CONFISSÕES QUE ME LUCINARAM I

Um conto erótico de Gleison
Categoria: Heterossexual
Contém 7636 palavras
Data: 20/08/2020 04:45:57
Última revisão: 16/12/2022 02:24:53

CONFISSÕES QUE ME ALUCINARAM (MARCAS DA LUXÚRIA)

Capítulo 1 – A carência

Lanna ganhou na empresa um curso de especialização para ser feito no exterior. Ela é uma das vice-diretoras de comunicação corporativa de uma grande empresa. Para ela seria a chance de ser promovida, melhorar idiomas e ganhar salário ainda maior com mais estabilidade. Minha esposa com 40 anos, é muito conservada, e aparenta ter apenas trinta. Pratica exercícios na academia regularmente para manter a forma. É morena, cabelos castanhos compridos lisos no meio das costas, tem um corpo muito bonito, cheio de curvas. Certamente que sua beleza somada ao seu talento e inteligência ajudaram no seu crescimento profissional na companhia. E com o curso no exterior ela teria maior qualificação na carreira.

Sou o Gleison, gerente de mercado de outra companhia e coordeno uma equipe grande de vendedores. Tenho cinquenta anos. Eu sou um eterno apaixonado na Lanna, mas confesso que depois de alguns anos de casados, já andava meio relapso com a nossa relação. Ficara mais de um ano sem emprego fixo, dependente da esposa por um bom tempo, e isso havia me deprimido muito. Eu tinha perdido a libido e andava meio sem entusiasmo para nada. E ela também andou meio desinteressada como se não me desejasse mais. Mas fazia pouco tempo a sorte mudara, eu fora contratado em outra empresa e estava animado. Com pouco tempo no novo cargo eu não podia me afastar por três meses, sem perder o emprego. Por isso eu fiquei no Brasil, e Lanna foi sozinha.

Com vários anos de casados, nós já não tínhamos tanto fogo para sexo como antes. Assim, pensamos que passaríamos aqueles três meses distantes, sem sentir muito. Acontece que as situações mudam e a gente descobre novas tentações. Bem, a verdade é que as coisas às vezes fogem do nosso controle. E foi o que nos aconteceu.

Não podíamos imaginar que estaríamos sujeitos a imprevistos. No primeiro mês da Lana viajando até que a nossa carência não atormentou muito. Às vezes eu me masturbava vendo vídeos no computador. E comentei com a Lanna que eu achava que era o que ela podia fazer também. Lanna respondeu:

- Eu não gosto muito dessas coisas virtuais. Não resolvem. Me deixam ainda mais carente. Prefiro aguentar e não pensar muito.

Era a resposta típica dela. Essa era a minha mulher. Objetiva e focada. Assim, fomos tocando o barco, e eu tentava convencer a Lanna a fazer sexo virtual comigo. Mas ela desconversava e negava. Dizia que não resolvia e podia até piorar. E depois de quarenta dias da separação a situação ficou mais complicada. A necessidade aumentou. Eu não parava de pensar em sexo. Contei isso para a Lanna que me revelou que com ela estava acontecendo o mesmo.

- Estou subindo pelas paredes. Nem posso sentir cheiro de homem. E aqui tem uns homens muito interessantes.

Sem ter muita solução, eu sugeri que fosse a um sex-shop e comprasse um vibrador. Ela prometeu pensar no assunto.

Dois dias depois ela me manda umas fotos no celular mostrando o vibrador que havia comprado. Ela mandou também a descrição: “Pênis realístico com vibrador feito de Cyberskin (material desenvolvido pela NASA que imita a pele humana e possui grande semelhança com a mesma). Macio, flexível e com relevos similares a veias. Um controle remoto com fio embutido para alterar a intensidade da vibração acompanha o pênis. Outra característica interessante dele que sua base tem ventosa para fixação em superfícies lisas e para possibilitar também encaixe em cintas penianas. Altura: 20 cm/Penetrável: 17 cm/Diâmetro: 4,5 cm. Bullet Vibratório - Altura: 10 cm/Diâmetro: 3,5 cm”.

Eu admirei a ousadia dela e disse:

- Você não exagerou na dose? Vinte centímetros! Maior do que o meu!

Ela sorriu maliciosa e respondeu:

- Já que pude escolher tentei algo um pouco mais ousado.

Rimos divertidos daquela conversa. A gente tinha intimidade para isso. Eu disse que ela estava muito safada e ela concordou:

- Nem queira saber. Tenho até vergonha de confessar. Nem posso ver homem, que já fico fervendo. Escorrendo melzinho.

Mais uma vez nós rimos. Aquilo me agradava, me deixava excitado, sabendo que Lanna estava começando a se soltar, deixar aquela postura muito fechada da executiva impecável que ela sempre mantinha. Eu pedi que Lanna me contasse depois como foi a sua experiência com o novo amiguinho vibrante.

No dia seguinte ela mandou um áudio dando bom dia. E disse:

- Ah...Amor, estou acabada! Esse amigo é uma verdadeira “máquina” de provocar orgasmos. Me acabei. E pior. Fiquei com as partes sensíveis. Só o roçar da calcinha já me dá uma sensação provocante, estou com sensibilidade enorme. Aumentou ainda mais a minha vontade. Só penso nele a toda hora. Se soubesse tinha comprado bem antes. E tem um tamanho delicioso!

Eu achei muita graça do que ela falou. Era uma novidade Lanna se abrir daquele jeito. Geralmente era bem mais fechada e discreta. Sugeri que ela podia usar com a câmera do celular ligada para eu participar. Ela disse que não topava. Pedi detalhes de como ela usava, mas ela devia estar no curso e não respondeu. Eu sabia que ela costumava malhar numa academia depois do curso, antes de voltar ao hotel. Então pedi que ao sair do curso me mandasse um alô. Naquela tarde voltei para casa e fiquei esperando uma mensagem da Lanna, mas não veio. O tempo passou. Fui navegar na Internet para ver se achava algo excitante. Estava muito tarado. Não demorou para que eu encontrasse um vídeo longo, com mais de trinta minutos, onde uma mulher mantém relações com um homem negro enquanto o marido grava a cena. Ele havia dado de presente essa experiência para ela, contratando um profissional para satisfazer uma fantasia e desejo da esposa. O vídeo era de uma situação real, gravado no celular do marido, não eram atores, e foi aquilo que me excitou muito. No início só se vê a esposa deitada na cama e o marido que filma vai conversando com ela, enquanto ela começa a ser tocada e chupada.

O negro está fora da cena. Nos primeiros minutos o marido conversa com ela e ela geme. Ao longo da gravação, o homem negro finalmente aparece chupando a mulher e depois acaba a possuindo, tudo em tempo real. O sujeito a penetra em várias posições e ela tem orgasmos alucinantes em cada uma, sempre filmada pelo marido. Após os vários orgasmos da esposa, quando o par mudava de posição, o casal conversava e ela contava a ele o prazer que sentira e como estava gostando daquilo. Algumas vezes eles ficavam de mãos dadas e ela olhava para ele extasiada de prazer enquanto o negro a possuía de forma incansável. Fiquei muito excitado com aquilo e com a cumplicidade de todos. Foi inevitável imaginar se teria coragem de viver algo semelhante. Na imaginação, pensei que talvez sim, mas duvidei que Lanna aceitasse. Vendo aquelas cenas, fiquei excitado e me masturbei até gozar. Depois bateu o cansaço e eu adormeci.

Quando acordei para trabalhar no dia seguinte, Lanna havia enviado dois áudios. No primeiro falava:

- Oi amor, desculpe, ontem saí apressada do curso para a academia, nem peguei no celular, depois cheguei em casa muito cansada, era tarde, tomei um banho, ia ligar mas adormeci.

No segundo áudio ela contou:

- Ah, amor, essa ideia de comprar o amiguinho vibrador não foi boa não. Mexeu comigo. Fiquei o dia todo com a “pepeka” quente e inchada. Fica pulsando e molhada o tempo todo. Parece que o desejo aumentou. Fantasio cenas eróticas sem parar. Não posso ver um homem gostoso que fico muito excitada.

Enquanto eu tomava café para sair eu gravei:

- Ah…. É mesmo uma loucura! Quer dizer que está fantasiando? Que bom saber! Me conta essas fantasias. E eu também conto as minhas! Eu ontem também vi uns vídeos de sexo. Não aguentei. Acabei me acabando sozinho mesmo.

Ela não respondeu porque devido ao fuso horário naquele momento ela já estava no curso. Fui trabalhar normalmente e algumas vezes durante o dia me lembrava do vídeo que tinha visto no canal dos vídeos eróticos. As cenas ficaram marcadas.

Me sentia intrigado e excitado ao ver o marido cúmplice da esposa, e ela se entregando ao fodedor de aluguel com uma satisfação incrível, contando ao marido as sensações que experimentava. O casal se mostrava mesmo muito cúmplice durante toda a gravação. Era incrível.

Ao longo do dia sempre me recordava daquele vídeo e me sentia excitado. Queria muito que a Lana o visse também. Ao sair do trabalho de tarde vi a mensagem que Lanna respondeu:

- Ah…. Querido. Aqui as fantasias estão me assustando! Imagina que eu vou de tardezinha na academia. É cheio de homem bonito, musculoso e suando. Aquele cheiro de macho. Só de pensar me arrepio toda. O cheiro de desodorante masculino me excita. E eles não deixam barato. Me olham e cobiçam direto. Do jeito que eu estava ontem, fico melando tudo aqui em baixo. Molhei até a malha de treino. Minha pepeka não seca nunca. É complicado.

Só ouvi aquele áudio dela quando também saí do trabalho. Naquele horário ela já devia ter deixado a academia. Liguei para ela e nada. Não contava que ela não responderia. Fui para casa e tentei ligar mais uma vez, mas ela novamente não atendeu. Mandei um alô gravado. Ela não ouviu pois vi que a mensagem não foi lida. Imaginei que devia estar jantando ou talvez no banho. Então, já em casa, tomei banho, fiz um lanche e esperei. Ansioso, fui assistir novamente o vídeo de sexo que tinha gostado, e depois ainda vi mais uns dois outros parecidos. Passou mais de uma hora. Os vídeos eram gravados por maridos que filmavam as esposas com outros parceiros. Era um tema recorrente. Eu não podia imaginar que havia tantos vídeos daquele gênero. Tinha até uma seleção específica desse tipo, com casais onde maridos é que gravam a esposa com outro. Gravações caseiras, que evitavam revelar o rosto e identificar as pessoas, mas que mostrava o sexo sendo feito de verdade. Alguns mostravam detalhes da penetração e se podia ouvir os gemidos dos parceiros e os comentários delas com os maridos. Minha excitação foi exacerbada. Novamente foi impossível não imaginar eu e Lanna numa situação daquela. Não era novidade o assunto para nós. Eu já havia fantasiado antes esse tipo de aventura, e comentado com ela algumas fantasias.

Mas na época Lanna era muito resistente a assumir essas liberdades. Ela dizia:

“Não mexe em time que está ganhando. Se a gente começar a alimentar a fantasia logo bate a vontade. E tenho medo depois onde podemos parar! ”

Eu deixara quieto. Não havia insistido, mas agora, com a distância e nossa libido em alta, eu estava muito excitado e as fantasias me deixavam o dia todo tarado. Comentei com ela numa mensagem de áudio que tinha visto os vídeos e contei como eram. E revelei o que eu sentira com as imagens. Queria ver o que ela falava sobre aquilo. Já era perto das vinte duas horas quando chegou um áudio da Lanna no celular. A voz dela estava ofegante:

- Ah...amor, desculpa! Me enrolei aqui. Vi que ligou, mas não podia atender. Essa sua história de fantasiar é muito perigosa. Deixa a gente pior do que antes. Estou maluca.... Olha só. Escuta.

Na sequência, ela enviou um outro áudio onde se ouvia um barulhinho constante, como um zumbido, que imaginei ser de um vibrador. Logo identifiquei a respiração mais ofegante dela, alguns gemidos, suspiros, sons de prazer sexual, mais uns “ais” e “uis”, e que foram aumentando num crescendo. Ela parecia estar em orgasmo. Ouvia também uns ruídos de pingos de água ao fundo. No final eu ouvia também um tapa e ela ofegando gemendo alto como se estivesse no clímax, até soltar um “aaahhhh” prolongado, de gozo intenso. O áudio terminava naquele ponto.

Nossa! Ouvir aquilo me arrepiou inteiro. Imaginei Lanna se acabando com o vibrador enfiado. Mentalizei ela no banheiro deixando o celular gravando o áudio. Tratei de responder na hora dizendo que fiquei muito tarado com o áudio, e pedi:

- Manda um vídeo! Quero ver você se acabando bem tarada! E quero saber: Qual a fantasia que você imaginou nessa hora? Está pensando em transar com alguém? Com quem? Pensou em mim?

Depois que eu mandei esse áudio eu reparei que era tarde e ela já devia estar dormindo. Ela mandara o áudio tarde da noite, mas certamente gravara horas antes. Voltei a escutar o áudio dela mais duas vezes. Minha excitação tinha aumentado. Depois assisti mais uns vídeos de sexo, fiquei muito tarado, mas não me masturbei. Na verdade, eu ficara intrigado com aquela excitação que senti ao ver os vídeos dos maridos gravando as esposas. Fui deitar pensando naquilo. Imaginava se eu e Lanna teríamos condição de experimentar uma aventura daquelas. A ideia me excitava, mas eu não entendia exatamente o motivo. Por um bom tempo fiquei pensando: “o que é que me dava aquela excitação em ver os vídeos onde maridos filmam suas esposas com outros? ” Será que eu queria ver algo semelhante? Por mais que tentasse racionalizar, não entendia bem. Eu amava minha mulher, tinha verdadeira adoração por ela, não sabia se reagiria bem numa situação semelhante, então, não fazia sentido eu ficar excitado com aquele tipo de filmagem. E essa coisa me intrigava muito.

Primeiro imaginei que o que me excitava numa situação daquelas era perceber a coragem e a cumplicidade do casal em fazer aquele tipo de aventura, no caso, um ménage masculino, onde na verdade o marido estava dando à esposa o direito de fazer sexo com outro, sem nenhum tipo de vínculo emocional, apenas o desejo físico e sexual. Por outro lado, pensei também que por mais que o homem se sentisse excitado e tendo fantasiado aquilo, eu achava que a esposa inicialmente apenas aceitava fazer tudo para atender uma fantasia do marido. Mas analisando depois as cenas, eu via que as mulheres filmadas começavam tímidas, sem demonstrar muito desejo, não tomavam iniciativa logo de cara, ou não externando tanta vontade, mas depois, conforme a relação sexual evoluía, elas se soltavam e acabavam se entregando e gozando muito. Com isso provocavam o delírio dela e do marido que se excitava demais ao ver a mulher se satisfazendo com outro. Muito intrigado perdi o sono encucado com o assunto. Resolvi pesquisar.

Uma experiente profissional, Psicóloga e Terapeuta Sexual, dizia:

É preciso entender os vários significados que isso pode ter para alguns homens:

- Alguns gostam de imaginar sua parceira com outro homem, mas não necessariamente querem que isso aconteça de verdade. Muitos nem contam essa fantasia para ela;

- Outros pedem que a parceira invente vivências com outros homens, pois isso os excita;

- Outros gostam mesmo de assistir de verdade sua parceira com outro homem;

- Outros desejam dividir essa parceria com outro homem em um ménage onde também participam.

São muitas e variadas todas essas formas de se sentirem excitados. Mas o significado muito presente nesses casos é a satisfação que alguns homens experimentam do desejo de sentirem que “uma mulher” possa ser mais ousada ou safada do que ele, e sair em busca de aventura ou satisfação com outros homens, mas que sempre volte para ele. É uma satisfação de poder. “É para ele que ela volta”. Pode ser também uma competição com o pênis de outro homem. Por isso muitos maridos pedem para que ela conte detalhes, faça comparações, diga o quanto ele é bom e viril, diga se o pênis dele é melhor, maior, relate o prazer que sentiu. Outros homens apenas usam dessa situação para satisfazer fantasias. Na fantasia ou na realidade, é como se para ele fosse necessária essa visão de promiscuidade para que ele sinta atração.

Não há certo ou errado, muitos casais vivem isso sem conflitos. Só haverá problema se essa mulher estiver se sentindo forçada a viver isso ou constrangida com essa situação. Caso isso não aconteça, é apenas respeitar a forma de cada casal encontrar e viver seus prazeres. Quase todas as pessoas têm fantasias sexuais. Com as fantasias a vida sexual ganha uma diversidade que seria impossível no cotidiano. Por mais que exista grande atração entre um casal, a excitação não se dá sempre da mesma forma, tem altos e baixos. Lançar mão desse recurso da fantasia funciona, muitas vezes, como estimulante para se recuperar a intensidade do desejo. Observar o par fazendo sexo com outra pessoa e tirar prazer disso é um fetiche mais comum do que se imagina. E não são apenas homens que gostam, não, embora os níveis maiores de testosterona no organismo e a educação mais liberal favoreçam que sejam eles os principais praticantes. Os adeptos não associam a prática com infidelidade nem com amor. Para eles, isso pode não só proporcionar muita satisfação como ainda melhorar o relacionamento.

Depois de ler esses artigos, eu ainda estava com algumas dúvidas. Entendi que muitas pessoas têm esse fetiche, é muito comum, muitos se sentem excitados com isso. Mas as razões disso acontecer na verdade poderiam misturar muitas daquelas justificativas ali colocadas, e cada pessoa teria sua própria motivação para se excitar com essa situação.

Eu não havia definido ainda quais fatores para mim eram mais determinantes para me sentir excitado. No fundo pensava que Lanna talvez sentisse vontade de uma experiência daquela. Ela é uma pessoa que gosta muito de sexo, mas talvez se reprimisse ao pensar numa situação onde houvesse uma terceira pessoa por medo do que poderia provocar em nossa relação. Eu ainda confuso me sentia exausto com toda aquela atividade do dia e dormi imediatamente.

Acordei na manhã seguinte e encontrei a mensagem de “boa noite/bom dia” da Lanna enviada em mensagem de texto. Depois disso tinha um áudio onde ela com voz meio rouca e com sono dizia:

“Amor, estou que é só o pó da rabiola! Não dormi direito. Sexo sem parar aqui! Estou exausta e hoje ainda tenho curso, e a academia. De noite nos falamos. Beijos. ”

Naquele dia fui trabalhar ansioso para que o dia terminasse. Estava carente de falar com Lanna. Curioso para saber o que ela tinha para me contar das suas descobertas com o vibrador realístico. Imaginava que ela se referia a ele quando falava de “sexo sem parar”. E também queria saber quais eram as fantasias que ela tinha ao se masturbar. Isso me ajudaria a entender sua mente e seu erotismo. Ainda estava processando as informações que eu havia lido sobre o tema do sexo liberal entre casais e parceiros eventuais. Na hora me deu vontade de estar perto da Lanna, assistindo aqueles vídeos e conversando com ela sobre eles e o que ela pensava sobre aquilo. Ainda estava me acostumando à ideia de que sentia muita vontade de experimentar uma aventura daquelas. Mas não entendia ainda muito bem o motivo daquilo me excitar tanto. Para ter assunto a conversar com ela, mandei o texto que li com as explicações da especialista e o link de um dos vídeos que eu vi. Até que chegou o final do dia e eu avisei por mensagem para Lanna que estava indo para casa. Ela já estava algumas horas à frente. Deu tempo de eu tomar um banho, e quando ia preparar um lanche ela mandou áudio. Sua voz estava ofegante e falava com pausas. Ela disse:

- Amor... eu ligo... depois... que sair... da academia... uuff... Beijo!

Ela só disse isso e eu fiquei ali esperando. Era tarde para ela ainda estar na academia. Tomei o lanche e me sentei na poltrona da sala, em frente à TV, ligada, mas sem som. E naquele silêncio cochilei. Acordei com o celular tocando.

- Oi querido. Desculpe demorar. Hoje fiquei até mais tarde. Saí tarde da academia e o tempo fugiu.

Eu disse que tudo bem, já tinha lanchado, estava só esperando ela ligar. Confessei:

- Nossa, eu estou morrendo de saudade, e de tesão. Não aguento mais. Conta aí, e você?

Lanna deu um sorrisinho meio sem graça e falou:

- Para com esse papo. Assim você vai só piorar as coisas.

Eu estava sentindo ela novamente tentando evitar o assunto. Forcei mais:

- Que nada. Quero saber o que tem feito, suas fantasias.... Isso me deixa excitado.

Lanna deu um suspiro meio resignada. Ela disse:

- Que fantasia nada amor, eu já deixei a fantasia faz tempo! Depois que comprei o nosso amiguinho, piorou a vontade, não aguentei e já entrei na prática. Mas não quero falar nisso.

Eu achei que ela falava das suas sessões com o vibrador e respondi:

- Mas é isso que eu quero saber. Leu os textos que mandei? Viu o vídeo? Quando você fantasia o que é que pratica?

Lanna ficou calada. Demorou sem emitir um som, eu insisti:

- Alô? O que você não quer contar? Tem vergonha de assumir? Me conta, quando está tarada, o que imagina estar fazendo? Transando com quem?

Novamente um silencio da Lanna. Ela disse:

- Amor, vamos mudar de assunto. Estou na rua.... Não quero falar sobre isso. Acho que não faz bem para nós.

Eu tentando animá-la falei:

- Que nada. Se fantasia com outro pode me dizer. Acho normal. Estou até aprendendo sobre isso. Assisti uns vídeos eróticos muito excitantes como lhe disse.

Ela continuava em silêncio.

- Os maridos liberais filmando as esposas com outros caras. E fui pesquisar, tem muita gente que usa isso como estímulo da relação.

Ouvi um murmúrio de Lanna, parecia um resmungo, e não entendi. Esperei e ela finalmente depois de uns segundos perguntou:

- Você acha excitante ver a esposa transando com outro? É isso?

Eu achando que ela não tinha entendido o que eu dissera voltei a explicar:

- Estava procurando vídeos de sexo para me excitar e achei um canal onde tem vários vídeos amadores feitos pelos maridos que gravam as esposas transando com outros. É um tipo de fetiche. Chamam de “Cuckold”. Muita gente gosta disso. Achei excitantes alguns, os maridos gravando, e fui estudar que tipo de fetiche é esse... Vi explicações de profissionais.

Lanna perguntou:

- Ok! Entendi. Está me dizendo que ficou excitado com isso?

Eu, sendo sincero, concordei:

- Assistindo os vídeos fiquei muito excitado. Estou a perigo...

Lanna voltou a questionar:

- Você ficaria excitado de me ver ou de gravar eu transando com outro? Imaginou isso?

Nesse momento quem fez a pausa para pensar fui eu. Mas levava o papo a sério, tentava ser o mais transparente possível. Ponderei:

- Na hora que estava vendo, fiquei excitado. E não tem como não imaginar a gente numa situação dessa. Na fantasia foi excitante. Mas é isso que eu queria saber de você, o que você fantasia...

Lanna era muito hábil, bem inteligente e conduziu o papo muito bem:

- Quer dizer que se eu disser que fantasiava com outro homem, desejava transar com um gostosão da academia, sem ser com você, vai ficar excitado, numa boa? É isso que deseja?

Eu dei uma risada. Pensei que ela, esperta, estava tentando saber o que me excitava para me dizer o mesmo sem se expor. Respondi:

- Eu quero saber o que a excita ou excitou. Que vontade sentiu. Os desejos que você tem e não são realizados. O que a deixa tarada e a leva ao orgasmo.

Parei um pouco para deixar ela pensar e depois concluí:

- Já pensou que talvez o que a excita pode ser que me excite também? Como disse a psicóloga, uma cumplicidade na realização de desejos do casal.

Lanna deu um sorriso discreto, meio debochado, e falou:

- Está bom, se é isso que quer. Se é sua realização de desejos. Vou contar. Eu fico tarada toda noite, na academia, uns caras bonitos, fortes, transpirando testosterona, me comendo com os olhos, me desejando. E cada dia eu fico mais excitada. Fico desejando eles. Meu negócio é partir para os finalmente. A minha fantasia foi transar com um deles.

Eu respirei aliviado. Enfim conseguia arrancar uma confissão dos desejos eróticos secretos da minha toda poderosa executiva hipercontrolada e megacompetente. Imaginei-a na academia. Lanna tem um bumbum generoso, cintura estreita, barriga zerada, e seios médios. Tem pernas muito bonitas e pés pequeninos e delicados que ela cuida muito. Não tivemos filhos porque na primeira gravidez dela houve uma complicação nas trompas e teve que ser operada. Mas isso em vez de atrapalhar ajudou depois na sua saúde. Isso faz com que seja uma mulher muito desejada pela maioria dos homens. Eu falei:

- Ufa... até que enfim assumiu! Que mal tem isso? Todos nós temos nossas taras e desejos.

Lanna voltou a sorrir com uma pontinha de ironia:

- Não tem mal nenhum, se você não se sente ofendido por sua mulher gostar de transar com um macho gostosão da academia, tudo certo.

Lanna deu uma pausa, respirou fundo e prosseguiu:

- Se não ficar chateado comigo, nem me acha uma vagabunda infiel, tudo certo. Vamos aproveitar.

Novamente eu não pensei que fosse realidade o que ela me dizia. Achava ser apenas fantasia. Não prestei atenção nas palavras. Estava tão seguro que ela só falava aquilo para me atender, e ver minha reação, que não levei a sério:

- Amor, eu amo você, e admito que todos têm suas taras, desejos e fantasias, isso é normal.

Lanna não disse nada. Eu concluí:

- Acho que podemos compartilhar as nossas. Acho até mais verdadeiro você assumir isso, do que tentar negar. Que mulher que veria o Brad Pitt bonitão na academia e não teria desejos de ficar com ele? É normal.

Lanna riu mais divertida. Agora ela já tinha a minha armadilha feita e eu nem sabia:

- Ah, uma coisa é fantasiar... quero ver no real! Qual seria a reação se você soubesse que eu transei com ele, ou pior, assistisse eu transando com ele toda tarada? Ia ficar excitado com isso?

Pelo fato dela ter sorrido, meio irônica, eu continuei acreditando que ela criava uma situação hipotética, para me testar. E me excitava levar a conversa para aquele terreno das hipóteses, para ver as reações de Lanna. Respondi:

- Acho que só dá para saber na hora, a gente sempre leva um susto quando sabe, pois, é bem transgressor, mas eu acho que se eu perceber que você está gostando, que faz aquilo com vontade, por prazer, eu acho que ficaria excitado de ver você vivendo uma fantasia...

Lanna ficou em silêncio por uns segundos. Eu esperei. Sabia que ela pensava uma forma de me responder e ao mesmo tempo considerava o que eu lhe dissera. Ouvi as palavras dela perguntando:

- Está falando sério? Ou chutando? Você jura que é assim mesmo que você sente ou pensa?

Eu não tive dúvidas em concordar. Ela então voltou à carga:

- Então, imagine isso, eu na academia termino o treino e vou ao vestiário. Um dos homens, o mais interessante, vem ao meu encontro dentro do vestiário feminino. Estamos só os dois ali, e quando estou tomando banho ele me agarra no chuveiro. Eu estou à perigo e você sabe. Os dois pelados. Imagine só...

Lanna deu uma parada estratégica para tomar fôlego e prosseguiu:

- Aí, naquele esfrega e beija a gente tem um rala e rola apressado no vestiário. O tesão vai a mil. Incontrolável. E como o tesão é enorme, então, a gente sai dali e vai para o hotel. Transar a noite toda. O que acha disso? Gosta da ideia? Fica tarado?

Eu ouvi a narração dela como se fosse uma fantasia que ela tivesse criado, para se excitar com o vibrador e as cenas imaginadas me excitaram. Eu falei:

- Acho muito excitante. Sim! Para você e para mim. Imagino o tesão que você sente nessa hora e fico tarado. Imagino a cena e o que pode acontecer.... Você tarada, me excita.

Lanna solta um suspiro profundo. Percebo sua ansiedade e imagino como deve ser difícil para ela admitir a fantasia, o medo de se assumir sem véus para o marido que também sonha tais coisas. Ela fala em tom de provocação:

- Então, você imagina o tesão que eu fico nessa situação, e se excita. Muito bom. Na fantasia é uma delícia. Mas se eu digo que a história vira verdade, que não é fantasia, qual é a sua reação?

Mais uma vez eu duvidava, e não levei a sério a possibilidade de ser verdade:

- Eu confesso que neste caso, ficaria meio abalado, com ciúme do cara, mas, ao mesmo tempo, me excita a ideia de você fazer essa loucura. É uma aventura arrojada. Você acha que seria capaz?

Lanna mudou de tom e ficou bem seca, séria:

- Amor, fala sério! Você quer se sentir corno? É isso? Quer experimentar isso de verdade? Tem apenas uma fantasia ou deseja mesmo isso acontecendo de verdade?

Eu senti uma ponta de irritação na voz dela. Tentei amenizar. Não queria estragar o clima de cumplicidade e de fantasia que havia:

- Amor, estou compartilhando com você alguns sentimentos, fantasias, ideias e descobertas. Estamos distantes e privados de sexo. É natural que a gente tenha todo tipo de fantasia, de desejo, de tara. Não vejo isso como algo ruim. Entendo. Tento me imaginar nessas situações. Busco despertar a cumplicidade.

Lanna perguntou:

- Me diga, você está querendo álibi ou justificativa para alguma coisa que você já fez?

Neguei sorrindo:

- Não, ha ha ha, nem me ocorreu nada disso. Contei sobre os vídeos que descobri na Web e o que senti ao ver. De verdade. Fui pesquisar sobre isso. E estou aprendendo.

Fiz uma pequena tomada e fôlego e continuei:

- Imagino que você, tal como eu, tenha suas fantasias e acho isso normal. Compartilhei com você essas minhas coisas. Fui verdadeiro o tempo todo.

Lanna estava implacável:

- Quer dizer que você acha natural, que eu tenha minhas taras, desejos e fantasias aqui, e se excita ao saber disso. E me disse que se eu fizer algo tal como eu contei, você vai ficar excitado, cúmplice do meu tesão. É isso que posso acreditar?

No terreno das hipóteses estava tudo certo. Eu concordei:

- É, é isso, acho normal, natural, e meu sentimento por você é o mesmo. Adoro você e não vou achar que é uma pessoa ruim por isso. Imagino que me ame. Mas se você disser que fez ou fará uma coisa como a que me descreveu, por puro desejo, eu confesso que vou ficar meio bolado na hora, vou ter ciúme, claro, primeiro porque é algo novo, inusitado, que não esperava, mas vou tentar compreender você e os seus motivos.

Lanna ficou em silêncio e eu esperava dela uma resposta. Ela nada disse por uns dez segundos.

Depois falou:

- Amor, estou voltando para o hotel. Me dá um tempo. Logo falaremos.

Concordei e ela desligou. Fiquei achando que Lanna não tinha pensado na hipótese de que o que ela fantasiou pudesse ser uma coisa real, e ela não sabia como prosseguir a conversa. Depois que eu admiti a fantasia dela, aceitando a ideia, provavelmente ela iria rever o que iria dizer. Talvez as fantasias dela fossem até mais arrojadas.... Esperei sentado no sofá. Passaram uns trinta minutos.

O telefone tocou e dessa vez era chamada de vídeo. Ela estava no Wi-Fi do hotel e pode ligar. Reparei que Lanna tinha tomado banho, estava de cabelo enrolado numa toalha e com outra toalha em volta de seu corpo. Ela se sentou sobre a cama e deu para ver que a toalha cobria até pouco abaixo da xoxota. Ao sentar suas coxas lindas ficaram à mostra. Eu disse:

- Opa! Que delícia! Acho você muito sexy quando sai do banho!

Lanna estava meio invocada. Não sorriu ao responder:

- Devia dizer isso então todas as centenas de vezes que eu saí assim do nosso banheiro.

Eu não queria briga:

- Tem razão, pensava e não falava. Devia ter falado. Mas é a verdade.

Minha reposta desarmou um pouco sua atitude defensiva. Ela pareceu mais meiga:

- Amor, você sabe que o adoro. Eu amo você demais. Mas esse papo hoje me colocou numa situação complicada.

Ela abriu a toalha e exibiu seu corpo nu. A xoxota depilada.

Eu fiquei arrepiado de ver. Insisti:

- É.… explique.

Ela prosseguiu como se eu não tivesse falado nada:

- Você me diz que fica excitado de me imaginar com outro parceiro. Fantasiou isso vendo uns vídeos na Web. E até se masturbou pensando nisso. A gente está na abstinência por tanto tempo.

Ela ficou em silêncio me observando por uns segundos e retomou:

- E eu confessei a você o estado em que fiquei, o que acontece lá na academia com os homens me desejando, e você acha superexcitante e normal. Agora, vamos falar a sério. Acha mesmo normal? Você aceita isso com naturalidade?

Eu pensei que Lanna queria se certificar de que podia confessar suas fantasias comigo sem me ofender o magoar. Tratei de confirmar:

- Amor, eu também a amo demais. Tanto que aceito como natural que você tenha seus próprios desejos, fantasias sexuais, e até fetiches, sem me sentir ofendido com isso. Acho que a cumplicidade do casal é construída até nesse nível.

Lanna me observava atenta na tela do smartphone. Ela tomou fôlego, respirou bem fundo, e depois expeliu o ar como se estivesse resignada a confessar sua fantasia. Percebi o olhar dela avaliando as minhas reações. Eu era só expectativa. Ela falou calmamente:

- Tá bom! Amor, vou contar. Não foi só uma fantasia. Foi isso o que aconteceu mesmo.

Uma pequena pausa, só para eu entender direito e continuou:

- Eu contei para você exatamente o que me aconteceu de verdade. Começou na academia. Foi uma coisa inesperada, mas não consegui evitar.

Olhei para ela sem acreditar. Vi Lanna séria esperando a minha reação. Minha primeira atitude era ainda de duvidar:

- Sério?

Ela fez que sim com a cabeça:

- É sério!

Eu devo ter feito uma cara de maluco, incrédulo, porque ela até arregalou os olhos. Eu não consegui dizer nada. Fiquei olhando calado, boca aberta, e tentando me lembrar do que ela havia contado. E sabia agora que não era uma fantasia. Faltou o ar. Quando consegui controlar a respiração falei:

- Não fode!

Foi tudo que consegui dizer. Lanna me olhava estática. Ela esperou uns cinco segundos, fez que sim com a cabeça. Depois com duas lágrimas enchendo seus olhos d´água ela disse:

- Sim. Fode. Fodi sim! Foi como falei. Foi ontem. Viemos depois da academia para o hotel e fizemos sexo por toda a noite. Desculpe amor. Vou contar a verdade. Eu não conseguia parar. Estava tarada. E ele é muito viril e insaciável. Por isso estou acabada. E estava sem coragem para lhe contar.

Eu devia estar branco, sem sangue nas faces, e com cara de louco. Não conseguia respirar direito, não pensava, não tinha reação. Minha garganta travada. Na minha cabeça formava uma imagem fantasiada de minha deliciosa mulher na cama do hotel, nua, fazendo sexo com um desses atletas malhados de academia. E naquele turbilhão de sentimentos e pensamentos, eu me sentia fora do chão. Minha garganta presa com um nó e o coração disparado. Ouvi a voz de Lanna perguntando:

- Amor, tudo bem? Está se sentindo bem?

Eu olhava para ela, ouvia, mas não estava ali no controle da razão. Minha boca secou e minha língua parecia emperrada. Me recostei na cadeira e fiquei parado como um zumbi. Meu peito apertado. Ela insistiu:

- Amor, por favor, fale comigo. O que está sentindo?

Fiz um gesto com a mão pedindo calma. Respirei fundo para não desmaiar. Mostrei um sinal de positivo. Tentava me concentrar.

Lanna estava chorando discretamente, e falou:

- Amor, fala comigo, me xinga, me ofende, me agride, mas por favor, fale comigo alguma coisa.

Essa fala dela chorando me ajudou a recuperar a razão. Eu disse:

- Não vou xingar, nem ofender. Eu fiquei em choque.

Lanna disse:

- Se você ficar com raiva eu aceito, eu entendo. Fui fraca. Não consegui evitar. Mas eu precisava. E você me estimulando.

Eu vasculhei meus sentimentos como um maluco, como se fosse um aplicativo que procura seu próprio sistema operacional. Não sentia raiva. Não sentia nenhum sentimento ruim. Eu apenas sentia uma paixão enorme por Lanna. E uma sensação enorme de vazio que me fazia tremer de emoção. Eu disse:

- Não tenho raiva. Só sinto paixão, uma vontade muito grande de abraçar você e beijar. Eu a amo. Queria estar com você. Mas estou abalado. Perdi o chão. Foi um choque.

Lanna chorava, mas fez uma expressão meiga e feliz quando me ouviu:

- Eu também o amo demais. Não deixei de amar nem um segundo. Só fiz uma loucura, amor. Mas eu estava precisando muito.

Eu sentia novamente o sangue correndo normalmente, e minha respiração se normalizava. A sensação de porrada emocional, de baque no estômago, se dissipava com aquelas palavras dela.

Toda a argumentação que tivemos meia hora antes parecia ganhar uma nova dimensão. Não era mais suposição, imaginação, fantasia. Era fato concreto, e os sentimentos vinham a partir de uma situação real. Eu consegui falar:

- Não imaginei que fosse real. Confesso que me assustei mesmo. Tive um choque com a realidade.

Lanna ainda estava chorando, mas mais controlada:

- Eu não sabia como contar a você, nunca pensei que aconteceria. E você o tempo todo só falando nisso, insistindo....

Ela passou a mão nos cabelos, angustiada:

- Pensei que eu ia ficar maluca. Estou sem saber como lidar com isso. A última coisa que desejo é magoar você.

Eu ainda estava sem muita noção. Não raciocinava direito. Minhas emoções estavam muito confusas. A imagem que eu criei da minha querida mulher transando com outro sujeito fortão me assombrava a mente. Não me saía da cabeça. Eu gaguejei:

- Mas como foi? Conta aí. Me diz! O que sentiu? Conta mais. Não consigo nem pensar.

Lanna não acreditou:

- Como é? Não falei tudo? Você quer mais o quê? Detalhes?

Tentei explicar:

- Amor, eu imaginei uma cena na minha cabeça quando você contou. Pensava ser uma fantasia sua e fantasiei também. Só imaginação.

Dei uma pausa para tomar fôlego.

- Agora você diz que foi real, e essa cena inventada não sai da minha cabeça. Mas não serve. Tenho uma cena na memória de você transando com um cara que nem conheço e nem sei como ele é. Fiquei muito bolado. Não consigo raciocinar. Quero saber de você tudo que puder contar. Preciso da realidade.

Lanna parecia abobada, sem entender:

- Não está bravo? Não está magoado comigo?

Eu fiz que não. Tentava parecer lúcido. Estava sério. Acho que minha expressão foi convincente. Expliquei:

- Amor, eu senti um forte impacto de emoção, não esperava, fiquei meio perdido. Não tenho raiva, não estou chateado, sinto muita saudade de você, vontade de abraçar, de ter amor, carinho, e um ciúme enorme. Só quero entender melhor como aconteceu. O que foi que você sentiu.

Lanna parecia exasperada:

- Ah! Me poupe! Acha que eu me apaixonei?

Eu insisti:

- Você gostou? Me diz. Foi bom?

Lanna fez um movimento com a mão como se espantasse um pensamento. Estava meio sem paciência.

- Amor, não vou mentir. Foi bom. Muito bom. Eu estava muito carente.

Ela parou de falar e me observou. Eu não tinha o que dizer. Fiquei olhando para ela sem reação. Lanna explicou:

- Eu nem sei se devemos falar nisso agora. Melhor não. Esquece. Quando estivermos mais calmos falamos.

Ela desligou depressa. Tentei mais três vezes e ela não atendeu. Mandei mensagem de texto e ela respondeu: “Melhor não falarmos agora. Outra hora. ”

Fiquei irritado com aquilo mas para tentar provocar uma conversa escrevi:

“Ao menos me explique melhor como foi, o que sentiu, se foi bom para você fazer isso, se valeu a pena. Me conte como você se sentiu depois. ”

Vi que ela leu, mas não mandou resposta. Esperei. Imaginei que ela devia estar pensando no que fazer ou dizer. Passaram uns dez minutos e não tinha chegado mais nada. Eu fiquei frustrado e inquieto achando que ela ia me deixar no vácuo. De repente chegou uma mensagem de áudio: “ Amor, foi bom! Eu já disse. Foi só sexo, mas foi muito bom. O cara é um tesão! Eu gostei. Fiz sexo de todo jeito com ele. Mas não quero falar agora. Tenho medo de magoar você. E eu ainda o amo muito. ”

Eu gravei de volta: “ Querida, fale comigo. Não falar agora por quê? Estou aqui muito nervoso”.

Lanna ouviu. Esperei. Vi que estava gravando áudio. Mas ela gravava, desistia, mudava, recomeçava. A mensagem não saía. O aparelho do celular estava quente na minha mão. Até que mais de cinco minutos depois entrou um áudio:

“Amor, você disse que ficou excitado com a ideia da minha fantasia. Imaginou uma cena. Fantasiou. Agora que sabe que foi verdade, acha que vai sentir o mesmo se souber os detalhes? ”

Eu pensei no que sentia de fato para dizer a real. Já não queria provocar enganos. Gravei com voz firme: “Querida, eu só vou saber mesmo depois de ver ou ouvir tudo. Acho melhor ter a verdade do que ficar delirando com uma coisa que é só imaginação. Não quero criar fantasma para me assombrar.”

Fiz uma pausa para enfatizar o que dizer:

“Estou preparado para encarar a verdade. Não dá para negar. Acho que ficar sem saber é alimentar a tortura. ”

Lanna ouviu meu áudio e não respondeu logo. Alguns minutos depois ela enviou mensagem. Em vez de áudio ela gravou vídeo. Esperei a imagem baixar e abri o arquivo. Lanna estava diante do espelho grande da porta do guarda-roupas, no quarto do hotel. Estava linda. Vestia uma camisola de renda transparente azul escuro, muito curta e decotada, muito sexy. Não usava sutiã, seus seios empinados marcavam a renda. Dava para ver as aréolas dos seios. Por baixo usava apenas uma tanguinha do conjunto da mesma renda. Soltara os cabelos que estavam escovados e feito uma maquiagem discreta. Descalça, pisava o tapete com seus lindos pezinhos sensuais que eu adoro. Era a mulher mais sexy que eu podia desejar e a adorava.

Lanna me olhava segurando o celular perto do peito para gravar a cena no espelho e disse: “ Amor, olha eu aqui. Aproveite, e mate a saudade. Já que você gosta. Fique aí com vontade, baba baby (Deu um sorrisinho). Eu o amo demais. E vou responder agora, só para lhe dar satisfação, porque você é o meu amor, meu marido, meu tudo. Mas depois disso paro de gravar e só volto amanhã. ”

Ela parou de falar alguns segundos e ficou olhando no espelho como se olhasse para mim além dele. Fez um movimento sensual com o corpo.

Depois ficou séria: “Olha, para você tirar a imagem fantasiada da sua cabeça, vou mandar uma foto do Suleiman, o cara da academia. ”

Ela desligou o vídeo. Fiquei meio angustiado esperando. Logo vi que estava chegando uma imagem. Abri. Era uma foto de um sujeito moreno claro, parecia da minha altura, com traços de árabe, beirava uns 30 anos, cabelo e barba curtos, com bigode. Tudo indicava ser um homem que as mulheres acham atraente. A foto era de corpo inteiro, ele estava nu, revelava ser bem forte, sem ser exageradamente musculoso, sem gordura excessiva, tinha barriga batida, e um pau grande e grosso, numa virilha depilada. Tinha uma tatuagem tribal no ombro e no braço direito.

Eu já tinha visto o mesmo tipo de sujeito naqueles catálogos de modelos masculinos de desfile. Fiquei olhando para a foto, imaginando ele seduzindo minha mulher. Na hora me bateu um pouco de raiva, ciúme, até revolta. A sensação era também de impotência. Mas, vendo a imagem, logo reconheci que era fácil uma mulher se deixar levar por um cara daqueles. Devia ser um comedor experiente. A Lanna fez com que a imagem originalmente imaginada fosse alterada pela imagem verdadeira do sujeito. De certa forma, sem falar nada ela estava ali me dizendo: “Olha bem, diga se dava para resistir! ”

Fiquei uns dez minutos parado na sala, pensando em tudo aquilo. Eu me sentia meio febril e todo arrepiado. Imaginava Lanna na cama daquele quarto do hotel, transando com aquele sujeito. Eu lembrava dela dizendo: “Amor, foi bom! Eu já disse. Foi só sexo, mas foi muito bom. Eu gostei. ”

Eu sabia como a Lanna tinha orgasmos intensos, gemendo e suspirando, vislumbrei o sujeito metendo com ela de quatro sobre a cama, puxando seus cabelos, a expressão dela desvairada de prazer. Meu corpo foi percorrido por um arrepio enorme, e senti uma forte ereção. Mesmo sofrendo ainda uma ponta de ciúme, eu reconhecia que ela teria dificuldade de resistir ao tal de Suleiman. E certamente se fosse tentada repetiria tudo. Eu nada podia fazer. Depois de ter cedido, e provado do prazer que ele poderia lhe dar, ela não conteria o tesão. E conhecendo Lanna, e como ela se soltava ao ficar tarada, eu podia imaginar muitas situações que deveriam ter ocorrido naquele quarto de hotel. Quanto mais eu imaginava mais excitado ficava. Quando eu menos esperava estava de pau vibrando, me masturbando, olhando o vídeo dela falando comigo e envolvido numa onda de volúpia e imaginação que eu não entendia de onde vinha. Projetei várias posições dela fazendo sexo, os beijos, as chupadas nos seios que ela adora, a xoxota sendo lambida e depois penetrada pelo Suleiman. Acabei envolvido nas minhas próprias fantasias. Entrei num gozo incrível, que agitava meu corpo intensamente. Depois de gozar me deixei cair sobre o sofá da sala olhando as gotas grossas de esperma que havia despejado no chão de cerâmica brilhosa.

Minha cabeça estava confusa. Muito confusa. Senti que fiquei deprimido, e muito cansado. Me arrastei para a cama. Deitei sem pensar em nada. Adormeci quase de imediato.

Ao despertar no dia seguinte, eu não sabia o que fazer. Passei um pano molhado no chão da sala. E fui trabalhar meio robotizado, louco para ter a oportunidade de um novo papo mais esclarecedor com Lanna.

Mas isso eu conto no próximo capítulo.

leonmedrado@gmail.com (novo e-mail)

É EXPREESSAMENTE PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E REPUBLICAÇÃO DESTA OBRA EM OUTROS BLOGS OU SITES. CONTEÚDO RESERVADO COM DIREITOS AUTORIAIS

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 166 estrelas.
Incentive Leon-Medrado a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Leon-MedradoLeon-MedradoContos: 310Seguidores: 782Seguindo: 181Mensagem Um escritor que escreve contos por prazer, para o prazer, e com prazer.

Comentários

Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Muito bom ! Parabéns pela escrita, pelo envolvimento e pela tesão que desperta

1 0
Foto de perfil genérica

Muito boa a introdução desse, pelo visto vem coisa boa ai.

0 0
Foto de perfil de Leon-Medrado

Amigos leitores - conforme prometido, estou voltando com alguns dos meus contos, agora revisados - para completar as partes que faltavam. Como havia retirado os contos, preciso recuperar um a um, substituir pela versão editada e publicar. Espero assim atender as solicitações. Agradeço aos leitores.

2 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Uau....o que falar.....curioso....Bem que ela podia ter pegado um mais coroa.....Esperei que ela enviasse um vídeo do cara comendo ela....

0 0
Foto de perfil genérica

Cara , seu conto é espetacular, o drama psicológico que tu põe e fantástico....as angústias e incertezas...rs...muito bom , por enquanto mereces nota mil...rs

0 0
Foto de perfil genérica

Sem palavras, esse conto é um verdadeiro achado notq 10 mil

0 0

Listas em que este conto está presente

Idoparam
Os 100 contos mais lidos no tema gay Publicado em 02/06/2024 no blog Editorial