As Aventuras de Regina - Lembranças do Futuro Passado 2 - Em Busca das Espadas

Um conto erótico de Paulo_Claudia
Categoria: Grupal
Contém 1926 palavras
Data: 12/09/2020 17:49:47
Última revisão: 12/09/2020 17:54:10

Eu e Regina havíamos retornado, de uma maneira não muito agradável, a uma época anterior a tudo o que havia acontecido. Para Ela, haviam passado apenas alguns segundos, mas para mim haviam decorrido quarenta anos.

No entanto, seus momentos finais naquela realidade foram muito mais traumáticos que os meus, e ainda estavam muito intensos em sua memória. Mas precisávamos descrevê-los, colocar no papel, porque acreditávamos que seria este texto o conteúdo da “Profecia” que Mestre Wolfe havia mencionado e descrito em um livro escrito há trezentos anos.

O problema era que eu não me sentia em condições de escrever nada, eu começava e voltava tudo à minha mente. E creio que com ela era ainda pior.

Teríamos que esperar. Poderíamos começar pelas partes menos traumáticas.

Os dias foram passando, a rotina do trabalho fez com que nos concentrássemos em outras coisas. E também questões como contas a pagar, compras de mercado, roupas, limpeza da casa... e assim foi por um tempo.

Então, um dia ela veio e falou:

“- Amor, você vai escrever sobre A Grande Suruba?”

“- Claro que vou, foi como aconteceu...”

“- Nooosssa, o que foi aquilo...” Ela falou, arregalando os olhos...

“- Tá com saudade? Quer fazer de novo?” Eu ri.

“- Não dá, né? Não posso arriscar essa carga toda de energia sexual. Pode atrair coisas...”

“- Mas acho que, se formos colocar em um livro, melhor chamar de ‘Grande Experiência Orgástica’ ou

‘O Grande Ritual Orgásmico’... Três Dias e Três Noites de Sexo total...”

“- Aii amor...só que depois...” O rosto dela ensombreceu.

“- Querida...depois foi depois. Creio que dá para escrever essa parte. Você lembra tudo?”

“- Ô se lembro...”

“- Mas é aquela coisa, aquilo que a gente lembra tem a interpretação pessoal de cada um, e cada um viu o que aconteceu de ângulos diferentes. “

“- Ah, mas aí a gente chega num consenso e escreve. Ou eu descrevo do meu jeito e você do seu.”

“- Bom... na hora de escrever ‘A Profecia’ a gente só escreve ‘O Grande Ritual Orgásmico’ e diz que foi para gerar energia suficiente para ativar o Grande Portal...

“- Mas, se o Grande Portal estivesse na Profecia, as pedras já estariam prontas...”

“- Hmmm... verdade. Colocamos ou não?”

“- Sei lá. Vamos ter que pensar. Talvez a inspiração venha em um sonho, ou quando ficamos pensando de madrugada...”

Regina me beijou e me abraçou. Depois de uns momentos, falou:

“- Ah amor... nem acredito que estamos aqui, sossegados.”

“- Mas nesta época estávamos sossegados mesmo. Nem tínhamos começado a ser liberais”, falei.

“- Estamos, meu amor. Estamos. E a Internet é lenta demais, essa coisa discada de ‘bing-bing-boing-boing-shhhhh’ irrita... nem tem iPad ainda!”

“- Pois é, precisamos ter cuidado, vai que tem algum viajante do tempo escutando quando a gente deixa escapar algo assim. Mas...voltando ao assunto...vamos ficar só nós dois, sem nenhuma festinha?”

“- Por mim, bastam as lembranças. Acho que fizemos surubas suficientes para várias vidas. E eu já tenho um montão de orgasmos com você.”

“- Eu também, querida. E não foram só as surubas... as encrencas e confusões... foi tanta coisa em tão pouco tempo...”

Resolvemos esperar para escrever. Eu fazia anotações esparsas sobre alguns assunto nos momentos livres.

Durante o dia, tínhamos nossos trabalhos normais. À noite e nos finais de semana, além do sexo gostoso, claro, discutíamos o que lembrávamos daquele tempo.

Mas eu ainda lembro claramente do que Regina me falou, após o terceiro dia de choro contínuo, como se estivesse canalizando sua divindade interior:

“ Eis - me aqui, amor da minha vida, peço que me acompanhe para que se cumpra o que foi profetizado. Chorei por tudo o que tivemos e não mais teremos, chorei pelo que poderia ter sido e não será. Chorei pelo que seria , por nós, por mim, por você. Mas é cessado o tempo das lágrimas, e começa o tempo da batalha. Porque o que se segue não pode ser mudado. E haverá um novo e Áureo Amanhecer após a Noite Escura da Alma.”

Não era o jeito normal dela falar... e era a primeira vez que ouvi falar na “ Noite Escura” que depois ficou conhecida como a “Grande Escuridão”.

E não consigo lembrar disso , porque toda aquela tristeza volta, e me dá um bloqueio na hora de escrever.

Mas foi justamente depois disso que Ela, tendo esgotado suas lágrimas, reuniu toda sua coragem e foi comigo ao Salão Vermelho, e lá encontrou todos os outros, que esperavam por ela, completamente arrasados. Ela então falou, naquela linguagem:

“- Não temais, Cavaleiros, aqui estou, pronta para cumprir os desígnios da

Profecia. “

Logo em seguida, Ela se dirigiu à Caixa Dourada que continha o Cálice, e , rompendo o Lacre, o abriu. Cuidadosamente, removeu a seda que o envolvia, e a seguir retirou a tampa dourada.

De dentro do Cálice, saiu uma névoa dourada que se espalhou pelo ambiente, com um perfume diferente do que conhecíamos, o perfume da Névoa Rosada.

Então, ela retirou de dentro do Cálice, que nada mais continha além daquilo, uma Tornozeleira

inteiramente feita de Rubi, como uma peça única, transformada alquímicamente.

Regina, então, colocou delicadamente em seu tornozelo aquela peça mágica.

Todos os membros da Ordem do CírculoVermelho, incluindo eu , nos ajoelhamos aos pés Dela, e ouvi a voz de Mestre Sands a proclamando “ Imperatrix da Ordem do Círculo Vermelho.”

Eu estava ajoelhado, mas Regina me fez levantar, me abraçou e me beijou, falando tudo o que eu desejava ter ouvido em toda a minha vida:

“- Saibam todos que Este é o meu Único e Eterno Amor, meu Consorte, e para Ele é que eu vivo. Teremos Rituais e nos prepararemos para o cumprimento da Profecia, mas que ninguém se iluda onde meu Coração realmente está, e que ninguém Dele me tente separar.”

Depois, ela viu as espadas que Drake havia providenciado, ficando meio desapontada. Ela disse:

“- Agradeço seu empenho, Mestre Drake, mas sinto que, para o que iremos enfrentar , precisaremos de Espadas que possam absorver e acumular Magia, e não sinto energia em nenhuma nestas.

Crowley se manifestou:

“- Lembram que lá no Pub eu falei sobre uma viagem ao Japão?”

“- Claro que lembro, fiquei muito curiosa...”

“- Pois em Kyoto vive Mestre Seto, o maior especialista em espadas mágicas que já existiu”

“- Mestre Seto”, falei, “...acho que já o vi antes, ele me mostrou algumas técnicas de Kinbaku ...” ( Ver “A Sociedade Secreta do Sexo – parte 15)

“- Kinbaku?” Regina perguntou.

“- Aqui no ocidente chamam de Shibari... foi enquanto você era preparada para a primeira Dança dos Sete Véus ” falei.

“- Ele mesmo” , disse Crowley, “-Só que vocês terão de ir até lá. Nós não...”

Eu o interrompi.

“- Sei, vocês não podem sair dos arredores do Castelo...”

“- Vocês não deveriam saber nada disso, mas já vi que descobrem tudo sozinhos...é isso mesmo. Só que não há muito tempo; de acordo com a profecia, a Grande Noite Escura não vai tardar muito ...”

(Na verdade, agora que tudo acabou, acho que poderíamos ter ficado menos estressados nessa viagem, podíamos ter passeado um pouco mais lá no Japão. Então, Drake falou:

“- Digna Imperatrix...”

“- Corta essa, Drake. Ainda sou eu mesma! Quero que me trate como antes...pelo menos por enquanto.”

“- Regina, como eu disse antes, tudo o que você quiser, faremos. Vamos providenciar imediatamente suas passagens... e roupas adequadas.”

“- Coisa chata, vou ter que usar roupas... Preferia continuar nua.”

A vantagem da Agência era essa: podiam conseguir,em questão de horas, coisas que normalmente demorariam semanas. Nossos passaportes e documentos, se me lembrava bem, estavam no apartamento de Diana.

Animada com a viagem, Regina pareceu, ao menos por um tempo, ter deixado de lado suas preocupações com o futuro e as lágrimas incessantes. Como ela mesma havia dito, depois de sair do Salão da Tecnomagia... “Ontem foi Ontem , Hoje é Hoje.”

Então, no dia seguinte, estávamos novamente no aeroporto de Heathrow em londres, rumo a Tokyo, uma viagem de quase 12 horas.

A parada inicial seria em Tokyo, onde havia a maior sede da Agência, onde teríamos um guia para nos mostrar a cidade, depois conheceríamos o famoso “Shinkansen” o trem-bala, e iríamos ao Monte Fuji.

A seguir, Kyoto, onde encontraríamos o famoso Mestre Seto, o maior especialista em espadas mágicas.

“- Amor,você está escrevendo o Livro?”

“- Estou tentando”

“- Desculpe, eu não queria atrapalhar...” Ela foi saindo.

“- Por favor,querida, fique aqui. Eu não falei ‘Estou tentando’ como se você estivesse atrapalhando, e sim ‘ Estou tentando’ porque está difícil. Eu gostaria muito que você me ajudasse... se não for ruim emocionalmente para você”

“- Em que parte você está?”

“- Na parte das Espadas.”

“- Ah... Mestre Seto era uma figura e tanto”

“- Era mesmo. Ele fazia de tudo. Pintava quadros, desenhava, escrevia livros e poesia, fazia Kinbaku, Alta Magia e espadas mágicas.”

Regina comentou:

“- Eu acho que ele era como Mestre Wolfe e os outros... “

“- Como assim?”

“- Ele talvez não pudesse sair de onde estava, seu Templo devia estar naquele plano paralelo atemporal. Por isso não foi ao Castelo”

“- Ou o Círculo Vermelho quis nos dar a chance de termos uma bela viagem, só nós dois, antes de...”

“- Aiii não... não vou conseguir.” Lágrimas voltaram a surgir em seus belíssimos olhos verdes.

“- Falei que estava tentando...” Também enxuguei uma lágrima. Mas eu tive quarenta anos para chorar o que podia e o que não podia, sem Regina.

“- Melhor não mencionar o ‘Everywhen’, o plano paralelo, no Livro.”

“- Mas e se isso for parte da Profecia? E se reunir pessoas de várias épocas fosse uma ideia dada através do Livro, e então Wolfe tivesse que encontrar a magia certa para transferir o Castelo, ou reproduzi-lo no plano do ‘Everywhen’?”

“- Hmmm... pode ser. Vamos grifando as partes que forem importantes para a Profecia.”

“- Mas daí vai ter que ser escrito à mão, em papel bem resistente. Não sabemos quanto tempo isso vai ficar até ser encontrado.”

“- Verdade. Poderia ser pergaminho. E escrito com tinta nanquim, com pena...pareceria bem coisa da época. Vou dar uma pesquisada.”

Regina, enxugando as últimas lágrimas e assoando o nariz, ficou me olhando. Então falou:

“-Vamos ter que esperar até passar a época do que aconteceu para tentar fazer o Ritual de Transferência”

“- Por que? Vai ser trezentos anos atrás...”

“- Porque se fizermos antes, a energia do Ritual pode ser captada por algum Mago Negro...e aí arriscar tudo.”

“- Putz, é mesmo!”

“- E será melhor viajar até o Castelo, acho que você viu a região quando voava com Hawke.”

“- Vi, mas de cima...”

“- Mas tem aquele programa que mostra imagens de cima, por satélite”

“- Ainda não tem, mas vai ter... e se o Ritual for nessa época...”

“- Nossa, é mesmo, ainda vai demorar uns anos... bendita tecnologia...”

“- Então temos quase vinte anos para completar o Livro...”

“- Só que é melhor escrever antes, para não esquecermos nada importante”

“- Eu revivi tudo milhares de vezes na minha cabeça, em todos esses anos...”

“- Aí é que está o problema. Você pode ter mudado alguma lembrança, talvez até eliminado memórias ruins em quarenta anos”

“- Tem razão...preciso de você , sem você este livro pode sair todo cheio de erros.”

“- Mas você pode ir escrevendo, e depois lemos juntos, eu leio e vejo se me lembro de maneira diferente.”

E estávamos assim... então voltei para a parte das espadas mágicas e Mestre Seto.

CONTINUA

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Comentários

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Depois de alguns dias sem postar, Regina e seu marido continuam a elaborar o livro sobre o que aconteceu após o Número Um ter parado de escrever. Agora será necessário que prestem bastante atenção, porque há o que está acontecendo com eles ( no início deste milênio ), o que eles relatam ( que ocorrerá em um futuro possível , mas que para eles já aconteceu ) e as interferências de alguns personagens conhecidos, que retornam...

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