Entre os poucos rapazes lá de Seringueiras que Guaí ficou o mais inesquecível e marcante foi Lairton, junto com um amigo dele.
Lairton era um moreno bem clarinho, magro, liso, cerca de 1,75m de altura, cabelo bem liso e preto, com leves traços indígenas. Ele possuía uma madeira com cerca de 17 ou 18cm, sem veias, reta quando estava dura, sem prepúcio, roliça, meio grossa, porém a cabeça era um chapelão meio roxo. Seu saco era pelancudo, caído, com as bolas grandes, do tipo que fica batendo em você quando ele está te metendo. A única pelugem de leve que ele possuía era na virilha, parecendo um bigode; e nas axilas, que ele nunca raspou.
Caros leitores, só pra constar, não pensem que todo rondoniense tem traço indígena, é índio, ou descendente. Lá em Seringueiras, quem conhece a cidade, sabe que a predominância é indígena ou descendente, mas quando se trata aqui da capital, a diversidade é maior, você encontra todo tipo de raça.
Lairton não era o tipo de rapaz que deveria ser escolha de ninguém, nem opção, nem namorado, muito menos paixão. Ele era um rapaz problemático.
Quando tinha 18 ele já tinha um vasto histórico: havia sido detido por espancar um rapaz na festa da cidade, insulto contra gay, atentado contra o motorista do transporte escolar (um caminhão que transportava alunos da roça pra estudar na cidade), crime contra patrimônio público, porte de arma, suspeita de estuprar filha de dois vizinhos, assédio sexual no colégio, foi acusado pela tia que disse que acordou no meio da noite tendo os seios amassados por ele, e outras violências.
Lairton tinha um péssimo relacionando com a família, apanhava do pai periodicamente de cipó, pau, murro; ele até tinha duas cicatrizes: uma no rosto, outra nas costas, feita com cipó de goiabeira.
Ele era até um bom trabalhador de roça, mas ia quando queria. 90% de suas amizades eram suspeitas, gente bagunceira, problemática.
Mas com Guaí ela era diferente. Na verdade as únicas coisas que Guaí presenciava era Lairton fumando maconha, porém isso era normal e comum entre os rapazes, mas nunca o viu vendendo nem usando cocaina como muitos comentavam; a outra coisa que Guaí presenciava era Lairton brigando com pessoas por bobagens, coisas pequenas, ele era esquentando.
Embora nunca quisesse namorar com Guaí, ele o tratava bem. Dos rapazes que Guaí ficava, Lairton era o único que passava por ele e falava, cumprimentava, perturbava, ia na casa, pedia pra ele fazer trabalhos escolares, etc; na verdade ele passava de ano mais por ajuda de Guaí.
As duas únicas vezes que ele estranhou Guaí foi: a primeira, quando estavam transando no mato e Guaí virou o rosto pra trás, cheio de tesão, achando o sexo muito envolvente, e lhe pediu que lhe beijasse na boca. Lairton surtou, tirou a madeira de dentro de Guaí e foi embora. A segunda foi quando estavam os dois conversando na roça, Lairton perturbando Guaí, os dois rindo. Guaí olhou se sentindo apaixonado por Lairton e soltou:
- Eu te amo! Namora comigo.
Lairton logo mudou a fisionomia:
- Cara, não mistura as coisas. A gente dar uma trepada, uma gozada, uma relaxada é uma coisa; viver um relacionamento sério, um namoro, é outra. Isso aí não rola. Se quiser manter essa onda entre a gente, não fala mais nisso. - E ele deixou Guaí lá e foi embora.
Guaí também nunca mais lhe insinuou namoro nem beijo. Na verdade era típico dos rapazes de interior não curtir beijo na boca, só putaria mesmo.
Num domingo, Guaí foi com os pais e os irmãos para uma festa no povoado onde morava, que organizaram para arrecadar dinheiro e doações para ampliação e reforma da igrejinha.
Lá na festa estava Lairton com um grupo de rapazes bagunceiros, mas havia um novo membro no grupo, Guaí nunca o viu na roça. Ele aparentava a mesma faixa etária que os outros, cerca de 19, 20 anos de idade. Talvez por ser estanho e aparentar ser da cidade, o rapaz chamava atenção pela diferença. Era dono de um corpo legal, fortezinho, moreno-caboclo, cabelo meio cacheado e cheio; estava de calças mas dava pra se notar pernas roliças, coxas grossas. Tinha cara de descarado e descolado.
Num dado momento Lairton avistou Guaí e acenou. Guaí respondeu com outro aceno. Porém ele percebeu que Lairton comentou algo com o rapaz que o olhou e deu um riso meio de graça. Isso deixou Guaí desconcertado, não só porque estava com a família, também pela timidez.
Na boca da noite Guaí já em casa, alguém buzina na estrada, sai o irmão de Guaí e alguém grita da estrada:
- Irará, Guaí tá aí?
Guaí reconheceu a voz de Lairton.
- Lairton te chamando, Guaí. - Disse o irmão.
Guaí saiu pra ir até o carro. Eles estavam numa ranger.
- Leva camisinha. - Disse o irmão, sem pudor, na frente dos pais que estavam comendo na sala, e do irmão caçula de 11 anos. Guaí fingiu que não ouviu e deixou o irmão e o pai discutindo.
- Só vocês não vêem que ele tá dando pra viado. - Dizia o irmão.
Leitores, não odeiem ele; acima de qualquer coisa, é um ótimo irmão.
Estava Lairton no carona e o rapaz na direção.
- E aí, chupão! - Disse Lairton com cara descarada, levantando a mão pra saudar Guaí. - Esse é meu amigo Pito, ele mora na rua, quer te conhecer.
Eles dois estavam bêbados e aparentemente fumados.
Guaí não apertou a mão de Pito, e, todo tímido, deu um "oi".
- O brother aqui disse que você gosta de uma boa madeira e tem boquinha de veludo.
Guaí olhou pra casa pra ver se vinha alguém. Eles dois estavam muito ousados.
- Ele é doido. Não liga não. Como ele pode saber que tenho boca de veludo se ele nunca experimentou? - Disse Guaí.
- O sacana ponga no meu ovo e na minha madeira direto. - Disse Lairton olhando pra Pito, e os dois riram.
- Vem dar pra nós? Entra aí. - Convidou Pito. Ele foi escroto e bem direto.
Guaí ficou nervoso por dentro, com vergonha, mas ao mesmo tempo sentiu um arrepio que subiu da bunda pelas costas.
- Eu nunca fiz com dois.
- Conta outra, maluco. Você é rodado que tô ligado. Os caras comentam. - Disse Lairton.
Lairton tratava Guaí bem, mas naquele momento ele estava se saindo um bom sacana desbocado.
Guaí ficou apavorado e maus envergonhado.
- Quem comenta isso?
- Uns caras. Mas fica tranquilo que ninguém anda espelhando não. E como é, vai dar pra nós ou não? A gente tá afim de gozar.
- E alguém já me viu dar pra dois?
- Não sei! Mas tô ligado que você é guloso.
- Então não fala o que você não tem certeza.
- Cara, relaxa! E aí, vai dar esse cuzinho pra nós ou não?
Guaí realmente nunca havia feito com dois, e ele ficou muito afim do outro rapaz, a boca dele era perfeita, cara de grande safado. Pensou ele: "quem sabe ele possa ser meu namorado!".
Guaí morria de vontade de ter um namorado sério.
- É agora? - Perguntou Guaí.
- Claro! - Respondeu Pito.
- Mas não fiz chuca.
- O que é isso?
- Antes de do sexo fazemos chuca pra não haver desconfortos. - Respondeu Guaí.
- Besteira maluco! Vai deixar de levar madeira só porque não fez chuca. Entra aí carinha. - Chamou Lairton.
- Decide logo. É sim ou vai amarelar. - Disse Pito.
Aperto de mente.
- Tá bom. Vai ser aonde?
- Vamos lá pra casa que não tem ninguém - Respondeu Pito.
- Então vou ali inventar alguma coisa pra meu pai e volto.
- Pra que, rapaz? Parece criança que precisa dar satisfação pro pai. Entra aí. - Disse Pito destravando e abrindo a porta.
- Eu preciso realmente avisar a ele. Só um minuto. E também vou me trocar.
Guaí deu as costas e ouviu Lairton dizer baixo:
- Mas é um pau-no-cu mesmo!
Enquanto ele ia, Lairton gritou:
- Ei! Chega aí!
Guaí voltou.
- Faz assim... a gente vai dar uma volta, deixa pra mais tarde no rio.
- Pode ser. Mas por que desistiu de ir pra casa do Pito?
- Meus pais chegam de 9 e meia pra 10 horas, da igreja. Aí não dá. - Respondeu Pito.
- Certo! Então fica pra mais tarde. Melhor que vou preparado. Só não muito tarde. - Respondeu Guaí.
- Umas 8 horas. - Sugeriu Lairton.
- Tá ótimo! Eu espero vocês na boca da mata pra vocês não passarem aqui e acabar chamado atenção.
- Combinado então. - Disse Lairton.
Se despediram e os rapazes seguiram pra cidade.
A boca da mata é a entrada onde dá pra parte do rio onde pessoas se encontram pra foder, fazer orgia, etc. Apelidaram o lugar de "matadouro". Lá dá todo tipo de casal, trio, grupo, porém maioria gay. A cidade não tem motel, e mesmo que tivesse, acho ninguém iria.
Guaí se preparou, fez o asseio, se perfumou, e umas 7 e pouca foi ansioso para o encontro. Da casa de Guaí até a entrada da mata, andando, leva cerca de 20 minutos. As pessoas de carro largam o veículo ali e vão andando por dentro da mata, uma caminhada de mais ou menos 15 minutos até o rio. Tem gente transa no mato mesmo porque às vezes tem grupo no rio que vai pra fumar, beber, fazer putaria; e tem casal mais reservado. Quem gosta de mais aventura, trilha, e quer mais privacidade, atravessa o rio, que não tem correnteza tão forte, e vai para o outro lado da mata que pertence a outro município.
Na entrada da mata, à espera dos rapazes, passava alguns que vinham do rio ou do mato, pra ir embora.
Chegou um carro, mas pelo tamanho do automóvel não era eles. E não era mesmo. Foi um casal de garoto e garota. Eles entraram mata adentro, demoraram um tempão, voltaram, foram embora, e Guaí ali.
Guaí tinha um daquele relógio de borracha antigo, que dava pra ver a hora no escuro. Quando deu 9 e 10, ele decidiu ir pra casa, desolado por não ter acontecido, se sentindo um idiota, mesmo assim na esperança de cruzar com eles na estrada.
Em casa, foi deitar cheio de pensamentos:
- Por que eles não vieram? Queriam me fazer de bobo. Ou estavam me testando. Ou ficaram com raiva porque não entrei logo no carro mais cedo.
Leitores, continuo posteriormente pra não ficar um texto gigante demais e vão desculpando os erros. Eu não sou tão bom em falar nem em digitar.
Valtersó, vai desculpando também, e obrigado por comentar no outro. Eu realmente não sou bom na escrita, não é à toa que só consegui passar num simples concurso para recepcionista, por não ser bom em Língua Portuguesa. E é comum indígenas praticarem sexo gay, talvez não comentem muito nesse site. Mas Guaí não é 100% índio, o pai que é, e a mãe é mestiça. Inclusive, meu amigo que me apresentou esse site também é descendente de índio; diferente de mim, ele é filho de índio com uma loira que veio da região Sul do país. Ele teria uma ótima história pra contar, por ter sido vítima de grandes ciladas, pena que paciência pra digitar ou escrever não é uma virtude dele.
Obrigado a todos!