Diana havia chegado à mesma conclusão que eu. De alguma maneira, Steimer e Meister eram a mesma pessoa. Lembrei que, no episódio com o Lobo Negro, ele havia ficado desfigurado. Talvez, com a energia sexual que retirou de Regina, ele tivesse se reconstruído com uma aparência diferente...ou assumido um outro corpo, como eu mesmo já havia feito.
O que eu precisava saber era se Regina realmente estava na casa de Steimer. Pela voz, ela parecia dopada. Talvez fosse a maneira de mantê-la presa, sedada meio que de forma permanente.
Mas, infelizmente, ninguém parecia saber onde o Dr.Steimer morava. Alguns achavam que ele morava no campo, outros que ele morava em outro país e ficava em hotéis em Londres.
Na verdade, se ele era mesmo Meister, deveria morar em um dos mosteiros de uma das Ordens ou Irmandades que comandava. E eram várias.
Eu teria que aguardar a próxima consulta para poder tentar saber alguma coisa. Seria muito suspeito tentar marcar antes, isso poderia comprometer minha alta. No dia da consulta, eu poderia chegar mais cedo, e entrar na mente da secretária ou do próprio Steimer/Meister, conseguindo a localização de Regina.
Nesse meio tempo, eu teria que ver com Diana uma maneira de fazer um Ritual bem mais potente, que iria necessitar de uma grande carga de energia sexual. Nesse momento, lembrei do clube de swing ( O “X” Club) , perto do Rio Thames, onde fomos nós quatro: Eu, Regina, Diana e Drake, e passamos uma noite memorável. Talvez o clube tivesse um terraço, onde poderíamos fazer o Ritual. Como Diana era uma cliente “VIP”, talvez desse certo. Mas o ritual teria que ser na noite anterior à consulta, para que Steimer não percebesse as mudanças até que eu localizasse Regina.
Os dias passavam, e estávamos ansiosos. Eu e Diana detalhamos todas as partes do Ritual, que envolvia elementos do Hinduísmo e do Culto às Deusas Antigas.
“- Você acha que pode funcionar?”Perguntou ela.
“- Eu já improvisei rituais antes, Regina também...”
“- E deu certo?”
“- Quase sempre.”
“- Esse ‘quase’ é que me deixa nervosa...”
“- E o Clube ?”
“- Conheço o dono, ele vai fazer parecer que é uma performance ao vivo, sempre há coisas desse tipo por lá...”
“- E eu vou ter que dar um jeito de localizar Regina. Uma vez que a existência dela for restaurada e Meister perceber, o tempo vai ser curto.”
“- Não acho que uma Deusa fosse dar a você uma missão que não pudesse ser bem sucedida.”
“- As coisas não são bem assim. Se fossem, ninguém morreria...” Quase falei da “Batalha Final”.
“- Você ficou diferente agora. Você viu alguém morrer...”
“- Diana, temos que acreditar que vai dar certo, e nós é que faremos dar certo. “
“- Então vamos caprichar. Como no sexo.” Ela riu.
Os dias passaram, e eu e Diana passeamos bastante, afinal ela estava com a missão de me vigiar e cuidar até minha recuperação. Drake poderia ter ciúmes depois.
E Regina... eu tinha que pensar que a estava salvando em outra Realidade. Mas ela teria que ter sua compensação pelo que eu estava fazendo com Diana. Se quisesse fazer um ménage, onde não entrasse a questão da energia, ou transar com alguém que ela escolhesse, eu não poderia reclamar.
Na noite anterior à minha consulta final, fomos até o “X” Club. O espaço no terraço já estava arrumado, com um círculo mágico e todos os adereços: Velas, incensos, estátuas e artefatos.
Esperamos até o clube ficar lotado e começarem as surubas, swings e orgias. Eu podia sentir a energia sexual do local. Em outros tempos, eu veria espirais coloridas rodopiando.
Iniciamos o Ritual. Havíamos escrito tudo o que queríamos modificar nesta Realidade: o retorno à existência de tudo o que era relacionado a Regina, a condição de Meister, que voltaria a ser um Monge de uma Ordem e não Mago Supremo, entre outras coisas.
Entre os presentes, estava o Chef do Restaurante, Raj , conhecedor do Tantra e capaz de perceber melhor as energias. Ele se prontificou a nos ajudar depois que soube da perversidade que Meister/Steimer fez com Regina, e nos garantiu que pediria aos seus Deuses a vingança adequada.
O ritual lembrava um pouco o que fizemos no Templo de EOS, um ménage masculino, com Diana sendo penetrada pelo meu cacete e de Raj.
Começamos com gestos rituais, espalhando o incenso especial afrodisíaco. Diana ficou completamente nua, e nós dois, eu e Raj, em seguida. Eu me deitei sobre o círculo mágico, Diana sobre mim, encaixando sua bucetinha em meu cacete, e Raj, após lubrificar seu membro com o óleo, introduziu lentamente no cuzinho dela.
Começamos a bombar os cacetes, e Diana , após alguns minutos, atingiu o orgasmo, mordendo com força meu ombro. Senti uma onda enorme de energia fluindo através dos nossos corpos, e me pareceu ver um clarão, como naquelas noites meio nubladas onde um relâmpago clareia tudo ao redor. À nossa volta, várias pessoas assistiam, enquanto se acariciavam e faziam sexo perto de nós, era uma orgia total.
Então, me pareceu que uma onda de calor veio do Horizonte, percorrendo tudo, aquecendo a atmosfera que até então era como a de uma noite fresca, quase fria.
Diana teve orgasmos sucessivos, e percebi quando Raj, olhando para o céu e invocando algum dos seus Deuses ( talvez Kali, mas não conheço a filosofia o suficiente para ter certeza) , ejaculou no cuzinho de Diana. Em seguida, também gozei na bucetinha dela, soltando minha vontade de trazer Regina de volta e neutralizar Meister/Steimer.
Relaxamos ali, várias pessoas vinham e passavam as mãos em nós.
Agradeci imensamente a Raj por tudo , principalmente por ter provado que Regina realmente existia. E Diana também lhe agradeceu, com um beijo prolongado. Prometemos que, se tudo desse certo, retornaríamos ao seu Restaurante , com Regina.
A seguir, retornamos juntos de táxi ao Hotel, afinal o Restaurante ficava a uma quadra. Raj morava ali mesmo. Eu e Diana dormimos juntos, abraçados.
“- Hmmm, Diana, notei que você murmurou algo diferente durante o ritual, parece que ouvi o nome de Drake.”
“- Se o Ritual funcionou, aquilo que você me falou sobre a máquina não aconteceu.”
“- Espero que dê certo. Agora, vamos descansar, amanhã terei que me desdobrar para localizar Regina.”
“- Quer que eu vá junto?”
“- Eu gostaria, mas Steimer pode desconfiar.”
“- Então, enquanto você vai ao consultório, eu vou ver se Regina voltou a aparecer nos registros da Agência e do seu país.”
Pela manhã, após o “English Breakfast”, fui até lá. Cheguei ansioso ao décimo terceiro andar do prédio. Aparentemente, estava tudo normal. A secretária do Dr. Steimer me recebeu, e , após aguardar um pouco, me fez entrar no consultório.
As janelas estavam abertas, a onda de calor da noite, que surgiu após o ritual, havia permanecido.
Eu sabia que devia estar preparado, mas quase levei um susto quando vi, ao lado do Dr. Steimer, uma mulher, de cabelos bem curtos, e cabeça baixa. Era Regina! Eu a reconheceria em qualquer lugar!
Mas , em vez de demonstrar surpresa, eu apenas dei a volta e fiz que ia sair.
“- Desculpe, Doutor, achei que sua consulta já havia acabado.”
“- Não, não, Número Um. Pode ficar. “
“- Mas...”
“- Quero lhe apresentar minha esposa, Laura.”
“- Hã...Prazer, Senhora Laura.”
Ela não levantava os olhos. Melhor. Se ela demonstrasse algum sinal que me conhecia, as coisas poderiam se complicar. Mas resolvi arriscar, e novamente entrei por segundos na mente de Steimer, sussurrando no ouvido de Regina:
“- Querida , sou eu. Fique quieta, não deixe que ele perceba nada.”
Ela se assustou e me olhou, perplexa. Voltei imediatamente ao meu corpo.
“- O que foi, benzinho? Se assustou com alguma coisa?”
“- Não...desculpe. Eu estava longe. Prazer, senhor Número Um.”
“- Doutor...se o Senhor quiser que eu retorne outra hora, não tem problema. Afinal, só estarei de alta quando o Senhor decidir.” Falei com o tom de voz mais calmo que pude. Agora , eu precisava ficar a sós com ele, para tentar fazer algo. Pelo menos foi o que pensei.
“- Está calor aqui, não?” Ela falou, indo em direção à janela.
“- Benzinho...não chegue muito perto, estamos no décimo-terceiro andar.”
Certamente, Steimer receava que ela fosse se jogar dali, após ver que eu não a reconhecera. Ele foi e se interpôs entre Regina e a janela.
Então, sem dar tempo a ele para reagir, ela, com toda a sua força, o empurrou , e ele caiu pela janela, tentando agarrar sua roupa. Ela se desequilibrou perigosamente. Corri e a segurei, ainda a tempo de ver o corpo dele se espatifar no capô de um automóvel, disparando o seu alarme.
A secretária entrou assustada no consultório, e gritei:
“- Ele se desequilibrou e caiu!! Chame uma ambulância!!”
Ela saiu correndo, e fiquei abraçado a Regina. Era idêntica à minha esposa, mas eu sabia que ela estava em casa, com Zarya. Eu falei:
“- Querida, Meister se foi, não pode mais fazer mal a você.”
“- Aii amor, foi tão difícil ! Ninguém sabia que eu existia! Ele me dopou e prendeu em uma casa com grades e à prova de som! Ele disse que você estava louco e seria expulso da Agência, que eu devia me conformar e ficar com ele!”
“- E ele...estuprou você?”
“- Não. Ele queria que eu aceitasse sem reagir. Disse que a energia do sexo à força seria muito ruim.”
“- Melhor. Estou ligando para a Agência. Eles devem conseguir resolver isto, uma vez que encontrem as evidências de que você foi presa por ele.”
Após uma meia hora, vieram Drake e Diana. Diana não parecia surpresa por ver Regina.
“- O Ritual deu certo, Número Um.”
“- Que Ritual?” Perguntou Regina.
“- Depois eu conto... agora você precisa descansar. Vamos até o Hotel.”
Drake interferiu:
“- Número Um... vou precisar de um relatório completo do que aconteceu. Principalmente o que você falou a Diana sobre a Verdadeira Irmandade.”
“- Ah Diana...”
“- Eu falei que contaria a Drake após isto estar resolvido, não foi?”
“- Foi. Tem razão. Mas preciso falar com minha esposa a sós , no Hotel. Amanhã o relatório estará pronto.”
Notei que Diana estava de braços dados com Drake. Parece que esta parte do Ritual também havia funcionado.
Dali, pegamos um táxi até perto do Hotel. Já era hora do almoço, e paramos em frente ao Restaurante.
Raj nos recebeu com um enorme sorriso e braços abertos. Regina ficou surpresa e falou:
“- Nossa, ele lembrou de nós!! “
“- Querida, você não imagina!!”
CONTINUA