Nenhuma nudez será castigada, censurada ou reprimida, seja na arte ou na vida degenerada. Manifesto uma ruptura com a arte clássica, em respeito às tradições inauguro no tempo certo outra fase em favor de uma arte renovada. Os movimentos intelectuais periodicamente se transformam, a práxis da vida nos fornecem novos problemas, novos objetos e novas metodologias. Rumamos para um eterno exercício de construir um anedotário sexual rico de fabulas, causos de todos os tipos e muita imaginação e carinho com as palavras, sem qualquer compromisso com a verdade. Nada é tão belo que resista ao tempo. A arte se renova, a arte se degenera. Só há uma certeza que o clássico caminha para o esquecimento, cuja pitoresca nudez desaparecerá nos fundos de reserva.
A arte transformada desencanta a realidade usando traços, letras e outras sensibilidades para revelar o impossível, se disfarça de censor, censurando a verdade. Manifesto minha vontade de que todos nós temos mais é que viver nossas oportunidades de erotização da vida normal, tirar proveito das situações cotidianas bem particulares para gozar sem se preocupar com os desapontamentos de gente careta, cujos costumes se pautam no tradicionalismo imbecil. Temos mesmo é que achar prazer em exibirmos nossos sexos, nos mostrar o pau duro ou arreganhar a buceta para todo mundo, vamos desobedecer a ordem e posar pelados nas vias públicas, uma espécie de manifesto pacífico contra o mundo retrogrado.
Vamos produzir uma nova arte degenerada dos nossos desejos libidinosos, a vontade soberana de ser pervertido num tempo de retrocessos, onde ser bicha é doença e amar o próximo é um pecado. Manifesto também do amor livre, aos encontros oportunos sexualmente interessantes, sigo a contracultura como ideal humanístico por não aceitar que o mundo seja conforme os covardes desejam, saúdo da expressão de liberdade e vontade de transgredir, pois a consciência e a verdade são revolucionárias. Vamos ter experiências originais, ser sinceros aos nossos sentimentos, nos entregando aos momentos sem qualquer pudor ou vergonha de ser genuíno quanto ao que se quer. Não se reprima pela falta de sensibilidade alheia, pela frigidez de pessoas que nada sabem das gostosuras libertinas. Não dê importância aos julgamentos sem sentido, pois quem sente tesão sente a vida correndo nas veias, pulsa de vontade, vibra de desejo e honestamente goza!