Deixava o fluxo fazer o trabalho. Antes, preferia terminar com os dedos, ou com a mão espalmada sobre toda a vulva, para cima e para baixo, com toques sutis no clitóris. Mas a experiência mostrou: posicionada corretamente, a pressão da água quente era muito mais eficiente usada do início ao fim.
Ficando com um cara novo. Aquele magro e fofo. Sentiu uma vibração. Ia ser por aí. Alguma coisa elétrica nascia no centro de seu corpo. Havia namorado antes. Não tinha valido a pena; uma forçação de barra. Hum. Agora, está perfeito. Parte pega nos lábios, uma parte invade, uma parte resvala no clitóris. E é quente. O quadril se reposiciona. A mão dele pegando de leve em sua cintura ao cumprimentar. O perfume de homem. Quisera acariciar seus cabelos… Enquanto ele pegava seu seio, o bico duro entre seus dedos. Ia gozar; um fio de vibração, de consonância, passava a atravessar, a aquecer seu corpo, e vinham espasmos. Sabia que ia gozar com intensidade. O quadril sobe, e seu sexo quer gozar mas é a água quem manda.
Resiste. A mão esquerda sob o corpo, como que presa, retida pelo peso jovem e enxuto, quer ajudar, alcançar o sexo. Mas precisa ficar ali, é o jogo, mesmo que puxe um pouco a nádega e deixe um dedo, de leve, quase sem querer.
Algo a atravessa, completa, conclui e resume aquela miscelânea de sensações. É uma coisa só, e é ela, só ela, em êxtase, agitando-se assim que a água a leva ao extremo. O fluxo se mantém, posicionado em precisão absoluta – a única ação consciente. Os bicos duros quase doem, tudo é sentido. O contraste da brisa, pelo vitrô, completa o orgasmo, enquanto os dedos dos pés se contraem.
Vem a paz.
Aproveitaram uma oportunidade e estavam os dois, em poucos dias, juntos na casa dela.
"Que hora eles voltam?"
"Fica frio. Vamos para a banheira."
"Como é?"
Novidade para ele. Amassos no banheiro. Ela toma distância, tira a blusa e o jeans justo.
"Tira a roupa e entra ali."
"Assim sem água?"
Costas na louça fria. O pênis jovem, em riste, não vacila. Que vai acontecer? Escorre o líquido incolor.
De frente para ele, a garota aciona o chuveirinho. Mira mais ou menos, e o calor reconforta e logo estimula. Ela vai pegando o jeito, o colo livre dos cabelos, presos para trás. Um lábio cor de rosa é mordido. Expectativa. Olhos grandes observam o falo que enrijece e pulsa. Ele já entendeu.
O jato de água oscila em onda, acaricia desde o escroto e sobe por um fio, sensível até a cabeça. Então desce e sobre de novo sobre a estrutura, dura como nunca. A contração é iminente, e mais um olhar lascivo daquela ninfa desencadeia o orgasmo. Um sátiro se contorce, a água não cessa. As mãos não podem chegar ao membro, é a regra do jogo, e então encontram os pés virgens dela, que repousam próximos.
A garota acompanha os jatos de leite acumulado, uma, duas, três vezes, mais. Projetam-se alto e vêm cair sobre suas pernas, suas coxas. A calcinha, úmida, cobre o novo objeto de sua atenção.
Ele mal retoma o fôlego.
"Vá se vestir e me espere lá embaixo."