Depois de alguns minutos um funcionário apareceu. Ele escaneou minha fezes. Depois me mandou ficar em posição de sentido, eu obedeci muito envergonhada. Ele me escaneou também. Ele tirou uma prancheta com um contrato de uma bolsa a tiracolo que trazia e me entregou junto com uma caneta.
“Eu me comprometo a zelar pelo patrimônio da Escola Militar de Infantaria… Através desse documento aceito ingerir uma pílula de monitoramento digestório de propriedade da Escola e devolvê-la intacta.”
— Eu vou ter que examinar minhas fezes atras de uma pílula?
— Não precisa. Basta vir defecar aqui todos os dias. Estamos abertos 24hs por dia. Temos sanitários de alta tecnologia que coletam a pílula de volta automaticamente. E temos sempre um funcionário de prontidão junto dos sanitários para identificar sua chegada. Além disso os sanitários são filmados. Se a senhora não assinar e ingerir a pílula imediatamente estará eliminada da seleção.
Assinei e devolvi.
Ele guardou a prancheta, lavou as mãos com álcool depois me entregou a pílula e um copo d'água. A pílula parecia ser revestida de plástico. Eu ingeri.
“A senhora pode se lavar e se vestir depois lhe mostro o banheiro e lhe entrego mais dois acessórios”
Ele ficou me vendo tomar banho e se vestir. Depois me acompanhou até o banheiro. Era aberto para um corredor. Havia uma escrivaninha com um funcionário, seis sanitários sem nem uma divisória, três chuveiros e três pias de lavar as mãos.
“Quando chegar aqui a senhora deve deixar toda a roupa e acessórios com o funcionário, depois de depositar suas fezes, deverá assinar uma declaração e tomar uma nova pílula. Você toma uma nova pílula sempre que defeca mesmo que suas fezes não tenham uma pílula ainda. Não tem problema carregar mais de uma no corpo. Se o local estiver lotado você pode defecar em qualquer lugar do laboratório onde houver uma câmera filmando, depois basta esperar um funcionário vir examinar as fezes. Lembre de tirar toda a roupa e acessório antes. Tenha bom senso na escolha dos locais.”
Ele me levou a uma oficina, onde havia relógios e coleiras. Me fez assinar outro documento e colocou uma coleira em mim. O documento dizia que eu não podia tirar a coleira nunca pra nada. Que só os funcionários podiam mexer nela. Que se ela fosse retirada mesmo acidentalmente as autoridades seriam chamadas para me prender para averiguação. Ela era um computador portátil, que eu poderia acessar pelos periféricos do laboratório. Mas que antes das aulas começarem eu receberia um teclado e um óculos para manusear o computador de maneira ainda mais eficiente.
Para terminar ele me deu um ursinho de pelúcia.
“Esse brinquedo pesa 4 quilos serve para se acostumar a carregar e cuidar de um fuzil. Nunca se afaste dele mais que 50 metros, se ele for perdido ou roubado, um inquérito será aberto.”
O ursinho era marrom claro e tinha uma alça para colocar nas costas como uma mochila. Era tão lindo. Eu o abracei muito contente. Meu treinamento na infantaria tinha finalmente começadoDepois de terminar de escrever isso, mandei pra Lanche e esperei. Depois fui encontrá-la na quitinete nave ao lado. Entrei peladão como de costume e pra minha surpresa além da Lanche em seu computador encontrei sobre a cama de baixo do beliche… um urso como o que eu havia acabado de descrever.
— Cuide bem do seu fuzil.
— Você quer que eu ande com essa porcaria por aí?
Ela se acabou de rir e eu fiquei olhando assustado.
— Claro que não. Não quero meu boy com fama de fresco. Esse ursinho é meu. Pra você eu comprei um fuzil de verdade.
— Quer que eu vá pra escola de fuzil.
Ela riu mais ainda. Depois de se controlar voltou a falar.
“Só vamos usá-los aqui na frota.” (Como ela chamava o prédio da família dela.) “Mas aqui na minha nave você vai ter que treinar com o Balu sim. Ponha ele nas costas e dance meia hora. Daqui a pouco eu me junto a você.”
Como é bom ver minha garota de bom humor.