O Chamado de Lilith - Capítulo 3 - A Árvore Branca e a Vermelha

Um conto erótico de Bruna Camila
Categoria: Heterossexual
Contém 1163 palavras
Data: 06/10/2020 16:48:09
Última revisão: 13/06/2024 07:37:40

Capítulo 3 - A Árvore Branca e a Vermelha

O ônibus estava ali parado com uma enorme árvore branca na frente dele.

Eu chego com os outros e não havia motorista nenhum.

- Dimitri, onde está o motorista? – Boris me interpela e fala o óbvio.

- Não sei. Vem e vamos entrar no busão. Eu sei dirigir isso.

E eu vou contando os membros que tinham escapado do hotel antes de subir no carro.

E antes de partir.

Eu vejo uma única mão para fora da Árvore.

Eu então me aproximo e a mãozinha começa a se mexer e a tentar me agarrar.

- Hey... Moleque... Um bicho me mordeu... Eu... Socorro brother... Me tira daqui...

A voz era baixa e distante. Como era só uma mão que ficou fora de tronco eu não conseguia escutar a voz abafada da pessoa.

Mas havia ficado claro para mim que esse era o motorista e que ele foi picado por um outro inseto bizarro daquela cidade e virado esta árvore branca.

Quer dizer que quando estes insetos sugam o seu sangue a pessoa vira uma árvore branca?

E depois de ver a Anastasia eu sabia que não havia como retirar o Salsicha dali (com certeza eu arrancaria o braço se imitasse o que o Vlad tinha feito no hotel).

- Foi mal. Eu prometo que eu vou achar ajuda pra você.

- Não... Volta... Aqui...

Eu subo no ônibus e vou dando ré no carro, as rodas dianteiras tinham se prendido nas raízes mas eu consigo soltá-las.

- Dimitri, para onde vamos? – Yelena pergunta (a namorada do Boris).

- Eu não sei. O motorista virou esta árvore branca e bloqueou a estrada. Acho melhor voltar pra cidade.

- Oi? Quer que voltemos para aquele inferno?

Parecia uma péssima ideia, mas era a única que eu tinha em mente.

- Sim. Talvez a outra saída não esteja bloqueada. Vamos atravessar a cidade inteira e sair pelo norte.

Eu viro o volante e depois de desfazer o jogo eu dirijo de frente pra cidade.

E lá vamos nós

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Eu consigo avançar bem e atravessar o hotel onde a Anastasia estava.

É mesmo.

Como será que ele está?

Eu acho o Vlad com meu olhos e o observo sorrindo em um banco sozinho. Ele tinha sofrido um trauma tão grande ao arrancar o braço da namorada como um graveto que ele parecia o Coringa nesse último filme que saiu. Vladimir tinha dado aquele estalo de loucura e só voltaria (eu esperava) para a lucidez depois de algumas horas em paz.

Paz.

E nessa hora, como se Deus estivesse me provocando, eu vejo uma nuvem branca gigantesca na frente na estrada.

- Dimitri? O que seria isso? – Questiona a Yelena, perguntando pra mim ao invés do próprio namorado, o nerdão do Boris.

- Não sei. Parece os insetos do hotel. Fechem todas as janelas. Não deixam que eles mordam vocês! Ou vocês virarão aquelas árvores brancas bizarras!

E enquanto eu dirigia, todos (exceto o Vlad) começam a se agitar e a fechar todas as janelas.

A nuvem de insetos bate no vidro e se esmagam, eram pequenos como baratas (bem menores que a joaninha infernal que atacou a Anastasia), e quando se esmagavam no vidro a gosma deles parecia com...

Com...

Com esperma?

Foi a primeira coisa que me veio a mente. Porém a minha intuição me dizia que eu estava certo de alguma forma. Não era o conteúdo gosmento verdinho (aquele sanguinho verde, sei lá se posso falar isso, não sei se barata ou insetos tem sangue), a consistência lembrava muito mesmo a de sêmen.

- Dimitri!!! Para o carro!!!

E dou uma freada brusca e olho para trás.

- Não acredito nisso.

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A gente tinha esquecido de fechar a portinhola do teto e os insetos entraram por ali.

E os bichos invadiram o ambiente e tinham se avolumado na boca da Yelena e estavam explodindo fundo na garganta dela.

- Glup glup!! Glohglohgloh!! Glup!!

O Boris (o namorado nerd e frouxo dela) batia no rosto dela com vários tapas nervosos e estava matando os insetos que tentavam entrar nos orifícios faciais dela. Nesse meio tempo o resto do grupo fechava a entrada do teto de onde eles tinham vindo.

- Amor! Cospe tudo! Bota pra fora. Vai ficar tudo bem.

O rosto dela estava todo sujo de geleca branca e ela cuspia o pouco que não havia engolido dos insetos que se mataram (estranhamente coordenados e em harmonia) fundo na garganta dela. Se tirasse o cenário de filme de terror ao nosso redor e deixasse só aquela adolescente da maneira que ela estava, seria idêntico a um bukkake onde a atriz pornô está toda gozada e com o estômago cheio de porra de vários caras.

Mas ela não tinha sido mordida pelos insetos, então a Yelena ficaria bem.

Ou era isso que eu pensava.

A Yelena começa a ficar com a pele avermelhada e a virar uma enorme árvore também.

- Não! Yelena! Mas como isso é possível?! Os insetos não te morderam!

Boris chorava e abraçava ela, enquanto a sua namorada florescia e crescia ocupando o carro. Era igual a Anastasia, exceto que a garota estava ficando vermelha ao invés de branca.

Anastasia teve o sangue sugado e ficado branca.

E a Yelena comeu insetos e ficou vermelha.

Uma tiraram o vermelho (o sangue) e ela virou uma árvore branca.

E a outra deram o branco (a gosma dos insetos) e ela virou uma árvore vermelha.

E com esse padrão bizarro na cabeça eu começo a gritar para todos descerem.

- Vamos! Já atravessamos a cidade. Vamos a pé o resto.

Com todos lá fora e chorando (tirando o Vlad que estava rindo no seu mundinho), eu vejo o Boris ainda abraçando a Yelena lá dentro do ônibus.

- Boris, solta ela. Não vamos abandonar ela. Vamos atrás de ajuda e depois voltaremos.

Anastasia.

Salsicha.

E agora a Yelena.

Era a terceira pessoa em poucas horas que eu falava o mesmo papo-furado, sendo que eu nem sabia se havia algum cura humanamente possível para eles.

E a Yelena finalmente fala algo, com um timbre embargado e emocionado.

- Vai, mozinho. Eu estou bem. Oh... Eu sinto o meu corpo se preencher de amor e satisfação. Tchau, Boris.

Eu puxo o garoto de óculos e saio com ele.

- Yelena!! Não!!

E enquanto saíamos do ônibus e ela terminava de engolir o velho transporte russo com seus troncos, eu ainda escuto a voz dela lá dentro dizer.

- Eu preciso acordar a Rainha pra ela. A minha amada precisa disso.

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