- Quem eram aqueles caras? – Perguntou Danilo curioso.
- São meus amigos.
- Ah, tá. Amigos de onde?
- Daqui mesmo.
- Ah, tá. Eles surfam também?
- Não viu eles com prancha?
- Vi, vi.
- Surfam muito. Gente finíssima.
A partir disso, comecei a falar exageradamente bem deles, apesar de mal conhecê-los. Danilo ouviu atento, mas logo não quis mais mostrar interesse.
- Você demorou e sua mãe mandou eu vir te salvar. Já está na hora do almoço.
Comemos e eu logo fui para piscina.
- Eduardo! Você vai passar mal! Deita um pouco pra fazer a digestão. – Disse minha mãe.
- Não precisa, mãe. Vou ficar quietinho só na borda.
- Não teima, Eduardo. Não quero ficar cuidando de criança teimosa que fica passando mal.
Danilo caiu na gargalhada.
- Crianção da mamãe. – Implicou.
- Criança que faz criança não é mais criança. – Respondi.
- Eduardo! – Repreendeu meu pai. – Primeiro dia, cara. Vamos parar com a rebeldia. Sai logo dessa piscina. Vai tomar um banho, descansar, tomar água. Equilíbrio é o segredo para aproveitar.
Revirei os olhos e fui para o quarto irado. Danilo veio atrás.
- Criança que faz criança?
- Ai, Danilo, não começa.
- Se eu falo assim com a minha mãe, ela me mata.
Ignorei o comentário e continuei procurando uma toalha limpa para ir tomar banho.
- Agora você gosta de fazer criança?
Parei o que estava fazendo e o encarei.
- Você entendeu, Danilo.
- Ué, estou só perguntando.
- E você? Voltou a gostar de só fazer criança?
- Pode ser que sim....
Revirei os olhos e voltei a procurar a maldita toalha.
- Pode ser que não... – Continuou.
Novamente parei o que estava fazendo e o olhei. Ele estava encostado na parede, braços cruzados, bíceps contraídos, veias saltadas, barriga contraída e definida. Olhava-me com um leve sorriso nos lábios.
- Ai, Danilo. Você fode meu cérebro.
- Só o cérebro?
- Por enquanto foi só o cérebro. – Falei encontrando finalmente a toalha. Caminhei em direção a ele. – Mas isso pode mudar. Só depende de você. – Ele desviou o olhar covardemente e eu fui para o banho.
“Touché”. Pensei enquanto ensaboava os cabelos. A verdade é que aquele Igor não saía da minha cabeça. Ele me olhava tão firme. Talvez eu pudesse tentar algo com ele, meu primeiro beijo, quem sabe. Porém eu nem sabia se ele era solteiro, só sei que estava com os amigos na praia. Provavelmente deve ter uma namorada, ou uma garota com quem sai sempre, igual ao Danilo. Aliás, eu nem sabia ao certo se o Danilo continuava saindo com aquela garota sobre a qual comentou no dia em que nos pegamos na casa dele. No fundo, nem queria saber. Ele provavelmente diria que sim, só para me desestimular a tentar algo. De súbito, veio-me à mente a imagem do pau do Danilo na minha frente quando estávamos na garagem da casa dele. Eu de joelhos, ele querendo sentir a minha boca e eu querendo sentir o seu pau. Tudo que eu queria era repetir aquilo com ele. Fiquei excitado no banho e comecei a me tocar. Perdi a noção do tempo e, pelo visto, fiquei um bom período perdido nas minhas fantasias com o Danilo, até que alguém bateu na porta do banheiro.
- Bora, Dudu. Tá batendo punheta aí? – Gritou Danilo do lado de fora. – Quero mijar!
- Vai lá em cima, Danilo! Tem banheiro no segundo andar.
- Abre aqui!
- Estou cheio de sabão, Danilo!
- Abre logo, vou mijar nas calças.
O Danilo, quando quer me irritar, é profissional. Fechei o chuveiro e me enrolei na toalha. Os cabelos e as costas ainda com sabão. Abri a porta com cara de poucos amigos. Danilo entrou rápido, fingindo estar com pressa para urinar. Arreou os shorts até os joelhos, exibindo sua bunda redonda e carnuda, e começou a mijar. Para não me deixar levar pela cena, voltei para o box e continuei meu banho.
Como era de vidro transparente, mesmo de dentro do box eu conseguia ver o Danilo. Então fiquei de costas, até porque não queria que ele soubesse que eu estava excitado e que de fato estava masturbando-me no banho. Danilo acabou de mijar, baixou a tampa do vaso e sentou-se. Olhava-me. Sem querer virar-me de frente, olhei para trás por cima do ombro.
- Acabou? – Perguntei impaciente.
- Sim.
- Vai ficar aí parado?
- Posso não?
- Não! Tchau!
- Tava batendo punheta, né? Seu punheteiro.
- E se eu estava? Não é da sua conta.
- Tu bate punheta com o dedo no cu, fala a verdade.
- Ai, Danilo. Chega!
- Bate ou não bate?
Aquela implicância estava me deixando mais excitado ainda.
- Vira de frente. – Disse Danilo.
- Quer ver meu pau agora?
- Quero saber se você estava batendo punheta.
- Virou fiscal de punheta?
- Você está bem respondão, hein? Você me deve respeito, sabia?
- Danilo, sai.
- Vou sair, mas vou levar a sua toalha para você aprender a falar comigo direito.
- Danilo, para com isso. Essa brincadeira está chata.
- Pede por favor.
- Por favor, Danilo, para.
- Por favor primão. Fala.
- Por favor, primão. – Disse já enfeitiçado por aquilo.
Danilo deixou minha toalha e saiu do banheiro. Eu, por outro lado, bati uma punheta com dois dedos no cu.
Continua...