I
Ela estava quase inerte no sofá de sua casa, satisfeita, com um sorriso ainda nos lábios e aquele utensílio que tanto utilizou naquela noite quase caindo de sua mão. A tarde havia sido proveitosa e inesperada.
Eu estava extenuado, no chão, logo abaixo dela e com o corpo arrasado, mas completamente embriagado de prazer. O cheiro forte persistia em volta da minha boca, o que me fez sorrir. Pensei se terá sido esta uma experiência como aquela descrita por Glauco Matoso em sua releitura do obscuro romance de José de Alencar, uma sessão didascálica, como parte do processo propedêutico. Bem possível por tudo o que havia ocorrido, pela experiência, destreza e prazer demonstrados por ela. Se for, terei provavelmente passado com louvor. Ou terá sido somente aquela vez e nunca mais?
Fechei os olhos e não sei bem se desmaiei ou dormi. Acho que não era um sonho, mas uma relaxante revisão da minha vida, passo a passo até chegar a esse clímax.
II
Leandro Cordeiro era não mais que um menino, pequeno, magro, porém vivo e ativo como ninguém. Todos prestavam atenção naquele moleque, quer por suas bonitas feições, quer por seus longos cabelos negros, ou apenas por seu comportamento irrequieto. Na casa de campo com a família, mesmo após o almoço, nada o segurava. Árvores eram escaladas, bolas chutadas, longos gramados corridos. Certa vez, uma prima de sua mãe estava entre eles com seu recente marido. Ela não deveria ter mais do que 18 anos, mas já demonstrava forte personalidade e inteligência. O pequeno Leandro, mal a percebia até que, aquele que seria o fato mais marcante fato de sua vida, que mudaria completamente sua história, seu gosto, sua personalidade, aconteceu.
Eram pouco mais de 3 horas da tarde, quando alguns adultos bebiam seus cafés à varanda, outros haviam se recolhido para um merecido descanso. O menino irrequieto procurava algo a fazer, pois o resto dos irmãos, primos e amigos também repousavam em outro canto. A casa era grande, com talvez oito ou dez quartos, grades em cada janela e um grande rodapé de pedras rodeando-a toda. A brincadeira passara a ser contornar toda a casa, apoiado nesse rodapé, se equilibrando ou segurando-se nas grades das janelas. Eis que estava Leandro tendo êxito até que passou pela janela do quarto da jovem. A janela de madeira estava entreaberta e estranhos e abafados ruídos de dentro do quarto podiam ser percebidos pelo menino. A curiosidade falou mais alto e, cautelosamente para não ser flagrado, conseguiu enxergar pela fresta o que acontecia.
A jovem Angélica estava deitada com a mesma roupa que vestia no almoço, olhava com um olhar de desdém para o que ocorria no pé da cama. Seu marido, um rapaz pequeno, de olhar triste, lambia e beijava as solas dos pés da esposa com sofreguidão. Nenhuma palavra era dita, mas era evidente a vontade e o prazer que ele sentia em passar a língua pela sola daquele pé. Leandro não conseguiu esquecer aquela imagem jamais. Ainda que não entendesse o que acontecia, sentiu algo inexplicável, uma sensação que nunca havia experimentado. Não que ele não já tivesse reparado em algumas meninas, amigas do colégio, primas ou mesmo na rua. Mas aquela sensação era única. Ficou mais alguns segundos como se tentasse entender e reparar em detalhes da cena. Mas acabou esbarrando na janela e os dois jovens olharam em sua direção. Ele pulos de volta para o chão e se pôs a correr. De volta à sua casa, no mesmo terreno da casa maior, se refugiou em seu quarto.
A cena não fugia de sua cabeça. Deitado, quieto e imóvel, de barriga para baixo, como se dormisse refez em memória o que acabara de ver. Um homem sem que fosse obrigado, ao contrário, parecia gostar muito do que fazia. Beijava sofregamente uma parte do corpo da mulher que ele nunca havia prestado atenção. Mas isso mudou. Naquele breve instante, o menino reparou nos detalhes do objeto de atenção do rapaz. Não se podia dizer que eram pés pequenos pois, para o menino de seis anos, a comparação não era correta. Mas eram de um formato único. Incrivelmente proporcionais. Calcanhares carnudos, que pareciam tenros. Uns arcos pronunciados quase que exageradamente. Ligeiramente largos, sem ossos, tendões ou veias aparentes em demasia. Dedos perfeitos. Nenhuma calosidade, os quatro menores perfazendo uma linha crescente, com unhas largas mas sem exagero. E o dedão era de formato único. Havia uma curvatura para cima muito mais acentuada que o normal, unhas mantida ligeiramente longas para manter a proporcionalidade pelo fato de também serem largos. Unhas essas pintadas perfeitamente de vermelho bem escuro, quase vinho, dando aos pés uma aparência ainda mais agressiva.
Essa era a característica principal. Geralmente se exemplifica os pés femininos como pequenos e delicados. Esse ideal de beleza passava longe destas maravilhas. Ainda que pequenos (no futuro ele verificou que eram de número 36), não se podia dizer que eram delicados. A forma do dedo maior, a curva para cima, como um tamanco holandês, e as unhas mantidas longas, davam um aspecto agressivo, dominador aos pés da jovem.
A volúpia que o marido empregava nos beijos e a nítida sensação de desdém e dominação no rosto dela davam arrepios de medo e prazer no menino. Com as mãos, instintivamente pressionado o pênis, a imagem daqueles pés perfeitos, uma nova e incrível sensação se apossou de todo seu corpo. Era o primeiro orgasmo, ainda que sem qualquer traço de sêmen que ainda demoraria outros seis anos a aparecer. Nenhuma outra sensação fora tão intensa e prazerosa como aquela que acabara de ter. Sua vida mudou.
III
Sua infância passou a ser marcada predominantemente, por ansiedade em voltar a encontrar com Angélica. Sempre que ocorria, tentava aproveitar de sua condição de criança e se postar perto dela, no chão, para poder admirar e, quem sabe, aproveitar uma oportunidade qualquer de tocar naqueles objetos de desejo. Sua total falta de noção do que aquilo significava, o tornara tímido diante daquela perfeição e procurava esconder qualquer intenção do que sonhava.
Seu interesse pelas meninas passou a ficar mais claro, e sempre procurando oportunidades de verificar se tinham pés a altura dos de Angélica. Passou a notar os diferentes formatos, grandes pés chatos, pequenos e delicados como de um anjo. Pés gordos e maltratados e magros e ossudos. Pés sujos, descalços ou recém-saídos de todos os tipos de sapatos ou ainda expostos em sandálias.
Seu olhar pelas ruas procurava por alguém que pudesse ter os pés lindos como de sua prima, e conheceu toda a sorte de sapatos.
Sua imaginação diária era poder sentir em sua boca a pele macia daqueles pés maravilhosos. Que cheiro teriam? Qual seria a sensação de tocá-los? Qual seria a reação dela ao perceber o interesse dele?
Nos encontros mais frequentes com a família de Angélica, podia perceber as atitudes e a personalidade de Angélica. Mesmo ainda jovem, monopolizava as atenções, não muito por sua beleza física, mas por sua inteligência, carisma e determinação. Leandrinho cansou de ouvir que até mesmo o pai de Angélica a temia. Logo depois, após o nascimento do primeiro filho dela, seu humor sempre alterado e temperamento se tornaram mais evidentes. O ainda pequeno Leandrinho passou a temer ainda mais ser descoberto se entregando à paixão por aqueles pés idolatrados, quando viu pela primeira vez a jovem dar umas palmadas em seu filho após uma birra. Leandrinho imaginou que teria o mesmo fim, caso ela percebesse o olhar cada vez mais fixo dele nos pés de sua prima distante.
A segunda vez que presenciou uma situação dessas ocorreu poucos anos depois e, dessa vez, a surra foi mais contundente, com o marido tentando apartar e Angélica claramente ordenando que se afastasse. Pensou ter ouvido algo como uma ameaça caso o marido não fizesse o que havia mandado.
Seu medo, aos poucos, de que fosse surpreendido, desmascarado e pior, castigado, passa a diminuir dando espaço para uma vontade suprema de cheirar e lamber aqueles pés, ainda que isso pudesse ter um preço dolorido. Mas não seria ainda nessa fase que ele teria uma chance de beijar um pé. A ideia de ser castigado por isso aos poucos passava a ser considerada como um custo a ser pago para ter seu sonho realizado. Essa ideia recorrente vai se enraizando na cabeça do menino como inevitável e, quem sabe, até mesmo suportável.
IV
A adolescência chegava e, com ela, hormônios que somente aumentavam a ansiedade daquele jovem. Continuava sonhando em beijar aqueles pés maravilhosos, seus dedos perfeitos, mas em seus prazeres noturnos, passava a sonhar em vários outras donas de pés bonitos.
Qual foi a sua surpresa quando, após o culto podófilo daquela noite, sentiu que algo saía de seu pênis após aquela sensação maravilhosa. Depois de cerca de seis anos tendo orgasmos, gozava efetivamente pela primeira vez, o que lhe trouxe alguns inconvenientes. Como poderia fazer sem que se percebesse, se algo úmido o denunciasse?
Sua prima de segundo grau era vista menos frequentemente mas, toda a qualquer vez que a encontrava, como se soubesse o quanto seus pés eram maravilhosos, calçava sandálias de todas as alturas. Quando muito altas, chegava a ficar mais alta que o marido e isso só amplificava a sensação de dominação. Leandro já não escondia muito seu interesse e fitava por longo tempo os pés sempre tratados como se pedicure, lixas e cremes fossem utilizadas diariamente.
A notícia que ela moraria fora do país o entristeceu tremendamente. Aquelas solas estariam ainda mais distantes de seu olhar, olfato e tato. Ainda antes de ela viajar, numa última viagem à casa de campo onde tudo começou, Leandro, já um rapaz de 15 anos, pôde realizar uma pequena parte de seu sonho.
Ele, então, avistou como talvez uma última oportunidade de ao menos ter uma foto de recordação daqueles objetos de adoração e, com sua máquina em punho durante todo o da, tirou várias fotos aleatoriamente (ou fingiu que tirava fotos ao redor da casa) e chegou a uma posição privilegiada, por trás de Angélica e, com sua poderosa teleobjetiva, tirou algumas fotos em close daqueles incríveis pés. Ela provavelmente percebeu, mas fingiu não se importar, talvez sabendo do efeito mágico que seus pés impõem aos homens. Talvez não fosse a primeira vez, quem sabe.
Um dia, quando boa parte dos adultos saíram às compras, percebeu um par de tênis que sua deusa havia usado pela manhã em passeio por volta da lagoa. Ao lado desse par, outro de sandálias havaianas amarelas bastante usadas por ela a ponto de deixar marcas do formato incrivelmente perfeito de seus pés, não de sujeira, pois nunca a vira descalça, mas simplesmente de uso.
Sem hesitar, pegou um pé do tênis e o levou ao nariz e inspirou o máximo possível para registrar na memória olfativa aquele cheiro. Não era propriamente um chulé, mas um cheiro de suor, forte, ligeiramente azedo, impressionantemente maravilhoso. Percebendo o volume óbvio em sua calça, foi até o banheiro de posse daquela peça e experimentou um dos mais fortes orgasmos de sua vida. Seu coração batia forte e descompassadamente, com uma mistura de prazer e medo de ser pego. Ao sair do banheiro em direção ao quarto de Angélica para devolver o mais rápido possível o tênis, se viu ainda sozinho e o par de sandálias de dedo repousadas. Pensando que elas seriam menos valorizadas caso percebessem sua falta, tomou em suas mãos, pôs dentro de um envelope pardo que estava em cima da cômoda e saiu em disparada para sua casa de posse do prêmio.
Essas sandálias foram parte integrante nos meses subsequentes de seus rituais onanísticos, que suavizaram um pouco a saudade causada pela distância após a viagem de Angélica e família para a Inglaterra. Ainda que não tivessem um cheiro propriamente dito, a lembrança daquelas perfeições as usando e o formato, sobretudo de seus dedões, na palmilha o deixavam louco e excitado. Não foram poucas as vezes que repetiu a estória na cabeça, imaginando ter sido pego fazendo exatamente aquilo por Angélica e sendo punido da mesma forma que viu seu filho ser, porém com muito mais vigor. O gozo vinha rápido enquanto que lambia as sandálias ensandecidamente. Uma, duas e até mesmo três vezes no mesmo dia, caso a oportunidade se apresentasse para que ninguém o surpreendesse. Mas ainda não teve nenhum pé de verdade perto de seus lábios.
Alguns pequenos flertes com meninas, que não seguiram ao ponto de conseguir convencê-las a deixar tocar em seus pés e realizar parte de seu sonho. Ainda pensando ser a única pessoa no mundo a sentir isso e imaginando ser algo errado, não tinha a coragem de evoluir muito nas investidas. Mas isso mudaria radicalmente em breve.
V
Leandro, já com 16 anos, conheceu uma menina que morava perto dele. Luciana era alourada, alta para uma garota de 15 anos e tinha belos pés, tamanho 37. Os dedos lembravam os da sua deusa, ainda que sem a mesma curvatura e aparência agressiva. Os arcos realmente evidentes só traziam ainda mais ansiedade em Leandro em tocá-los. O namoro começou devagar e foi evoluindo. A primeira vez que mencionou os pés dela, ela não se surpreendeu claramente. Esperto que era, não declarou um amor fetichista de cara, procurando cercar a questão quase como romântica. Às vésperas de uma pequena viagem que ela faria com os pais, o rapaz disse que teria saudades dela dos pés à cabeça e sapecou um beijo ardente nos pés calçados em bela sandália de couro. Ela parecia ter gostado e ele teve a coragem, sobretudo depois da primeira reação, de pedir que ela deixasse aquelas sandálias com ele para matar as saudades enquanto ela viajasse. O que foi prontamente atendido. Durante aqueles dias ele pôde saborear as sandálias suadas de Luciana, lembrando-se da primeira vez que sentiu um par de pés em sua boca. Ele havia beijado apenas o peito do pé esquerdo e parte do seu dedão, mas a sensação era maravilhosa. E o cheiro de couro intoxicante e delicioso. Nos dias seguintes, ele obteve orgasmos intensos ao sentir novamente o cheiro das sandálias, imaginando a sola daqueles belos pés em sua boca, sola que havia permanecido naquele par sem dúvida por muito tempo tal era a marca deixada no perfeito formato impresso dentro dela. Ele até se esqueceu por um tempo dos pés de sua deusa.
O namoro seguiu firme e a confiança e desejo pelos pés de sua Luciana aumentava. A primeira de centenas de vezes que lambeu cada dedo e sola de seus pés foi, uma vez mais, inesquecível. Cheiros inebriantes de couro, de suor misturado à palmilha de tênis surrados, sapatos de todos os tipos, fizeram com o já quase adulto Leandro se tornasse um expert na arte de cuidar, beijar e lamber os pés de sua namorada. Junto com esse tratamento, a resposta foi sempre positiva, sem encarar a paixão dele por seus pés como algo ruim, negativo. O carinho que ele demonstrava pelos pés também era dispensado ao resto do corpo de Luciana e o amor entre ambos aumentava.
VI
Leandro havia descoberto que não era o único apaixonado por pés femininos.
A descoberta de um livro trouxe a ele a lembrança de sua prima de 2º grau que, mesmo distante, ainda inspirava em Leandro desejos infindáveis. Sonhava ainda em ser castigado fortemente por sentir uma luxúria extrema em relação aos pés dela. Ainda que tivesse ampla liberdade para tocar no assunto de podofilia com Luciana, ele não sabia qual seria a reação com a questão de submissão e punição física como parte de suas fantasias. O livro era francês e descrevia minuciosamente cenas de filmes com temática sado masoquista. Diversos exemplos e fotos mostrando situações típicas de cada variante de S&M. Leandro se tornava um teórico sem prática. Não querendo utilizar de serviços profissionais para atingir seu objetivo, resolveu mostrar o livro a Luciana.
Para surpresa de Leandro, ela se interessou e até mesmo concordou em praticar algumas das citações em Leandro como uma fantasia. A sensação de submissão diante de Luciana era maravilhosa. Ainda que ela conduzisse sem muita fluência e as palmadas e cintadas fossem mais um teatro do que um verdadeiro castigo, Leandro sentiu o que poderia ser realmente caso houvesse uma oportunidade com Angélica. A dor, desde associada ao tesão era quase que anestesiante. O prazer sentido ao ser surrado enquanto lambia os pés de sua já noiva eram de uma força e intensidade extremas. Mas ele sabia que, se fosse algo real, as marcas sutis em sua pele não seriam mais sutis e a dor que sentiu poderia ser mais intensa que ele imaginou suportar e o prazer imaginado fosse diminuído em função da priorização de sua mente em aplacar a dor.
Do noivado ao casamento, e uma nova etapa de sua vida ao lado de uma dona de pés lindos.
VII
Sua coleção de livros relacionados à temática sado masoquista e à podolatria aumentava. Ao mesmo tempo que aumentava o ciúmes de Luciana, não por outras mulheres, mas por outros pés. Nem mesmo um outdoor que mostrasse uma modelo descalça era motivo de discussão caso Leandro os fitasse.
Assim, a relação foi se deteriorando e pouco mais de 2 anos depois, estavam se separando.
Leandro imaginou que nunca mais teria uma mulher que compartilhasse de suas fantasias, respeitasse e até mesmo participasse de suas ideias e desejos. Como estava errado!
O período seguinte de sua vida foi profícuo. Muitas mulheres de todos os tipos e pés de todos os tipos. Os anos que se manteve no relacionamento com Luciana o abstiveram da incrível diversidade de formas, cores e odores. Estava em parte feliz, pois estava conhecendo a vida em sua plenitude de opções. Sem receios. Seu conhecimento por intermédio de livros e sites aumentava exponencialmente. Sabia que a podofilia ou podolatria era o mais comum dos fetiches. Mas não encontrou um verdadeiro amor que o complementasse e o compreendesse por completo. E seu desejo pelos pés de sua prima distante não se esvaiu.
Uma oportunidade apareceu quando viajou para a Inglaterra e se hospedou na casa de Angélica. Ela já tinha pouco mais de 35 anos e continuava uma bela mulher. Sua personalidade característica continuava a sobressair e, claro, seus pés continuavam impecáveis. Duas ocasiões pôde Leandro chegar mais perto de seu sonho.
Na primeira, após voltarem de um supermercado em dia especialmente quente e tendo admirado a sandália baixa de couro nos pés lindos de Angélica por toda a manhã, entrando em casa, uma abelha adentrou junto com eles. Ao grito de Angélica o mandando ir atrás da abelha, ele pede algo para matá-la e ela, prontamente tira sua sandália e, com um sorriso sarcástico nos lábios, entregou-a a Leandro. Este, meio que tonto e surpreso, tomou a sandália e seguiu atrás da abelha. Na verdade, Leandro pensou rápido e foi para um lugar onde sua prima não pudesse enxergar o que queria fazer. Afastando-se e certificando-se que ela não poderia vê-lo, ele tomou a sandália ainda quente e levou ao nariz, inalando o perfume intenso e beijando e lambendo onde os pés venerados de sua deusa estavam até há pouco. Quando sua excitação não poderia mais ser disfarçada, assim como a justificativa para manter a sandália em suas mãos, voltou em direção à cozinha, onde Angélica estava. Com a sandália ainda em sua posse, ele viu Angélica se aproximar e perguntar se havia conseguido matar a abelha. Com a negativa de Leandro, ela o fitou por mais alguns segundos e ironicamente perguntou se ele não iria devolver a sandália. Ainda inebriado com o cheiro maravilhoso que persistia em seu rosto, ele não teve opção a não ser devolvê-la.
Naquela noite, prometeu para si, ele arrumaria um jeito de tomar aquelas sandálias e gozar alucinantemente beijando-as. Para sua sorte, ela e seu marido tinham um jantar e ele ficou em casa, tendo a oportunidade de invadir o quarto dela e tomar o par de sandálias e levar até seu quarto e se deliciar inúmeras vezes.
No dia seguinte, a segunda situação. Angélica perguntou se Leandro não queria assistir um filme na televisão. Foram até a sala onde um comprido sofá fora colocado estranhamente perpendicularmente à televisão. Ela insistiu que ele sentasse mais perto da TV e ofereceu uma almofada para ele deitar, virado para a tela. Ela foi ao extremo oposto, provavelmente em sua posição favorita e também deitou de modo que seus pés ficaram pouco acima da almofada onde Leandro deitara.
O filme era uma comédia de Mel Brooks, intitulado Alta Ansiedade. Em uma cena no meio do filme que uma personagem chicoteia o psiquiatra, Leandro teve a impressão de ter ouvido um gemido ou algo parecido. Sob o pretexto de estar com dor nas costas, Leandro, retirou a almofada e sentou-se enviesadamente, de maneira que podia reparar nas solas dos pés de Angélica a poucos centímetros de onde se sentava.
Mudando novamente de posição, colocando o braço para trás como se o apoiasse no sofá, lentamente foi se aproximando dos pés dela e, em um movimento brusco, tocou em seu calcanhar esquerdo. Como se fosse involuntário, virou-se e fitou as maravilhosas de desejadas solas e olhou para ela se desculpando. Mas ele pode, ainda que por apenas um instante, sentir a maciez e a sensação da pele quente de seu maravilhoso pé. Ela apenas o fitou, superior, como se não estivesse acreditando na óbvia e parca desculpa. Parecia que ela já sabia que ele desejasse seus pés.
E parecia que sabia mesmo. Primeiro porque Leandro já não sentia o receio de antes de ser surpreendido e constantemente lançava olhares na direção de seus pés. E pela reação dela que sempre olhava para onde o olhar dele se virava e começava um pequeno e sutil show, ela própria admirando-os e esticando-os mostrando ao rapaz o incrível arco que seu pé fazia em ponta. Leandro percebeu, mas ainda tinha um certo receio do que poderia vir e até mesmo porque não queria perder a amizade e as oportunidades de admirar os maravilhosos pés dela.
A viagem havia terminado, mas fora proveitosa.
VIII
Leandro, de volta ao país, continuava em sua peregrinação pela noite e pelas ruas à procura da mulher ideal. Aquele que tenha os atributos que ele considera ideais para satisfazer suas fantasias e desejos.
Muitas mulheres passaram por sua vida. Suas experiências com o S&M foram até mesmo internacionais. Revistas e livros sobre podolatria e todos os aspectos do S&M foram, aos poucos, sendo adquiridos e sua vontade de experimentar algumas das práticas só aumentava. Com algumas de suas namoradas um ou outro aspecto era introduzido na relação com o cuidado para não chocar, e sempre como algo para apimentar ou variar o sexo. Como mola central, sua paixão por pés. Cada vez mais, os cheiros dos pés o inebriavam. Sapatos deixados à mostra eram demoradamente estudados e seus diferentes cheiros incrustados em sua memória olfativa. Em um namoro mais longo, que poderia se tornar algo mais, o que poderia determinar justamente isso foi a razão principal do rompimento. Ela não entendia sua fixação por seus pés como algo normal, ainda que ele desse atenção a todo seu corpo. Seus pés eram excepcionalmente lindos. Calçava constantemente um par de tênis que deixava um perfume extremamente inebriante ao nariz de Leandro e o levou a orgasmos intensos. Mas ela realmente não tinha uma mente aberta o suficiente para entender que não era um fetiche, na definição plena da palavra, pois ele podia sentir prazer na mulher como um todo, não apenas na parte, que no caso dele, eram os pés.
Com o fim do relacionamento, sua efusão se esvaiu um pouco e sua vida quase boêmia atrás do mais belo pé que pudesse encontrar, perdia um pouco do afã.
Mas algo aconteceria logo a seguir que mudaria tudo por completo.
IX
A realização de um sonho.
O que procurava Leandro em uma mulher? Ela deveria ser, antes de mais nada, bonita, um belo rosto, um olhar penetrante, era essencial. Para o corpo, em geral, não tinha grandes restrições. Claro que não deveria ser grotesco, mas não era exigente como quanto aos pés e mãos. Claro, os primeiros, especialmente, eram o objeto primordial de adoração. Mãos pois entendia que poderia haver uma relação de beleza entre pés e mãos, ainda que eventualmente essa teoria não se confirmasse. E uma mente aberta e personalidade forte. Leandro não era um submisso padrão, por assim dizer, pois não gostava de ser dominado psicologicamente ou mesmo ter suas vontades colocadas de lado em relação às da mulher amada. Mas, por outro lado, não gostava de mulheres submissas, que não têm suas próprias ideias. Uma bela mulher de personalidade forte, como a de sua deusa, e pés tão parecidos quanto possível aos dela, já bastariam.
Mas o desejo pelos pés de Angélica só aumentava. Sempre que possível, tinha orgasmos imaginando a impossível cena dele como escrava do bel prazer de Angélica, sendo castigado, mas sendo premiado com os pés de sua venerada.
Eis que surgiu uma viagem a trabalho na Europa e ele escreveu para ela perguntando se poderia passar uns dias com ela. Ele respondeu que sim, que seria ótimo, pois estaria sozinha. Seu marido estaria viajando e sua filha, de férias, já estava fora há cerca de um mês.
Um turbilhão de ideias passou por sua cabeça. Ele viajou para a Holanda, sonhando com essa oportunidade única. Deveria ele se declarar um apaixonado por ela? Claro que ele ainda receava ser posto como um devasso, um louco tarado e até mesmo preso. Que sua família e amigos fossem informados de suas investidas, que Angélica, por mais que parecesse que não se importava, ao contrário, até mesmo incentivasse, sempre aparecendo de sapatos abertos, mesmo no frio, quando o encontrava, não encarava com naturalidade e um escândalo se formasse.
Chegando à Inglaterra ao fim de Junho, a temperatura estava agradável, até mesmo quente para os padrões britânicos. Angélica não estava em casa quando chegou e a faxineira abriu a porta e pediu que ele esperasse. Era uma casa que ele ainda não havia estado, pois ela se mudara recentemente. Linda, enorme. Ficou a esperar na sala pela chegada de Angélica que havia saído para a fisioterapia. Ela havia machucado o joelho e fazia um esforço para escapar da operação. Leandro ficou imaginando onde estariam os sapatos dela. Será que no mesmo tipo de armário da outra casa? Se fosse assim, haveria dois armários em seu quarto e maior seria dela.
A empregada pediu se ele poderia esperar no quarto dela, vendo TV, pois teria que passar o aspirador na sala e poderia incomodar. Pronto, seria a oportunidade perfeita para começar o plano de, pelo menos ter acesso aos sapatos de sua deusa.
No quarto, grande, com uma grande porta de acesso ao banheiro, ele viu duas portas na parede ao fundo e imaginou ser do armário de roupas do casal. Receoso que alguém o flagrasse, antes mesmo de ver seus objetos de adoração, decidiu esperar.
Ao chegar, Angélica foi ao seu encontro. Ela estava bem informal, de roupa própria para ginástica. O que chamou, claro, a atenção de Leandro foi o tipo de tênis que usava. Era um Keds branco, bastante usado, sem meia. O suficiente para que Leandro começasse a sentir um movimento por dentro de suas calças. Ele imaginou o cheiro maravilhoso que deveria ter, pois era típico desse tipo de calçado o forte chulé, especialmente após uma sessão de ginástica e, sobretudo, se usado sem meias. Eles se cumprimentaram e ela disse que tomaria um banho rapidamente. Ele perguntou se ela queria que saísse do quarto ele respondeu que ele poderia ficar.
Tirou os Keds, que ficaram displicentemente no chão do outro lado da cama em relação onde Leandro sentava, e sentou à cama para uma conversa rápida, antes do banho. Era quase impossível não perceber que ela fazia propositalmente, pois o cheiro era avassalador e ela olhava para seus pés como se dissesse a ele; “olhe como são lindos!”. O desconforto de Leandro era evidente e a conversa não fluiu.
Ela levantou-se e se retirou para o banho. Leandro se sentiu compelido a ir até os Keds e enfiar nariz e boca procurando sorver todo aquele cheiro e sabor quanto pudesse. Chegou até mesmo a se levantar da poltrona que ainda estava, até porque a ereção não permitiu que ele se levantasse na presença de Angélica. Mas, pensou em todas as consequências e decidiu que seria melhor esperar outra oportunidade. O que se mostrou sábio, pois Angélica, como que adivinhando o que ele poderia fazer, subitamente voltou ao quarto e meio que se decepcionou quando o viu ainda sentado na mesma poltrona e os Keds jogados ainda na mesma posição.
O dia transcorreu normalmente, saíram para compras e, no fim do dia foram a um restaurante para jantar. A dúvida na cabeça de Leandro o torturava. Será que ele deveria se abrir e declarar sua paixão pelos pés, se colocando submissamente ao bel prazer dela em troca de um beijo ardente naqueles dedos inigualáveis? Decidiu que o medo de ser declarado perante a família era maior que sua vontade e que teria nova oportunidade de sentir o cheiro de seus sapatos no dia seguinte, quando ela saísse para nova sessão fisioterápica.
Ao acordar no dia seguinte, apenas verificou se ela já havia saído e correu para o quarto dela. Abriu o armário e viu somente roupas. Ficou matutando onde ela guardaria seus sapatos, que não seriam poucos, pelo que se lembrava da outra peregrinação atrás de seus sapatos na outra casa.
Ao entrar no banheiro, viu uma porta à esquerda e imaginou que deveria ser ali. Abriu-a e se deparou com um closet inteiro para os sapatos de Angélica. Não era muito grande, mas ao acender as luzes, viu as três paredes a sua frente com prateleiras repletas de sapatos, além de outros jogado no chão. Não reparou Leandro, apenas, no compartimento na parede anterior, ao lado da porta, o único com porta.
Procurou pelos Keds e não os achou. Imaginou prontamente que ela deveria os estar calçando. Mas a sensação de estar diante de todos os sapatos dela a sua frente era incrível. Pegou quase que um a um levando-os a sua boca e nariz. Como se fosse uma loja. Separou os que mais o interessaram, colocando-os no chão no meio do closet. Quando satisfeito com a escolha, se sentou ao chão e começou a lamber delicadamente o primeiro. Seu pênis intumescido desde que saiu em direção ao quarto dela, já ansiava para ser liberto. Em momento de quase êxtase, levava sua cabeça em direção ao segundo e ao terceiro par de sapatos escolhidos que pousava, pouco a frente, ficando praticamente de quatro no chão.
Nesse momento, não conseguia enxergar nada além da imagem dos pés de Angélica calçando cada um daqueles sapatos e não consegui ouvir nada além de sua pesada respiração. Com isso, não percebeu que ela chegara e entrava no seu quarto e closet, pegando o primo se deliciando. Com um grito, que quase para o coração de Leandro, ordenou que parasse. Disse que há muito percebera, mas que queria que ele tivesse a coragem de se declarar. Que havia feito tudo para que o fizesse. Mas que ele seria castigado, punido por não ter tido a ousadia de fazê-lo. Sua reação foi impensada, respondendo com uma certa hesitação, que nada aconteceria. Com um riso irônico. Disse que era tudo que ela queria ouvir. Abrindo o compartimento, tomou algo em suas mãos que, contraluz, não percebeu imediatamente do que se tratava. Leandro finalmente percebeu o compartimento e pôde ver toda a sorte de apetrechos que, muitos deles, só havia visto em livros e filme de S&M.
Com um movimento curto de seu braço, uma tira fina de couro desceu até as costas de Leandro que se contorceu em dores. Ela disse que ele faria tudo o que ela quisesse, aguentaria tudo sem muito reclamar e talvez tivesse a sorte de receber, como prêmio, seus pés. Leandro desceu os olhos e viu que ela calçava os Keds que ele tanto desejara.
Começou ordenando que continuasse de quatro e assim seguisse até a sala. Obedeceu e viu ela se dirigir ao compartimento para pegar outros instrumentos. Ao chegar à sala onde Leandro já a esperava ao lado do sofá, mandou que ele se levantasse. Quando viu seu pênis ereto por dentro da calça, soltou uma gargalhada e disse que veria se ficaria assim por muito tempo, pois ele não sabia o que o esperava. E se ajoelhou a sua frente esperando uma ordem daquela ainda linda e sensual mulher. Ela ordenou que ele tirasse toda a roupa o que cumpriu imediatamente.
Ela o fitou com aquele mesmo olhar que ele vira muitos anos antes ela fazer para seu marido e esbofeteou seu rosto repetidas vezes, fazendo-o gritar e tentar impedir. Ela disse que toda a casa era preparada para evitar que os sons vazassem para fora e que, se ele tentasse impedi-la, o castigo seria maior. Ele pensou no prêmio por ela prometido e voltou à posição inicial. Ele o estapeava com uma mão enquanto a outra beliscava seus mamilos. A dor era lancinante, mas ele aguentou o quanto pôde antes de desabar ao chão à sua frente. Com uma espécie de palmatória passou a bater em suas nádegas vigorosamente. O estalo da madeira na sua pele e os gritos contidos de Leandro claramente a excitavam. Quando se deu por satisfeita, largou a palmatória, levantou o rosto de Leandro e deu uma última forte bofetada em seu rosto.
Ela deitou-se no sofá e ordenou que desamarrasse os seus sapatos com os dentes. O pênis começou a pulsar com a proximidade dos seus objetos de adoração e desejo. Removeu o seu Keds do pé direito e enfiou com todo o ardor seu nariz dentro inalando o forte cheiro que exalava. Uma mistura de suor e couro que quase o fez gozar. Tentou beijar seu pé, mas ela se antecipou e furiosamente começou a lhe espancar. Chorando, pediu misericórdia e ela parou. Seu sonho estava quase que totalmente realizado. A poucos centímetros de sua boca, com um cheiro forte e maravilhoso, aquele lindo pé! Rapidamente, ela o afastou de Leandro e disse que ele deveria ser punido por atrever-se a olhar para seus pés e ainda mais por ousar tentar beijá-los. Ele inclinou a cabeça, reverenciando-a e respondeu que estava certa. Ela mesma tirou o outro pé do sapato e ele pôde avistar seu incrível e maravilhoso pé esquerdo que, não sabe por que, achava ainda mais bonito que o direito. Ficou impaciente e implorou por lambê-lo. Ela passou a esfregar seus pés vigorosamente em seu rosto e quando tentou beijá-los, tomou o chicote começou a chicoteá-lo impiedosamente. A dor, a visão e o cheiro o deixavam louco e implorou uma vez mais por gozar lambendo seus pés. Ela concordou desde que ela o surrasse ao mesmo tempo. E assim o fez, quando, apesar da dor intensa, gozou sentindo a pele macia de sua sola em sua língua enquanto suas costas e traseiro se tornavam totalmente vermelhas e doloridas.
Leandro, se recuperando do cansaço e da dor perguntou como tudo começou, quando ela percebera que seus pés exerciam tão forte fascínio e poder de sedução. Ela contou que quando começou a namorar seu marido, ele dizia que gostaria de beijar seus pés, mas ela negava dizendo que achava estranho apesar de, por diversas vezes, tivesse percebido homens com olhos fixos em seus pés na praia ou nas ruas. Por sua forte personalidade, começou a dominá-lo e percebeu o quanto gostava tê-lo sob seu controle. Em pouco tempo, descobriu o prazer que sentia batendo levemente como forma de repreensão. Um dia não resistindo mais, ele beijou ardentemente seus pés. Ficou com muita raiva e o espancou com toda sua força. Ele chorava de dor e ela de prazer. Deste dia em diante, ele somente tocava em seus pés sob sua permissão e ainda assim depois de uma sonora surra. Depois de ouvir tudo isto, respondeu que era exatamente o seu sonho e ela apenas se limitou a sorrir.
Por vários minutos ficou acariciando, cheirando e lambendo seus pés até que seu pênis se ergueu novamente. Vendo seu entusiasmo, ela se levantou e montou ao contrário em suas costas, voltando a dar fortes palmadas em sua bunda enquanto pressionava seu pênis com seu peso e seus pés ficavam pra trás, à altura de seu rosto. Ele dava especial atenção àquele seu dedão que o impressionava por sua curvatura e o deixava alucinado de tesão. A cada palmada, ele e ela gritavam e chegaram ao orgasmo ao mesmo tempo.
Os dois extenuados e satisfeitos adormeceram. Ela no sofá e ele no chão a seu lado. O sonho se realizara.
O resto do curto período foi um novo aprendizado para Leandro, sentindo como seria viver na condição de escravo de sua amada. Não houve sexo, mas horas de prazer e dor que nunca serão esquecidas. Sabia Leandro que aquilo nunca se repetirá, mas guardará na memória e seguirá sua vida à procura de sua companheira ideal sem a mesma ansiedade, mas com a convicção de que teria um olhar diferente para a vida.
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Pouco depois, de volta ao Brasil, eis que Leandro tira a sorte grande de encontrar uma pessoa que havia conhecido há tempos e nunca teve oportunidade de se aproximar realmente. Pietra era uma italiana pouco mais jovem que ele, esguia, de longos cabelos castanhos e grandes e penetrantes olhos verdes. Ele nunca havia visto por completo seus pés. Apenas o calcanhar e uma vez apenas os arcos pronunciados. Mas já tinha reparado na forma perfeita de seus dedos das mãos. Sabia Leandro que não era exatamente uma garantia que seus pés fossem tão belos quantos as mãos, mas era o primeiro passo.
Começaram a se ver mais constantemente e o relacionamento era inevitável. Sua forte personalidade já o cativara completamente. Um doce de pessoa socialmente, era dominadora ao extremo na intimidade, mas não era exatamente afeita às práticas sado masoquistas. A primeira vez que Leandro viu seus pés, ficou encantado. Não tinha mais aquela necessidade de conseguir uma pessoa com os pés tais quais os de Angélica, mas seu padrão de beleza já havia sido estabelecido. Com pequenos toques estéticos, tais como pedir para deixar suas unhas, especialmente as do dedão, mais longas, e pedir esmaltes mais escuros e a lenta introdução do prazer podófilo chegando ao orgasmo apenas lambendo os pés de Pietra, a relação foi se tornando mais forte e, com isso, uma maior chance de Leandro sugerir algo mais próximo de seus desejos.
Numa noite pediu que ela estapeasse sua bunda enquanto se amavam, outro dia que beliscasse seus mamilos enquanto gozasse. Qual foi sua surpresa quando, sem que pedisse, ela já começava a dar palmadas e beliscar seus mamilos durante a relação amorosa.
Dia após dia, o amor por Pietra aumentava, assim como a intimidade e iniciativa nas práticas originalmente sugeridas por ele. Por várias vezes, quando não queria fazer sexo, não precisava de muito tempo, esbofeteando, chicoteando, surrando Leandro para que atingisse o orgasmo.
Leandro amava profundamente Pietra. Como mulher, inteligente, totalmente realizada profissionalmente. Sexualmente, demonstrava a cada dia que compreendia e aceitava e poderia até mesmo gostar de participar das fantasias dele. Uma companheira ideal.
Daí para o casamento, foi um pulo. Leandro estava realizado. Todos os seus sonhos foram realizados.