperava, tu nem está com raiva?
- Ah eu estou com raiva, e não é pouca, eu disse que eu sabia que você iria me trair, não que levaria isso numa boa – comecei a andar de um lado pro outro no quarto
- Como ficou sabendo?
- Não interessa
- Alguém te contou, quem? Foi a Carol? O Matheus... - paro na mesma hora
- Pera, o Matheus sabia? - ele ficou mudo, eu fechei os olhos por alguns segundos - É claro que sabia, apenas o idiota aqui que não - me encosto na parede, ele vem e me imprensa – a quanto tempo ele sabe?
- Por volta de um mês
- Isso sim é uma surpresa
- Caio – ele chegou mais perto e me tomou nos seus braços - eu te amo, te venero mais que tudo, sei que fiz merda, mas não termina comigo, eu te amo mais que qualquer coisa – ele disse isso com os olhos marejados alisando meu rosto
- Eu queria acreditar, como eu queria, porque então por mais que você tivesse me machucado eu saberia que tem profundida nessas palavras
- Mas tem!!! Eu te amo porra – ele dizia desesperado - não importa o que eu fiz não vou fazer de novo
- Bruno
- E você acabou de dizer que não se importa com o chifre
- Mas não é por causa da traição caralho! – gritei
- Então me fala o porquê, se tu for me deixar me fala o motivo! – ele gritou, eu olhei bem no fundo dos olhos dele
- Quando eu descobri sobre a Veronica levei até na boa, porque no começo achava que era alguma coisa casual, apenas sexo, que tu estava tendo uma recaída por mulheres, pensei “ela é linda, é gostosa, pelo menos isso”, mas o tempo passou e percebi que não era simples sexo, seus encontros eram constantes, era eu virar as costas e tu já ia correndo pra ela.
- Era apenas sexo porra
- No começo talvez, mas depois não. O que me deixou possesso de raiva tomando pelo ódio, foi saber que você não dividia apenas a cama, e sim tudo, tudo o que teve comigo você teve com ela, vocês tinham um relacionamento e dos sérios.
- Não foi bem assim
- Foi Bruno, foi. Vai dizer que não apresentou ela pra todo mundo, todos os amigos e conhecidos, que teve prazer em desfilar com uma mulher como aquela pra todos verem, que encheu ela de presentinhos e mimos de todas as formas, que nas noites que a gente não se vi era pra ela que tu mandava mensagem
- Caio
- Vocês estavam tão a sério que você levou ela na tua casa, ela conheceu a tua mãe, tua irmã, teu pai deve ter adorado a nora, afinal melhor uma mulher do que um viado da vida. Agora me fala, qual o nível de envolvimento de vocês? - ele fechou os olhos transbordando – eu acompanhava os stores dela no zap, ela postava tudo ali, eram o casal perfeito
- Mas eu te amo mais que tudo nessa vida
- Talvez, ou apenas se acostumou comigo e não queria me largar por comodidade
- Príncipe eu errei e não estou dizendo pra você esquecer, mas tenta deixar pra lá, porque se você me ama te peço, não deixar esse idiota que não te merece acabar com tudo
- Antes traição pra mim não tinha perdão, mas contigo eu cresci e vi que todos cometem erros, eu te amo, muito mais do que você pensa, amo tanto que se fosse pela traição eu ainda levaria na boa, mas te dividir daquela forma foi mais do que eu poderia suportar – ele ficou alisando meu rosto espalhando as lagrimas que escorreram dos seus olhos imóveis na minha face
- Me perdoa
- Eu já te perdoei
- Então fica comigo
- Não dá mais pra mim Bruno
- Eu te amo - tirei a aliança que ele me deu e pus na mão dele fechando-a em segunda - se não quiser usar eu entendo, mas não precisa me devolver, eu te dei e ele é teu – ele abriu o punho
- Por isso mesmo, ele é meu pra fazer o que eu quiser, e agora eu te devolvo pra não ter que jogar no lixo – fechei a mão dele novamente
- Eu nunca vou te esquecer flor
- Eu sei, eu também não, mas eu tenho que te deixar ir Bruno pra poder seguir em frente – ele me abraçou forte, foi um abraço quente e demorado, ele tentou um beijo na boca mas desviei e acabou sendo na bochecha, sai dos seus braços pela última vez e segui pra porta, não derramei nenhuma lagrima, os olhos estavam vermelhos mais não chorei, caminhei pelo corredor desnorteado, desci as escadas, quando estava na metade percebo que alguém passa na frente e para quando me vê, fica me olhando fixo enquanto caminha pro pé da escada
- Caio
- Marcos – ele me olha por alguns segundos calado
- Você sabe! - faço um sim com a cabeça, ele olha pra minha mão e percebe a falta da aliança - eu sinto muito por isso, não era pra ser desse jeito
- Tudo bem, está tudo bem
- Tem certeza?
- Não, mas vai ficar – ele me abraça forte
- Vem vou te levar pra casa
- Não precisa Marcos, eu pego um taxi
- Não senhor, eu mesmo te levo, tu não está bem pra ficar andando sozinho por aí
- Marcos...
- Calado, eu levo e pronto – ele ficou me encarando firme – facilita Caio, aceita
- Está bem, mas não quero ir pra casa
- Ok, vamos pra um parque qualquer ficar andando ou parar em uma pracinha pra conversamos melhor
- Péssima ideia, tenta outra – pracinhas ou parques de Curitiba é a cara do Bruno
- Então vamos lá pra casa
- Pode ser – seguimos pro carro e de lá pra casa dele.
- Nossa, tem uma vida que não venho aqui – falei olhando em volta
- Claro, vivia ocupado demais com o namorado pra olhar os pobres mortais
- Não exagera
- Está com fome? Posso fazer uma comida rápida ou mesmo pedir alguma coisa
- Não valeu – ele foi na cozinha e voltou com 2 garrafas de vinhos
- Tu vai precisar
- Sério, a bebida dos cornos?
- Tu é um
- Engraçadinho - subimos pro seu quarto, estava um pouco diferente da última vez que estive aqui, ficamos bebendo e conversando
- Foi a surpresa da noite te ver descendo aquela escada
- Nem me fale
- Desculpa não ter contado, eu queria, mas não podia por causa do Bruno entende
- Claro, ele é o teu “parça”
- Está com raiva de mim?
- Não, talvez chateado, mas se contar alguma coisa dessa conversa pro Bruno vou ficar
- Como descobriu? - eu contei pra ele – nossa, que jeito de descobrir em que é corno
- Pois é, daí viajei e voltei antes do que deveria, justamente pra dar esse flagra
- Esperto
- Claro, sou eu
- Olha Caio, não vou dizer que fico feliz em te ver terminando com ele, vocês dois eram um casal muito maneiro, e mesmo considerando pra caralho o Bruno, errado tu não está em acabar com esse namoro, não sei os outros mas espero que comigo tu não mude, amizade aqui é pra sempre
- Eu sei Marcos, mas de verdade, poderia ter me contado neh
- Ah mas não poderia fuder com meu brother, já quer demais – eu apenas sorri – mas você está bem?
- Estou sim, relaxa que o pior passou, até porque foi apenas um chifre, poderia ter sido pior, ela poderia ser feia, ou burra, ou uma dessa garotas que prezam mais pelos seios do que pelo absorvente, ou pior ainda, ela poderia ter sido a Suelen
- Está superando rápido
- Já superei – ele me abraçou por trás e ficou de conchinha comigo, do nada ele começou a rir – que foi?
- Jogos mortais, você se fantasiou do boneco dos jogos mortais, poderia ser do todo mundo em pânico ou o massacre da serra elétrica, eu fiquei olhando pra aquela fantasia e me perguntando, quem vai de jigsaw em uma festa que o pessoal se veste de crepúsculo
- Não posso fazer nada se vocês não apreciam os clássicos, além do mais eu fiquei muito bem de terno e gravata borboleta vermelha
- Falando em terno, tu vai dormi de roupa?
- Claro, tu não?
- Vou – ele começou a tirar a roupa e ficou só de cueca
- Não disse que ia dormi com roupa?
- Até onde eu sei cueca é uma roupa
- Claro que é
- Vai tirar teu terno?
- Nem sei se vou dormi aqui
- Ah vai sim
- Vou não
- Nem se eu te pedir por favorzinho?
- Está bem menino vei chato – falei com biquinho
- Melhor assim, se quiser te poupo do trabalho de tirar esse terno sem problemas nenhum – ele veio e foi tirando toda a minha roupa deixando apenas a cueca – pronto, assim está melhor – voltamos a ficar de conchinha, ele aproximou o rosto do meu pescoço e ficou cheirando
- Bem que me falaram que você era todo cheirosinho – ele dizia mordendo de leve meu pescoço, chegando mais perto, gente deu pra sentir o pau dele duro embaixo da cueca rosando em mim
- Marcos é sério, não faz isso
- Mas eu não estou fazendo nada – ele dizia passando a mão no meu corpo e apertando minha bunda
- É sério, hoje não, outro dia quem sabe, mas hoje não, nada de bala trocada
- Não é bala trocada, você está solteiro - ele falava mordiscando meu pescoço, o desgraço estava empenhado
- Mas pra mim vai ser
- Nem queria mesmo
- Que bom
- Te respeito muito pra tentar qualquer coisa hoje
- Sei, e está me provocando assim porque?
- Porque não tenho nada melhor pra fazer agora
- Vamos dormi, é melhor
- Está bem – ele desligou a luz, e continuou cheirando meu pescoço, as vezes mordia. No outro dia, acordei e vesti o terno, Marcos dormia quando sai do quarto, eu estava na sala quase saindo pela porta quando escuto
- Caio – viro pra trás, era a mãe do Marcos
- Eu
- Vai aonde tão sorrateiro?
- Indo pra casa – ela vem até mim e me dá um beijo no rosto
- Ainda é cedo, fica e toma café com a gente
- Obrigado, mas não quero dar trabalho
- Trabalho nenhum, aproveitamos e tiramos o atraso da conversa, quanto tempo tem que não te vejo
- É verdade, desde aquele churrasco, mas culpe o seu filho que não me convida – fomos pra cozinha e ela começou a fazer café, suco de maracujá, e mistos quentes
- O que deu que você dormiu aqui? - ele pergunta com uma cara de debochada
- Bom, digamos que o Marquinhos é um ótimo ombro amigo
- Apenas o ombro?
- Por enquanto a única coisa que posso falar com propriedade é do ombro
- Sei... - ela falou bem desconfiada, a situação não me favorecia, afinal eu saindo de manhã cedo do quarto do filho dela, com a roupa toda abarrotada, e detalhe, ela ainda acha que eu namoro com o Bruno. Daí do nada me aparece o Marcos apenas de cueca branca, ele dá um beijo nela e depois vem até mim e me dá um selinho bem de boas
- Acordei e não te achei na cama, pensei que tinha ido sem se despedir – e me deu outro selo, eu fiquei parado tipo, ah?
- Ele quase escapa, peguei saindo pela porta - vocês deveriam ter visto a cara dela, carregada de ironia – já te falaram que é falta de educação deixar um homem acorda sozinho na cama? Principalmente se for meu filho
- Depois de ontem ia me deixar sozinho sem nem dizer um oi ou no mínimo um obrigado? Que-mal-e-du-ca-do-vo-çe-é - ele falou a última frase me dando selinhos entre as silabas, e eu ainda estava com a minha cara de ah?, Ele se senta na mesa comigo
- E você como anda? Bem? E o Bruno, também está bem?
- Acho que depois de ontem, não muito – Marcos respondeu por mim, ela me encarou, deu uma pausa no café
- Você sabia? - perguntei, ela me olhou desconfiada
- De que?
- Sogra, é pecado mentir
- Ah Caio – ela se desfaleceu
- Como tu soube?
- Um final de semana desses qualquer os meninos vieram aqui, e o Bruno a trouxe. Estranhei, fiquei receosa, mas resolvi não interferir, apesar de desaprovar o totalmente o ato
- Não pensou em me contar?
- Gosto de você Caio, mas uma adulta se metendo no relacionamento dos amigos do filho já é demais, não sou desocupada
- Engraçado, e eu pensando que você não me contou porque assim eu descobriria sozinho pra revolta ser maior, terminaria com o Bruno e ficava com teu filho
- Não era bem isso que eu imaginei mas no final foi o aconteceu
- Nossa Marcos, não sei quem é pior, tu ou tua mãe
- Ela com certeza
- Pensando bem, é verdade – falo
- Não fala mal porque na noite que terminou com teu ex já dormiu com o meu filho
- Estou solteiro, o Marcos também, nenhum impedimento pra um sexo casual – resolvi entrar na brincadeira e assumir que fiquei com o Marcos
- Eu sou apenas um sexo casual pra você?
- Onde já se viu tranzar com o ex do melhor amigo na mesma noite que terminaram, não criei filho pra isso Marcos
- Fazer o que neh sogra
- Eu sou apenas um sexo casual com você Caio? - ele repete
- Sim senhor Marquinhos
- Nossa, magoou
- Estou vendo que nessa mesa ninguém vale nada – ela conclui. Depois do café fiquei enrolando, fui pra casa á tarde rindo do Marcos que fazia graça a todo instante, não vou negar, ele insistiu e eu vadia que sou fiquei tentado a aprontar com ele, porém não achei de bom tom, não pelo Bruno, mas por mim, precisava assimilar algumas coisas antes de fuder com alguém (se bem que a gente gosta de uma putaria neh, sair, levar rola, e tchau). Fui pra casa e cai na cama, acordei com o Matheus mandando mensagem perguntando se a gente podia conversar, eu respondi que sim, questionei sobre o que era, ele disse que era sobre a noite de ontem (ele sabe do termino) marcamos de nos encontrar em um barzinho. Acordei, tomei um banho, me arrumei e chamei um uber, cheguei no bar ele estava na porta, respirei fundo e lembrei, “Alguém te contou, quem? O Matheus?”Caio está solteiro, o Bruno também, acabou o que era doce. A cena do Caio com o Bruno, pensaram que ia dar maior barraco neh minha filha? Pois é, o garotinho cresceu.
Bye, até o próximo.