CONTOS DE SUSPENSE E SEXO!
01 – O PIANISTA
Um tiro rompe o silêncio da madrugada …, uma mulher, pela rua, corre, desesperada; ela está nua a chora convulsivamente …, logo depois …, apenas o silêncio …
Há três coisas que sempre acontecem em uma delegacia de polícia localizada em área nobre às sextas-feiras: a primeira, é um grupo de adolescentes sendo preso por posse de drogas; a segunda, é uma briga de casal que desandou para a violência; e a terceira, é um trouxa afirmando que não sabia que a garota era menor de idade …, mas, esta sexta-feira foi diferente.
Eu e o delegado Freire fomos chamados para uma ocorrência em um prédio luxuoso das imediações; no apartamento, um corpo inerte jazia no chão da sala, alvejado por um tiro a queima-roupa; detida em uma viatura de resgate, uma moça recebia primeiros socorros; além de um ferimento ocasionado pela queda enquanto corria nua pela rua, ela não tinha outros sinais de agressão ou luta corporal.
O cadáver era de Charles Spencer, um pianista renomado, que estava em turnê pelo país; a jovem, cuja alcunha era Natasha, na verdade se chamava Doroteia e era garota de programa; ao ser levada para a delegacia, pedi a uma investigadora minha amiga que me ajudasse no depoimento, já que tive a impressão de que seria algo muito difícil.
Entre choro e lágrimas, Doroteia nos disse que não matara o sujeito; recebera a incumbência de satisfazê-lo e que depois de um sexo morno ela adormeceu, acordando com gritos, ruídos e o estampido do tiro. Ela disse ainda que, ao sair do quarto, viu Charles estirado no chão, com o sangue escorrendo de seu corpo …, e viu também uma mulher saindo pela porta, mas, não era capaz de descrevê-la.
O exame pericial apontou que ela não tinha resíduos de pólvora nas mãos e a arma usada não fora localizada; contei ao delegado que acreditava na história dela, ao que fui acompanhado por minha colega, porém, ele preferiu pedir sua prisão temporária, até que tivéssemos mais elementos de prova; levei-a até a carceragem e antes de adentrar na cela, Doroteia me pediu roupas; disse que em suas coisas retiradas do apartamento da vítima, estava sua bolsa com as chaves de seu apartamento.
Embora fosse um pedido incomum, não vi problemas em atendê-lo; fui até o depósito e retirei as chaves, após autorização do delegado; como ela me dera o endereço, peguei meu carro e fui até lá; assim que cheguei, percebi que a porta estava destrancada; soltei o coldre e destravei minha arma, esperando pelo pior. Empurrei a porta, jogando alguma luminosidade no interior do local …, vislumbrei um vulto …, um vulto feminino!
-Ela está presa? – perguntou a mulher com voz rouca e um pouco embargada.
-Sim está …, e quem é você? – perguntei ainda com a mão na minha arma – alguma parente próxima?
-Não. Sou mais que isso! – ela respondeu, sem virar-se – Ela era minha! Minha e de mais ninguém!
Pedi que ela se voltasse para mim, permitindo que eu pudesse vê-la; ela me atendeu e eu fiquei embasbacado; era uma mulher pra lá de linda e apetitosa! Loira natural com olhos azuis e um corpo de levantar pau de morto! Convidei-a para que se sentasse numa das poltronas enquanto eu me sentava em outra, pedindo que ela me explicasse direito aquela história.
-Não há muito que explicar – começou ela, após se sentar – Ela é minha! Me foi dada de presente! Mas, eu dei mole …, e, então, a perdi!
-Quem lhe deu de presente? – insisti, querendo saber mais – Um cafetão? Alguém do tráfico?
-Isso não importa! Importa que eu não podia tê-la perdido! – respondeu ela em tom impaciente – Agora eu preciso de uma troca …, acho que você pode me ajudar …
-Ajudar você? De que maneira eu poderia fazer isso? – questionei, um tanto desconcertado.
-Depois eu te explico! – ela respondeu, ficando de pé e começando a se despir – Agora, vem …, vem me possuir que sei que é isso que queres! Vem!
Enquanto ela ficava nua perante meus olhos incrédulos, percebi que uma sensação tomava conta de mim; algo que eu não podia controlar, mas que me controlava, ditando sensações e sentimentos; a nudez daquela mulher era alucinante; seios firmes com bicos intumescidos estavam implorando pela boca de um macho! O ventre sinuoso, emoldurava uma vagina lisa, recheada por um clítoris proeminente que parecia pingar …
Aquela mulher de formas delirantes me olhava com uma expressão provocante, mordiscando os lábios em descarada insinuação; eu não conseguia pensar em mais nada, sentindo meu membro pulsar, arredio, querendo saltar para fora da calça como se tivesse vontade própria …, aliás, minha vontade era ditada por ele …, resisti o quanto pude, até que me dei por vencido; tirei a roupa com gestos atabalhoados e tomei-a nos braços, selando uma sucessão de beijos quentes e molhados, sentindo sua saliva adocicada inundar minha boca.
Suguei os mamilos com a boca esfomeada, ouvindo-a gemer enquanto acariciava meus cabelos; mostrando ter domínio sobre a situação, ela me obrigou a ficar de joelhos, enterrando meu rosto entre suas pernas. “Vem, seu depravado! Me chupa! Lambe minha boceta! Tente matar o tesão que arde em minhas entranhas!”, ela disse em tom arrogante, com a certeza de que estava no comando.
Mesmo naquela posição desconfortável, eu fiz o que ela determinara, ora lambendo, ora chupando aquela buceta quente e suculenta, orquestrando deliciosos orgasmos que a fêmea usufruía com gemidos insanos, mantendo meu rosto entre as pernas, pressionando minha cabeça; saboreei a vagina daquela cadela safada até não poder mais.
A certa altura, ela me puxou pelos cabelos, segurando minha benga com uma das mãos, masturbando-a com movimentos vigorosos, ao mesmo tempo em que me encarava com um olhar quase raivoso. “Você gosta disso, não é? Gosta de ser manipulado por uma fêmea fogosa? Então, vem e me mostra se sabe fazer algo melhor com esse instrumento!”, disse ela com ironia, enquanto me puxava pelo membro em direção ao quarto, me jogando sobre a cama.
Antes que eu desse por mim, a vadia subiu sobre meu corpo, e tomou meu mastro com a mão, tomando posição para descer sobre ele, o que fez com uma única sentada, fazendo meu cacete desaparecer dentro de sua vagina; mesmo sendo algo um tanto indelicado, ela não se preocupava comigo, como se fosse eu apenas um objeto para realizar seu prazer.
Logo, ela subia e descia sobre meu mastro, movimentando-se com um furor incontrolável; exigiu que eu apertasse suas mamas, fazendo-me sentir suas nádegas chocando-se contra minhas bolas como se quisessem golpear-me com violência. “Sinta! Sinta quem manda! Teu corpo me pertence e esse pedaço de carne dura serve apenas para me saciar …, compreendeu? É isso que você é! Meu objeto! E mais nada!”, ela gritava, sem dar trégua na cavalgada.
A mulher era um vulcão em plena erupção; seus movimentos de sobe e desce eram tão veementes que eu estava dominado por sua vontade, mais parecendo um boneco, um brinquedinho para o desejo irrefreável dela. E a foda prosseguiu sem fim; e todas as vezes que eu pressentia o orgasmo se avizinhando de meu corpo, ela tratava de contrair os músculos vaginais, de tal modo que apertava dolorosamente meu cacete, impedindo que o clímax sobreviesse.
E por várias vezes, ela fez isso, manipulando-me como bem quisesse e me deixando em um estado entre o delírio e a dor …, ainda tentei esboçar uma reação, almejando tomar as rédeas daquela foda sem Fim, porém, não logrei êxito, sofrendo ainda mais com os golpes do corpo dela contra o meu! Todo o prazer que eu lhe proporcionava, era retribuído com dolorosa ansiedade e profunda decepção de ver-se usado da forma mais pervertida que se poderia conceber.
-Pronto! Está feito! – ela disse com tom exultante, acelerando seus movimentos ainda mais – Agora, é uma troca justa! Você por ela! Ele vai me entregar o que é meu por direito! Aquela mulher é minha!
Terminando de proferir essas palavras, ela, finalmente, libertou-me, permitindo que eu atingisse meu gozo exasperado …, foi algo tão intenso e tão profundo que eu gritei a plenos pulmões, arfando e contraindo todos os meus músculos, tomado por uma onda descontrolada de prazer tão vibrante que tomava todos os meus sentidos …, e decorrido alguns segundos de máximo prazer, senti um torpor tomar as rédeas de meu corpo e de meus sentidos …, parecia que eu estava em queda livre em um vácuo obscuro, frio e aterrorizante …, não demorou para que minha visão ficasse turva, minha respiração fraca, com calafrios percorrendo meu corpo …, e assim, eu desfaleci.
Quando voltei a mim, como se tivesse saído de um sonho (ou de um pesadelo!), entreabri os olhos, vasculhando o meu redor …, lentamente, retomei minha consciência, e pude, assim, descobrir onde estava …, eu estava no apartamento …, do pianista! Tentei me levantar-me do chão onde estava estirado, e com muito esforço consegui ficar em pé; logo vi o corpo inerte de Charles Spencer; ele estava morto! E ao seu lado estava minha arma!
Logo ouvi o som distante de sirenes de viaturas policiais, que aumentavam gradualmente, denunciando que estavam próximas! Não sabia o que fazer! Parecia que meu corpo ainda estava tomado por alguma espécie de letargia, mantendo-me preso onde estava. Por um minuto, pensei que era um pesadelo, ou mesmo uma alucinação …, mas, os sons, a cena, a arma, certificavam-me de que não se tratava de algo irreal …, era uma insólita realidade.
No momento em que os policiais entraram, eu fui imobilizado e colocado de joelhos; atrás deles, vieram os paramédicos, verificando se a vítima ainda apresentava algum sinal de vida. Ao descer para a rua, vi o delegado Freire encostado na viatura; ele veio até mim e perguntou o que eu tinha feito …, e eu, não sabia ao que receber.
Do outro lado da rua, alguém me observava …, era um casal …, eram elas! A tal mulher com Doroteia abraçada a ela; ambas sorriram para mim, e a mulher acenou como se estivesse de mim se despedindo. Tentei explicar, tentei falar, mas, além da minha voz embargada como seu eu estivesse alcoolizado, as palavras não tinham nenhuma coordenação, ou mesmo faziam algum sentido. Embarquei na viatura de polícia, ainda sem ser capaz de discernir o que acontecera …, apenas uma coisa permanecia em minha mente …, uma voz …, uma voz de mulher …
“Eu sou Lillith! E você é apenas um objeto que serviu aos meus propósitos! Goste ou não, foi usado em meu favor …, não há agradecimento …, não há nada!”, dizia a voz em minha mente.