Amor inesperado -Cap 3 fera selvagem

Um conto erótico de Yago
Categoria: Homossexual
Contém 2095 palavras
Data: 24/08/2020 18:19:47

Bom, depois que dei um soco na cara do Eduardo, recebi um também. Só que eu tinha a força de um bezerro e ele de um cavalo selvagem.

Cai no chão e apaguei.

Quando acordei estava sentando e abrir meus olhos com dificuldade.

Olhei para o lado e levei um susto. Ele estava dirigindo tranquilamente e com o som ligado.

Eu tentei abrir a porta da caminhonete mas estava trancada.

Sentir medo dele me bater de novo.

-Se acalma, não vou te bater mais. -Sua voz era calma o que me deixou com mais raiva ainda.

Olhei no espelho do carro e percebi que meu olho estava inchado e vermelho, logo ia ficar roxo.

-Sua vó vai me matar por isso. -Ele deu risada. Filha da puta.

-Cara, Desculpa por ter feito isso. Mas não posso receber um soco e ficar quieto. E falando em soco, você precisa fortalecer mais esses braços, se quiser te ensino.

Se eu pudesse dar outro soco da cara dele sem receber um que me deixava desacordado eu ia dar essa hora.

-Bom chegamos. -Ele saiu da caminhonete com pose de campeão e eu fui atrás.

Entrei na casa e meus avós e me olharam assustado. Além do olho eu estava todo sujo de terra.

Tentei acalmar a respiração.

-Meu filho, o que te aconteceu? Eduardo?

Ele ia começar a falar, mas eu o interrompi.

-Eu cai. -Falei e olhei para o Eduardo que estava bem calmo com toda aquela cena, até se sentou no sofá da sala.

-Você caiu de um penhasco? -Meu avô falou e foi mais perto para ver a situação.

-Aqui. Coloca nesse olho. -Minha avó me deu uma bolsa de gelo.

-Vou tomar banho. -Sair dali e comecei a subir a escada, porém meu avô me chama.

-E a faculdade? Conseguiu se matricular?

-Pergunta para o "Edu". -Virei de costa e fui para meu quarto.

Não estava afim de falar com mais ninguém. Tinha que dar um jeito de pagar aquele otario. Não queria dever favores a ele.

Tomei meu banho e depois voltei para meu quarto. Deitei na cama frustrado com tudo que aconteceu.

Escuto alguém bater na porta e mando entrar, se fosse o Eduardo eu iria pegar a cadeira que tinha aqui e dar na cabeça dele.

Mas era meu avô. Ele entrou e se sentou na cadeira que seria a arma do crime.

-Ainda não conversamos. -Meu avô era uma pessoa muita simpática, era baixinho e gordinho. Tinha os cabelos todos brancos. Sempre gostei dele. Meu pai me contava das aventuras dos meu avô para mim quando eu era criança. Eu o achava o máximo.

Uma vez ele me contou que meu avô era o melhor laçador da região, que uma vez ele estava andando de cavalo e apareceu uma onça. A onça assustou o cavalo e ele caiu. Ficou de cara a cara com aquela fera selvagem mas ele não tinha arma. Somente um laço, e foi assim que ele conseguiu laça a onça e ainda amarrou suas patas igual se faz com os coitados dos bezerros.

Claro, agora já adulto acredito que seja mentiras. Histórias de um velho querendo assustar as crianças. Só que na época era muito divertido ouvir isso.

Tentei manter a calma com ele. Era o mínimo que eu podia fazer.

-Eu sei que você não caiu, o Edu me contou o que aconteceu.

-Não foi nada. -Eu tirei a bolsa de gelo do olho e depois me sentei na cama.

-Ele é um rapaz gente boa, só é estourado igual um touro bravo. Porém ele me disse que você que deu o primeiro soco.

-O senhor quer que eu peça desculpa para ele? -Eu perguntei já ficando nervoso.

-Não. Mas ele não me contou o motivo dessa briga. Talvez você possa me contar. Ele pediu para você dizer.

Covarde.

-Vô, eu preciso que o senhor me empreste o carro para eu ir no banco, tenho que sacar um dinheiro. -Eu tinha carteira de motorista, foi uma luta para tirar, mas meu padrasto achou melhor por que aí eu podia buscar ele nos bares se estivesse muito bebado, conveniente para ele.

-Têm? Posso saber por quê? Precisa de dinheiro? eu te dou.

-Não, é o seguinte. Eu não conseguir transferir minha bolsa e para eu poder estudar esse semestre eu teria que pagar. Mas o intrometido do Eduardo foi lá e pagou. Só que é muito dinheiro e eu não tinha na hora. E meu pai me deixou uma quantia no banco se tivesse alguma emergência. O meu padrasto nunca conseguiu tirar por que só eu podia e ele nem sabia desse dinheiro.

Lembro que ele sempre pegava a pensão que eu ganhava do meu pai ser falecido e usava para jogos e bebida, e até suspeitava que comprava drogas também. E a minha mãe tinha que trabalhar igual uma doida para nós sustentar.

-Yago. O Edu só fez uma boa ação. Não precisava tratar ele assim. -Meu avô tentou amenizar a situação.

-Ele nem me conhece, por que ele acha que deve fazer isso?

-Se ele tem dinheiro e você não tinha na hora, por que não te emprestar?

-Estou falando de muito dinheiro, ele deve ter pegado toda a economia que ele tem.

-Não.

-Então se ele tem tanto dinheiro por que vive aqui de empregado?

-Ele não é meu empregado, criança. Ele é meu patrão.

-Seu patrão? Não, a fazenda sempre foi sua. É de gerações. -Me lembrei das histórias do meu pai, que essa fazenda sempre foi da família. Desde da época do meu tataravô.

Meu avô respirou fundo e começou a contar a história, só que essa parecia ser verdadeira.

-Depois que seu pai morreu eu e sua avó ficamos muito mal. Tivemos um ano péssimo de colheita e tivemos que vender a metade do rebanho para pagar o prejuízo. Ficamos quebrado, sem nenhum custão.

Foi aí que conhecemos o Elisario, pai do Eduardo. Ele veio da cidade grande querendo investir no interior, e vendemos a nossa propriedade para ele. Mas o Elisario, era um homem muito bom e não queria deixar a gente na rua. Então me ofereceu emprego. Eu podia ficar com a casa e o que eu colhesse ou tirasse de leite era meu.

O Eduardo sempre gostou do sítio, ele amava andar de cavalo. Vinha todo final de semana aqui. Mas a mãe dele morreu, e o Elisario mudou, se afastou de todo mundo, inclusive do próprio filho.

Entao Eduardo começou a vim mais para fazenda e até se matriculou na escola da cidade. E depois que fez 18 anos conseguiu construir a casinha dele mesmo pedido para morar aqui nessa casa, é grande. Mas ele queria seu espaço.

E ele vive assim. Desistiu da vida da cidade e dos seus luxos para viver com a gente no interior.

Era meio inacreditável isso. Mas não duvidava que aquele cabeça de vento fosse capaz de fazer isso mesmo.

-Então meu neto, se ele te emprestou esse dinheiro, aceita. Vamos dar um jeito de pagar ele com o tempo. Eu te ajudo.

Tadinho do meu avô.

-Não vô, é minha responsabilidade. Eu que devo pagar ele. -Eu me levantei e pedi bença para ele e sair do quarto.

Ia resolver isso agora.

Passei pela minha vó e nem falei com ela, fui direto para a casa do Eduardo que ficava do outro lado do celeiro.

No caminho um cachorro começa a latir para mim, mando ele sair de perto, só que não adiantou.

-Sai. -Eu fiquei com medo dessa criatura. Era enorme, não tinha visto ele ainda. Parecia uma cruza de pitbull com demônio.

Ele estava entre o celeiro e a casa do Eduardo. E para eu chegar lá precisava passar por essa fera.

-Seja bonzinho que mais tarde te trago um osso. -Falei tentando ser amigável, mas ele ficou ainda mais bravo.

O cachorro rosnava e mostrava seus dentes, a baba corria dos seus lábios, parecia está com sede de sangue.

Não sabia o que fazer, quando criança meu avô me disse para nunca correr de um animal, principalmente cachorro. Eu tentei ficar parado e o monstro me queria, eu sabia disso.

-Ei, cachorro bonzinho, deixa eu passar? -Tentei pegar um graveto que estava no chão e foi uma péssima ideia, ele chegou mais perto ainda.

-Spak, vem aqui, não compensa comer carne de segunda. -Alguém gritou com a fera e ele foi até quem o chamou rebolando o rabo igual uma vadia.

-Não sabia que cachorros são idênticos aos donos. -Falei quando o Eduardo chegou mais perto. O tal do Spak nem parecia mais o demônio que estava pronto para me atacar.

-São iguais sim, não gostamos de alguns tipo de pessoas também. -Aquilo foi para me atacar.

-E carne de segunda é você. -Lembrei do que ele falou para o cachorro.

-Pode prender essa fera aí? Preciso conversar com você.

-Ele é um cachorro de vida selvagem, não se dar bem com correntes, pode ficar tranquilo ele me obedece. -Foi nessa hora que reparei uma coisa.

Ele estava sem camisa e de calça bem aperta com uma fivela enorme. Usava botas de cano alto. Te falar uma coisa, aquele ali era um exemplar legal. Seu peitoral desenhava certinho no seu corpo, sua barriga era trincada, e tinha pouco pelos, mas o suficiente para preencher uma linha do umbigo até a ... bom voltando.

-Diga o que você quer? -Ele foi rude comigo. Nada além do normal.

Ainda estava desconfortável com o cachorro, tentei não ficar olhando muito.

-Sério? Meu Deus. -Ele pegou o Spak e levou até o cercado que ficava em volta da casa dele e o deixou lá. Ele começou a chorar e Eduardo mandou ele ficar quieto. Então o spak se deitou e colocou as patas para frente. Me deu até uma pena do cachorro, mas lembrei que minutos atrás eu seria a comida dele.

-Eu queria falar contigo.

-Já está falando. -Ele parecia está com tédio.

-Eu tenho que te pagar o dinheiro da faculdade, e... -Ele me cortou.

-De novo essa história, tenho coisa melhor para fazer. -Eduardo se virou para ir e eu o chamei.

-Deixa por favor eu terminar de falar?

Ele se virou para mim de novo e esperou com os braços cruzados. Nessa hora seus bíceps se intensificaram e pude notar com perfeição sua tatuagem, que na realidade não era uma tribal e sim um tipo de pássaro. Parecia uma fênix, mas era mais obscura. Tinha um pedaço de assa que começava no seu braço e ia até o cotovelo, depois o corpo do animal pegava toda as costas dele com o bico que parecia se deitar no seu ombro. A outra assa pegava sua cintura. E eu me foquei demais naquilo e tentei disfarçar mas pela sua cara ele percebeu que eu estava interessado na sua tatuagem.

-Cara, sério mesmo estou sem tempo. Fala.

-Eduardo, eu quero que você me der um emprego para eu poder te pagar esse dinheiro.

-Emprego? Mas eu não sou um empregado aproveitador? -Fiquei vermelho de vergonha em lembrar de tudo que eu falei para ele.

Fiquei até sem voz e queria mesmo sair correndo.

-Me desculpa eu não sabia. -Falei e abaixei a cabeça de vergonha.

-Não sabia o que? Que eu era dono da fazenda? Que sou rico? Então se eu não fosse o dono você iria me tratar como um empregado e ser melhor que eu?

Ele tinha razão e eu me sentir um lixo humano por julgar alguém sem conhecer.

-É o seguinte, eu não iria te cobrar esse dinheiro, mas você tem razão, você precisa me pagar. Mas o que um playbozinho da cidade grande entende sobre fazenda?

Nessa hora ele também estava me julgando, mas eu entendi que era mais para me atacar ou se vingar.

-Eu posso aprender.

-Sim você pode e vai, amanhã cedo você começa.

-Mas amanhã é sábado?

-Eu não sabia que a fazenda tinha finais de semana de folga? Será que as vacas vão para praia tomar um banho de sol de biquíni? -Sentir vontade de rir de imaginar a cena, mas me segurei e apenas confirmei com a cabeça.

-Então até amanhã.

-E mais uma coisa, você não vai contar nada aos seus avós que você vai trabalhar para pagar essa conta.

-Por que? -Fiquei curioso.

-Por que, se você contar está demitido e terá que pagar o valor integral. -Eu fiquei curioso do motivo dele querer esconder isso. Mas tudo bem. Dei de ombro.

-Obrigado, boa noite patrão.

Continua....

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Comentários

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Muito bom, muito bom mesmo. Cada vez mais intetessante e intrigante. Aguardando a continuação.

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Ainda não gosto do Eduardo... gente babaca (ainda mais homofóbica) tem q tomar umas surras pra aprender

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